Milagres do Amor - Cap. 10º e 11º

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Milagres do Amor
Rotina Interrompida.

Pov Narrador

Naquela noite fria, Arthur não dormiu nada, ficou rolando de um lado ao outro em sua cama, pois decidiu não dormir com  Lua. Mal sabendo o mal que causaria.

Afinal como ‘’o amor vai e vem fácil’’, como ele leu, resolveu se afastar de Lua, iria tentar manda para o inferno esse sentimento que carregava no peito. Não queria causar nenhum sofrimento a mais a ela, por achar que não saberia amá-la como ela merece.

Quando o relógio marcou cinco horas da manhã, pulou da cama literalmente, pois não queria acordar e encontrar Lua, porque bem sabia, que quando a visse de novo seu plano iria por água abaixo.

Ele desceu até a garagem e tirou de lá as centenas de sacola que comprara no shopping. Encontrou em uma delas, um caderno preto e rosa, que comprou para ela escrever suas músicas.

Foi em seu quarto e deixou as sacolas e o caderno em cima da mesa de cabeceira, por um segundo virou-se em direção à porta tentando ir embora, mas seu olhar caiu sobre ela.

Enrolada no mesmo lençol branco que a cobriu, não está com um semblante nada feliz, parecendo estar em um pesadelo.

Arthur, porém, não percebe o mal que causará a ela deixando-a sozinha em um momento tão difícil, como o que ela está revivendo.

Ele se abaixa e lhe dá um singelo beijo na testa e sai apressado do quarto sem olhar para trás.

Ruth, que está passando roupas no quarto ao lado, vê pela fresta da porta, Arthur parado de costas para o quarto onde Lua dorme.

Ele não sente que está sendo observado, passa a mão pelo rosto e cabelo, e tenta aplacar o aperto em seu coração, fecha os olhos com força, lutando com seu subconsciente. Sua mente diz que é o certo a fazer, e que é para o bem de todos, acabar com o que não tem um caminho próspero e feliz pela frente. Porém, seu coração diz o contrário.

Com uma luta interna travada,  Arthur sente que está entrando em um buraco sem fundo onde ele só cai mais e mais.

Porém como todo homem burro, que descobre a magia do primeiro amor, para ele o único, decide seguir sua mente, sentindo seu coração despedaçar. Mas ergue a cabeça, decidido a esquecer esse sentimento que está o deixando mais fraco e idiota, assim pensava ele.

Ruth vê a aflição estampada na cara de seu padrão e percebe que ele já enxergou o que sente. Ela sabe que esse é o momento que pessoas como Arthur, frios, durões, sempre tentam fugir quando encontram alguém que derreta o gelo de seu coração.

– Essa parte não dura para sempre. – pensa com um sorriso no rosto.

Arthur já na estrada em direção ao seu trabalho, mesmo estando de folga pelos próximos dias, afunda mais o pé no acelerador, tentando afugentar as imagens que passam como flashes do rosto de Lua de sua cabeça.

– Inferno-soca o volante.

– Com licença, mas hoje o senhor está de folga. – diz sua secretária se intrometendo aonde não é chamada.
– Eu sei. Eu não preciso de ninguém para me informar isso. Se eu quis vir trabalhar hoje o problema é todo meu. – diz seco.
– Desculpe-me senhor. – diz Pérola com a cabeça baixa.
– Sai logo daqui. E não me perturbe mais.

Pérola sai, sem dar mais nenhum pio.

Lua acorda desnorteada, após um pesadelo horrível que teve com Arthur.

Na qual o mesmo era morto friamente por seu próprio pai. Ela senta na cama ofegante e olha em volta, percebendo que está sozinha.

As lembranças no dia anterior e de anos atrás voltam como um soco violento e seu estômago protesta.

Lua corre para o banheiro e joga todo o resto de comida existente no vaso. Sem forças para se levantar, deita no chão frio do banheiro, em posição fetal.

