Milagres do Amor - Cap. 16º

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Milagres do Amor
A Música

Pov Narrador

Arthur passou a noite toda acordado preocupado com Lua. Qualquer movimento na cama ele acordava e media sua temperatura, da qual não subiu mais depois do remédio.

O sol estava nascendo quando ele se levantou, fez sua higiene, tomou banho, desceu deu comida ao Luke e foi fazer o café. Quando estava quase tudo pronto ele escuta o telefone tocando.

– Alô – atende
– Arthur!
– Sim – reconhece na hora o dono daquela voz, Bernardo.
– Sou eu, Bernardo – diz tímido.
– Sim, pode falar.
– Eu liguei pra saber se você já se recuperou? – ri.
– Ah, eu estou bem… Ham, valeu por me trazer em casa e por me ouvir, ok?
– Que nada cara. Você já resolveu as coisas com ela?
– Mais ou menos, tudo tem que ser feito com calma
– Tem razão. Eu já sei como pode me agradecer pela ajuda.
– Pode falar. – diz Arthur curioso.
– Como semana que vem estamos de folga, que tal viajarmos?

Arthur pensa e resolve chamá-lo para ir à casa de seus pais, afinal ele foi um bom ouvinte.

– Eu vou para casa dos meus pais, hoje ou amanhã. É em, Santa Mônica, se você quiser ir.
– Jura? Eu vou adorar. Cansei de ficar sozinho nesse apartamento. Quando você vai? – pergunta radiante.
– Eu não sei. Lua estava com febre ontem se ela acordar melhor iremos hoje. Eu te ligo.
– Tudo bem, fico esperando. E melhoras pra ela. – Arthur desliga e vai para a cozinha preparar uma bandeja de café da manhã para levar para Lua. Ele sobe e coloca a bandeja na mesa da sacada. Pega um livro e se senta esperando ela acordar.

Lua após alguns minutos acorda procurando por Arthur, como não o encontra no quarto, acha que ele tinha ido trabalhar. Levanta da cama indo em direção ao banheiro quando tropeça nos próprios pés, só estava esperando o choque com o chão que não veio, e sim mãos fortes e grandes segurando sua cintura, lhe enviando choques pelo corpo todo.

Lua olha pra cima e seu olhar encontra com o de Arthur, que a encara segurando um riso pela sua falta de equilíbrio.

– Bom dia pra você também. – ri a levantando.
– Ah, para de rir da minha cara – fica vermelha e afunda a cabeça no peitoral de Arthur, absorvendo todo seu cheiro másculo e viril.
– Posso dizer que conheço bastante de você agora.
– É mesmo? Tipo o que? Não vale só os defeitos – brinca com a voz abafada pelo peito de Arthur.
– Hum… Você quando está doente fica muito manhosa, é extremamente teimosa, atrai o perigo, me deixa ver mais o que – finge pensar, mas volta logo a falar – cai atoa, você é encantadora, quando acorda fica com uma cara tão linda. – ri.
– Ah para, está me deixando com vergonha. – bate de leve em seu peito e vai para o banheiro.
– Lua, eu adoro ver você corando – gargalha, e vai atrás dela.

Senta-se na bancada da pia, onde Lua planeja escovar os dentes. De início ela não se importa com ele ali. Mas quando olha para ele e o pega rindo dela, fica mais vermelha ainda.

– Para – diz coma boca cheia de espuma da pasta de dente.
– Nem pensar, essa visão está tão fofa. – Ele ri e aperta suas próprias bochechas fazendo um biquinho irritando Lua.
– Sai Arthur – diz o empurrando para fora do banheiro.

Quando ela acha que está sozinha e volta a escovar os dentes, Arthur aparece na porta e diz:

– Eu continuo vendo.

Lua joga o creme de barbear nele que desvia rindo e vai para a sacada.

Lua acaba de fazer sua higiene irritadíssima com Arthur, sai do banheiro o procurando achando-o na sacada.

– Olha aqui senhor Aguiar, eu… - sua frase se perde no meio, indo embora com o vento junto com sua raiva.

Na sua frente Arthur está sentado na mesa redonda, com pães, bolos, frutas, geleias, biscoitos, sucos, tudo para um luxuoso café da manhã, enfeitado com uma rosa vermelha no centro.

– Tudo seu – diz Arthur com expectativa.
– Ai meu Deus! – Lua diz com lágrimas nos olhos, Arthur levanta surpreso com sua reação.
– O quê foi? Não gostou?
– Não… Não é isso é que… Ninguém nunca fez isso por mim, obrigada – diz o ficando na ponta dos pés o agarrando pelo pescoço, se afundando ali.
– Docinho, agora você vai ter que se acostumar. – ela o olha com os olhos brilhando e sorri.
– Eu não sei como te agradecer por tudo que você tem feito por mim. – Arthur limpa sua lágrimas com cuidado e carinho.
– Eu sei como – diz rindo.
– Sabe?
– Sim, que tal você tocar para mim?
– Eu não sei, talvez você não goste – diz negativamente.
– Claro que vou. Agora se sente e aprecie minha obra prima – diz apontando para a comida – Agora eu que vou cuidar da sua alimentação quero ver você não querer comer.

Lua mostra a língua pra ele que ri.

– Você quem fez isso tudo? – pergunta abismada.
– Sim. Vamos lá está bom. Eu quero te levar logo para a sala do piano.
– Você tem piano?
– Sim. Você não andou pela casa?

Ela nega.

