15 dias para confessar - 2ª Temporada de S.T. - A ruiva

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Arthur

      John e Gaspar, os meus amigos do secundário que não quiseram entrar na Universidade, quiseram marcar uma saída de "gajos" num sábado à noite. O destino era uma discoteca, mas antes teríamos de fazer o "rally das tascas".

      Esta noite tinha tudo para dar certo. Estava frio, é certo, mas o álcool ajuda a aquecer. Escolhi uma roupa gira para chamar à atenção e o penteado de sempre. Lá estou eu armado em pormenores femininos, ignorem.

- Espero que saibas que não te deixo levar o carro. Sei muito bem como vai acabar essa noite. Vou levar-te onde quiseres e posso também te ir buscar às horas que te apetecer. - Orientou-me a minha mãe - Mas tem juízo Arthur. És um futuro médico, tens de dar o exemplo.

- Só me vou divertir, mãe. - Tranquilizei-a. Em vão.

      Mãe é mãe. Aposto que não vai dormir a noite inteira com medo que me aconteça alguma coisa. Saiu à noite desde os quinze e durante todos estes anos tem sido assim. Ela passa a noite agarrada ao telemóvel e manda-me mensagens a perguntar se está tudo bem. Hoje será igual.

     Encontrei-me com os rapazes por volta das 23 horas da noite. Jantei bem só para o álcool não me deixar louco logo aos primeiros shots do mais forte que tiver. Cumprimentei todos os meus amigos e as amigas dos meus amigos. Poderia dar em louco esta noite. Tem raparigas para todos os gostos, uma mais bonita que a outra. E não, ainda não bebi nada.

- Vamos começar. - Propôs os Gaspar. - Hoje não saímos daqui. - Gargalhou.

     Mandamos vir um metro de shots, dando o total de 26 shots. Ok, talvez abusamos um pouco. Mas noite não são noites.
    As raparigas beberam a primeira rodada e retiraram-se de seguida, afirmando que aquilo era demasiado forte e que ainda entrávamos em coma alcoólico. Porém, a bebida estava paga e não a poderíamos desperdiçar.

- Vamos brindar! - Berrou Gaspar, devido à música alta dos bares - A um futuro melhor. Que o nosso amigo Arthur seja médico e que nos possa pagar mais rodadas como esta.
- Mas só quando eu for médico - Entrei na brincadeira. Lá brindamos.
- Próxima. - Gritou John - Após te tornares médico, espero que apresentes todas as enfermeiras mais gatas aqui aos teus amigos. Amén. - Ao fim do terceiro shot, já nada fazia muito sentido.
- Posso agora brindar eu? - Perguntei. Eles disseram que sim. - Que futuramente eu esteja com a rapariga que mais amo neste mundo: a Lua.
- Vai começar. - Gaspar abanou a cabeça - A Universidade faz-te mal à vista. A Britney era tão melhor, porra!
- Oh caralho! - Irritei-me - Não me fales dela, porra.

     A palavra Britney causa-me nojo. Ela nunca foi fresca e, após a sua chegada, acho que a maldade cresceu mais dentro de si. Aquele fim de semana prolongado que estive cá, e ela lá na residência da Universidade, Britney conseguiu trair-me com um dos gajos que por momentos considerei amigo. Curtiram numa casa de banho de uma discoteca qualquer e sei lá se não aconteceu mais qualquer coisa. Daí ela vir com uma conversa estranha no dia em que nos encontramos.


Flash back on

- Precisamos de falar.
- Vais acabar comigo? Quem é que te contou? Juro que não é nada disso que estás a pensar.
- O quê? - Não entendi nada.
- O quê? - Ela perguntou.
- De que é que estás a falar?
- Nada! - Adiantou-se - Diz-me tu do que é que precisamos de falar.

Flash Back off


     Aquela foi só mais uma das razões que me levou, hoje, a escolher a Lua. A Lua é das pessoas mais simples, honestas e amigas que conheço. As raparigas de hoje em dia, ou a maioria delas, fazem-se amigas dos rapazes para depois poderem fazer o que quiserem deles: namorar, curtir, trair, enfim, fazer deles um passatempo. A Lua é diferente. Amou-me como amigo e depois como algo mais. E foi aí que quem deitou tudo a perder fui eu.

- Arthur, ignora ele. - Pediu o John - Eu também torço por ti e pela Lua juntos.

     Brindamos com mais um shot e após esse mesmo shot, eu peguei em mais dois de seguida e meti-os à boca.

     Fomos para a discoteca por volta da meia noite. Estávamos acompanhados de raparigas que se tentavam atirar a nós a toda a hora. Havia uma ruiva que me estava a atrair muito. Pele clara, com sardas, piercing no nariz, vestido preto curto e soltinho, cabelo preso numa trança para dar vista aos seus brincos com algo brilhante. Olhos: claros.

     A música tocava e eu andava para lá e para cá com o meu copo de vodka. Os meus amigos estavam encostados ao balcão, assim como eu, e íamos comentando esta ou aquela rapariga. Nós riamos mais do que propriamente dizíamos algo. Mas só nós nos entendíamos.

     A ruiva começa a dançar. Sinto-me enfeitiçado e a dado momento dou grandes passos até ela. As pessoas quase a tapam, mas eu fiquei tão vidrado que cheguei ao seu pé em segundos. Ela girava a sua cintura, assim como as suas amigas, e colocava os braços para cima, mexendo de vez em quando os seus cabelos, fazendo-os voar. Quando cheguei perto dela, consegui sentir o seu perfume. Meti uma mão na cintura dela e puxei-a para mim. Começamos a dançar. Ela começou a embarrar o seu rabo em mim e eu senti um puto tesão naquela altura. Encostei o meu rosto ao seu pescoço e dei-lhe vários beijos. Ela virou-se para mim e agarrou das minhas mãos levando-as ao seu rabo, onde rapidamente apertei. Ela riu, colocando os seus braços à volta do meu pescoço.

     Conversamos. Disse-lhe o meu nome e ela disse-me o dela. Não me lembro de mais nada em concreto. Ela agarrou rapidamente do meu rosto, provavelmente cansada de me ouvir falar, e beijou-me. Começou logo com um beijo selvagem, daqueles em que apetece a pegar na rapariga no mesmo instante, levá-la para um sítio qualquer e fode-la sem dó nem piedade.

     Deixamos a discoteca por volta das 5h da manhã.


***

Notas finais

Como o capítulo não está nada mais, assim que tiver 6 comentários, eu posto mais um.
O que acharam do novo layout? Disseram-me que as cores não estavam boas porque ficava difícil de ler, mas no meu computador parece-me tudo bem.

Lots of love, Cristina.


6 comentários: