15 dias para confessar - 2ª Temporada de S.T. - Bruno

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Arthur

     Faltavam menos de duas semanas para o natal e a minha mãe ainda não tinha nada decorado e nada pronto para esta data. Ela adora o natal e eu adoro ver a sua animação quando às velas e restantes decorações, ao pinheiro e ao presépio. Ela pensa ainda nas receitas específicas para esses dias e os presentes que tem para comprar.

- Mãe, eu não tenho paciência para isso.
- Mas eu deixei as decorações para tão tarde por tua causa. 
- Mas...
- Sem mas! Vais ajudar-me e pronto.

     Fomos à garagem buscar as caixas cheias de pó com todo o material necessário. Identifiquei a caixa mais comprida como a do pinheiro, então levei-o para a sala para começar a montá-lo. Enquanto isso, a minha mãe limpava o pó dos móveis e, de seguida, decorava. 
     O passo seguinte foi o presépio que normalmente é feito por baixo do pinheiro, pela falta de espaço que temos na sala. 
     Os "Merry Christmas" foram colocados nas portas de entrada na casa; as meias de natal foram colocadas na lareira e aos poucos a casa ganhava cores e brilhos tradicionais desta época.
     Fizemos uma pausa para almoçar mas logo continuamos. Não faltava muito. Faltavam apenas os arranjos de flores, que careciam de serem comprados no mercado. 
     No final, sentamo-nos no sofá a escolher as receitas para a data festiva.

- Posso convidar a Lua?
- Para o natal? Não achas que ela vai querer passá-lo com a família?
- Pois, então quem sabe o fim de ano. Ou então fazemos um jantar de Natal e convidamos a família dela.
- Quer dizer que tu e ela...
- Eu e ela nada. Ainda. - Ri. - Mas quem sabe os meus desejos não se concretizem.

(...)

     Por volta das 18 horas da tarde, John ligou-me perguntando se queria ir ao cinema. Aceitei de imediato, assim que soube que o filme que íamos ver era, sem dúvida, um dos melhores filmes que ação que tinha acabado de estrear.

- Quem vai? - Perguntei
- Eu, tu e o John.
- O quê? Três gajos para o cinema?
- Sim, que mal tem?
- Vão pensar que somos gays ou algo do género.
- Seriamos gays se fossemos só nós os dois.
- Mas hoje em dia já existem casais a três.
- Que preconceito!
- Não é isso... Mas quero aproveitar o momento para convidar alguém. 
- Alguém?
- Sim, uma rapariga.
- Para um filme de ação?
- Há muitas que gostam. - Argumentei
- Mas assim eu e o Gaspar é que vamos ser o casal. 
- Então levem alguém. 
- Vais levar a Lua, certo?
- Veremos, meu caro. - Antes de desligar a chamada, fiz uma gargalhada do mal, fazendo com que ele também ri-se. - Mãe, vou sair! - Gritei para ela, que estava na cozinha.
- Juízo. Vens para jantar?
- Depois digo. - Respondi.

     Encaminhei-me para o quarto para preparar-me. Entretanto, peguei no telemóvel e liguei à Lua. Óbvio que ela seria a minha escolha, quem mais?
     Liguei duas vezes. Nada. Deixei o telemóvel de lado e fui vestir-me, agora com menos vontade do que estava à pouco. Calço os ténis e o telemóvel toca. 

- Lua!
- Olá, Arthur. - Responde toda calma.
- Estava a ligar-te para fazer um convite.
- Claro. Onde?
- Cinema. Alinhas?
- Pode ser. Agora?
- Sim. Passo para buscar-te. 
- Não precisas. Já estou no shopping. Quando chegares, dás-me um toque.
- Combinado! - Desliguei a chamada, agora mais feliz.

     O ponto de encontro foi mesmo a entrada do cinema, mais propriamente o balcão. Cheguei em vinte e cinco minutos, para ser exato, ao shopping. Dei um toque à Lua e ela disse-me que estava numa loja de desporto. Fui lá ter. 
     Encontrei-a perto da secção de tênis e abracei-lhe por trás, assustando-a.

- Thur. - Sorriu ao ver-me. Até que aparece Bruno. - Bruno, o Arthur chegou. Já vou embora.
- Eu não quero que vás. - Pediu ele, segurando a mão dela. 
- E eu já disse que vou. - Ela teimou. Despediram-se com um beijo ao qual eu recusei ver e, quando pensei que já tivessem acabado, Bruno volta a agarrar-lhe a beijar-lhe outra vez. 
- Adoro-te, sim? - Confessou ele e ela limitou-se a assegurar-lhe que sim, fazendo sinal com a cabeça. 
- Até amanhã. 
- Espera, não queres que aguarde e te leve a casa?
- Não, o Arthur leva-me. Certo?
- Claro. Não te preocupes com ela. - Respondi eu com um sorriso nos lábios vitorioso.
- Não me preocupo com ela, mas acho que devo de me preocupar contigo. - Ameaçou ele.
- Eu estou bem, obrigado. - Ironizei
- Deixa-te de brincadeiras. Ela está comigo!
- Calma Bruno. - Pediu Lua. - Para com essas merdas. 
- Merdas? Tu é que estás estranha desde que ele voltou. 
- Estás a dramatizar. 
- Dramatizar? Ele agora mete-se em tudo, leva-te para todo o lado, faz com que me respondas desta maneira e eu é que estou a dramatizar?
- Tem lá calma com isso. - Avisei. - Eu e a Lua somos amigos e não é de agora. Voltei, passado tanto tempo e já cá estava antes de tu chegares, portanto, é normal que agora estejamos sempre juntos até porque eu estou cá só de férias e não tarda tenho de ir embora.
- Espero que seja o quanto antes! 
- Chega! Passaste dos limites agora, Bruno. Adeus. - Lua pegou na minha mão e levou-me da loja para fora.

     Andou a passo apressado e largou a minha mão. Queria falar mas não sei se devia, afinal, estou feliz por ela ter deixado ele pendurado. 
     
- Eu sei que ele me ajudou muito, mas agora escusa de pensar que é meu dono porque eu não lhe pedi nada. Que raio pah! - Desabafava ela com raiva. 
- Deixa lá. - Coloquei uma mão à volta dos seus ombros. - O importante é que estamos juntos. - Ela encarou-me. - Como amigos, claro. - Sorri.

***

Notas finais

FELIZ ANO NOVO 2016!
Fiquem sabendo que se fizerem todas as coisas que fizeram no ano passado, este não será um "bom ano". Há que saber o que é que fizemos de errado para melhorar os momentos menos bons que tivemos em 2015 e aproveitar o que 2016 tem de bom para nos oferecer.

Quero já agradecer a quem comentou no capítulo anterior.
Estes dias têm sido uma loucura, ora era festa ora era estudo. As minhas aulas começam segunda e já com frequências, que só terminam dia 16 de Janeiro. Então, andarei meia ausente.

Ainda assim, volto amanhã ou domingo para postar mais. Ok?

Lots of love, Cristina.


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