Sentimentos traiçoeiros - Além do permitido

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Lua

     Esperava que Dianna voltasse da cozinha com a água que ela prometeu me trazer.
     Eu estava no quarto dela lavada em lágrimas e eu nem sabia ao certo a razão.

- Toma. Bebe e conta-me o que aconteceu ao telefone com o Arthur. - Dianna deu-me o copo com água.
- Ele tratou-me mal. A voz dele era fria. Parece que me odiava de morte e o que tinha feito era um favor como se lhe custa-se milhões. - Pousei o copo na cabeceira depois de beber meio copo de água. - Ele próprio beijou-me sem ser por "ensinamento" - Fiz aspas com as mãos. - Ele beijou o meu pescoço e pediu desculpa. Não era, então, só eu que estava a confundir as coisas.
- Ele só não quer estragar a amizade que vocês têm.
- Mas não vai estragar nada. São só uns beijos.
- Mas talvez aquilo mexe com ele e ele não quer que isso aconteça.
- Se fosse isso, porque razão aceitou ajudar-me?
- Ele nunca te tinha beijado, certo? - Ela perguntou e eu respondi afirmativo com a cabeça - Ele não sabia qual seria a sensação.
- Eu estou mesmo chateada com ele. Vou lhe mostrar que não quero os beijos dele para nada.
- O que vais fazer?
- Não. Pergunta antes o que é que tu vais fazer! - Disse eu decidida.

[...]

     Ainda na mesma noite, disse aos meus pais que ia dormir à casa da Dianna.
     Eles não sabiam que eu era tão amiga dela. Nem eu sabia. Quer dizer, damo-nos muito bem mas é o Arthur o meu melhor amigo. Ou era. Não sei como estão as coisas depois daquela discussão.

- Ele deve estar a chegar. - Disse Nuno, o namorado da Dianna. - O Bruno é bem porreiro. Aposto que vais gostar dele. Só tenta não fazer muitas perguntas porque não é bom no primeiro dia de encontro.
- Eu sei.

     Estava previsto um jantar. Pizza, na verdade. Eu estava um pouco receosa quanto ao que fazer ali.

- Olá, desculpem o atraso. - Bruno no chegou à mesa com um sorriso brilhante. Tinha olhos claros, cabelo escuro e a sua pele era clara também. Vestia uma camisa branca arremessada nas mangas e umas calças jeans claras. - Deves ser a amiga da Dianna, certo?
- Certo. Sou a Lua.
- É um prazer. - Ele sentou-se ao meu lado na mesa e cumprimentou Nuno e Dianna. - Perdi a noção do tempo. Mas estou a ver que daqui não saiu tão cedo. - Dianna e Nuno riram.

     Deveria ir na conversa do Bruno e não pensar mal das suas cantadas horríveis?

- Mas tu és linda. A mais linda deste restaurante. - Bruno chegou perto e cheirou o meu pescoço. Eu arrepiei-me.

     Jantamos e Dianna olhava estranhamente para mim.

- Ainda é cedo. - Disse Nuno - Podíamos dar uma volta de carro antes de levar as meninas a casa.
- Podemos só ficar no carro a ouvir música e a conversar. - Sugeriu Bruno enquanto olhava maliciosamente para mim.

     Depois de sairmos da pizzaria, fomos para o carro de Nuno que ficou estacionado perto da praia, pouco mais de dez minutos da pizzaria. Um local bem silencioso e discreto.

- Liga a rádio. - Bruno pediu. - Vamos curtir o ambiente. - Nisto, Bruno pega na minha mão e puxa-me pra dançar.
- Ok parceiro. Vamos vos deixar a sós. - Nuno riu.

     Olho assustada para Dianna mas ela suspira e entra no carro. Nuno liga a música e abre os vidros para que o som pudesse se soltar.
     Mas quem realmente se soltou foram as mãos de Bruno que começaram a ir além da "área permitida" no meu corpo.
     Tento fazer com que ele não perceba que estou incomodada e tento parecer, acima de tudo, bem confiante e acostumada com aqueles toques.
     A música não para. Dançamos uma lentamente, mas depois começa outra do The Weeknd, que fez parte da trilha sonora de 50 shades. Pode ter sido impressão minha, mas o Bruno intensificou os seus toques com as mãos, aprofundando-os e levou os seus lábios ao meu pescoço, chupando-o lentamente. Causou-me um arrepio e soltei um pequeno gemido. Agarrei o pescoço dele com força enquanto ele me levantava uma perna colocando-a à volta da sua cintura.
     Seria isto permitido a meio da rua?


Notas finais

Será que Lua para por ali ou continua?
Leiam o próximo capítulo para saberem.

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