Belo Desastre
Capítulo 16 : Dezenove
— Lua? — disse Chay, batendo na porta. — A Mel vai
fazer umas coisas na rua, e ela pediu pra eu te falar, caso você precise sair
também.
Arthur não tinha tirado os olhos dos meus.
— Flor?
— Ah, sim. — respondi ao Chay. — Tenho umas coisas pra resolver.
— Tudo bem, então ela te espera. — ele disse, e seus
passos foram sumindo no corredor.
— Flor? — Peguei algumas coisas no armário e passei por Arthur.
— Podemos conversar sobre isso depois? Tenho muita
coisa para fazer hoje. —
respondi.
— Claro. — ele disse, com um sorriso forçado.
Foi um alívio fugir até o banheiro. Entrei e fechei
rapidamente a porta. Ainda me restavam duas semanas ali no apartamento, e não
tinha como adiar aquela conversa — pelo menos, não durante tanto tempo assim.
A parte lógica do meu cérebro insistia que Parker
fazia meu tipo: atraente, inteligente e interessado em mim. Eu não conseguia
entender por que me importava tanto com Arthur. Qualquer que fosse o motivo,
isso estava nos levando à loucura. Eu me sentia dividida em duas: a pessoa
dócil e educada que eu era com Parker, e a pessoa confusa, irritada e frustrada
em que me transformava quando estava perto de Arthur. E a faculdade inteira
tinha visto Arthur passar de imprevisível para quase volátil.
Eu me vesti com rapidez, deixando os meninos para ir
até o centro da cidade com Melanie, ela me contou, entre risadinhas, sua
aventura sexual com Chay de manhã, e escutei assentindo quando achava que
devia. Estava difícil me concentrar no assunto com os diamantes da minha
pulseira criando pequenos pontos de luz no teto do carro, fazendo com que eu me
lembrasse da escolha diante da qual eu de repente me encontrava. Arthur queria
uma resposta, e eu não a tinha.
— Tudo bem, Lua. O que está acontecendo? Você anda quieta.
— Esse lance com o Arthur… é uma confusão.
— Por quê? — ela me perguntou, e seus óculos de sol se
elevaram um pouco quando ela torceu o nariz.
— Ele me perguntou o que estamos fazendo.
— E o que vocês estão fazendo? Você está com o Parker
ou não?
— Eu gosto dele, mas faz só uma semana. Não estamos
namorando sério ou algo do tipo.
— Você sente algo pelo Arthur, não é?
Balancei a cabeça em negativa.
— Eu não sei como me sinto em relação a ele. É só que
não vejo isso acontecendo, Mel. Ele não é coisa boa.
— Nenhum de vocês assume o que sente, esse é o
problema. Vocês têm tanto medo do que pode acontecer que estão lutando contra
isso com unhas e dentes. Tenho certeza que, se você olhasse nos olhos de Arthur
e dissesse que o quer, ele nunca mais olharia para outra mulher.
— Você tem certeza disso?
— Sim. Tenho informações privilegiadas, lembra? —
Parei de falar por um instante. Arthur vinha
conversando com o primo sobre mim, mas Chay não encorajaria nosso
relacionamento contando coisas para Melanie. Ele sabia que ela me contaria, o
que me levava à uma conclusão possível: Melanie tinha ouvido os dois
conversarem. Eu queria perguntar o que eles tinham dito, mas achei melhor não
fazer isso.
— Mais cedo ou mais tarde haverá um coração partido
nessa história. — falei, balançando a cabeça. — Não acho que ele seja capaz de
ser fiel.
— Ele não era capaz de ser amigo de uma mulher também,
vocês dois chocaram a Eastern inteira com a amizade de vocês.
Passei o dedo na pulseira e suspirei.
— Eu não sei. Não me incomodo com a forma como as
coisas estão agora. Podemos ser apenas amigos.
Melanie balançou a cabeça.
— Só que vocês não são apenas amigos. — ela suspirou.
— Quer saber de uma coisa? Estou cheia dessa conversa. Vamos arrumar o cabelo e
fazer maquiagem. Vou comprar uma roupa nova para você usar no seu aniversario.
— Acho que é exatamente disso que eu preciso. — falei.
Depois de horas de manicure, pedicure, escova,
depilação e maquiagem, coloquei meus brilhantes sapatos de salto alto amarelos
e meu novo vestido cinza.
— Agora sim! Essa é a Lua que eu conheço e adoro! —
Melanie disse, rindo e balançando a cabeça em aprovação para o meu visual. —
Você tem que usar essa roupa na festa amanhã.
— Não era esse o plano? — falei, com um sorriso
convencido.
Meu celular tocou na bolsa e o levei ao ouvido.
— Alô?
— Está na hora do jantar! Para onde vocês duas
fugiram? — disse Arthur.
— Nos demos ao luxo de ser mimadas hoje. Você e o Chay
sabiam comer antes de aparecermos. Tenho certeza que ainda conseguem.
