Belo Desastre - CAP. 12

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Belo Desastre



Capítulo 12 : Parker Hayes

— Pode entrar. — falei, ao ouvir alguém batendo à porta.
Arthur ficou paralisado na entrada.
— Uau! Sorri e olhei para o meu vestido, um tomara que caia curtinho que, admito, era a roupa mais ousada que eu já tinha usado. O tecido do vestido era fino, preto e transparente, com um forro cor da pele. Parker estaria na festa, e eu queria chamar atenção.
— Você está incrível. — disse ele, quando coloquei os sapatos de salto alto. Fiz um aceno com a cabeça, aprovando o visual dele também, camisa social branca e calça jeans.
— Você também está legal. — As mangas da camisa dele estavam dobradas até os cotovelos, deixando à mostra as tatuagens intricadas dos antebraços. Quando ele colocou as mãos nos bolsos, notei que usava seu bracelete de couro preto predileto. Melanie e Chay esperavam por nós na sala de estar.
— O Parker vai ter um treco quando vir você. — disse Melanie, dando risadinhas enquanto Chay seguia na frente até o carro. Arthur abriu a porta e entrei no banco detrás do Charger do Chay. Embora já tivéssemos nos sentado lá inúmeras vezes antes, de repente pareceu esquisito ficar ao lado dele.
Havia várias filas de carros na rua, alguns estavam estacionados até no gramado da frente. A Casa estava a ponto de explodir com tantas pessoas, e ainda havia mais gente descendo a rua, vindo dos dormitórios. Chay estacionou nos fundos da Casa, e Melanie e eu seguimos os meninos.
Arthur me trouxe um copo de plástico vermelho cheio de cerveja, e então se inclinou para sussurrar algo ao meu ouvido.
— Não aceite cerveja de ninguém além de mim e do Chay. Não quero que ninguém coloque nada na sua bebida. — Revirei os olhos.
— Ninguém vai colocar nada na minha bebida, Arthur.
— Só não beba nada que não venha de mim, tá? Você não está mais no Kansas, Flor.
— Já ouvi essa antes. — falei em tom de sarcasmo, bebendo um gole da cerveja.
Uma hora havia se passado e nada de o Parker aparecer. Melanie e Chay dançavam ao som de uma música lenta na sala de estar quando Arthur me cutucou a mão.
— Quer dançar?
— Não, obrigada. — respondi.
Ele fez cara de decepção. Pus a mão no ombro dele e disse:
— Só estou cansada, Thur. — Ele colocou sua mão na minha e começou a falar, mas, quando olhei para frente, vi o Parker. Arthur notou a mudança na minha expressão e se virou.
— Oi, Lua! Você veio! — Parker abriu um sorriso.
— É, já estamos aqui faz mais ou menos uma hora. — falei, puxando a mão que estava debaixo da do Arthur.
— Você está incrível! — ele gritou, mais alto que a música.
— Obrigada! Abri um largo sorriso, olhando de relance para Arthur, que estava com os lábios tensos. Uma linha tinha se formado entre as sobrancelhas. Parker fez um aceno com a cabeça, indicando a sala de estar, e sorriu:
— Quer dançar? — Torci o nariz e balancei a cabeça.
— Não, estou meio cansada. — Então ele olhou para Arthur.
— Achei que você não viria.
— Mudei de ideia. — disse Arthur, irritado por ter que se explicar.
— Estou vendo. — disse Parker, olhando para mim. — Quer tomar um pouco de ar? Fiz que sim com a cabeça e subi as escadas atrás dele, que fez uma pausa nos degraus, esticando a mão para pegar a minha enquanto subíamos até o segundo andar. Quando chegamos ao topo da escada, abrimos a porta dupla que dava para a varanda.
— Está com frio? — ele me perguntou.
— Um pouquinho. — falei, sorrindo quando ele tirou a jaqueta para cobrir meus ombros. — Obrigada.
— Você veio com o Arthur?
— Viemos no mesmo carro. Parker abriu um largo sorriso e olhou para o gramado. Um grupo de garotas se aninhava, de braços dados para se proteger do frio. A grama estava cheia de papel crepom e latas de cerveja, além de garrafas vazias de bebidas destiladas. Em meio aquela bagunça, os integrantes da Sig Tau rodeavam sua obra-prima: uma pirâmide de barris de cerveja decorada com luzinhas brancas. Parker balançou a cabeça.
— Esse lugar vai estar detonado de manhã. A equipe de limpeza vai ter muito que fazer.
— Vocês têm uma equipe de limpeza?
— É... — ele sorriu. Que chamamos de calouros.
— Coitado do Chay.
— Ele não faz parte da equipe. Ele tem passe livre por ser primo do Arthur, além de não morar na Casa.
— Você mora na Casa? — Ele assentiu.
— Faz dois anos. Mas preciso arranjar um apartamento. Preciso de um lugar mais calmo para estudar.
— Deixe-me ver se adivinho… administração?
— Biologia, com especialização em anatomia. Tenho mais um ano pela frente, depois vou fazer a prova de admissão para medicina e, assim espero, entrar em Harvard.
— Você já sabe se entrou?
— Meu pai estudou em Harvard. Não tenho certeza, mas ele é um ex-aluno generoso, se é que você me entende. E minhas notas são legais, então tenho boas chances de conseguir uma vaga.
— Seu pai é médico? — Parker confirmou com um sorriso simpático.
— Cirurgião ortopédico.
— Impressionante.
— E você? — ele me perguntou.
— Não decidi ainda.
— Típica resposta de calouros. — Suspirei de um jeito dramático.
