Belo Desastre - CAP. 27

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Belo Desastre



Capítulo 27 : Embalos a dois (Parte 2)

Arthur ficou de fora nas últimas rodadas, observando os irmãos lutarem para recuperar o dinheiro deles. Mão após mão, eu recolhia todas as fichas, e Thomas começou a me observar com mais atenção. Toda vez que eu abria minhas cartas na mesa, Arthur e Jim davam risada, Taylor xingava, Tyler proclamava amor eterno por mim e Trent tinha uma crise de raiva. Troquei minhas fichas por dinheiro e dei cem dólares para cada um assim que fomos para a sala de estar. Jim recusou, mas os irmãos aceitaram, gratos. Arthur me agarrou pela mão e caminhamos até a porta. Eu podia ver que ele estava emburrado, então apertei seus dedos nos meus.
— Que foi?
— Você acabou de distribuir quatrocentos dólares, Flor! — ele franziu a testa.
— Se fosse noite de póquer na Sig Tau, eu ficaria com o dinheiro, mas não posso roubar seus irmãos quando acabei de conhecê-los.
Eles teriam ficado com o seu dinheiro! — ele disse.
— E eu não teria perdido um segundo de sono por causa disso. — disse Taylor.
Thomas me encarava em silêncio do canto da sala.
Por que você fica encarando a minha garota, Tommy?
Qual é mesmo o sobrenome dela? — Thomas quis saber.
Alternei meu peso entre uma perna e outra, nervosa. Minha mente buscava freneticamente algo espirituoso ou sarcástico para dizer a fim de fugir da pergunta. Em vez disso, fiquei mexendo nas unhas, me xingando em silêncio. Eu devia saber que não valia a pena ganhar todas aquelas mãos seguidas. Thomas tinha sacado. Eu podia ver nos olhos dele. Percebendo minha inquietação, Arthur se virou para o irmão e colocou o braço em volta da minha cintura. Eu não sabia ao certo se ele estava me protegendo ou se preparando para o que o irmão ia dizer. Arthur se mexia, visivelmente incomodado com a pergunta.
— É Blanco. O que você tem com isso?
— Posso entender por que você não ligou os pontos antes, Arthur, mas agora não tem mais desculpa. — disse Thomas, com um ar presunçoso.
— De que merda você está falando? — Arthur quis saber.
— Por acaso você é parente do Mick Blanco? — Thomas me perguntou.
Todas as cabeças se viraram na minha direção, e mexi no cabelo, nervosa.
— Como você conhece o Mick?
Arthur entortou a cabeça para me olhar nos olhos.
— Ele é só um dos melhores jogadores de pôquer que já existiram. Você conhece?
Eu me encolhi, sabendo que não tinha mais saída a não ser dizer a verdade.
— Ele é meu pai.
A sala inteira explodiu.
— NÃO ACREDITO!
— EU SABIA!
— ACABAMOS DE JOGAR PÔQUER COM A FILHA DO MICK BLANCO!
— MICK BLANCO! PUTA MERDA!
Thomas, Jim e Arthur eram os únicos que não estavam gritando.
— Eu falei pra vocês que era melhor eu não jogar. — eu disse.
— Se você tivesse dito que era filha do Mick Blanco, acho que gente teria te levado mais a sério. — disse Thomas.
Olhei para Arthur, que me encarava, espantado.
— Você é a Lucky Thirteen? — ele me perguntou, com os olhos ainda um pouco turvos.
Trenton se levantou e apontou para mim, boquiaberto.
— A Lucky Thirteen está na nossa casa! Não é possível! Eu não acredito nisso!
— Esse foi o apelido que os jornais me deram. Mas a história não foi exatamente aquela. — eu disse, inquieta.
Preciso levar a Lua pra casa, pessoal. — disse Arthur, ainda me encarando.
Jim me espiava por cima dos óculos.
Por que não foi exatamente aquela?
Eu não roubei a sorte do meu pai. Tipo, isso é ridículo. — dei uma risada abafada, torcendo o cabelo, nervosa, em volta do dedo.
Thomas balançou a cabeça.
— Não, o Mick deu aquela entrevista. Ele disse que, à meia-noite do seu aniversário de treze anos, a sorte dele secou.
— E a sua nasceu. — Arthur acrescentou.
— Você foi criada por mafiosos. — disse Trent, sorrindo de animação.
— Hum… não. Eles não me criaram. Eles só… estavam sempre por perto.
— Aquilo foi um absurdo, o Mick jogar o seu nome na lama daquele jeito em todos os jornais. Você era só uma criança. — disse Jim, balançando a cabeça.
— Na verdade, foi sorte de principiante. — eu disse, tentando desesperadamente ocultar minha humilhação.
— Você aprendeu com Mick Blanco. — ele parecia incrédulo. — Você jogava com profissionais, e ganhava aos treze anos de idade, pelo amor de Deus! — Ele olhou para Arthur e abriu um sorriso. — Não aposte contra ela, filho. Ela não perde.
Arthur olhou para mim, com a expressão ainda de choque e desorientação.
Hum… a gente precisa ir, pai. Tchau, pessoal.