— Não brinca! A gente se preocupa com vocês, sabia?
Olhei para Melanie e sorri.
— Estamos bem.
— Diga a ele que eu devolvo você em breve. Tenho que
parar na casa do Brazil para pegar umas anotações para o Chay, e depois vamos
pra casa.
— Ouviu? — perguntei a ele.
— Ouvi. A gente se vê depois então, Flor.
Fomos em silêncio até onde Brazil morava. Melanie
desligou o motor do carro e ficou encarando o prédio à nossa frente. O fato de
Chay pedir que ela passasse por ali me surpreendeu, estávamos a uma quadra do
apartamento deles.
— Qual é o problema, Mel?
— O Brazil me dá arrepios. Da última vez que vim aqui
com o Chay, ele ficou dando em cima de mim.
— Bom, eu entro com você. Se ele ousar sequer piscar
para você, enfio meu salto no olho dele, tá?
Ela sorriu e me abraçou.
— Obrigada, Lua!
Fomos andando até os fundos do prédio, e Melanie
respirou fundo antes de bater à porta. Ficamos esperando, mas ninguém apareceu.
— Acho que ele não está. — comentei.
— Está sim. — ela disse, irritada. Bateu na madeira
com a lateral do punho cerrado e então a porta se abriu com tudo.
— FELIZ ANIVERSÁRIO! — a galera reunida ali dentro
gritou.
O teto estava cheio de bexigas pretas e cor-de-rosa,
com longos fios prateados pendendo sobre a cabeça dos convidados. O pessoal
dispersou e Arthur veio andando na minha direção com um sorriso, segurando meu
rosto e me beijando na testa.
— Feliz aniversário, Beija-Flor.
— Mas é só amanhã! — falei.
Ainda em estado de choque, tentei sorrir para todo
mundo que nos cercava.
Arthur deu de ombros.
— Bom, já que te avisaram sobre a festa, tivemos que
fazer umas alterações de última hora para surpreender você. Surpresa?
— Muito! — falei, enquanto Finch me abraçava.
— Feliz aniversário, querida! — disse Finch, beijando
meus lábios.
Melanie me cutucou com o cotovelo.
— Ainda bem que eu consegui te arrastar comigo hoje,
senão você estaria com cara de bunda!
— Você está linda. — disse Arthur, analisando meu vestido.
Brazil me abraçou, pressionando o rosto contra o meu.
— Espero que você saiba que esse papo da Melanie de
que “o Brazil me dá arrepios” foi só para fazer você entrar aqui.
Olhei para Melanie, que deu risada.
— Funcionou, não é?
Assim que todo mundo me abraçou e me desejou feliz
aniversário, me inclinei para falar ao ouvido de Melanie:
— Cadê o Parker?
— Ele vai vir mais tarde. — ela respondeu num sussurro. — O Chay só conseguiu
falar com ele sobre a mudança de planos hoje à tarde.
Brazil aumentou o volume do aparelho de som, e todo
mundo vibrou.
— Vem cá, Lua! — ele disse, indo até a cozinha. Então
alinhou diversos copinhos no balcão e pegou a tequila do bar. — Feliz
aniversário do time de futebol, garotinha. — ele sorriu, enchendo cada copo até
a borda com tequila Patrón. — É assim que comemoramos aniversários: você faz
dezenove anos e vira dezenove doses de tequila. Você pode beber ou dar pra
alguém, mas, quanto mais beber, mais dessas aqui você ganha. — disse ele,
mostrando várias notas de vinte dólares em leque.
— Ai, meu Deus! — gritei.
— Bebe tudo, Flor! — disse Arthur.
Olhei em dúvida para Brazil.
— Ganho uma nota de vinte para cada dose de tequila
que beber?
— Isso mesmo, peso leve. Calculando pelo seu tamanho,
acho que vamos perder só umas sessenta pratas até o fim da noite.
— Refaça as contas, Brazil. — falei, pegando o
primeiro dos copinhos.
Coloquei-o nos lábios, inclinei a cabeça para trás
para esvaziá-lo e o joguei na outra mão.
— Caramba! — exclamou Arthur.
— Isso é um desperdício, Brazil — falei, limpando os
cantos da boca.
— A gente vira Jose Cuervo, não Patrón.
O sorriso convencido sumiu de seu rosto, e ele
balançou a cabeça e deu de ombros.
— Vai fundo então. Tenho a carteira de doze jogadores
de futebol aqui que dizem que você não consegue virar dez doses.
Estreitei os olhos e falei:
— O dobro ou nada, e eu consigo beber quinze.
— Uau! — gritou Chay. — Só não pode ir pro hospital no
dia do seu aniversário, Lua!
— Ela consegue. — disse Melanie, com o olhar fixo em Brazil.
— Quarenta pratas por copo virado? — disse Brazil, sem
parecer muito seguro.
— Está com medo? — perguntei.
— É claro que não! Eu te dou vinte por copo e, quando
você chegar em quinze, duplico o total.
