Belo Desastre - CAP. 6

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Belo Desastre



Capítulo 6 : Canalha (Parte 3)

A lua cheia refletia através da janela e lançava sombras no rosto dele.
— Bem, vou. Aqui é minha cama.
— Eu sei, mas eu… Parei de falar por um instante. Minhas únicas opções eram o sofá ou a cadeira reclinável. Arthur abriu um sorriso e balançou a cabeça.
— Não confia em mim ainda? Juro que vou me comportar muito bem. — disse, levantando os dedos de um modo que tenho certeza de que os escoteiros nunca consideraram usar para fazer um juramento. Não discuti, simplesmente me virei e descansei a cabeça no travesseiro, enfiando as cobertas atrás de mim a fim de criar uma barreira clara entre o corpo dele e o meu.
— Boa noite, Beija-Flor. — ele sussurrou no meu ouvido. Eu podia sentir seu hálito de menta na minha face, o que fez cada centímetro do meu corpo arrepiar. Ainda bem que estava muito escuro e ele não pôde ver minha reação embaraçosa, ou o rubor que tomou conta do meu rosto logo em seguida.
Parecia que eu tinha acabado de fechar os olhos quando ouvi o despertador estiquei-me para desligá-lo, mas puxei a mão de volta horrorizada ao sentir uma pele morna sob os dedos. Tentei lembrar onde estava. Quando dei por mim, fiquei mortificada de que Arthur pudesse pensar que eu tinha feito isso de propósito.
Arthur? O despertador. — sussurrei para ele, que não se mexia. — Arthur! — repeti, cutucando-o. Como ele ainda não se mexia, estiquei a mão por cima dele, tateando sob a iluminação fraca até sentir a parte de cima do despertador. Não sabendo ao certo como desligá-lo, bati no relógio até acertar o botão de soneca, depois caí bufando no travesseiro.
Arthur deu uma risadinha.
— Você estava acordado?
— Prometi que ia me comportar. Não falei nada sobre deixar você se deitar em cima de mim.
— Eu não me deitei em cima de você. — protestei. — Eu não conseguia alcançar o relógio. Esse deve ser o alarme mais irritante que já ouvi em toda minha vida! Parece o som de um animal morrendo! — Ele estendeu a mão e apertou um botão.
— Quer tomar café? — Olhei irritada para ele e balancei a cabeça em negativa.
— Não estou com fome.
— Bom, eu estou. Por que você não vai comigo de moto até a cafeteria?
— Acho que eu não consigo lidar com a sua falta de habilidade na direção tão cedo pela manhã. — respondi. Girei os pés até a lateral da cama e os enfiei nos chinelos, arrastando-me até a porta.
— Aonde você vai? — ele quis saber.
— Vou me vestir e ir pra aula. Você precisa de um itinerário meu enquanto eu estiver aqui? — Arthur se espreguiçou e então veio andando na minha direção, ainda de cueca.
— Você é sempre tão temperamental assim, ou isso vai parar quando você acreditar que eu não estou arquitetando nenhum plano para transar com você? — Então ele colocou as mãos em concha nos meus ombros e senti seus polegares acariciarem minha pele.
— Eu não sou temperamental. — Ele se inclinou mais próximo de mim e sussurrou ao meu ouvido:
— Não quero transar com você, Flor. Gosto demais de você para isso. — Então foi caminhando até o banheiro. Fiquei parada, perplexa. As palavras de Kara ficavam se repetindo na minha cabeça. Arthur Aguiar transava com qualquer uma, eu não conseguia evitar a sensação de inferioridade ao saber que ele não tinha vontade nem de tentar transar comigo.
A porta se abriu de novo, e Melanie foi entrando.
— Acorda, dorminhoca! — disse ela, sorrindo e bocejando.
— Você está parecendo sua mãe, Mel. — resmunguei, revirando a mala.
— Aaah… alguém passou a noite em claro?
— Ele mal respirou na minha direção. — falei, em tom azedo. Um sorriso sagaz iluminou o rosto de Melanie.
Ah.
— Ah, o quê?