— Acho que acabei de destruir minhas chances de ser brilhante.
— Ah, você com certeza não tem que se preocupar com isso. Prestei atenção em você desde o primeiro dia de aula. O que uma caloura está fazendo em cálculo três? — Sorri e torci o cabelo em volta do dedo.
— Matemática é meio que fácil pra mim. Fui tão bem no ensino médio que fiz dois cursos de verão na Faculdade Estadual de Wichita.
— Uau, isso sim é impressionante. — disse ele.
Ficamos na varanda durante mais de uma hora, conversando sobre tudo, desde os restaurantes locais até como me tomei tão amiga do Arthur.
Eu não ia falar nada, mas vocês dois parecem ser o assunto do momento.
Que ótimo. — murmurei.
— É que é algo fora do comum para o Arthur. Ele não faz amizade com mulheres. Ao contrário, tende a transformá-las em inimigas.
— Ah, não sei não. Já vi várias sofrerem de perda de memória ou serem tolerantes demais em se tratando dele. — Parker riu. Os dentes brancos brilhavam em contraste com a pele bronzeada.
— As pessoas só não entendem o relacionamento de vocês. Você tem que admitir que a coisa é um pouco ambígua.
— Você está me perguntando se transo com ele? — Ele sorriu.
— Se transasse você não estaria aqui com ele. Conheço o Arthur desde os quatorze anos e sei muito bem como é que ele funciona, curioso em relação à amizade de vocês.
— Ela é o que é. — dei de ombros. — Saímos juntos, comemos, vemos televisão, estudamos e discutimos. É basicamente isso. — Parker riu alto, balançando a cabeça com a minha honestidade sobre o assunto.
— Ouvi dizer que você é a única pessoa que tem permissão de pôr o Arthur no lugar dele. É um título honrável.
— Seja lá o que isso signifique, ele não é tão mau quanto todo mundo pensa. — O céu ficou púrpura e então cor-de-rosa quando o sol irrompeu no horizonte. Parker olhou para o relógio e depois de relance por cima do parapeito da varanda, para a multidão que se dispersava no gramado.
— Parece que a festa acabou.
— É melhor eu ir ver onde estão o Chay e a Mel.
— Algum problema se eu levar você até em casa? — ele me perguntou. Tentei controlar a animação.
— Problema nenhum. Vou avisar a Melanie. — Cruzei a porta e depois me encolhi, receosa, antes de me virar. — Você sabe onde o Arthur mora? — Parker juntou as espessas e castanhas sobrancelhas.
— Sei sim, por quê?
— Porque estou ficando lá por um tempo. — falei, esperando para ver qual seria a reação dele.
— Você está ficando no apartamento do Arthur?
— Eu meio que perdi uma aposta, então vou passar um mês lá.
— Um mês?
— É uma longa história. — dei de ombros, envergonhada.
— Mas vocês são só amigos?
— Sim.
— Então eu levo você até o apartamento do Arthur. — ele disse e sorriu.
Desci as escadas rapidinho para encontrar Melanie e passei por Arthur, que estava mal-humorado, aparentemente irritado com a garota bêbada que conversava com ele. Arthur me seguiu até o corredor quando dei um puxão no vestido de Melanie.
— Vocês podem ir na frente. O Parker me ofereceu carona até em casa.
— O quê? — Melanie disse com o olhar animado.
— O quê? — Arthur bufou.
— Algum problema? — Melanie perguntou para ele. Ele olhou furioso para ela e depois me puxou para o canto, sem parar de mexer o maxilar.
— Você nem conhece o cara. — Soltei o braço da pegada dele.
— Isso não é da sua conta, Arthur.
— É lógico que é! Não vou deixar você pegar carona com um completo estranho. E se ele tentar fazer alguma coisa com você?
— Vai ser ótimo! Ele é uma graça. — A expressão contorcida no rosto de Arthur passou de surpresa para raiva, e me preparei para o que ele poderia dizer em seguida.
— Parker Hayes, Flor? Mesmo? Parker Hayes. — ele repetiu com desdém. — Que nome é esse? — Cruzei os braços.
— Para com isso, Thur. Você está sendo um imbecil. — Ele se inclinou na minha direção, parecendo perturbado.
— Mato o cara se ele encostar um dedo em você.
— Eu gosto dele. — falei, enfatizando cada palavra. Arthur parecia perplexo com a minha confissão, e então suas feições ganharam um ar sério.
— Tudo bem. Se ele acabar agarrando você no banco traseiro do carro e te forçar a fazer alguma coisa, não venha chorar para mim depois. — Fiquei boquiaberta, ofendida e furiosa.
— Não se preocupe, não farei isso. — falei, empurrando-o com o ombro. Arthur agarrou meu braço e suspirou, olhando para mim por cima do ombro.
— Eu não quis dizer isso, Flor. Se ele te machucar, se ele fizer com que você se sinta só um pouquinho constrangida, você me fala. — Minha raiva diminuiu, e meus ombros ficaram mais relaxados.
— Eu sei que você não quis dizer nada disso, mas você precisa dar um tempo nesse lance super-protetor e parar de bancar meu irmão mais velho. — Arthur deu risada.
— Não estou bancando o irmão mais velho, Flor. Nem de longe. — Parker apareceu e colocou as mãos nos bolsos, oferecendo-me o braço.
— Pronta?
Arthur cerrou o maxilar, e fui ficar do outro lado de Parker para distraí-lo da expressão no rosto de Arthur.
