Little Anie - Cap. 68 | 2ª Parte

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Little Anie | 2ª Parte

Pov Arthur

Cessamos o beijo com selinhos. Me afastei de Lua, e passei as mãos pelo rosto. Eu realmente não esperava nada do que aconteceu hoje, eu jamais pensei que isso aconteceria com a gente um dia. Por que logo com a gente? Se eu ainda queria ter mais filhos com ela? Por que logo agora? Se eu pedi tanto meses, semanas atrás? Ela me encarava em silêncio. Eu nem imaginava o que devia estar passando pela cabeça dela agora. Com certeza foi difícil ela me esconder isso, esses dias todos. Eu deveria ter insistido mais, embora tendo a certeza de que minha reação não seria nada diferente dessa. Pra mim, não tinha como ser diferente. Insisti tanto para que ela fosse ao médico, se tivesse me escutado, nada disso tinha acontecido. E eu estaria mais do que feliz com a notícia.

Mas eu ainda não entendia como ela havia engravidado, sendo que não esquecia aquela pílula de jeito nenhum. Será que esse método tinha falhado? Eu nunca entendi isso muito bem. E ainda tinha o resultado desse maldito exame. Por que ainda tinha que ter isso para nos atormentar ainda mais? E se o resultado fosse não? Meu Deus, e eu tenho até medo de estar lá. E se... a olhei. Eu tinha que estar lá. "Na alegria, e na tristeza. Na saúde e na doença..." esses votos ainda me deixariam maluco, eu sempre lembrava com mais intensidade quando as coisas estavam a ponto de ter um ponto... Balancei a cabeça tentando não pensar nisso, essa não era a melhor hora, e a mulher em minha frente precisava urgente de qualquer coisa, menos de um ponto, seja ele qual for.

Mas por que ela tinha que ser tão teimosa? Droga! Por que eu ainda estou culpando-a? Levantei a cabeça e a olhei novamente. Ela tinha os olhos vidrados em mim. E eu ainda não podia adivinhar o que ela pensava. Talvez no mínimo, ela esperasse que eu fosse mudar, e isso era tudo que eu não podia fazer. Isso era tudo que eu não ia fazer. Suspirei me preparando para falar algo.

– Er... eu vou tomar um banho. – Comentei me levantando. E Lua assentiu. – Uhm... Bom, Lua na verdade, eu... – Tentei dizer mais alguma coisa, mas ela me interrompeu:
– Vai falar o que eu estou... pensando? – Perguntou receosa, a falha em sua voz, denunciou sua tristeza ao finalizar a pergunta.
– O que está pensando? – Perguntei encarando-a. Já de pé em sua frente. Ela abaixou a cabeça e mexeu os dedos sem parar.
– Tanta coisa... – Suspirou. – Não... Não se afaste... Por favor... – Pediu baixo e fungou, passando a mão pelo nariz. Me aproximei, me agachando próximo a cama, fazendo-a levantar o olhar e me encarar.
– Não irei fazer isso. De maneira alguma. Não se preocupe. – Assegurei. E passei uma das mãos pelo seu rosto. – Não chore... mesmo que eu esteja fazendo isso... – tentei dizer, porque sentia as lágrimas se aproximarem novamente. – Não quero que chore, isso acaba ainda mais comigo. Não quero que pense... pense no resultado do exame... porque eu não quero ter que pensar também... – Admiti e ela sorriu tristemente. E ela também levou uma das mãos até meu rosto e o acariciou de forma terna.
– Não tem como... – Me disse.
– A gente ainda não sabe.
– Estou com medo, Arthur. – Admitiu como se agora estivesse mais aliviada por ter admitido.
– Eu sei que está. Eu também estou. – Segurei em suas mãos com força. – Mas eu estou aqui... e também quero que você esteja. E você sabe do que eu estou falando. – Lhe disse. E me levantei. – Não vou demorar. – Avisei caminhando para o banheiro.

Eu precisava tomar um banho, na verdade, era a única desculpa que eu havia encontrado para ficar sozinho. Entrei no mesmo e tranquei a porta. Me encarei no espelho, meus olhos estavam vermelhos e inchados. Era como se eu tivesse passado a semana toda chorando. Não me lembro de alguma vez ter ficado tão desesperado como hoje.

