Belo Desastre - CAP. 10

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Belo Desastre



Capítulo 10 : A aposta (Parte 2)

— Quero. Aposto que ele acerta um soco em você.
— E se ele não acertar? O que é que eu ganho? — ele me perguntou.
Dei de ombros enquanto a gritaria do outro lado da parede se transformava num rugido. Adam cumprimentou a multidão ali reunida e depois repassou as regras. A boca de Arthur se abriu em um largo sorriso.
Se você ganhar, fico sem sexo durante um mês. — Ergui uma sobrancelha e ele sorriu de novo. — Mas, se eu ganhar, você tem que passar um mês comigo.
— O quê? Já estou ficando lá de qualquer forma! Que tipo de aposta é essa? — perguntei, gritando em meio ao ruído.
— Eles consertaram as caldeiras do Morgan hoje. — disse Arthur, com um sorriso e uma piscadinha. Um riso sem graça aliviou minha expressão quando Adam chamou Arthur.
— Qualquer coisa é válida para tentar ver você em abstinência, pra variar. — Arthur me deu um beijo no rosto e foi andando, com um porte orgulhoso. Fui atrás dele e, quando passamos para a sala seguinte, fiquei assustada com a quantidade de gente reunida naquele espaço pequeno. Só havia lugar em pé, e os empurrões e a gritaria aumentaram quando entramos. Arthur assentiu na minha direção, e Adam pôs a mão no meu ombro e me puxou para seu lado. Eu me inclinei para falar ao ouvido dele:
— Duas no Arthur. Adam ergueu as sobrancelhas quando me viu puxar duas notas de cem do bolso. Ele estendeu a palma e bati com as notas na mão dele.
— Você não é a Poliana que achei que fosse. — ele falou, me olhando de cima a baixo.
Brady era pelo menos uma cabeça mais alto que Arthur, e engoli em seco quando os vi em pé, prontos para o combate, Brady era enorme, tinha duas vezes o tamanho de Arthur e era só músculos. Eu não conseguia ver a expressão no rosto de Arthur, mas era óbvio que Brady estava ali para derramar sangue. Adam aproximou os lábios de minha orelha e disse:
— Acho que você vai querer tampar os ouvidos, menina.
Coloquei as mãos em concha, uma em cada ouvido, e ele sinalizou o começo da luta com o megafone. Em vez de atacar, Arthur deu uns passos para trás. Brady desferiu um golpe, do qual ele se esquivou indo para a direita. O adversário atacou de novo, e Arthur abaixou a cabeça, desviando para o outro lado.
— Que merda é essa?! Isso não é uma luta de boxe, Arthur! — Adam gritou.
Arthur deu um soco no nariz de Brady. O barulho no porão era ensurdecedor. Arthur acertou um gancho de esquerda no maxilar do adversário, e levei as mãos à boca quando este tentou acertar mais alguns socos, mas todos atingiram o ar Brady caiu de encontro a seu séquito quando Arthur lhe deu uma cotovelada no rosto. Achei que a luta estava quase terminando, porém Brady voltou a lançar golpes, mas parecia que ele não conseguia mais manter o ritmo. Ambos estavam cobertos de suor, e tive um sobressalto quando Brady errou mais um soco, batendo forte a mão em uma pilastra de cimento. Quando ele se curvou segurando o punho cerrado, Arthur partiu para o ataque final.
Ele foi implacável, acertando primeiro o rosto de Brady com o joelho, depois golpeando-o com os punhos cerrados repetidas vezes, até o adversário cambalear e cair. O barulho foi às alturas quando Adam saiu do meu lado para jogar o quadrado vermelho sobre o rosto ensanguentado de Brady. Arthur sumiu entre os fãs, e pressionei as costas na parede, tateando o caminho até chegar à entrada por onde tínhamos vindo. Chegar onde estava a lanterna foi um alívio imenso. Eu estava aflita, com medo de ser nocauteada e pisoteada.
Meus olhos focaram a entrada, e fiquei esperando que a multidão dispersasse. Depois de vários minutos sem sinal de Arthur, eu me preparei para refazer os passos até a janela. Com o número de pessoas que tentavam sair ao mesmo tempo, não era muito seguro ficar andando por ali. Assim que pisei na escuridão, ouvi o som de pegadas esmagando o concreto solto no chão. Arthur estava em pânico procurando por mim.
— Beija-Flor!
— Estou aqui! — gritei, correndo para os braços dele. Arthur baixou o olhar e franziu a testa.
— Você me matou de susto! Quase tive que começar outra luta só pra vir te pegar… Eu finalmente chego aqui e você não estava!
— Que bom que você voltou. Eu não estava lá muito ansiosa para achar a saída no escuro. — Sem mais nenhum traço de preocupação no rosto, Arthur abriu um sorriso.
— Acho que você perdeu a aposta.
Adam entrou pisando duro, olhou para mim e depois encarou Arthur.
— Precisamos conversar. Arthur deu uma piscadinha para mim.
— Não saia daí. Eu já volto. — E sumiram no escuro. Adam ergueu a voz algumas vezes, mas não consegui entender o que ele estava dizendo. Arthur voltou, enfiando uma bolada de dinheiro no bolso, e me deu um meio sorriso.