— Sim, vamos. Entrelacei meu braço no dele e caminhei um pouco a seu lado antes de me virar para me despedir de Arthur, que olhava com raiva para a nuca de Parker. Ele voltou rapidamente o olhar para mim e então ficou com uma expressão mais suave.
— Para com isso. — falei entre dentes, seguindo Parker até o carro dele, em meio ao que restava dos convidados na festa.
— O meu é o prateado. — Os faróis dianteiros piscaram duas vezes quando ele destravou o carro sem usar chave. Ele abriu a porta do lado do passageiro, e eu dei risada.
—Você tem um Porsche?
— Não é só um Porsche. É um Porsche 911 GT3. Tem uma diferença.
— Deixe-me adivinhar… Ele é o amor da sua vida? — falei, citando a declaração de Arthur sobre a moto dele.
— Não, isso aqui é um carro. O amor da minha vida será uma mulher com meu sobrenome. — Eu me permiti abrir um leve sorriso, tentando não ficar tocada além da conta com o que ele tinha acabado de dizer. Ele segurou minha mão para me ajudar a entrar no carro e, quando se sentou atrás do volante, inclinou a cabeça na minha direção e sorriu.
— O que você vai fazer hoje à noite?
— Hoje à noite? — perguntei.
— Ainda é de manhã. Quero convidar você para jantar antes que alguém passe na minha frente. — Um sorriso surgiu em meu rosto.
— Não tenho planos para hoje à noite.
— Pego você às seis, então?
— Tudo bem. — falei, olhando enquanto ele entrelaçava seus dedos nos meus.
Parker me levou direto até o apartamento de Arthur, no limite da velocidade, com a minha mão na dele. Estacionou atrás da Harley, e como tinha feito antes, abriu a porta para mim. Assim que chegamos ao patamar da escada, ele se inclinou para me dar um beijo no rosto.
— Descanse um pouco. A gente se vê hoje à noite. — ele sussurrou ao no meu ouvido.
— Tchau. — falei, girando a maçaneta.
Quando empurrei, a porta se abriu e fui com tudo para frente. Arthur me segurou pelo braço antes que eu caísse.
— Vai com calma aí, menina. — Eu me virei e vi Parker nos encarando com uma expressão de desconforto. Ele se inclinou e olhou para dentro do apartamento.
— Alguma garota humilhada e largada por aí precisando de carona? — Arthur olhou com ódio para ele.
— Não começa. — Parker sorriu e deu uma piscadinha.
— Estou sempre provocando o Arthur. Não consigo fazer isso mais com tanta frequência desde que ele percebeu que fica mais fácil se elas vierem de carro.
— Acho que isso simplifica as coisas. — falei, brincando com o Arthur.
— Não tem graça, Flor.
— Flor? — Parker perguntou.
— É, hum… abreviação de Beija-Flor. É só um apelido, não sei nem de onde surgiu. — falei.
Foi a primeira vez que me senti estranha em relação ao apelido que Arthur havia me dado na noite em que nos conhecemos.
— Você vai ter que me contar quando descobrir. Parece uma boa história. — Parker sorriu. — Boa noite, Lua.
— Você não quer dizer “bom dia”? — falei, olhando enquanto ele descia rápido as escadas.
— Isso também. — ele falou, com um doce sorriso.
Arthur bateu a porta com força. Tive que tirar rápido a cabeça do caminho, antes que a porta a prendesse.
— Que foi? — perguntei, irritada. Arthur balançou a cabeça e foi andando até o quarto. Fui atrás dele, dando pulinhos com um pé só para tirar o sapato de salto.
— Ele é legal, Thur. — Ele soltou um suspiro e veio andando até mim.
— Você vai se magoar. — disse, enganchando o braço na minha cintura com uma das mãos e tirando meus sapatos com a outra. Ele jogou os sapatos no armário, depois tirou a camiseta e foi para a cama.
Abri o zíper do vestido e fui deslizando-o até o quadril, depois o chutei no canto. Enfiei uma camiseta e abri o fecho do sutiã, tirando-o pela manga da blusa. Quando estava prendendo o cabelo em um coque no alto da cabeça, notei que ele me encarava.
— Tenho certeza que não há nada aqui que você já não tenha visto. — falei, revirando os olhos. Entrei debaixo das cobertas e me ajeitei no travesseiro, encolhendo-me como uma bola. Ele abriu a fivela do cinto e se livrou da calça jeans. Esperei um tempo enquanto ele ficava lá parado, sem falar nada. Eu estava de costas para ele e me perguntava o que ele estaria fazendo, em pé ao lado da cama, em silêncio. A cama balançou quando ele enfim se deitou ao meu lado. Senti meu corpo ficar tenso quando ele colocou a mão no meu quadril.
— Perdi uma luta essa noite. — ele me disse. — O Adam ligou e eu não fui.
— Por quê? — perguntei, me virando de frente para ele.
— Quis me certificar de que você chegaria bem em casa.
Torci o nariz.
— Você não tem que bancar minha babá. — Ele fez um traço imaginário com o dedo na extensão do meu braço, o que me deu arrepios na espinha.
— Eu sei. Acho que ainda me sinto mal pela outra noite.
— Eu já falei que não me importava. — Ele apoiou a cabeça no cotovelo, com uma expressão dúbia e a testa franzida.
— Foi por isso que você dormiu na sala? Porque não se importava?
— Eu não conseguia dormir depois que suas… amigas foram embora.
— Você dormiu muito bem na sala. Por que não conseguiu dormir comigo?
— Você quer dizer… do lado de um cara que fedia como as duas bêbadas que ele tinha acabado de mandar embora? Não sei! Que egoísta da minha parte!
Arthur se encolheu.