– Por que não?
– Porque o dono da casa não estava. – diz simplesmente enquanto come um pedaço de bolo de chocolate com suco. – Isto está muito bom.
– Obrigado.
– Bem que você poderia me ensinar a cozinhar em? – olha sugestivamente pra ele.
– O quê? Ah dona Lua… vai falar que você nessa idade não sabe cozinhar?
– Não. – responde fazendo bico.
– Ah coisa fofa, fica assim não, eu ensino você.
– Mesmo? E para de me irritar
– Sim. Mas você irritada é tão fofa. – ri da cara dela.
– Oh, seu cara de pau – diz procurando algo para jogar nele.
– Não foi dessa vez docinho. Vamos coma logo que eu quero ouvi-la tocar.
– Não sei se você merece mais.
– Olha só que mal agradecida você é. Eu cuidei de você a noite inteira e ainda fiz um maravilhoso café e não mereço? – diz fingindo-se de ofendido.
– Pensando por este lado… E obrigada por cuidar de mim – diz corando.
– Sempre às ordens. Se sente bem?
– Sim, maravilhosamente bem. Você até serve para ser médico sabia?
– Não sirvo não, deixo essa tarefa para meu pai.
– Ele é médico?
– Sim, eu cuidei de você tão bem, porque liguei pra ele.
– Me conta mais sobre sua família? – pergunta curiosa.
– Minha mãe, Rita é decoradora. Ela quem decorou toda a casa.
– Realmente ela sabe o que faz, ficou linda sua casa.
– Eu também gostei. Meu irmão Chay é mecânico e Mel estuda moda.
– Que legal. Eu também pensava em estudar moda – diz com um sorriso.
– Se você quiser eu… - Lua o interrompe.
– Nem termina essa frase. Você não tem obrigação nenhuma de fazer essas coisas por mim. O dinheiro é seu e você tem que gastar com você, não comigo.
– Lua, não vem com esse papo não, ok? Eu não ligo de gastar, eu tenho tanto.
– Mesmo assim não deveria.
– Deveria sim e vou continuar. – diz seco
– Thur…
– Psiu, acabou o assunto. Gostou do café? – muda de assunto.
– Amei, obrigada.
– Agora minha recompensa.

Ele se levanta e a pega pela mão, levando-a até o andar de baixo, onde está um lindo piano de cauda preto.

Lua fica encantada com o piano, e se senta.

– Tem certeza? Você pode ficar com dor de ouvido. – diz amedrontada, mastigando seus lábios.
– Anda Lua – a incentiva.
– Ok. Eu compus.

Então ela começa a tocar e cantar: Link da música.

Eu quase posso ver
Esse sonho que estou sonhando.
Mas há uma voz dentro da minha cabeça dizendo que eu nunca irei alcançá-lo.
Cada passo que estou dando
Cada movimento que eu faço
Parece perdido sem nenhuma direção
Minha fé está abalada
Mas eu, eu tenho que continuar tentando.
Tenho que manter minha cabeça erguida.
Sempre haverá uma outra montanha
Eu sempre vou querer movê-la
Sempre vai ser uma batalha difícil
Às vezes eu vou ter que perder
Não é sobre o quão rápido chegarei lá
Não é sobre o que está me esperando do outro lado
É a escalada.
As lutas que estou enfrentando
As oportunidades que estou tendo
Às vezes podem me jogar no chão
Mas não, eu não estou rompendo
Eu posso até não saber
Mas este são os momentos que eu vou lembrar mais e
Só tenho que continuar
E eu, eu tenho que ser forte
Apenas continuar empurrando
Sempre haverá uma outra montanha
Eu sempre vou querer movê-la
Sempre vai ser uma batalha difícil
Às vezes eu vou ter que perder
Não é sobre o quão rápido chegarei lá
Não é sobre o que está me esperando do outro lado
É a escalada.
Continue em movimento
Continue correndo
Mantenha a fé
Querido
É tudo sobre
É tudo sobre a escalada
Mantenha a fé
Mantenha a sua fé

Ela cantava com a alma, a melodia suave se mesclando com sua voz doce, enchendo todo o ambiente de paz e tranquilidade. Quando ela cantava não existia nenhum requisito de timidez e sim uma alegria e amor em sua voz, melodiosa. Aquela Lua tímida e ferida ia embora com o vento que logo trazia a nova Lua, uma mais confiante e determinada.

A cada verso que Lua cantava, Arthur se via mais fascinado e encantado por ela.

No final quando ela terminou de cantar a última parte, Arthur ficou paralisado com tamanha potência e tranquilidade, em sua voz, como se fosse uma cantora experiente com anos de prática.

Seu talento era evidente.

Quando ele consegue sair do transe, percebe que Lua acabou e explode em aplausos fechando boca, que até então permanecia aberta.

– Maravilhoso, Lua, foi perfeito. Parabéns.
– Obrigada – diz envergonhada, mastigando os lábios.
– Você tem outras, não têm? – Lua assente – Então quando voltarmos da casa dos meus pais você vai me mostra.
– Tudo Bem. Você vai para casa dos seus pais? – pergunta com um sorriso imenso nos lábios.
– Nós vamos e ainda tem o Bernardo na bagagem.
– Bernardo?
– Sim, ele trabalha comigo. Você vai conhecê-lo.
– Eles ficarão radiantes.
– Com certeza, docinho. – diz rindo e abraçando-a.

Continua...

N/A: Gente, a música que a Lua ‘’compôs’’ é uma tradução da música The Climb da Miley Cyrus.

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