A conversa animada da família foi sumindo conforme ele me puxava para fora, em direção à moto. Torci o cabelo em um coque e fechei o zíper do casaco, esperando que ele falasse algo. Ele subiu na moto sem dizer nada, e sentei de pernas abertas atrás. Eu tinha certeza de que ele sentia que eu não tinha sido honesta, e provavelmente estava constrangido por ter descoberto uma parte tão importante da minha vida ao mesmo tempo em que sua família. Eu esperava uma tremenda briga quando chegássemos ao apartamento, e dezenas de pedidos de desculpas passaram pela minha cabeça antes de alcançarmos a porta da frente. Ele me conduziu pelo corredor, segurando minha mão, e depois me ajudou com o casaco. Puxei o nó cor de castanho no alto da cabeça e meus cabelos caíram nos ombros em ondas espessas.
— Eu sei que você está com raiva. — falei, incapaz de olhar nos olhos dele. — Desculpa não ter te contado antes, mas não gosto de falar disso.
— Com raiva? — ele disse. — Estou com tanto tesão que nem consigo enxergar direito. Você acabou de roubar o dinheiro dos babacas dos meus irmãos sem nem pestanejar, ganhou status de lenda com meu pai e tenho certeza que perdeu de propósito a aposta que fizemos antes da minha luta.
— Eu não diria isso…
Ele ergueu o queixo.
— Você achou que ia ganhar?
— Bom… não, não exatamente. — falei, tirando os sapatos.
Arthur sorriu.
— Então você queria ficar aqui comigo. Acho que acabei de me apaixonar por você de novo.
— Como você pode não estar bravo comigo? — perguntei, jogando os sapatos no armário.
Ele suspirou e assentiu.
— Isso é importante, Flor. Você devia ter me contado, mas eu entendo por que não contou. Você veio pra cá pra fugir de tudo aquilo. É como se o céu tivesse clareado… tudo faz sentido agora.
— Bom, isso é um alívio.
— Lucky Thirteen. — disse ele, balançando a cabeça e tirando minha camiseta.
— Não me chama assim, Arthur. Não é uma coisa boa.
— Você é famosa, Beija-Flor! — ele exclamou, surpreso com minhas palavras.
Então desabotoou minha calça jeans e a puxou para baixo, até os tornozelos, me ajudando a tirá-la.
— Meu pai passou a me odiar depois disso. Ele ainda me culpa por todos os problemas dele.
Arthur arrancou a camiseta e me abraçou.
— Ainda não acredito que a filha do Mick Blanco está parada na minha frente. Fiquei com você esse tempo todo e não fazia a mínima ideia.
Empurrei-o para longe.
— Eu não sou a filha do Mick Blanco, Arthur! Foi isso que eu deixei pra trás. Sou a Lua. Apenas a Lua! — falei, indo até o armário, de onde peguei uma camiseta para vestir.
Ele suspirou.
— Desculpa. Estou um pouco mexido por causa da sua fama.
— Sou só eu! — estirei a palma da mão no peito, desesperada para que ele me entendesse.
Tá, mas…
— Mas nada. Está vendo como você está me olhando agora? Foi exatamente por isso que eu não te contei. — Fechei os olhos. — Eu nunca mais vou viver daquele jeito, Arthur. Nem com você.
— Eita! Calma, Beija-Flor. Não vamos nos deixar levar pela emoção. — Seus olhos encontraram foco e ele veio até mim e me envolveu nos braços. — Não importa o que você foi ou o que você não é mais. Eu só quero você.
— Acho que temos isso em comum, então.
Ele me levou até a cama, sorrindo.
— Somos eu e você contra o mundo, Flor.
Eu me enrosquei ao lado dele, me ajeitando no colchão. Eu nunca tinha planejado que ninguém mais, além de mim mesma e da Melanie, soubesse do Mick e nunca esperei que meu namorado pertencesse a uma família de fissurados por póquer. Meu peito subiu e desceu com um suspiro pesado, e pressionei o rosto contra ele.
— Qual é o problema? — ele me perguntou.
— Eu não quero que ninguém saiba, Thur. Não queria nem que você soubesse.
— Eu te amo, Lua. Não vou mais tocar nesse assunto, tá? Seu segredo está a salvo comigo. — ele disse e me beijou na testa.
*
— Sr. Aguiar, o senhor poderia moderar até acabar a aula? — disse o professor Chaney, em reação às minhas risadinhas enquanto Arthur brincava com o nariz no meu pescoço.
Pigarreei, sentindo o rosto irradiar de vergonha.
— Acho que não, professor Chaney. O senhor já deu uma boa olhada na minha namorada? — disse Arthur, olhando para mim.
Risadas ecoaram por toda a sala, e meu rosto pegou fogo. O professor me olhou de relance com uma expressão meio divertida, meio esquisita, depois balançou a cabeça para Arthur.
Só faça o possível — disse.
A classe deu risada de novo, e me afundei no meu lugar. Arthur repousou o braço nas costas da minha cadeira e a aula continuou. Depois de sermos dispensados, ele me acompanhou até minha próxima aula.
— Desculpa se te envergonhei. Não consegui me conter.
— Da próxima vez, tenta.
Parker passou por nós e, quando respondi a seu aceno de cabeça com um educado sorriso, seus olhos se iluminaram.
— Oi, Lua. Vejo você lá dentro.
Ele foi andando e entrou na sala. Arthur o fuzilou com o olhar por poucos, mas tensos instantes.
— Ei! — puxei a mão dele até que olhasse para mim. — Esquece o Parker.
— Ele anda dizendo pros caras na Casa que você ainda liga pra ele.
— Isso não é verdade. — falei, sem me incomodar.
— Eu sei disso, mas eles não sabem. Ele disse que está só esperando. Ele falou pro Brad que você só está aguardando o momento certo para me dar um pé na bunda, e que você liga pra ele pra dizer como está infeliz comigo. Ele está começando a me deixar de saco cheio.
— Ele tem uma imaginação e tanto.
Olhei de relance para Parker e, quando ele percebeu e sorriu, fulminei com o olhar.
— Você vai ficar brava se eu te fizer passar vergonha mais uma vez?
Dei de ombros, e Arthur não perdeu tempo e me levou para dentro da sala. Ele parou ao lado da minha carteira, colocando minha bolsa no chão. Olhou para Parker e me puxou para si, com uma das mãos na minha nuca e a outra nas minhas costas, e então me beijou profundamente e com determinação. Ele roçava os lábios nos meus da forma como fazia apenas quando estávamos a sós. Não pude evitar e agarrei a camiseta dele com ambas as mãos. Os murmúrios e as risadinhas ficaram mais altos quando se tornou claro que Arthur não me soltaria tão cedo.
— Acho que ela acabou de engravidar. — disse alguém do fundo da sala, rindo.
Eu recuei ainda de olhos fechados, tentando me recompor. Quando olhei para Arthur, ele tinha o olhar fixo em mim, com o mesmo controle forçado.
— Eu só estava tentando provar uma coisa. — ele sussurrou.
— Que ótimo. — assenti.
Arthur sorriu, beijou meu rosto e depois olhou para Parker, que estava espumando de raiva.
— Vejo você na hora do almoço. — ele piscou.
Caí na cadeira e soltei um suspiro, tentando me livrar da sensação de formigamento entre as pernas. Quase não consegui me concentrar na aula de cálculo. Quando ela acabou, percebi que Parker estava parado perto da porta, encostado na parede.
— Parker. — eu o cumprimentei com um aceno de cabeça, determinada a não reagir do modo como ele esperava.
— Eu sei que vocês estão juntos. Ele não precisa te violentar na frente da classe inteira por minha causa.
Fiquei paralisada e parti para o ataque.
— Então talvez você devesse parar de falar pros caras da fraternidade que eu fico te ligando. Você está forçando demais a barra, e eu não vou ter dó de você quando ele acabar com a sua raça.
Ele torceu o nariz.
— Olhe o que você está dizendo. Está passando tempo demais com o Arthur.
— Não, essa sou eu. É apenas um lado meu que você não conhece.
— Você não me deu exatamente uma chance de te conhecer, não foi?
Suspirei.
— Não quero brigar com você, Parker. Só não deu certo, tá bom?
— Não, não está bom. Você acha que eu gosto de ser motivo de piada na Eastern? Arthur Aguiar é o cara que todos nós gostamos, porque ele nos faz ficar bem na fita. Ele usa as garotas, depois as joga fora, e até os maiores babacas da Eastern parecem o Príncipe Encantado comparados a ele.
— Quando você vai abrir os olhos e perceber que ele mudou?
— Ele não te ama, Lua. Você é só um brinquedinho novo e reluzente. Se bem que, depois da cena que ele fez na sala de aula, acho que você já está bem usada.
Dei um tapa na cara dele antes de me dar conta do que tinha feito.
— Se você tivesse esperado dois segundos, eu teria lhe poupado o esforço, Flor. — disse Arthur, me puxando para trás dele.
Eu o segurei pelo braço.
— Não, Arthur.
Parker parecia um pouco nervoso, enquanto a marca perfeita da minha mão aparecia, vermelha, em sua face.
— Eu te avisei. — disse Arthur, empurrando-o violentamente contra a parede.
O maxilar de Parker ficou tenso e ele olhou para mim com ódio.
— Considere isso um encerramento, Arthur. Posso ver agora que vocês dois foram feitos um para o outro.
— Valeu. — disse Arthur, enganchando o braço em volta dos meus ombros.
Parker desencostou da parede e desceu rapidamente as escadas, olhando de relance para trás para se certificar de que Arthur não o seguia.
— Você está bem? — Arthur quis saber.
— Minha mão está ardendo.
Ele sorriu.
— Aquilo foi demais, Flor. Estou impressionado.
— Ele provavelmente vai me processar, e eu vou acabar pagando a entrada dele em Harvard. O que você está fazendo aqui? Achei que a gente ia se encontrar no refeitório.
Um canto de sua boca se ergueu em um sorriso malicioso.
— Não consegui me concentrar na aula. Ainda estou sentindo aquele beijo.
Olhei para o corredor e depois para ele.
— Vem comigo.
Ele juntou as sobrancelhas e sorriu.
— O quê?
Dei uns passos para trás, arrastando-o comigo, até sentir a maçaneta do laboratório de física. A porta se abriu. Olhei de relance para trás e vi que o lugar estava vazio e escuro. Puxei-o pela mão, rindo de sua expressão confusa, e depois tranquei aporta, empurrando-o de encontro a ela.
Eu o beijei e ele riu baixinho.
— O que você está fazendo?
— Não quero que você não consiga se concentrar na aula. — falei, beijando-o de novo.
Ele me ergueu e o envolvi com as pernas.
— Não sei o que eu fiz até hoje sem você, — ele disse, segurando-me com uma das mãos e abrindo o cinto com a outra. — mas não quero nunca descobrir. Você é tudo que eu sempre quis, Beija-Flor.
— Só se lembre disso quando eu tirar todo o seu dinheiro no próximo jogo de pôquer. — falei, tirando a camiseta.