Isso já virou uma maratona, né meninas?! Vocês são muito viciadas, hahahaha.
Lua e Parker, é isso mesmo produção? 
Acho que a Lua, ainda está magoada com o Arthur por ele ter transando com aquelas mulheres na sala... Vamos ver aonde isso vai dá!

Com mais 10 comentários, posto o próximo capítulo.

15 comentários:

  1. Maaais Brenda vc viciou a gente mesmo kkk

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  2. Ansiosa será que vai rolar a lua com carinha!
    Ansiosa para o próximo

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  3. amei,amei,amei
    O Arthu por mais que esteja muito fofo dando uma de super protetor mereceu essa.
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  4. Brenda e essas webs maravilhosas, maaais ♥
    Julia

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  5. Quando Arthur ficar sabendo que Lua vai sair com Parker ele vai pirar
    Vc que nos deixa viciadas
    Helena

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  6. Já quero beijo de Lua e Parker

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  7. Olha , Vc devia postar a cada 5 min. Kkkkkkkk estou brincando !!
    Que web é essa ??? Tem certeza q é adaptada ? Se encaixa perfeitamente com Lua e Arthuuur !!! ❤❤

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  8. Já virou vício kkkk posta maiss

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  9. Esse lance da Lua e do Parker vai rolar ou vai enrolar ?? Quero ver o que o Arthur vai fazer se os dois(Lua e Parker) começarem a namorar,posta maiiiis

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  10. Parker é fofinho, mas não shippo ele com a Lua, nem pra fazer ciúmes no Arthur

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  11. Quero ver como o Arthur vai reajir quando descobrir que a lua vai jantar com o Parker,estou amando a web,muito boa,já conseguir ficar viciada kkkkk

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