Olhei para o chuveiro e tirei a calça comprida, e a boxer. Liguei o mesmo, e não me importando com o frio que fazia, deixei a água fria. Banho quente era a última coisa que eu queria. Não sei quanto tempo fiquei ali, mas meus dedos já estavam engelhados e eu realmente já estava com frio. Se eu não saísse debaixo daquela água agora, acabaria ficando doente.

Me lembrei de que avisei que não iria demorar. No entanto, nem sei se já tinham se passado horas. Me enxuguei e peguei outra toalha, enrolei a mesma na minha cintura e peguei meu prestobarba e o creme de barbear que estavam sobre a pia, junto com minhas coisas de higiene. E comecei a fazer a barba. Talvez eu estivesse fazendo isso para não ter que sair daquele banheiro. Porque do jeito que eu estava, era capaz de acabar me cortando com aquela lâmina. Não demorei muito, pelo menos, não tinha ganhado um corte. Passei o creme pós barba. E uma leve batida na porta me fez encara-la rapidamente.

– Arthur? – Lua me chamou baixo. – Está tudo bem? – Eu notei que ela hesitava. Estava nervosa. – Você disse que... – Abri a porta e ela me encarou. – que não ia demorar. – Completou.
– Estou bem. – Respondi. E ela me olhou de cima a baixo. – Resolvi fazer a barba. – Falei. Lua assentiu e voltou para a cama, e eu fui até o closet atrás de uma boxer e uma calça.

Quando voltei, ela já estava deitada. Coloquei o celular sobre a cômoda e me deitei na cama. Ficamos alguns minutos, intermináveis minutos encarando o teto, em silêncio. Procurei a mão de Lua, e entrelacei nossos dedos, como se para assegurar a ela, que eu estava ali, e que jamais sairia. Sua mão estava gelada, e eu me culpei por não estar fazendo nada para tranquiliza-la. Cheguei mais perto dela, e coloquei a outra mão em sua cintura, ela levou a mão livre até minha costa. Beijei seu pescoço ternamente. E coloque a cabeça sobre seu peito. Eu estava cansado. Muito cansado, e minha cabeça já doía.

– Desculpe por isso... – Murmurou enquanto passava os dedos pela minha costa. Eu nem havia dado tanta importância para os arranhões que ela fizera ali propositalmente. Ela estava magoada.
– Minha costa é o que menos dói... – Murmurei de volta. E levantei o rosto para olha-la, e seu olhar se encontrava perdido em um ponto qualquer. – Eu estou cansado. – Lhe disse. Ela abaixou o olhar, e me encarou.
– Eu sei... Tente dormir. – Me disse. E eu soltei sua mão, levando-a até seu pescoço, onde passei meu braço, a outra permaneceu em sua cintura. Ela acariciou meus cabelos, com a mão que eu acabara de soltar.
– Desculpe... Eu sei que deveria estar ajudando você. – Falei me sentindo extremamente egoísta. Mas o que eu podia fazer? Se eu não sabia o que fazer?
– Tudo bem, Arthur. Eu entendo, ok? – Ela me lançou um breve sorriso, sem mostrar os dentes. – Você está aqui... O que mais eu poderia pedir? – Me perguntou. E eu notei em suas palavras, que ela se sentia aliviada por eu estar ali. Mesmo que pedindo mais, do que tinha a oferecer no momento. Conforto, carinho...
– Amanhã eu cuido de você... Hoje eu preciso que você cuide de mim. – A olhei. E ela sorriu outra vez e assentiu. Tocou meu rosto com a ponta dos dedos, até chegar em meus lábios.
– Eu vou cuidar... – Me disse baixo e eu ergui o rosto para tocar meus lábios nos dela. Nos beijamos rapidamente. E eu voltei a deitar a cabeça em seu peito.
– Boa noite... e tente dormir também... amanhã a gente termina de conversar. – Lhe disse, mas ela nada me respondeu. Apenas continuou fazendo carinho em meus cabelos e costa. E eu acabei adormecendo abraçado a ela.

Pov Lua

Eu não consegui pregar os olhos. E perto de 00h, Harry ligou para Arthur, e logo depois, Eliza, e John, Harry, Eliza, John, Harry, John, Harry, Harry, Mika, Harry... e eu já estava quase tacando aquele celular no em qualquer canto, em qualquer parede.

