Milagres do Amor
Toda
rosa tem seus espinhos.
Pov Narrador
Lua respira
fundo, colocando o máximo de oxigênio pra dentro, e começa.
– Eu era uma
criança feliz até os meus onze anos, meus pais Melissa e Breno, nunca foram o
tipo de pais que expressam sentimentos, muito menos dão carinho e amor. Porém
meu avô, Billy se encarregou disso pra eles. Ele me ensinou tudo que sei hoje.
Ele me chamava de anjo, me colocava na cama, contava histórias, me ensinou a
tocar, mas principalmente a amar e tentar ser feliz…
Arthur escutava
tudo com a máxima atenção. Sempre prestando atenção em suas expressões faciais.
– Vovô era dono
de uma empresa de cosméticos, era rico e bem sucedido. Semanas depois de eu ter
completado meus onze anos, ele morreu, um infarto fulminante. Antes de sua
morte, ele me deu essa pulseira. Ela estende a mão e mostra a pulseira a
Arthur. – E me fez prometer que eu seria feliz, parece que ele já estava
sentindo sua morte ou coisa do tipo, eu prometi- Lua começa a chorar. –
Depois de sua morte tudo mudou. Meu pai assumiu a empresa e cinco anos depois
ela faliu. Eu já tinha terminado meus estudos, sabia dirigir. Enfim meus pais
não se importavam com o que eu fazia, só quando havia festas eu era obrigada a
ir, mostrar a família feliz que não éramos.
Lua se acalma e
Arthur a incentiva a continuar. Sem nunca largar suas mãos, fazendo carinho
circulares nelas.
– Assim que a
empresa deu seu último suspiro de vida, o que era ruim ficou pior, ai que
realmente tudo começou. Ele me culpava, começou a me bater sem motivo algum.
Ele começava a se desesperar pelo dinheiro que estava acabando e descontava em
mim.
Lua falava tudo
olhando para suas mãos na de Arthur, com medo e vergonha de levantar seu olhar
e encarar os de Arthur. Ele por sua vez ficava mais irado.
Apesar de
desconfiar de alguma coisa desse tipo, não imaginara que o próprio pai fora o
responsável.
– Ele só me
olhava, no começo, mas uma dessas noites ele me agarrou, eu tentei afastá-lo,
mas ele era mil vezes mais forte que eu, então eu comecei a gritar. Minha mãe
entrou no quarto rapidamente, vendo que ele estava em cima de mim. Ele começou
a falar que eu quem estava o segurando, eu o tinha agarrado e estava apenas me
fazendo de vítima. Eu vi em seus olhos que ela não acreditou, eu achei que ela
ficaria do meu lado, esse era seu dever de mãe, mas me enganei. A única coisa
que ela fez foi me espancar, deixando diversas marcas, por onde passava.
Lua se
desespera e começa a chorar descontroladamente, Arthur a pega e coloca em seu
colo, ninando-a como um bebê na tentativa de acalmá-la.
– Fica calma,
já passou me perdoa, não precisa continuar.
– Não… Eu… Eu
preciso sim.
Ela se acalma e
continua.
– Por dois anos
ele parou. Quando completei dezoito anos ele voltou ao meu quarto, mas não mais
alcoolizado e sim de cara limpa, disse que se eu gritasse me mataria. Então eu
corri para o banheiro, tentei trancar a porta, mas ele conseguiu entrar, eu não
hesitei nem por um momento, gritei. Ele veio para cima de mim, tirou o canivete
de seu bolso e cortou meu pulso, da mão direita. Começou a me xingar e dizer
que me deixaria sangrar até a morte, então saiu. Eu fiquei ali, não sei se por
horas, minutos ou dias, deitada na minha poça de sangue até a inconsciência me
atingir. Acordei dias depois na cama de um hospital, sem nenhuma vontade de
sair do estado que me encontrava. Meses se passaram e eu fui para casa. Eu só
vivia trancada no meu quarto, recebendo pouca comida. Eu gostava, pelo menos
depois do acontecido eu raramente os via. Assim se passou dois anos, até que eu
resolvi sair do quarto e desci. Foi nesse dia que eu peguei meu pai conversando
com o cara do estacionamento, eu apenas ouvi o final da conversa, eu somente
sabia que ele me levaria dali. Fiquei escondida na sala, enquanto meu pai foi
me procurar no quarto, foi ai que eu fugi, o que eu deveria ter feito há muito
tempo, apenas não fiz por falta de coragem e medo do mundo. Consegui fugir dos
cães dos meus pais, caminhei por horas até encontrar aqueles homens na estrada,
eu estava decidida a acabar com minha vida, mas ai você me fez mudar de ideia.
