Sentimentos traiçoeiros - Praia

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Lua

     Combinamos nos encontrar na praia. Eu caminhava com uma bolsa às costas e com os meus irmãos, um de cada lado. Procurava-mos um lugar com sombra pois essa era a condição da minha mãe.
     O Arthur foi um doce de pessoa em ter concordado vir porque ele está de ressaca e creio que a praia não deve ser o melhor palco para curá-la.

- Que tal aqui? - Pergutei aos meus irmãos. Eles nem me responderam. Sentaram-se logo para começarem a brincar na areia.

     Os olhares à nossa volta eram estranhos. Julgo que pensam que sou mãe destas duas pestes.
     Estendi as nossas toalhas, tirei a minha roupa, exibindo o meu biquíni novo, e peguei no protetor solar para espalhar pelo corpo dos meus irmãos.

- Não podem sair daqui. Só quando eu for com vocês. - Avisei-lhes mais uma vez.

     Comecei a encher as bóias deles, para poderem nadar, bem como uma bola que flutua na água.

- Precisas de ajuda? - Aquela voz era-me familiar.

     Os meus irmãos tiraram a atenção da areia para poderem brincar com Arthur.
     Ele tirou igualmente a sua roupa e a sua toalha e sentou-se para brincar com eles.

- Parecemos uma família. - Arthur riu.

     Edward estava sentado no colo do Arthur enquanto o Thiago estava ao seu lado a brincar com a areia.

- Já viste como as pessoas olham para nós? Agora que chegas-te, os olhares pioraram.
- Devem pensar que somos pais.
- Mas eu só tenho 16 anos - Gargalhei.
- Mas eles não sabem. Devíamos dar mais ênfase à cena.
- Como?
- Então filho, tens fome? - Arthur perguntou ridiculamente alto.
- Sim. - Thiago respondeu, muito pronto. Eu ri-me e tirei da minha bolsa umas bolachas próprias para as idades deles.

     Os dois começaram a comer. Arthur pediu o protetor solar e depois que me deitasse de barriga para baixo.

- Vou te colocar protetor, amor. - Avisou ele com uma voz doce.

     Ele colocou os joelhos de cada lado do meu corpo e pousou, de leve, em cima do meu rabo, quem sabe um pouco mais a baixo.
     O protetor estava frio ou talvez eu é que estava quente de mais no meio daquela situação. Arthur espalhava-me o protetor nas costas enquanto os meus irmãos brincavam ao nosso lado na areia e o pessoal à nossa volta julgavam-nos casados e pais de gémeos.
     As mãos do Arthur iam desde os meus ombros até à beira das minhas cuecas do biquini. Ele desatou o fio da parte de cima para poder espalhar melhor ainda o protetor. Quando as suas mãos passavam perto das minhas laterais, eu sentia um leve calafrio.

- Não precisas de te arrepiar. - Arthur riu de mim.
- Idiota. - Sentei-me na areia.
- Vamos à água.

     Pegamos nas coisas os meus irmãos e fomos todos de mãos dadas até a água.
     Frio é pouco para descrever o meu primeiro contacto com a água do mar.
     Os meus irmãos reclamaram a início, mas depois do Arthur tanto insistir, lá começaram a bater com as pernas e os bracinhos na água.

- E se eu afogasse agora a vossa mana? - Arthur colocou as mãos nos meus ombros.
- Siiim - Thiago gritou

     Arthur fez pressão nos meus ombros fazendo com que eu realmente fosse para o fundo e ainda consegui ouvir os gritinhos do meu irmão Edward, de desespero naturalmente. Voltei a cima quando o mesmo ser que me afogou pegou nos meus braços e puxou-me para cima. Desatei às gargalhadas.

- Agora... o salvamento! - Ainda nos braços dele, Arthur aproxima o seu rosto do meu e beija-me.

     Eu realmente não esperava. Não esperava que os nossos lábios voltassem a se encaixar. Não desta forma nem depois de tudo o que aconteceu.
     Para me deixar ainda mais embaraçada, senti a língua dele a querer entrar na minha boca. Permiti. Mas não queria que os meus irmãos vissem - não que eles fossem perceber -, mas coloquei as mãos ao redor da boca dele, enquanto ele tinha os braços agora à volta da minha cintura.

- Já chega... - Disse agora sem ar, quebrando o contacto entre os nossos lábios.

     Os meus irmãos quando viram que ele já estava sob a água, deixaram de se preocupar comigo porque, quando separei os meus lábios dos lábios de Arthur, eles já estavam a brincar um com o outro na água com a bola insuflável que eu lhes dei.



Notas finais

Bora lá subir o número dos comentários?
O que estão achando? 
Eu infelizmente não consigo ver o programa em que o Arthur participa à mesma hora que vocês porque aqui não passa (lembrando que sou de PT). Só posso ver no dia seguinte através de vídeos :(

5 comentários: