Milagres do Amor - Cap. 41º

|

Milagres do Amor
O passado vem à tona

Pov Narrador

O prazer é a prova da natureza, o seu sinal da aprovação. Quando somos felizes, somos sempre bons, mas quando somos bons nem sempre somos felizes. Oscar Wilde.


Semanas depois tudo já estava melhor. Mel estava louca preparando tudo pra o casamento dali a semanas, e ainda tinha o aniversário de Lua para preparar, resumindo a fadinha estava pirando.

Arthur voltou à ativa, trabalhando de manhã e às vezes à tarde, de acordo com seu humor, que ultimamente estava muito melhor. O machucado de Lua causado pela faca, já estava curado.

Após Arthur passar a manhã com Lua, paparicando-a, mais do que o normal por ser seu aniversário, foi resolver alguns assuntos no trabalho e solucionar os últimos acertos do presente que daria a ela.

Estava em sua sala quando Pérola anunciou um visitante.

– Senhor Aguiar, o senhor Smith advogado deseja falar com o senhor. – diz pelo telefone.
– Pergunte do que se trata. – disse com indiferença.

Arthur não faz a mínima ideia do que um advogado tem para falar com ele.

– Ele diz que se trata de Lua Blanco.
– Mande o entrar. – falou sem pestanejar.

O simples fato de pronunciar o nome de Lua, aguçou sua curiosidade.

A porta foi aberta por Pérola, nela entrou um homem não muito alto, seus cabelos loiros até os ombros e olhos pretos com duas ameixas.

Arthur permaneceu do mesmo modo que se encontrava, olhando o computador e analisando alguns papéis.

– O que deseja? – perguntou indiferente ainda de cabeça baixa.
– Senhor Aguiar sou Caius Smith – lhe estendeu a mão, Arthur apenas deixou os papéis de lado e o encarou parecendo não notar a mão estendida. O homem a abaixou e continuou – Bom eu era advogado e muito amigo do avô de Lua, Billy Blanco.

Arthur relaxou na cadeira e colocou as mãos entrelaçadas em cima de sua mesa, apoiando seu queixo com elas.

– Eu venho a procurando há um tempo.
– Pra que? – pergunta arqueando as sobrancelhas, ainda desconfiado.

Ele se senta, mesmo não sendo convidado e continua.

– Eu fui pago para abrir o testamento, após Lua completar vinte e um anos, ou seja, hoje. Todos os outros parentes já foram avisados, só faltava ela. Eu sei de tudo que se passou com ela, e sei como será difícil que ela volte a esse assunto, já que parece tão bem, seu avô iria gostar de vê-la assim. – diz com os pensamentos no passado.
– Isso não vai ser nada agradável, ela ainda sofre muito com isso, é mesmo necessário ela ir? – pergunta Arthur.
– Infelizmente sim, e eu também tenho uma carta deixada pra ela.

Arthur passa a mão no cabelo nervosamente e se levanta.

– Ok, vamos.

Ele sai da sala com Caius logo atrás, eles entram no elevador e seguem para a ampla garagem.

– Veio de carro?
– Sim, eu irei segui-lo.

Arthur assente e entra em sua Mercedes preta. Após vinte minutos eles entram na mansão Aguiar.

Lua se encontra sentada no sofá, depois de insistir muito para Mel deixá-la descansar da maratona de experimentar roupas, sapatos e jóias, na qual irá usar em sua festa hoje.

– Então Chay, você se lembra quando falou que você era imune ao vírus do amor? – pergunta a Chay que estava sentado no sofá ao seu lado.
– Lembro. – responde sem olhá-la mexendo no controle da TV de plasma em sua frente, mudando os canais freneticamente.
– Então acho que não era verdade, vejo seus olhinhos brilhando quando fala da Ray. Sua Ursinha. – Lua ri e Chay abaixa o olhar.
– Ah, é verdade ela me enlaçou, é gostosa demais, em tudo – diz brincalhão.
– Me poupe dos detalhes. – diz gargalhando e se levanta.

Dando de cara com Arthur, ela vai até ele e enlaça seu pescoço em um beijo caloroso. Não percebendo o homem do lado de Arthur.

– Chegou cedo. – diz após cessar o beijo
– Amor, tem alguém querendo falar com você.

Lua assente e ai que seu olhar cai em Caius, e o sorriso que antes e fazia presente foi murchando dando lugar a uma cara confusa e meio triste.

– Se lembra de mim não é Lua? – pergunta lhe estendendo a mão.
– Claro, Caius advogado do meu avô – responde lhe dando um aperto de mão.
– Então venha até o escritório – diz Arthur pegando a mão de Lua.

Caius o segue até um corredor longo, onde Arthur abre uma porta a esquerda, ele entra e se senta, em um dos sofás ali existentes.

Lua e Arthur se sentam no sofá em sua frente.