Mas e quem era Eliza? Me perguntei depois de algum tempo. Resolvi desligar o celular quando uma chamada de Harry pela última vez piscou na tela do aparelho. Eu não queria falar com ninguém, e mesmo sabendo que Arthur não se importaria se eu atendesse a essas ligações, eu não estava afim de dar explicações a ninguém. E Harry ligava para isso, ele queria uma explicação, devia estar preocupado. Meu celular estava desligado desde a última vez que falei com Arthur antes dele chegar.

Minha cabeça doía, e os segundos, minutos e horas iam se passando. Olhei para o relógio, e os ponteiros marcavam 3h15. E eu não tinha sono algum. E ainda queria saber quem era essa tal de Eliza, e o que ela fazia ligando para Arthur a uma hora dessas. Não me lembro de mulheres trabalharem para eles – pelo menos, não a ponto de ficarem ligando – ou viajarem com eles.

Fechei os olhos, e conseguir dormir por algumas horas. Já que quando abri os olhos novamente, o quarto estava parcialmente claro. Olhei para o relógio e vi que já era 7h45. Arthur se mexeu e apertou o braço em pescoço, enquanto levava a outra mão até os olhos. Os abriu lentamente e bocejou. Para logo depois, beijar minha bochecha.

– Bom dia...
– Bom dia. – Respondi.
– Não dormiu?
– Bem pouco. – Admiti. E ele me encarou. Pegou o celular e antes que ele notasse que estava desligado, falei – Eu desliguei. – Avisei. - Harry ligou, Mika, John e... Eliza... – Disse. Arthur não me olhou e ligou o aparelho.
– E você não atendeu? – Perguntou calmo.
– Não. – Murmurei. Arthur levantou o olhar e me encarou.
– O que foi? – Me perguntou, talvez notando minha expressão de "Me fale quem é Eliza", mas ele queria que eu perguntasse.
– Quem é, Eliza? – Perguntei secamente. E pude jurar que ele quase riu.
– Eu sabia que iria me perguntar...
– E por que não me poupou de perguntar? Poderia ter falado logo. – Falei impaciente.
– Ela tá lá com a gente. John a contratou, e eu nem sei porque ela me ligou. – Franziu as sobrancelhas. – Harry vai me matar. Eu disse que ligaria assim que chegasse. – Comentou. Mas logo deixou o celular sobre a cômoda novamente. – Lua? – Disse me olhando. – Não me diga que está com ciúmes?
– Ciúmes? Eu? Faça-me rir... – Falei sarcasticamente. E revirei os olhos.
– É bom que não esteja mesmo... – Ele voltou a me abraçar.
– Sabe quem está prestes a entrar pela aquela porta? – Perguntei ao olhar para o relógio. 8h os ponteiros marcavam.
– Aham...
– Será que escutaram ontem... a discussão? – Perguntei baixo.
– Eu fechei a porta do quarto de Anie, quando passei por lá. – Me disse.
– Você a viu?
– Não. Eu só fechei a porta. – Ele me olhou. – A propósito, ela vai bater na porta e chamar você... – Comentou. Neguei com a cabeça e Arthur me olhou confuso. A porta foi aberta, e Anie deu um passo para dentro do quarto, meio acordada e meio dormindo. Esfregou os olhos e Arthur olhou para ela e depois para mim. – Eu passei quase uma semana longe, e Anie cresceu o suficiente para chegar na maçaneta e abrir a porta? – Perguntou baixo, se sentando na cama. Anie abriu o maior sorriso e correu até a cama. Arthur a ajudou a subir e a puxou para seu colo. – Eeii... – Ele lhe deu vários beijos. – Senti sua falta, filha. – A abraçou tão forte, que eu achei que ela reclamaria.
– Eu também, papai. – Ela lhe disse com a voz abafada, por estar com o rosto contra o peito dele. Arthur fechou os olhos ao ouvir a última palavra, e eu senti meu coração se apertar ainda mais quando ele me olhou com os olhos marejados. Apertou ainda mais a filha em seus braços e depois a afastou, olhando a garotinha nos olhos.
– Eu amo você. – Disse a ela. Anie sorriu, e eu sorri junto. A primeira vez na vida que não implicava pelo ciúme ao ver a cena. Ela podia dizer que me amava também, eu ia amar. Já que ela com certeza diria que amava ele também. Ela tocou o rosto dele com as mãozinhas.
– Eu também amo você, papai. – Ele a abraçou novamente. E eu sabia que isso era tudo que ele precisava ouvir, depois de ontem. Minutos depois, eles se separaram e Arthur apontou para mim, enquanto Anie me olhava e engatinhava até mim. Os olhos dele ainda estavam marejados, e os meus não estavam diferentes. Anie jogou os bracinhos ao redor do meu pescoço, e me abraçou.
– Sabe que eu amo muito você né, mamãe? – Disse segurando em meu rosto. Assenti beijando sua testa ternamente, Arthur nos olhava.
– Sei, meu anjo. Eu também amo muito, muito você. – Falei abraçando-a e Anie deitou a cabeça em meu ombro. Fechei os olhos por alguns segundos. E quando os abri, senti a respiração de Arthur batendo em meus lábios, e logo ele me beijou carinhosamente.