Terminou dando
um sorriso triste em meio às lágrimas que escorriam pelo seu rosto. Arthur a
abraça e Lua o agarra pelo pescoço.
– Você deve
denunciá-lo.
– Não Thur, eu
quero esquecer isso, deixa ele pra lá.
– Mas Lua, ele
não pode ficar impune. Não depois de tudo que tentou e fez a você.
– Não, por
favor, me promete? Você não vai fazer nada. O que passou, passou. Me promete. –
diz o encarando.
– Lua…
– Prometa! –
diz desesperada.
– Ok, eu
prometo. Agora para de chorar. – diz secando suas lágrimas.
Lua volta para
seus braços enfiando sua cabeça em seu pescoço, sentindo o perfume que tanto
adora.
Eles passam
longos minutos abraçados, sentindo o cheiro e o calor que emanava do outro.
Quando o
telefone toca ele hesita em deixá-la sozinha, mas desce, quando vai para
atender, vê quem é e não o faz. Mas a pessoa deixa uma mensagem.
– Filho, aqui é
o seu pai, se você bem se lembra. – diz sarcástico – Arthur eu sei que você
está ai, atende, por favor? Faz tanto tempo que você não vem nos visitar, que
não nos falamos, não nos vemos… Só pela televisão ou jornais não vale.
– Não vai
atender? – pergunta Lua que só agora foi notada por Arthur.
Ele apenas
balança a cabeça negativamente.
– Eu agradeço o
dinheiro que você nos manda, sabe que não precisamos mais agradeço mesmo assim,
talvez você faça isso para se sentir menos culpado pelo afastamento não é
mesmo? Você está cansado de saber que não queremos seu dinheiro, queremos você
aqui conosco, convivendo como antes. Sua mãe e seus irmãos estão sofrendo
muito, na verdade todos estamos. Pelo menos ligue para nós ok? Nós te amamos,
não importa o que você faça.
Arthur termina
de ouvir a mensagem e se sente culpado por estar causando tanto sofrimento, sem
motivo algum para sua família.
– Thur, por que
você não atendeu?
– Eu não sei!
Ele se senta e
encosta no sofá colocando a cabeça pra trás. Lua senta ao seu lado e coloca as
mãos em seus cabelos revoltos, fazendo cafuné.
Arthur a
princípio fica surpreso, mas depois relaxa e fecha os olhos apreciando.
– Sabe, eu
daria tudo para ter uma família que me ame. Não ser sozinha.
–Você não está
mais sozinha. – Arthur diz a encarando, Lua abre um sorriso tímido e cora
encabulada
– Mas família é
tudo. Você fica sozinho por opção, já eu não tive escolhas. Tenho certeza que
eles te amam ao contrário não ligariam, eles sentem sua falta.
– Eu sei. – diz
e volta a fechar os olhos.
– Então, você
se afastou por nenhum motivo não foi?
– Sim, eu vivo
no mundo do crime Lua, eu acho que ficando longe, eles vão sofrer menos. Pois
eu sei que quando eu tirar os pés de casa para ir trabalhar, a preocupação vai
nublar seus pensamentos.
– E você acha
que ficando longe eles se preocupam menos?
– Talvez.
– Você sabe que
está enganado. Liga pra eles, deixa eles participarem da sua vida. Ninguém é
feliz sozinho.
Arthur pensa e
acaba aceitando, afinal ele já aceitou Lua, porque não sua família?
– Tudo Bem.
Lua tira a mão
de seus cabelos, e ele resmunga.
– Ei, por que
parou? – Lua ri e volta a acariciar seus cabelos.
Até que ele
dorme, ela deita em seu peito, se aconchegando ali, adormecendo, os dois no
sofá, imediatamente.
Ruth observa a
cena.
– Agora ele
entra no eixo, ela o coloca no eixo. – pensa sorridente. E vai embora.
Arthur acorda
de madrugada e leva Lua para seu quarto, a coloca em sua cama, se deitando junto,
em seguida.
Continua...
Milagres do Amor
Cuidados
Pov Narrador
Arthur acorda
com o movimento de Lua que está inquieta na cama, acha estranho, afinal as
vezes que dormiu com ela, parecia um anjo de tão quieta que ficava.
Ele a abraça mais
e sente que ela está quente demais. Coloca as costas de sua mão na testa dela,
realmente ela estava fervendo. Ele se lembra da chuva que ela tomou a febre é
apenas a consequência.
Ele se esquiva
de seu abraço e desce, procura por Ruth em seu quarto, mas o encontra vazio e
lembra que sua folga é amanhã.