Hello Hello :)

Bom dia, meninas! 
Que casal fogoso gente, hahaha.
Até que enfim, Parker teve o que merece.

Gente, hoje mais cedo eu vim postar e tinha bastante visualizações e pouco comentários. Vocês não estão gostando da fic? Senão tiverem, eu posso parar de postar. Não deixem de comentar por favor, eu gosto de saber o que vocês estão achando.


Com mais 10 comentários, posto o próximo capítulo.




16 comentários:

  1. Que fogo esses dois! Parker teve o que merecia!

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  2. N para n moça eu amo essa fic

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  3. Até que enfim o Parker teve o que merece tomara que agora fique longe dos dois e que eles possam ser felizes

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  4. Uma das webs mais perfeitas q eu já li!
    Amando!

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  5. Parker mereceu!!! LuAr safadenhos kkkkkkk os irmãos do Thur descobrindo sobre a Lua kkkkkkk posta maisss

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  6. Parker mereceu!!! LuAr safadenhos kkkkkkk os irmãos do Thur descobrindo sobre a Lua kkkkkkk posta maisss

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  7. Toma Parker agora tu teve o que merece ;)
    LuAr vcs são muito fogosos até em local de estudo :)
    Para de postar não flor :)

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  8. Bem feito para o parker!
    Lua e arthur safadinhos

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  9. Descobriram o pai da Lua! Bem feito pro Parker, teve oq tava merecendo desde o começo!
    Lua e Arthur num fogo
    Helena

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  10. Estou amando adoroo casal fogoso e cheio de amor ♥♥

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  11. Não faça isso, moça!
    Que fogo, hein Blanco?! Parker bye bye, baby, não encha mais o saco, flw?

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  12. N para de postar n ,essa web é perfeita."Amei amei amei" kkkk esses dois estão mt safadenhos kkkkk

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  13. Esses Dois tem um fogo em hahaha.
    Esse Paker teve oq merece ,q cara idiota,Lua Mando bem hahaha.Ja quero outro *--*

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