— Você vai precisar de mais roupas.
— Você realmente vai me fazer ficar no seu apartamento durante um mês?
— Você teria me feito ficar sem sexo por um mês? — Eu ri, sabendo que teria feito isso.
— É melhor darmos uma parada no Morgan. — Ele abriu um sorriso de alegria.
— Isso vai ser interessante.
Adam passou pela gente e bateu com as notas do meu lucro na palma da minha mão, depois se juntou à turba, que se dissipava. Arthur ergueu a sobrancelha.
— Você apostou dinheiro? — Sorri e dei de ombros.
— Achei que devia ter a experiência completa.
Ele me levou até a janela e se arrastou por ela, então se virou para me ajudar a subir e sair no ar refrescante da noite. Os grilos cantavam nas sombras, parando apenas o suficiente para passarmos. A grama preta que cobria a beirada da calçada oscilava com a brisa suave, me fazendo lembrar o som do oceano quando não se está perto o bastante para ouvir o barulho das ondas se quebrando. Não estava muito quente nem muito frio, era a noite perfeita.
— E aí? Por que diabos você quer que eu fique no seu apartamento? — perguntei. Arthur deu de ombros, enfiando as mãos nos bolsos.
— Não sei. Tudo fica melhor quando você está por perto. — Os arrepios que senti por causa do que ele falou logo se foram quando avistei as manchas vermelhas que cobriam sua camiseta.
— Credo! Você está coberto de sangue. — Arthur olhou para baixo com indiferença e então abriu aporta, fazendo um gesto para eu entrar. Passei rapidamente por Kara, que estudava na cama, cercada por livros.
— As caldeiras foram consertadas hoje de manhã. — ela disse.
— Fiquei sabendo. — falei, esvaziando meu armário.
— Oi. — Arthur a cumprimentou.
Ela torceu o nariz enquanto o analisava, suado e ensanguentado.
— Arthur, essa é a minha colega de quarto, Kara Lin. Kara, esse é Arthur Aguiar.
— Prazer. — ela respondeu, ajeitando os óculos, depois olhou para minhas malas. — Você está se mudando daqui?
— Não. Perdi uma aposta. — Arthur caiu na gargalhada, segurando as malas.
— Está pronta?
— Estou. Como vou levar tudo isso para o seu apartamento? Estamos de moto. Arthur sorriu e pegou o celular. Foi levando minha bagagem para a rua e, minutos depois, o Charger vintage preto do Chay estacionou. A janela do lado do passageiro foi descendo e Melanie enfiou a cabeça para fora.
— Oi, minha linda!
— Oi. As caldeiras estão funcionando de novo no Morgan. Mesmo assim você vai ficar no apartamento do Chay? — Ela deu uma piscadinha.
— É, pensei em ficar lá essa noite. Ouvi dizer que você perdeu uma aposta.
Antes que eu pudesse falar alguma coisa, Arthur fechou o porta-malas e Chay acelerou, com Melanie soltando gritinhos enquanto caía de volta dentro do carro. Fomos andando até a Harley do Arthur, que esperou que eu me ajeitasse no banco. Quando coloquei os braços em volta dele, ele apoiou sua mão na minha.
— Fiquei feliz porque você estava lá hoje à noite, Flor. Nunca me diverti tanto numa luta em toda a minha vida! — Apoiei o queixo no ombro dele e sorri.
— É porque você estava tentando ganhar a nossa aposta. — Ele se virou para me olhar de frente.
— Pode crer, estava mesmo! Não havia expressão alguma de diversão em seus olhos. Ele estava sério e queria que eu visse isso.
De repente, ergui as sobrancelhas.
— Era por isso que você estava com aquele tremendo mal humor hoje? Porque sabia que tinham consertado as caldeiras e que eu iria embora hoje à noite? — Arthur não respondeu, apenas sorriu enquanto dava partida na moto.
A viagem até o apartamento foi lenta, de um jeito que não lhe era característico. A cada sinal vermelho, ele cobria minhas mãos com as dele ou colocava a mão no meu joelho. Os limites estavam ficando tênues de novo, e eu me perguntava como passaríamos um mês juntos sem arruinar tudo. As pontas soltas da nossa amizade estavam se enrolando de um jeito que eu nunca tinha imaginado.
Quando chegamos ao estacionamento do prédio, o Charger do Chay estava parado no local de costume. Desci da moto e parei na frente dos degraus.
— Odeio quando os dois já estão em casa faz um tempinho. Sinto como se a gente fosse interrompê-los.
— Pode se acostumar. Este lugar vai ser seu durante as próximas quatro semanas. — Arthur sorriu e se virou de costas para mim. — Sobe aí.
— O quê? — sorri.
— Vamos, vou carregar você até lá em cima. — Dei uma risadinha e pulei nas costas dele, entrelaçando os dedos em seu peito enquanto ele subia as escadas correndo. Melanie abriu a poria antes de chegarmos lá em cima e sorriu.
— Olhe só pra vocês dois. Se eu não soubesse…