– Merda, eu não
sei cuidar de uma doente. Nem de mim mesmo eu cuido direito. – resmunga.
Vai em direção
à cozinha onde sabe que no armário fica uma caixa de remédios. Procura um
termômetro, mas não acha.
– Mais essa
agora. Não tem essa merda aqui.
Ele vai para a
sala e procura na lista telefônica o número de uma farmácia. Pede um termômetro
e um antitérmico. Que logo chega.
Com as coisas
em mãos ele sobe e encontra Lua encolhida no lençol. Pega uma coberta e coloca
encima dela. Abre o termômetro eletrônico e coloca em seu pulso. Espera alguns
minutos e ele apita, marcando trinta e sete e meio. Fica na dúvida em dar ou
não o remédio.
E depois de
tantos anos decide ligar para o melhor medico que já conheceu na vida, seu pai.
Arthur pega seu
celular, e disca o número, depois de três toques, quando já estava desistindo e
iria chamar um médico para ir até sua casa, ele atende.
– Alô – uma voz
grave e grossa, como a sua, porém grogue pelo sono atende.
Essa voz, tão
conhecida, que tantas vezes lhe deu conselhos, esporros e tanto carinho. Voz da
qual ele percebe que sentiu falta.
– Ham… Pai sou
eu, Arthur – hesita mais acaba falando.
– Oh, filho –
grita no telefone, acordando Rita – Aconteceu alguma coisa? – pergunta
alarmado.
– Não pai. Foi
mal por estar ligando essa hora, mas eu preciso que você me explique algumas
coisas.
– Sim, claro…
Calma amor fala com Arthur e Rita ao mesmo tempo, que está louca para falar com
o filho. – Arthur sua mãe está quase arrancando o telefone da minha mão, ela
quer falar com você – Arthur ri.
– Thur… – ele
escuta uma voz suave e calma vindo de Lua e se vira a encarando, antes pede que
seu pai aguarde na linha.
– Oi docinho –
ele vai à cama se senta e tirando alguns fios de cabelos do rosto de Lua. –
Está se sentindo bem?
Ela nega.
– Daqui a pouco
vai passar. Espera um pouco. – diz acariciando seus cabelos.
– Pai – volta a
falar no telefone.
Lua abre os
olhos surpresa e sorri lindamente pra Arthur, que retribui.
– Eu ouvi uma
voz feminina? Filho está namorando é? Precisa trazer até nos para conhecermos.
Já estava na hora.
– Não pai… Hum…
Não sei o que dizer. Um dia eu levo. – diz confuso.
– Que bom
filhão. Sua mãe…
– Pai diz pra
ela que depois eu falo com ela. Agora me responde uma coisa?
– Claro, fala.
– Quando uma
pessoa esta com trinta graus e meio, eu devo dar algum remédio ou fazer alguma
outra coisa?
– Ainda é
estado febril, um banho é o ideal, se a febre aumentar ai sim você deve dar o
antitérmico.
– Ok.
– Você está
bem?
– Sim. Pai, eu
tenho que desligar, mas eu ligo daqui alguns minutos.
– Tudo bem,
estaremos esperando, Tchau.
– Você ligou. –
diz Lua sonolenta e mole.
– Sim. Agora
levanta dessa cama e vai tomar um banho morno.
– Ah não, eu
estou bem. – ela se enrola mais no cobertor.
– Docinho, você
não está, toma um banho e depois você volta pra cama – diz acariciando seus
fios loiros.
– Ah não Thur,
aqui está quentinho e eu estou com frio. – ele ria de seu jeito manhoso, mas
vai até ela e tira o cobertor de seu corpo.
– É só um
banho. Você esta em estado febril, mas pode aumentar. Eu não Posso te dar
banho…
– Apesar de
querer muito. – pensa com seu lado pervertido.
– Toma um banho
rápido. Entra deixa a água cair e sai. Vamos lá.
Lua resmunga,
mas acaba indo para o banheiro, não sem antes colocar um bico enorme em sua
face. Entra toma um banho super rápido e logo sai.
– Viu, nem
doeu!
– É porque não
foi você, estava fria. – diz fazendo cara feia.
Arthur apenas
ri, ajuda a loira a se cobrir. Coloca o termômetro em eu pulso, onde vê a
cicatriz, faz um carinho ali, com a ponta do dedão. O termômetro apita
indicando que a febre só aumentara.
– Que merda,
não abaixa. – pensa.
– É docinho, a
chuva deu seu resultado. Toma esse comprimido.
Ele lhe
entrega o comprimido e um copo de água, que toma sem reclamar, já sentindo a
dor de cabeça lhe aporrinhar. Ela deita e Arthur deita com ela até ela dormir.
