Milagres do Amor - Cap. 54º

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Milagres do Amor
Destino, passado, presente e futuro! | Parte 4

Pov Narrador

“Eu não entendo como sem você, eu não consigo respirar.”

Já era dia quando Arthur foi acordado pela claridade que ultrapassava a janela do quarto. Olhou para Lua que dormia tranquilamente em seu peito, tentou se levantar, mas estava tão embolado em Lua que foi difícil sair sem acordá-la. Levantou com cuidado, ficou quieto um minuto a ouvindo resmungar e virar para outro canto da cama, ele a cobriu, se levantou fechou as cortinas, deixando o quarto no escuro total. O sono já tinha ido embora por completo, olhou no relógio que marcava seis horas da manhã, bufou. Foi para o banheiro e tomou um banho escaldante, seus pensamentos dando saltos para a doida que se encontrava na cama dormindo seu sono pesado. Ele não estava acreditando no presente que ela lhe deu, marcar seu corpo com seu nome foi uma coisa extraordinária. Mostrando o tamanho de seu amor, sorriu sozinho enquanto deixava a água levar o sabão de seu corpo, ficou imaginando a dor que ela deve ter sentido ao fazer a tatuagem, e trincou os dentes com isso, mas sabia que ela era teimosa demais. Se estava com aquilo na cabeça ninguém tiraria. Sem dúvidas alguma foi o melhor presente que ganhou, tirando o fato dela ter um bebê lindo em seu ventre, seu filho.

Saiu do Box com um sorriso bobo brincando em seus lábios, não via a hora de poder pegar a coisa fofa em seu colo, colocar pra dormir, mimar bastante. Queria que fosse uma miniatura da mãe, com seu longos cabelos castanhos loiros, suas bochechas rosadas como seus lábios, seu nariz arrebitado e os olhos, ah os olhos, aquele mar de chocolate derretido que realmente enfraquecia seu coração. Secou-se e enrolou a toalha da cintura, saiu do banheiro a procura de algo quente para vestir. Enquanto mexia no armário pode ver a criaturinha igualzinha à mãe em sua frente. Não queria que fosse mudado nada, que o bebê fosse igual à mãe e que ele não intrometesse em nada em seu rosto.

Mas ele não tinha esse poder, apenas queria assim, desejava assim. Ali ele teve certeza que seu filho seria uma menina linda e encantadora. Vestiu-se com uma calça quente, duas blusas e um casaco pesado por cima, deixando o cachecol pra depois, apesar de dentro de casa estar quente, ele sabia que lá fora estava um gelo. Sentou em uma cadeira ali, e calçou as meias e o tênis. Passou as mãos pelo cabelo e passou um pouco de perfume. Olhou para Lua que se encontrava ferrada no sono, agora agarrada ao seu travesseiro, foi até ela e lhe deu um beijo na testa. Não pretendia acordá-la tão cedo, quando ouviu seu celular tocando em algum canto do armário, correu até lá e abriu a gaveta e atendeu.

– Alô?
– Desculpe Arthur é o Bernardo, mas lembra que você me pediu para continuar as buscas pelo Blanco enquanto você estivesse fora? – disse meio temeroso.
– Claro.
– Então, achei o que faltava e já mandei para você por e-mail.
– Tudo bem, vou dar uma olhada aqui, valeu. – desligou sem esperar resposta.

Procurou por seu notebook, e se encaminhou para a cozinha, o colocando encima de uma mesa próxima, enquanto preparava seu café. Meia hora depois, foi para a varanda recebendo um frio intenso no rosto, mesmo com o sol fraco e o céu azul que derretia a neve calmamente, sentou em uma cadeira confortável.

Colocou o notebook em sua frente e bebericou um pouco do café, que queimava sua garganta aliviando um pouco do frio. Permitiu-se olhar o mundaréu verde em sua frente, milhares de árvores, flores e um rio, cobertos de gelo, ao longe poderia ver algumas montanhas, junto com a nevoa que estava ainda sobre o local. Ele sabia que Lua iria adorar essa paisagem.

Suspirou pesadamente, abriu e ligou o notebook, abriu a pasta de seu e-mail e começou a ler o que Bernardo lhe mandara, algumas coisas ele mesmo descobriu, mas como o seu tempo estava escasso e não iria passar a sua lua de mel procurando pistas por onde o infeliz do pai de Lua estava, mandou Bernardo cuidar disso.

No final nada de muito interessante. Billy estava enfurnado em algum lugar fora do país, talvez Brasil, pois os policiais e os bandidos estavam fechando o cerco em sua volta. O homem acabou se metendo com gente da pesada e agora estava tentando se esconder, pagando suas dívidas com seus serviços para qualquer tipo de tráfico. Sua mãe Maria não se meteu com isso e acabou o largando, ficando na miséria. A mansão que eles moravam foi vendida, cada um dividiu o dinheiro e seguiram rumos diferentes. Maria comprou um barraco caindo às pedaços e estava tentando sobreviver dignamente, trabalhando como babá. Após saber da história da babá, Arthur verificou. Mas ao que tudo indicava, ela estava se dando bem e não maltratava e nem se descuidava das crianças, talvez pelo dinheiro ou outra coisa. Isso colocou uma pulga atrás da orelha de Arthur.

Como que uma mulher que mal cuidava da filha poderia cuidar de várias crianças, tão bem como estava cuidando? Ele só via uma alternativa, ela tinha raiva de Lua ou algo assim, mas sem dúvidas havia muitos segredos escondidos por trás que ele tinha certeza que logo viriam à tona, logo Maria viria atrás de Lua procurando dinheiro e não tardaria ela revelar tudo. Só esperava que isso não fosse demais para sua esposa.

