15 dias para confessar - Nível 3

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Lua

     Pelas nove horas da manhã, acordei, com o bip irritante do relógio porém já sem aquele calor humano com o qual ontem adormeci.
     Abri os olhos aos poucos apesar de não haver grande luminosidade no quarto. Voltei-me na cama e vi Arthur já em pé olhando para mim.

- Procuravas algo? - Riu-me. Ri baixinho escondendo o rosto não querendo admitir que realmente o que eu procurava era ele.

     Arthur ainda tinha o pijama vestido e o cabelo despenteado. Voltou para a cama, sentando-se no lado onde dormiu.

- A minha mãe acordou ainda agora para preparar as coisas para à manhã visto que hoje vai novamente trabalhar até tarde. Vamos descer para tomar o pequeno almoço mas não quero que lhe contes o que se passou ontem. - Pediu-me. Eu assenti.

     Levantei-me após mais uns segundos de preguiça e caminhamos para a cozinha onde a mãe do Arthur estava. Ela assustou-se com a nossa chegada e ficou ainda mais espantada com a minha presença quase escondida atrás do Arthur. Este foi até à mãe e cumprimentou-lhe.

- Bom dia, cheira bem. - Elogiou Arthur os cozinhados da sua mãe. - A Lua passou cá a noite. - Os olhos da mulher alegraram-se.
- Vocês voltaram? - Encheu-se de esperança.
- Não, mãe... - Arthur riu e explicou-se a situação de ontem, nomeadamente o facto de não termos carro para o Arthur me transportar até casa.
- Oh. Sentem-se. Eu preparo-vos café. Ficas para almoçar Lua?
- É melhor não. Amanhã é véspera de Natal e a minha mãe deve precisar da minha ajuda, ainda para mais, passei a noite fora.
- Claro. Família em primeiro lugar.

   Tomamos o pequeno almoço na sala enquanto assistiamos os programas de entretenimento que passavam àquela hora.
    Pouco depois, disse que precisava de ir e Arthur encaminhou-me para o seu quarto. Após mudarmos de roupa da mesma maneira que foi ontem, saímos de casa para Arthur me ir levar.
     Cantávamos no carro e falávamos dos doces típicos desta época de natal. Eu disse que adorava as broas de mel e ele disse que gostava dos bolos e do Peru que a sua tia fazia.
     Chegando a minha casa, agradecia mais uma vez por tudo e lembrei-me de convidá-lo a entrar na minha casa.

- Lua! - Chama-me a minha mãe assim que me vê. -  Deves avisar que vais dormir fora de casa com mais antecedência. Olá Arthur.
- Olá, bom dia. A culpa é minha pois pensei que ia ter o carro da minha mãe para trazê-la, porém, a minha mãe fez urgência.
- Há muito tempo que não falo com ela. Que tal a trazeres cá um dia?
- Claro, podemos combinar para...

     Aproveitei o "à parte" de Arthur com a minha mãe e fui ao meu quarto buscar umas folhas brancas de papel assim como fita-cola para a minha ideia quase brilhante. De seguida, saí pela porta principal sem fazer barulho.
     Talvez tenha sonhado com isto e não me recordo. Mas a verdade é que sinto que é a minha obrigação informar a Arthur que ele subiu de nível após as suas ações de ontem.
     Com o material que recolhi, dirigi-me ao seu carro, estacionado no exterior da casa, e comecei a pregar os papeis de forma a que ele entendesse um "três". Óbvio que depois entendi a razão ou pelo menos assim espero.

     De volta a casa, encontrei Arthur com os meus irmãos perto da lareira, na sala de estar. Sorri e sentei-me no sofá observando-os.

- Lua, porque não disseste que o Arthur vinha? - Perguntou o bebé Thiago no colo de Arthur.
- Porque...
- Lua! - A minha mãe chamou-me - Tens uma visita.
- Já falamos. - Arthur assentiu e eu fui à entrada.

     De roupas pretas e cabelo penteado para trás, apareceu Bruno com um sorriso no rosto. A minha mãe deixou-nos a sós e Bruno puxou-me para um beijo.

- Que saudades tuas.
- Pois... como estás?
- Bem. Mas vou ficar melhor assim que aceitares o meu convite.
- Convite?
- Para irmos almoçar. Só os dois.
- Não sei... acabei de chegar e...
- Acabaste de chegar? - Estranhou ele.
- Sim... saí de manhã e cheguei à pouco. - Menti. - E hoje é véspera de natal.
- Eu sei. Queria dar-te o meu presente.
- Combinamos para outro dia, pode ser?
- Que dia? Amanhã é natal e vais estar com a tua família.
- Dia 26.
- Prometes?
- Prometo! - Sorri, enquanto segurava as suas mãos
- Mais rápido! - Edward gritava nas cavalitas de Arthur.
- Ah claro, já percebi tudo... - Disse Bruno abanando a cabeça negativamente.
- Não é nada do que estás a pensar.
- Claro. São tudo invenções da minha cabeça, certo? - Ironizou - São sempre! Vou andando. - Disse Bruno, já um tanto chateado - Já agora Arthur, acho que foste alvo de uma brincadeira infantil e envolveu o teu carro. Passem bem! - Muito chateado, penso eu, Bruno beijou-me o rosto e saiu.

     Arthur colocou o meu irmão no chão e foi à sala buscar alguma coisa, saindo até à rua muito preocupado provavelmente com o comentário do Bruno. Fui atrás dele para reparar na sua reação.

- O que é isto? - Arthur deparou-se com um "três" feito de papel no para-brisas do seu carro.
- A sério que não consegues chegar lá? - Perguntei, de braços cruzados atrás dele. Ele virou-se para mim com um rosto em forma de ponto de interrogação e depois soltou um sorriso.
- Nível três? - Andou até mim e envolveu-me num abraço. - É isso?
- Sim! - Abracei-o de volta enquanto ambos riamos.
- Obrigado! Adoro-te!

     As nossas gargalhadas misturavam-se enquanto ele ainda me abraçava bem forte assim como eu a ele. Ri com vontade como à muito tempo não acontecia. Sentia-me feliz e consegui esquecer o pequeno momento desagradável com Bruno de ainda à pouco.

     Quando Arthur disse que me adorava, senti uma vontade enorme de retribuir aquela palavra carinhosa, mas perdi-me na cor dos seus olhos a olharem para os meus de uma maneira tão penetrante. Aproximou o seu rosto do meu e aposto que pretendia beijar-me, mas abanei o rosto pedindo que não o fizesse. Sei que é errado, apesar de querer muito. Assim, ele apenas deu-me no longo beijo na bochecha.

- Não vejo a hora de chegar ao nível cinco. Não tem como pular o quatro?
- Não sejas assim. Dá tempo Arthur. Falta uma semana.
- Uma semana e três dias para me ir embora. Achas que vamos mesmo dar em alguma coisa? - Expressou um rosto sério deixando-me de coração apertado.


(...)

Notas finais:

Não vejo a hora de eles ficarem juntos. Quero dizer, eu já sei como vai ser, né? Mas quero que vocês leiam e digam o que acham!!

Enfim, aqui está mais um capítulo. Não desistam da fic. Achei a cena dos níveis uma coisa diferente para não ser sempre o romance do costume.

Amanhã tem mais.

Lots of love, Cristina

4 comentários:

  1. Ne foda daqui a pouco ele vai em bora e ela aproveitou porra nem uma kkkk

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  2. Que fofos! Eles têm que ficarem juntos logo, os dias do Arthur estão contados e eles precisam aproveitar. Mais?

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