— Nada. — disse ela, voltando ao quarto de Chay.
Arthur estava na cozinha, cantarolando uma música qualquer enquanto preparava ovos mexidos.
— Tem certeza que não quer um pouco? — ele me perguntou.
— Tenho sim. Mas obrigada.
Chay e Melanie entraram na cozinha, e Chay tirou dois pratos do armário, segurando-os enquanto Arthur colocava uma pilha de ovos fumegantes em cada um. Chay pôs os pratos na bancada, e ele e Melanie se sentaram lá juntos, saciando outro tipo de apetite, já que muito provavelmente tinham se saciado em outros termos na noite anterior.
— Não me olhe assim, Chay. Sinto muito, eu só não quero ir. – disse Melanie.
— Baby, a Casa dá uma festa de casais duas vezes por ano. — ele falou enquanto mastigava. — Falta um mês ainda. Você vai ter muito tempo para achar um vestido e fazer todas essas coisas de garotas.
— Eu iria, Chay… É muito fofo da sua parte… Mas não conheço ninguém lá.
— Um monte de garotas que vai na festa não conhece um monte de gente que vai estar lá. — disse ele, surpreso com a rejeição dela. Melanie desabou na cadeira.
— As vadiazinhas das irmandades são convidadas pra essas coisas. Todas elas se conhecem… Vai ser estranho.
— Ah, não, Mel. Não quero ir sozinho nessa festa.
— Bom… talvez se você encontrasse alguém para levar a Lua na festa. — disse ela, olhando para mim e depois para o Arthur. Arthur ergueu uma sobrancelha e Chay balançou a cabeça em negativa.
— O Arthur não vai em festa de casais. É o tipo de festa em que você leva à namorada… e o Arthur não… você sabe. — Melanie deu de ombros.
— A gente podia arranjar alguém pra ir com ela. — Franzi os olhos para ela.
— Eu estou escutando, sabia? Melanie fez a cara para a qual sabia que eu não conseguia dizer não.
— Por favor, Lua. A gente vai achar um cara legal e divertido, e eu te garanto que vai ser um gato. Juro que você vai se divertir! Quem sabe você até fique com ele… — Arthur jogou a frigideira na pia.
— Eu não disse que não vou levar a Lua na festa. — Revirei os olhos.
— Não me faça nenhum favor, Arthur.
— Não foi isso que eu quis dizer, Flor. Festas de casais são para os caras com namorada, e todo mundo sabe que eu não namoro. Mas não vou ter que me preocupar com a possibilidade de você esperar um anel de noivado depois da festa. — Melanie fez biquinho.
— Por favor, por favor, Lua!
— Não olhe pra mim desse jeito! — reclamei. — O Arthur não quer ir, eu não quero ir… Não vamos nos divertir. — Arthur cruzou os braços e se apoiou na pia.
— Eu não disse que não queria ir. Acho que seria divertido se nós quatro fôssemos. — ele deu de ombros.
Todos me olharam, e me encolhi.
— Por que não ficamos por aqui? — Melanie fez biquinho e Chay se inclinou para frente.
— Porque eu tenho que ir, Lua. Sou calouro. Tenho que garantir que tudo corra direitinho na festa, que todo mundo tenha uma cerveja na mão, coisas do tipo.
Arthur cruzou a cozinha e envolveu meus ombros com o braço, me puxando para o lado dele.
— Vamos lá, Flor. Você vai comigo à festa? — Olhei para a Melanie, depois para o Chay e, por fim, para o Arthur.
— Vou. — suspirei. Melanie soltou um gritinho e me abraçou. Depois senti a mão do Chay nas minhas costas.
— Valeu, Lua! — ele disse.

Hello Hello :)


Voltei, meninas! Desculpem o sumiço, mais é que essa virada de ano foi uma loucura aqui em casa hahaha. 
Quero desejar a todas vocês, minhas leitoras lindas! Feliz 2016, que Deus abençoe vocês e suas famílias grandemente, e que esse ano traga, muitas felicidades, realizações, sucesso, saúde, paz, amor e união. E que continuemos juntas, firme e forte! Amo Vocês <3


Eai, sentiram falta da fic? Comentem aí

Com mais 10 comentários, posto o próximo capítulo.

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