Continua...

Se leu, comente! Não custa nada.


N/A: Aaaaawn! Para tudo que eu amei escrever esse capítulo. Ficou um amor, né? Bom, eu achei. E estou apaixonada por ele S2. Não esqueçam de comentar o que estão achando, eu gosto quando participam, sabe? Mas não só com o famoso “mais”, “continua” e “+++++++++”. Geeeenteeeeee, escrevam coisas que dê para eu conversar com vocês ok?

E ah: Sei que tem gente que espera uma traição, da parte do Arthur. Acham mesmo que ele faria isso, correndo risco de acabar com a linda família e amor que construiu? Posso garantir a vocês, que o que estou imaginando para o decorrer da história, é muito mais que isso. Não é preciso uma traição para a vida de ambos dá a volta e tanto que irá dar. Uhm... Preparem-se! Bom, é isso...

Um Beijo...

17 comentários:

  1. Ainda bem que não vai ter traição, odeio quem vive insistindo nisso! Posta maissss!

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  2. Eu não quero que o Arthur traia a Lua, quero que eles continuem esse casal fiel, eu amo ver esses dois juntos
    Tomara que o resultado de negativo, não quero que eles sofram mais, não quero nem pensar quando eles contarem pro resto da turma, vai ser muito triste, tô muito ansiosa pro resultado
    Já quero o próximo

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  3. Também não quero que o Arthur traia a Lua vai ser muito triste
    Próximo pra ontem h as haha

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  4. Não quero que o Arthur traia a Lua tomara que eles possa ter mais filhos

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  5. Não eu não espero essa traição não da parte de Arthur Deus é mais, ja não basta perder um filho e o marido ainda a trai é demais.
    Espero que eles não se importem com o resultado desse exame e que fizessem um viagem ou renovação os votos do casamento e nessa viagem Lua descobrisse que estaria gravida novamente ;)
    Adorandoooo e me acabando de triste pela situação deles agora.
    Milly tenho certeza que vc vai arrasar nos proximos capitulos como sempre :D

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  6. Não espero traição por parte de nenhum dos dois e eles têm que poder ter mais filhos! Mais?

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  7. Naoo quero que o Arthur faça isso eh também não quero que o casamento deles acabei de nem uma forma !! Principalmente se o exame der que ela não pode mais ter filhos por favor não faça isso com a gente meu coração não aguentaria kkk ❤❤

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  8. sim esse capitulo foi mega,hiper foufo. ultimamente ando chorando com esses capitulos , espero q ñ role traição acho isso desnecessario, como vc mesma disse vc pode colocar outros meios de rola brigas no casamento deles . o thur esta se sentindo quebrado , e o que esta lhe dando forças é anie. já estou ansiosa por mas capitulos, e nem preciso te elogia neh , vc sabe q manda muito bem milly Xx adaline

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  9. não quero que o Arthur traia a Lua, isso é a pior coisa do MUNDO
    parabéns cada dia melhor
    orgulho de ler essa web

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  10. QUE ESSE AMOR ENTRE OS TRÊS SEJA ETERNO.

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  11. QUE LINDO GENTE.... TEM UM OLHO NA MINHA LÁGRIMA 😪😍

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  12. QUE LINDO GENTE.... TEM UM OLHO NA MINHA LÁGRIMA 😪😍

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  13. NOSSA, MUITO LINDO VER ESSA FAMILIA ÚNIDA ASSIM, QUE ELES FIQUEM ASSIM SEMPRE ;)

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  14. HJ TEM CAPITULO?

    MAIS, TO AMANDO MTTT

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