— É assim que se comemoram aniversários no Kansas. —
falei, virando outra dose.
Uma hora e três copos de tequila depois, eu estava na
sala de estar dançando com Arthur. A música era uma balada de rock e ele ficou
falando a letra para mim, só mexendo os lábios, enquanto dançávamos. Ele me
abraçou e me curvou até o chão no fim do primeiro refrão, e deixei os braços
caírem para trás. Ele me levantou de novo e soltei um suspiro.
— Você não vai poder fazer isso quando eu estiver no
décimo copo. — falei, dando uma risadinha.
— Já falei que você está incrível?
Fiz que não e o abracei, repousando a cabeça em seu
ombro. Ele me apertou, enterrando o rosto no meu pescoço e fazendo com que eu
esquecesse decisões, pulseiras ou personalidades divididas. Eu estava
exatamente onde queria estar. Quando o ritmo da música deu lugar a uma batida
mais rápida, a porta se abriu.
— Parker! — chamei, correndo para ir abraçá-lo. —Você
veio!
— Desculpa pelo atraso, Lu. — disse ele, me dando um selinho.
— Obrigada. — falei, vendo de canto de olho que Arthur nos
encarava.
Parker ergueu meu pulso.
— Você está usando a pulseira.
— Eu falei que ia usar. Quer dançar?
Ele balançou a cabeça em negativa.
— Hum… eu não danço.
— Ah. Então quer me ver virando a sexta dose de
tequila? — falei sorri, erguendo minhas cinco notas de vinte. — Ganho o dobro
se conseguir chegar a quinze.
— Isso é meio perigoso, não é?
Eu me inclinei para falar ao ouvido dele.
— Estou enrolando eles. Eu brincava disso com o meu
pai desde os dezesseis anos.
— Ah. —
ele disse franzindo a testa em desaprovação. — Você bebia tequila com o seu
pai?
Dei de ombros.
— Era o jeito dele de se aproximar de mim.
Parker não parecia impressionado quando seu olhar
desviou do meu para analisar a galera ali reunida.
— Não posso ficar muito tempo. Vou acordar cedo para
viajar com o teu pai. Vamos caçar.
— Que bom que a minha festa foi hoje então. Se fosse
amanhã, você não teria conseguido vir. — falei, surpresa ao tomar conhecimento
de seus planos.
Ele sorriu e me pegou pela mão.
— Eu teria conseguido voltar a tempo.
Eu o puxei até a cozinha, peguei outro copo de tequila
e o virei, baixando-o no balcão com a boca virada para baixo, como tinha feito
com os cinco anteriores. Brazil me entregou mais uma nota de vinte, e fui
dançando até a sala. Arthur me puxou e dançamos com Melanie e Chay. Chay me deu
um tapa no bumbum. Melanie deu um segundo, depois todos que estavam na festa
fizeram o mesmo, menos Parker.
No número dezenove, Arthur esfregou as mãos.
— Minha vez!
Esfreguei o bumbum dolorido.
— Pega leve! Já estou com dor na bunda!
Com um sorriso maldoso, ele levou a mão bem acima do
ombro.
Meninas, desculpem não ter postado mais, é que eu sai e só cheguei agora. Se tiver comentários, posto mais hoje, ou se não, posto só amanhã.
Ehhhh, Lua ganhou festa surpresa do Arthur, que fofo *-*
Como será que vai terminar isso tudo?
Vish, quero só ver como vai ser o tapa do Arthur na bunda da Lua kkkkkk.
Parker, atrapalho o momentos dos dois '-'
Alguém ai, ainda quer Lua e Parker, ou não mais?
Com mais 10 comentários, posto o próximo capítulo.
Parker e Lua não! Nem pensaaaaar!!
ResponderExcluirSó quero ver o tapa do Arthur na Flor hausususushus
Que todooooo!! Posta mais pleses ++++++
ResponderExcluirPosta mais
ResponderExcluirPosta mais
ResponderExcluirLua e Arthur tem que ficar juntos logo
ResponderExcluirPosta ++++++++
ResponderExcluirEstou odiando esse Parker esta atrapalhado luar.To doida pra ver o tapa que o Arthur vai dar na Lua 😏😏😏
ResponderExcluirLua tem que largar o Parker, não sei por que mas não gosto dele! Kkkkk
ResponderExcluirby: Naat
Posta maiiiiisssssssss
ResponderExcluirviic
Posta mais hoje, POR FAVOOOOOOOR!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirDa pra fazer esse Parker sumi não cara chato 😡😡😡
ResponderExcluirNão mais de jeito nenhum kk
ResponderExcluirEstou adorando , mas qero luar logo e que o parker suma
ResponderExcluirParker só atrapalha, quero só ver esse tapa que o Arthur vai dar!! Posta maaais
ResponderExcluirHelena
Odiando esse Parker!Arthur vai ser fofo?Continua Brenda <3 Estou amando mt e essa versão luar eh tão boa quanto o livro !
ResponderExcluir