— Para com isso, Mel. — disse Chay do sofá. Melanie sorriu como se tivesse falado demais e abriu mais a porta para que pudéssemos passar. Arthur tombou na cadeira reclinável. Soltei um gritinho agudo quando ele se apoiou em cima de mim.
— Você está tão alegre hoje, Thur. Que foi? — Melanie quis saber. Eu me inclinei para frente para ver o rosto dele. Nunca o tinha visto tão contente antes.
— Acabei de ganhar uma bolada de dinheiro, Mel. O dobro do que achei que tiraria nessa luta. Por que eu não estaria feliz? — Melanie abriu um largo sorriso.
— Não, é alguma outra coisa. — falou, olhando para a mão de Arthur enquanto ele dava uns tapinhas na minha perna. Ela estava certa, ele parecia diferente. Havia uma aura de paz em volta dele, quase como se uma profunda satisfação tivesse tomado conta de sua alma.
— Mel. — Chay chamou atenção.
— Tudo bem, vou falar de outra coisa. O Parker não te convidou para ir à festa da Sig Tau nesse fim de semana, Lua? — O sorriso de Arthur desapareceu e ele se virou para mim, esperando a resposta.
— Hum… convidou. Mas não vamos todos nós?
— Eu vou. — disse Chay, distraído com a televisão.
— O que quer dizer que eu também vou. — falou Melanie, olhando para Arthur com ar de expectativa. Ele me encarou por um instante, depois me cutucou de leve na perna com o cotovelo.
— Ele vem te buscar ou algo assim?
— Não, ele só me falou da festa. — Melanie abriu um sorriso quase zombeteiro.
— Mas ele disse que ia te encontrar lá. Ele é uma gracinha. — Arthur olhou irritado para Melanie, depois voltou a olhar para mim.
— Você vai?
— Falei pra ele que iria. — dei de ombros. — Você vai?
— Vou. — disse ele sem hesitar.
Foi então que a atenção de Chay se voltou para Arthur.
— Você disse na semana passada que não ia a essa festa.
— Mudei de ideia, Chay. Qual é o problema?
— Nada não. — ele resmungou, indo para o quarto.
Melanie franziu a testa para Arthur.
— Você sabe qual é o problema. — disse ela. — Por que você não para de deixá-lo maluco e resolve isso logo? — Ela foi se juntar a Chay no quarto, e as vozes dos dois foram reduzidas a murmúrios atrás da porta fechada.
— Bom, fico feliz que todo mundo, menos eu, saiba qual é o problema. — falei.
Arthur se levantou.
— Vou tomar uma ducha.
— Tem alguma coisa acontecendo com eles? — eu quis saber
— Não, ele só é paranoico.
— É por causa de nós dois. — adivinhei. Os olhos de Arthur ganharam um brilho e ele assentiu.
— Que foi? — perguntei, olhando para ele com ar de suspeita.
— Você está certa. É por causa de nós dois. Não vá dormir, tá? Quero conversar com você sobre uma coisa. — Ele deu uns passos para trás e então sumiu atrás da porta do banheiro. Eu torcia o cabelo em volta do dedo, refletindo sobre a forma como ele tinha enfatizado as palavras “nós dois”, além da expressão em seu rosto quando disse isso. Eu me perguntava se já haviam existido limites algum dia, e se eu era a única que ainda considerava minha relação com Arthur só de amizade.
Chay saiu do quarto como um raio, e Melanie foi correndo atrás dele.
— Chay, não! — ela suplicou. Ele olhou para trás, para a porta do banheiro, e depois para mim. A voz dele estava baixa, mas com raiva.
— Você me prometeu, Lua. Quando te falei para ter paciência e saber perdoar, não quis dizer que era para vocês dois se envolverem! Achei que vocês fossem apenas amigos!
— Mas nós somos! — falei, abalada com o ataque surpresa.
— Não são, não! — ele exclamou, furioso.
Melanie pôs a mão no ombro dele.
— Baby, eu disse que vai ficar tudo bem. Ele se soltou dela.
— Por que você está forçando a situação, Mel? Eu já falei pra você o que vai acontecer! — Ela segurou o rosto dele nas mãos.
— E eu falei que não vai ser assim! Você não confia em mim?

Parece que a Lua perdeu a aposta...
Aonde será que vai dar isso tudo?
Chay super nervoso, com medo de perder a Mel, por causa do Arthur.
Os próximos capítulos, estão muitoooooooo bons!


Com mais 10 comentários, posto o próximo capítulo.

13 comentários:

  1. Noss q Capítulo em,amando...
    Anciosa para o Próximo *---*
    Vai demora pra eles da o Primeiro Beijo Deles ???

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  2. Querendo o primeiro beijo *--*
    To me apegando cada cap mais
    Helena

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  3. VOU MORRER DE CURIOSIDADEEEEE, POSTAAAA MAIS BRENDA!!!
    VICIEEEEEI NESSA WEB JÁ

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  4. Chayzin, amigo, se acalma! Respira, inspira hauahsuhs
    Só me deixou mais anciosa e curiosa

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  5. Chay segura a cabeça migo , posta mais

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  6. Posta maais brendaa to amandoo agora já tem 10 comentários haha

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