15 dias para confessar - Despedida

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Lua

     Sabia que este momento, no segundo dia do ano, por volta das oito horas da noite, era o começo da nossa despedida. O Arthur vai embora no dia seguinte, logo de madrugada, e não poderei despedir-me de outra maneira. 
     Sentei-me em frente ao espelho do meu quarto, minutos antes de sair de casa, e olhei para mim própria, pedindo para ser forte e não chorar em frente a ele quando nos beijarmos pela última vez, por também se tornará difícil para ele toda esta situação. 

     Quando cheguei a sua casa e fui recebida por ele, tentei com que tudo parecesse minimamente normal; que não fosse uma despedida. Mas o Arthur recebeu-me com um abraço tão apertado que me deixou com os olhos a arder por instantes. Retribuí-lhe com um beijo e encaminhamo-nos para a sala. 

- Malas prontas. - Ele sentou-se ao meu lado e eu sorri-lhe de lado.
- Falei com a Dianna hoje. Fomos ao Shopping. Ela ficou feliz por nós e desejou-nos felicidades. 
- Eu sabia que, apesar de tudo, ela ia gostar que nos ver juntos.
- Ela gosta de ti. Acredita, ela já esqueceu o passado.
- E tu? Já esqueceste?
- Queres mesmo falar disso agora? - Encarei-lhe.
- É claro que não. Quero antes ir fazer o jantar, mas só acompanhado de uma bela donzela.
- E de quem se trata?
- Não sei, vou buscá-la ao meu armário agora. - Arthur fingiu levantar-me mas depois desistiu da ideia, agarrando a minha mão e levando-me para a cozinha.

     Ele tirou tudo o que era necessário para a nossa massa com atum. Nem eu nem ele éramos grandes cozinheiros e isso é, sem dúvida, uma das minhas grandes preocupações para daqui a uns anos. 

- Primeiro, água a ferver. - Dizia ele, como um verdadeiro chefe de cozinha. 

     Pegou numa panela, encheu-a até metade de água e colocou-a ao lume. 

- Esta é uma das minhas grandes especialidades, lá na residência. Todos adoram. - Gabou-se ele.
- Fazes sempre as refeições sozinho?
- Não. Há duas raparigas e um rapaz que ficam sempre comigo. Somos uma espécie de grupo dos quatro, estás a ver? - Explicou ele. - Andamos sempre juntos. 

     A água ferveu e ele deitou a massa, junto com uns temperos que a senhora Anne Marie tinha no armário. Enquanto a massa cozia, ele tirou duas latinhas pequenas de atum e colocou-as em cima do balcão. 
     Depois, sentou-se na cadeira mesmo à minha frente, pegando nas minhas mãos.

- Temos de ter uma conversa. - Disse ele meio sério, assustando-me um pouco. Mas eu sabia perfeitamente do que é que ele queria falar.
- Não, Arthur... - Fiz bico. - Não tornes as coisas difíceis.
- Não são difíceis. É a realidade... é só para esclarecer tudo. 
- Esclarecer? Mas não está claro?
- Entre nós? É claro que sim! - Garantiu ele. - Mas é só sobre os próximos dias... ou tempos. Tu sabes... vai ser complicado. Um namoro à distância é... ou melhor, vai ser estranho. - Explicava ele. - Nós estamos habituados a vermo-nos todos os dias e isso agora vai deixar de acontecer.
- Eu sei. - Mordi o meu lábio quando já sentia o meus olhos cobertos de lágrimas.
- Ei, não chores. 
- Vai ser tão difícil, Arthur. - Disse-lhe eu, derramando aquelas lágrimas para fora.
- Por isso é que temos de aproveitar os últimos tempinhos juntos. - Ele beijou as minhas mãos e eu beijei-lhe os lábios. 

     A massa mostrava-se quase pronta e Arthur derramou o atum todo para dentro da panela, mexendo para tudo ficar misturado. Depois apagou o fogão e foi à sala. Voltou com algumas velas e um isqueiro, em mãos. Colocou-os na mesa e acendeu as velas. Depois colocou a mesa e por fim serviu o jantar.

- Faltou as flores.
- Está perfeito! - Ri-me. 

     Brindamos com sumo o novo ano, ao sucesso e a nós. Em especial a nós. 

      O aperto que eu tinha no peito ainda continuava. Eu sabia que tinha de aproveitar estes últimos momentos com ele mas, em vez disso, passei o jantar calada e fingia rir-me com vontade quando Arthur comentava alguma piada. Eu era tão idiota.

[...]

     Num ataque de coragem, enquanto Arthur lavava a loiça, andei até si, ficando por trás, e percorrendo as minhas mãos sobre as suas costas. Ainda era cedo e eu sabia perfeitamente que desta vez não iriamos ser interrompidos por ninguém.
     Beijei a parte de trás do seu pescoço, devagar e bem serena. Ele mexeu a cabeça para o lado sem deixar o que estava a fazer. Continuei a elevar e a baixar as minhas mãos nas suas costas, até começar a arranhar de leve as mesmas sobre a camisa que Arthur vestia. 

     Voltei para o seu lado e assim abracei-lhe. Sorriu com o gesto enquanto terminava de passar por água os nossos copos. Beijei o seu rosto, fazendo um trajeto até ao seu pescoço, enquanto envolvia o mesmo com os meus braços. 
     Arthur fechou a torneira, secando as mãos rapidamente num pano qualquer, e não tardou em pegar-me pela cintura, elevando-me e colocando-me em cima do balcão. Abri um pouco as pernas, ficando ele entre as mesmas, para agora beijar-me com uma tamanha intensidade.  

- Quero-te tanto. - Disse entre o nosso beijo.

     Encostamos as nossas testas e ele assim disse que me queria ainda mais. 

     Saltei do balcão e corremos para o seu quarto, escadas acima, parando à beira do seu quarto para voltarmos a nos beijar, agora com uma pressa descomunal. Coloquei as mãos dele sobre as marcas do meu vestido na parte de trás. Arthur viu-se um pouco atrapalhado com aquilo e eu desatei a rir no mesmo em que ele parou de me beijar e bufou.

- Calma. - Gargalhei.

     Tentei acalmar-me mas eu conseguia estar mais impaciente e estressada do que ele, louca para lhe ter dentro mim. Afastei os meus cabelos para ele poder desapertar todas as marcas do meu vestido. Entretanto, joguei os meus sapatos para um canto e abri a porta do seu quarto para podermos, de uma vez por todas, entrar. Baixei toda a extensão do meu vestido, deixando lá ficar, e agarrei novamente os lábios do Arthur enquanto entravamos no quarto.
     Já dentro, ele deixou as luzes desligadas, pois tinha a sua janela aberta, deixando o luar entrar no quarto. Achei aquilo um pouco romântico, mas nada disse. Não queria parar aquela sensãção por nada deste mundo.
     Joguei-lhe para a cama e sentei-me sobre a sua cintura. Ele ergueu os braços e deixou-me desabotoar a sua camisa. Beijei a extenção do seu peito. Lembrei-me do filme porno que um dia vimos, em que a rapariga lambia inclusive os mamilos do rapaz. Mas deixe-mos isso para outra vez.

(...)

Notas finais:

Vou postar a continuação ainda hoje!


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