Arthur terminou de tomar seu café e percebeu que ficará tempo demais ali, olhou para seu relógio de pulso que já marcava dez horas da manhã, levantou pegando o notebook e a xícara de café, entrou e fechou a porta. Colocou a xícara na pia e subiu para o quarto. Encontrando uma Lua mais jogada na cama, estava de bruços, com os cabelos por todo o lençol vinho, tampando apenas sua bunda, deixando as costas amostra. E por incrível que pareça não pareceu que acordaria tão cedo. Arthur riu e guardou o notebook, tirou seu casaco e o deixou em cima da cadeira. Foi até a cama e começou a beijar as costas de Lua e chamá-la no pé do ouvido, depois de alguns minutos a viu se arrepiar e sorrir, ainda de olhos fechados. Então mirou seus beijos molhados em seu pescoço.

– Acorda, amor. – sussurrou.
– Não quero. – disse manhosa.
– Vai ficar o dia inteiro na cama? – perguntou a virando na cama, deixando sua nudez a mostra.
– Pretendo.
– Vamos passear. – disse espalmando suas mãos em sua barriga e subindo para o vale de seus seios.

Lua abriu os olhos e sorriu pra ele, sentido seus seios ficarem túrgidos. Ela o puxou para seu corpo e o beijou profundamente, enroscando sua língua na dele.

– Agora eu vou. – disse sorrindo e lhe dando pequenos selinhos. Arthur riu e a pegou no colo, levando-a para o banheiro. Abriu o chuveiro e a desceu de seu colo, ela foi para debaixo da água quente.
– Toma seu banho, que eu vou fazer um café da manhã caprichado pra você.
– Pode fazer batata frita com ovo?
– Batata frita a essa hora da manhã e ainda mais com ovo? – perguntou com uma cara divertida.
– Aham, faz omelete e depois joga por cima da batata frita. – disse sorridente.
– Ok, eu vou lá fazer. E veste uma roupa quente está frio lá fora. – disse ao sair do banheiro.

Lua acaba o banho e vai para o quarto procurar uma roupa, veste uma calça e uma blusa, por cima coloca um sobretudo felpudo preto e quentinho, calça uma bota preta e vai secar um pouco de seu cabelo molhado.

Logo ela sai do quarto e o cheiro de ovos e batata frita enche o ambiente, lhe dando água na boca. Entra na cozinha e encontra Arthur virado para o fogão. Chega de mansinho e cola seu corpo no dele, descansando a cabeça em suas costas.

– Agora sim, bom dia. – ele falou sorrindo torto.
– Bom dia. Estou morta de fome. – lhe deu um beijo em suas costas e foi se sentar no balcão.
– Já está pronta essa gororoba.
– Me dá então. – disse como uma criança pedindo chocolate.

Ele desliga o fogo e coloca tudo em um prato em seu frente. Os olhos dela brilharam. Ele pega um garfo e dá em sua mão.

– Vai querer café? – pergunta.

Ela assente, está com a boca cheia de mais para falar. Ele coloca café em uma xícara e coloca do lado do seu prato, indo se sentar do seu lado.

– Quer?
– Não. – responde Arthur fazendo careta.
– Ah amor, está uma delícia, prova. – diz pegando um pouco de omelete misturado com batata fria e levando em sua boca. Ele mastiga e acaba por gostar.
– Até que é bom. – diz com a sobrancelha erguida.
– Muito, muito bom. – diz terminando de comer e tomando o café. – Para onde nós vamos? – pergunta limpando a boca com o guardanapo.
– Por aí. – dá de ombros. – Vamos escovar os dentes e estamos prontos pra ir. – diz a puxando pela mão até o banheiro.

Eles escovam os dentes, Arthur pega sua carteira e a chave do carro e seguem para a garagem. Eles entram no carro vermelho, próprio para dirigir na neve e vão pra alguns pontos turísticos da Itália. Lua fica abismada com a beleza do lugar, tudo muito rústico e bonito, extremamente surpreendente. Mas é na Galeria de La Academia de Florencia que ela adora entrar, eles observam cada obra ali presente. Arthur ri de Lua ao vê-la corar ao observar o Davi de Michelangelo e leva um cotovelada de leve nas costelas. Por fim eles passam mais horas do que pretendiam dentro da galeria.

– Vamos embora? – pergunta Arthur.
– Já? – pergunta enquanto observa um quadro de uma mulher.
– Já está na hora do almoço.
– Eu não estou com fome. – diz o puxando para outro canto da galeria.
– Mas precisa comer. Não sabia que você entendia de arte.
– Não entendo, só gosto de observar, acho bonito. – diz o abraçando pelo pescoço.
– Mas você não gostou do Michelangelo. – sorri safadamente para ela. – Eu sei por que, não tinha nada ali, você está acostumada com coisas maiores. – diz malicioso.
– Arthur! – ela bate em seu peito e cora, enterrando seu rosto em seu peito. Ele ergue sua cabeça e a beija carinhosamente.
– Então vamos para outro lugar. – diz após cessar o beijo, ela assente e eles seguem para o carro. Arthur abre a porta para ela, e depois entra em seu lugar.
– Você parece que conhece muito bem esse lugar. – diz Lua despreocupadamente olhando pela janela.

Continua...

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Com mais de 10 comentários, posto o próximo capítulo.

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