Ele resolve
ligar para seus pais. Eles conversam um longo tempo, tentando matar a saudade,
até que Arthur tem uma ideia.
– Mãe a Mel
está ai?
– Sim meu
filho. Só o Chay que ainda não chegou.
– O meu irmão
aprendeu comigo. – ri lembrando-se das traquinagens que ensinou e fez com o
irmão mais novo, em um ano. – Me deixa falar com ela?
– Essa hora?
Ela vai ficar uma fera.
– Passa pra ela
que eu amanso.
– Ok.
A mãe de Arthur
vai para o quarto de Mel e a acorda, passando o telefone pra ela em seguida.
– Alô – diz
sonolenta.
– Mula, como é
que você está?
– Maninho que
saudade e mula é sua…
– Olha a boca
suja, vou lavar com sabão em – ri
– Faz me rir.
– Agora é sério
mula… Oh perdão, Melanie – ele gargalha – Já abriu sua loja de roupas?
– Não, papai
não quer liberar a grana, estou juntando da mesada que eu ganho. Por quê?
– Tenho uma
proposta pra te fazer.
Mel dá um pulo
da cama e manda o sono para outro lugar. Ela conhece bem seu irmão, e sabe que
quando ele quer abrir o bolso, ele abre de verdade.
– Eba, fala –
solta um grito assustando sua mãe.
– Olha eu vou
ai te buscar, não grita e não fala pra ninguém, ok? – Mel fecha a boca
prendendo o grito prestes a sair. – Você virá aqui pra casa e ficar algum
tempo. Quando eu chegar ai, eu lhe conto o resto.
– Ah não, me
conta agora, sabe que eu sou curiosa.
– Não, vai ter
que esperar…
– Seu malvado –
faz um bico gigantesco.
– Eu vou pra ai
depois de amanhã, mas você não sabe da melhor.
– O quê? fala
logo! – Mel estava a ponto de ter um AVC por tamanha curiosidade.
– Tudo bem
mula, eu vou adiantar um pouco as coisas pra você. Eu vou entrar com o dinheiro
e você com as ideias e tudo mais.
– OMG! – Ela
não resiste e grita pulando que nem uma pulga em cima da cama. – Arthur, eu te
amo você é o melhor irmão do mundo.
– Ah, deixa o
Chay ouvir isto! – Mel ri. – Então fica assim, depois você fica sabendo do
resto. Tchau mula.
– Tchau e não,
você não vai consegui me irritar.
Mel passa o
telefone para sua mãe.
– O que você
falou pra ela que a deixou tão feliz?
– Nada mãe,
nada. Eu vou dormir agora, antes deixa falar com o pai?
– Sim claro,
beijos filho e volte a ligar, ok? Não se esqueça de sua família. Eu te amo.
– Sim, mãe –
mesmo estando morto de saudade de sua mãe, ele não consegue devolver as palavras
de carinho que recebeu.
– Fala filho.
– E se a febre
voltar?
– Se voltar,
você dá o antitérmico novamente, mas com duas horas de espaço entre cada
comprimido, ok?
– Certo. Pai,
boa noite.
– Vai lá filho.
Estou muito feliz por ter ligado. Tchau.
– Tchau.
Arthur desliga,
e percebe que esta alegre, nem ele sabia que estava com tanta saudades de sua
família
– Lua tinha
razão. Família realmente faz falta. - pensa.
Ele se deita,
não sem antes verificar a temperatura de Lua, que agora se normalizou. Deita-se
a puxando para seus braços, que se aconchega em seu peito.
Continua...
Se leu, comente! Não custa nada.
Dois
Capítulos para a alegria de todos \o/.
Os
capítulos vão ser atualizados de acordo com os comentários. Próximo post. com
mais de 10 comentários.
Eu
sei que vocês devem estar se corroendo de curiosidade sobre o primeiro beijo...
Bom, está quase chegando. Qua..s..e
haha Pelo menos eu, bom,
eu pulava os capítulos só pra saber como ia ser o primeiro beijo haha.. Shiu.
Um Beijo!
Muito legal os dois junto
ResponderExcluirAhh q lindos apaixonados.. Queroo mais
ResponderExcluirGente coração a mil...eu espero q ele apresente a lua como sua namorada
ResponderExcluirSuper ansiosa para o próximo
ResponderExcluirPosta *-*
ResponderExcluirEstou adorando posta mais..
ResponderExcluirAmei
ResponderExcluirMais um pf
ResponderExcluirPerfeito
ResponderExcluirEu espero q ela fique grávida logo
ResponderExcluirCade os capítulos
ResponderExcluir