– Bom Blanco, é bom ver você bem… Até me arrisco a pedir um autógrafo seu, você é a sensação do mundo jovem, e foi por causa disso que eu te achei. – começa Caius.
– Só Lua, por favor. Eu lhe darei, mas eu não entendo o porquê do senhor estar me procurando.
– É meio complicado, seu avó antes de morrer, me fez prometer que quando você completasse vinte e um anos, juntaria todos seus netos e dividiria a herança.
– Mas a herança já não foi dividida? – pergunta Lua confusa.
– Não, ele deixou um testamento, na qual deixava menos de um quarto de sua fortuna aos filhos e o resto ele diria no testamento. Tentaram entrar na justiça, mas de nada adiantou. – diz calmamente.

Lua morde os lábios nervosamente.

– Mas eu tenho que ir mesmo, divide a herança entre os outros, eu não quero.
– Me desculpe por isso Lua, mas não será possível, como você sabe seu avô era um grande amigo meu. Ele me deu ordens para não abrir sem você estar presente. E fique tranquila, seus pais não estarão lá. – diz sorridente.

Arthur passa sua mão em suas costas a acalmando, ela respira fundo e assente.

– Tudo bem. Eu vou.
– Eu tenho uma coisa pra você. – diz pegando em sua pasta um envelope verde e dando a ela.
– O que é? – pergunta analisado o envelope em sua mão.
– Uma carta de seu avô pra você.

Os olhos de Lua enchem de lágrimas e seu coração se aperta.

– Ele me entregou três dias antes de sua morte, foi tão estranho, parecia que ele já estava pressentindo tudo, a morte dele foi uma surpresa pra mim. – Ele estava tão saudável – diz pesaroso. – Seu pai cuidou de tudo, no mínimo estranho já que eles não estavam muito bem, mas resolvi não me meter. Seu avô não queria isso. – deu de ombros.

Arthur escuta tudo com muita atenção, mas faltava algo naquele quebra cabeça, que foi logo esclarecido.

– Por que eles não estavam bem? – pergunta Arthur curioso.
– Senhor Aguiar há muita coisa por trás de tudo, não sei se você sabe de tudo que ela viveu…
– Eu sei – diz seco o interrompendo.
– Bom, seu avô estava tentando tira-la de seu filho – Lua o encarou assustada – Ao contrário do que você achava Lua, ele sempre soube de tudo, estava tentando tira-la dele, mas morreu antes de conseguir.

A peça que estava faltando já estava no tabuleiro e Arthur soube imediatamente que a morte do velho, não foi de forma natural como pensava.

– Você acha que... – Lua tentou dizer, mas o nó de sua garganta a impediu.
– Não Lua, seu pai não tem nada com isso, no começo eu pensei isso também, mas conversei com os médicos que o examinaram e nada foi encontrado. – diz Caius entendendo o que Lua queria dizer.

Arthur riu internamente, claro que se o pai dela o tivesse matado, teria feito tudo direito. Inclusive subornar os médicos para mentir. Porém Arthur deixou passar, iria cuidar disso pessoalmente mais tarde.

– Bom Lua, é isso. A sessão está marcada para daqui à uma hora. No meu escritório. Se vocês quiserem eu posso esperá-los e iremos juntos.
– Sim claro, só vou tomar um banho. – diz Lua.

Após Lua tomar um banho rápido e colocar uma roupa confortável, com salto alto preto e seu cabelo preso em um rabo de cavalo firme.

Foram seguindo o carro de Caius até seu escritório. Lua suspirou alto.

Arthur pegou sua mão e entrelaçou na sua, colocando a em sua coxa quando trocava de marcha, mas logo a segurava novamente.

– Vai ficar tudo bem, amor – disse após uns minutos e beijando as costas de sua mão. Lua apenas o encarou e assentiu.

Eles chegam após vinte minutos. Arthur estaciona e desce do carro abrindo aporta pra Lua que não sai, ele se abaixa e vê seu semblante amedrontado. Ele pega sua mão e a força a sair do carro, fecha porta e a encosta nele.

– Eu vou estar com você sempre – diz passando a mão em seu rosto.
– Eu sei, eu só estou com medo de tudo – diz suspirando pesadamente.

Arthur a puxa para seus braços, onde ela enfia a cabeça em seu pescoço, sentindo seu aroma. Ela prende o choro, respira mais uma vez, seu calmante preferido: Arthur e se solta do abraço. Arthur sorri e lhe dá um selinho demorado.

Continua...

Se leu, comente! Não custa nada.

Bom gente, demorei, mas voltei. Ao contrário do que possam imaginar, eu não sumi não kkkkkkkkkkkk...

É isso! O que estão achando da fic hein? Topam uma maratona? Mas é pra participarem, e quando os capítulos chegarem a 10 comentários, eu postarei o próximo e assim sucessivamente.

Um beijo...

11 comentários: