Sentimentos traiçoeiros - A verdade

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Arthur

     Lua nem recusou mais a minha ajuda porque, na verdade, já não tinha força para tal. 
     Andamos uns cinco minutos até chegar ao meu carro. Eu tinha uma mão à volta da cintura dela enquanto ela se limitava a mexer os pés. 
     Chegando ao carro, instalei-a no seu lugar, dando a volta e entrando no carro para começar a conduzir. 
     Lua deixou a sua cabeça cair para o lado e, de vez em quando, eu tinha cuidado de a colocar confortável para depois não acordar com dores.

     Só um mês passou após o nosso fim. Que Lua é esta? Quem é esta rapariga? Desde quando ela bebe? Desde quando sai à noite com o objetivo de sair quase de gatas de um bar? Desde quando passa pela vergonha de vomitar em frente a gente desconhecida?

     Chegamos a minha casa já tarde. Nunca imaginei que a noite terminasse daquela maneira. As luzes de dentro ainda estavam acessas.

- Arthur? Chegaste cedo... O que aconteceu? - A minha mãe vinha da cozinha já de pijama e assustou-se quando viu a Lua sobre o meu colo. 
- Longa história.
- Vocês voltaram?
- Não, mãe. Ela só bebeu de mais e pronto... tive de a trazer.
- Mas não era melhor ela ir pra casa? 
- Segundo o que percebi, ela ia ficar na casa da Dianna. Provavelmente a mãe nem sabe que ela saiu. 
- Oh meu Deus! Onde é que ela vai dormir?
- No meu quarto. Não te preocupes, eu cuido dela.
- Juizo Arthur. - Avisou a minha mãe. - Se precisares de ajuda, chama-me.

     Suspirei novamente e subi para o quarto com ela ao colo. Estava mais leve, mas ainda assim já tinha os braços cansados.
     Entrei no meu quarto e deixei-a na cama, colocando os cobertores por cima dela. A noite estava fria. Puxei a cadeira da secretária e pus à beira da cama. Sentei-me e peguei a mão de Lua.

- Diz-me que isto não é culpa minha! - Pedi. Deitei a cabeça sobre a mão dela e não aguentei. Sentia-me culpado.
- Arthur? - A minha mãe chamou devagar.
- Sim? - Limpei as lágrimas e dirigi-me para o armário. - Está tudo bem, mãe.

     Ela assentiu e saiu do quarto. Vesti o meu pijama e deitei-me ao lado de Lua, por cima dos cobertores. Coloquei a mão por cima do corpo dela e aconcheguei-me. Queria que ela se senti-se segura, perto de mim.


     Amanheceu. 
     Abri os olhos e deparei-me já com os seus abertos. Ela fechou-os logo.

- Lua... bom dia. - Ela abriu os olhos e quase sorriu. - Eu devia brigar contigo. Porque é que bebes-te daquela maneira? - Afastei o seu cabelo. - Deu-me um aperto no coração ver-te daquela maneira. 
- Desculpa. - Foi tudo o que ela disse.

      Levantei-me para preparar o pequeno almoço. A minha mãe já estava levantada e pronta pra sair e ir ao supermercado. 
     Subi com o pequeno almoço. Lua estava sentada na cama, mas com a cabeça sobre os joelhos.

- Tens dores de cabeça?  
- Sim. - Ela respondeu. 
- Come alguma coisa. Depois deixo-te dormir no meu colo.
- Porque é que estás a fazer isto? 
- Porque me importo contigo.
- Mas deixaste-me.
- Isso já foi à muito tempo.
- Mas ainda não passou. Ainda sinto a tua falta.  - Lua levantou-se.
- Lembras-te aqueles dias antes do pacto? Eu disse que aquilo ia afectar a nossa amizade. E olha no que deu.
- Então fizeste por pena?
- Fiz por sou teu amigo 
- És tão meu amigo que deixaste-me faz um mês e pouco e nunca mais falamos desde aí. - Ela mordeu o lábio para não chorar, mas as lágrimas foram mais fortes. 
- Não tornes as coisas mais complicadas. - Pedi.
- Tu é que complicas. Estávamos tão bem juntos. Vais dizer que não estavas a gostar? 
- Eu gostava. A sério que gostava.
- Mas? 
- Mas... a Britney voltou e...
- Diz-me a verdade. Ela já estava aqui antes, certo?
- Sim... ela já estava à muito tempo. 
- E quiseste aceitar o pacto porquê? 
- Porque queria mostrar a ela que também era capaz de seguir em frente. Ela mudou e eu também quis mostrar-lhe que estava diferente.
- Mas não mudas-te em nada... espera. - Ela encarou-me - Foste para a cama comigo só para dizer que já não eras virgem?
- Mais ou menos isso... 
- Tu usaste-me! - Ela gritou
- Não. Quando eu fiz amor contigo, eu estava lá de coração. Não pensava em mais nada se não em ti. 
- Então por que raio estás com a Britney?
- Porque eu gosto dela.
- Mais do que gostas de mim?
- Lua...
- Responde.
- Não.
- Então é sinal que gostas mais de mim. Fica comigo, Thur. Porra, eu amo-te.


Tudo certo pra vocês?
Faltam dois capítulos. Amanhã será complicado eu postar, vou tentar, ok?
Sabem o que era porreiro? Mais comentários :/

Alguma dúvida em palavras? Desculpem estar sempre a perguntar, mas é que não quero que fiquem confusas e tal. 

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