Depois de horas ali, consegue levantar-se, toma um banho gelado, escovas os dentes, pega as sacolas que Arthur deixou, veste uma calça jeans, um tênis e uma blusa branca se sentando na cama. No fundo quando acordou no meio da noite e estava sozinha, soube que estava acontecendo alguma coisa com Arthur, mas não soube dizer o que é. Porém a ferida que estava cicatrizando vagarosamente após a chegada de Arthur, volta a sangrar. Lua sabe que a única pessoa capaz de abrandar seu sofrimento é seu avô.

A loira desce e já vai saindo quando Ruth lhe pergunta:

– Não vai tomar café querida?
– Não, estou sem fome. Obrigada.
– Aonde vai?
– Ao cemitério

Inicialmente pensa em mentir, mas sabe que é péssima nisso acaba contando a verdade.

– Sozinha?

 Lua assente.

– Espere, o Louise pode levá-la. Ele é o motorista do patrão, vou chamá-lo.

Lua tenta dizer que não, mas a empregada não lhe da ouvidos e volta rapidamente com um senhor roliço, com os cabelos pretos, de mais ou menos cinquenta e poucos anos, mas com o semblante jovem e sorridente.

Eles se apresentam e depois de muita insistência de Ruth, Lua aceita. Ela informa o local que deseja ir e em menos de quarenta minutos chegam ao cemitério.

– Obrigada senhor, pode ir agora.
– Só Louise, por favor. Eu ficarei até a senhorita voltar, não se preocupe, pode demorar o tempo que quiser.
– Tudo bem.

Lua segue para o túmulo de seu avô. À medida que se aproxima alívio e tristeza vão tomando seu corpo e as lágrimas não podem mais ser seguradas.

Quando finalmente chega, senta-se no túmulo de granizo e passa a mão pela na foto que esta no centro.

– Sinto tanta sua falta vovô, como eu queria que o senhor estivesse aqui comigo. Me chamando de anjo, me abraçando como só o senhor sabe. Aquela ferida abriu mais vovô, eu não tenho forças para lutar contra. Me perdoe por ser tão fraca .Eu te amo. – Lua diz e se deita.

Ao seu redor uma atmosfera nada agradável a atinge. Não se importando com o frio que bate em sua pele exposta, causando arrepios, continua ali chorando cada vez mais forte e descontroladamente.

A noite chega, somente depois de um funcionário do cemitério lhe avistar  que estão fechando é que  Lua se levanta e vai para o carro.

É recebida por Louise, que abre a porta para ela, voltando para o banco do motorista.

Louise percebe seu rosto inchado e vermelho e se preocupa.

– A senhorita está bem?
– Sim. – a voz de Lua sai como um sussurro.

Treinado para ser discreto e não se meter na vida de seu patrão não lhe pergunta mais nada  girando a chave.

Chegando à casa, Lua agradece e vai para dentro. Ela avista Ruth e lhe pergunta:

– Boa noite Ruth. O Arthur chegou?
– Boa noite querida. Não, ainda não.

Lua não consegue disfarçar sua decepção, apesar de tudo queria vê-lo.

– Obrigada. Eu vou pro quarto.
– Não vai jantar?
– Não estou com fome.
–Mas você não comeu nada!
–Pois é!

Sobe pro quarto, toma um banho quente, assim relaxando seus músculos tensos.

Veste um pijama comportado. Quando vai para a cama percebe o caderno deixado por Arthur. Ela lembra que no shopping ontem, entre um de seus papos, ela soltou que não tinha nada para escrever suas músicas, ai foi que ele comprou o caderno de presente pra ela.

Lua sorri, pega o caderno e uma caneta, senta-se na cama e começa a escrever algumas músicas que rondam sua cabeça. Mas logo adormece.

Para Arthur o dia foi igualmente cansativo e chato.

Passou o dia afundado no trabalho, parando apenas para almoçar. Mas ao contrário do que pensava as imagens de Lua voltavam e o atormentava, ele parava tudo que estava fazendo e ficava olhando pro nada com um sorriso torto nos lábios.

Arthur foi o último a sair do prédio, não queria chegar cedo em casa e encontrar Lua. Quando já era meia-noite foi para casa. Chegou e comeu algo que achou na geladeira, tomou seu banho, colocou uma calça e uma camisa leve e se jogou na cama.

Tudo em vão, sua cabeça fritava para ir ao quarto de Lua e pelo menos ver se ela estava bem.

Foi ao quarto, e a encontrou dormindo com o caderno em cima de seu peito e com a caneta na mão.

Pegou o caderno e caneta com cuidado e colocou na mesa do lado da cama. A cobriu, deu um beijo em sua testa e lhe sussurrou um boa noite.

Lua acordou a tempo de sentir o beijo carinhoso depositado em sua testa e ouvir o boa noite. Porém, não abriu os olhos, apenas sorriu e virou de lado contente.

Arthur a observou sorrir e sorriu junto, saiu e fechou a porta do quarto.

Tentando fazer com que a vontade louca de deitar do seu lado e sentir o seu calor, como fazia antes de seus sentimentos virem à tona, passasse.

Ele deitou em sua cama, demorou, mas conseguiu pegar no sono, e mesmo assim não conseguiu abandona-la, sonhou com Lua o tempo que esteve dormindo.



Milagres do Amor
Fugindo | Parte 1

Pov Narrador

Lua caminhava em um lugar mágico, cheio de flores, com um rio verde e extenso, onde cisnes brincavam com suas parceiras, animais viviam em harmonia neste lugar. O ar era puro, a temperatura agradável, ali era incrivelmente aconchegante. Para todo lugar que olhava se sentia bem e em paz. Ela andava sem direção, com um vestido longo e branco, descalça, sobre as pedras frias do lugar.

Ela chega bem próxima de uma cadeira de madeira, onde possuía dois lugares, mas apenas um era ocupado, onde um senhor estava de costas pra ela.

Curiosa e com uma sensação estranha, de que conhecia aquele homem, se aproxima e coloca uma mão no ombro do homem.

– Com licença. – diz educadamente.

O homem vira, Lua solta um suspiro de surpresa. Bem ali na sua frente estava seu avô Billy, com as rugas bem expostas no rosto, seus olhos pretos, com os cabelos brancos, com um sorriso encantador em seu rosto.

– Vovô. – Lua lhe dá um abraço forte e começa a chorar.
– Saudades, minha neta.
– O que aconteceu? Eu morri?-pergunta confusa, mas sorrindo.
– Não, você tem muito que viver e alegrias para dar, meu anjo. Eu sou estou aqui para lhe dar um conselho.

Lua não entende mais escuta atenta.

– Eu morri tentando protegê-la e não me arrependo disso…
–Como assim? –  Lua o interrompe.
– Por favor, meu anjinho, me deixe falar, tenho pouco tempo. – diz afagando seu rosto.
– Desculpe-me.
– Você está indo pelo caminho errado. Tudo que aconteceu na sua vida tem um sentido e um porque, apesar de você ter sofrido muito, você vai ser recompensada. Ele não entrou na sua vida por acaso, ele fará o que eu não fui capaz de fazer, te proteger e te fazer feliz. Siga seu coração que tudo entrará no eixo. Você me fez uma promessa, eu não quero que a quebre. Você nunca estará sozinha, eu sempre estarei contigo, não se esqueça disso. Ensine pra ele o real motivo de viver, ensine o que é o amor, ensine meu anjo! – conclui seu avô lhe dando um último abraço.
– Quem é ele vovô?

*

Arthur por sua vez, apesar de não estar com paciência nesses últimos dois dias, pensa na proposta de Bernardo.

– Esquecer o mundo? Isso significaria esquecer uma certa pessoa de cabelos loiros e olhos de castanhos, não é? – divaga pelos seus pensamentos.

– Ok. – decide aceitar.

Bernardo se surpreende por ele ter aceitado, mas levanta-se e vai com  Arthur em direção aos outros homens que iriam também.

Cada um vai para o clube em seus respectivos carros, onde lá tinha de tudo.

Eles entram, sentam e apreciam a vista, mulheres seminuas desfilam de um lado para o outro sem um pingo de vergonha, dançam , agarram os frequentadores do local, servem, fazem stripper… Um lugar onde é só escolher e pagar o preço por uma boa noite de prazer.

Todos pedem suas bebidas, Arthur pede uma pequena dose de uísque, por estar dirigindo. Eles conversam socialmente. Arthur percebe olhares gulosos por partes das ‘’mulheres da vida ‘‘, que estavam livres.

 – É chefe, está fazendo sucesso. – diz Bernardo. – Vamos ver qual terá coragem de chegar primeiro. Eu aposto vinte pratas na loira gostosa de vermelho.

Todos fazem suas apostas, Arthur apenas dá de ombros, mas acha graça da aposta infundada dos homens.

A loira que Bernardo apostou se aproxima da mesa.

Em sua mente ele troca completamente a figura da mulher, e em seu lugar coloca Lua. Quando percebe o que fez se xinga e fica irado.

– Senhor, essa noite quero te mostrar as estrelas, vou te levar a marte. – diz a prostituta. – Para o senhor vai ser de graça, por essa gostosura eu pago se for preciso. – conclui, tentando fazer uma cara sexy, que Arthur acha patético.
– Oh – os homens vibram e batem palma na mesa.
– Eu prefiro pagar.

Ele se levanta e segue a prostituta, ela o leva até um quarto luxuoso no andar de cima.

Enquanto isso, seu subconsciente continua colocando Lua ali no lugar da prostituta. Ele se sente culpado com uma certa dor no peito por estar com a pessoa errada naquela cama.

– Merda! Essa deveria ser a Lua. Inferno. Eu quero ela. – pensa e sai de cima da mulher que geme em protesto, já que estava adorando o jeito violento que estava sendo tratada.

Ele pega a carteira e dá uma boa quantia em dinheiro a mulher e sai em direção à porta.

– Você está louco? – ela grita protestando.
– Não, você apenas não é a mulher que eu queria que fosse. – Sai batendo a porta.

Ele desce e se senta com os homens que continuam ali bebendo.

– Chefe? O que aconteceu? – perguntam em uníssono.
– Ela apenas não serve pra mim. – diz seco.

Todos dão de ombros, menos Bernardo que capta no olhar de Arthur culpa e sofrimento.

– Não chefe. Ela é apenas uma mulher qualquer. Não a que você deseja ou até sente algo a mais por ela. – diz.

Arthur vê verdade nas palavras de Bernardo e balança a cabeça, passando as mãos inúmeras vezes nos cabelos.

No curto tempo que esteve sentado, negou vários pedidos de outras prostitutas e resolveu ir embora, deixando uma soma, que pagaria cinco ou mais prostitutas, em cima da mesa para pagar a conta.

 Arthur vai para seu carro, em poucos minutos chega a casa, pela velocidade que aplicara no carro. Sobe, toma um banho, se veste, come algo e sobe novamente. Espia Lua dormindo com um semblante triste, dá um passo em sua direção, mas recua e vai para seu quarto, tentar dormir.

Ele ainda continuava com a ideia louca que o melhor caminho era fugir do que sentia, mal sabia ele, que não se pode fugir do amor. Quando mais ele tenta fugir, mais ele o procura e o associa em tudo que vê. Será sempre inútil fugir, inútil resistir, não há como fugir para sempre. Ele poderá tentar fugir hoje, mas amanhã a cobrança será maior.


Continua...


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Eu amo haha não importa quantas vezes eu leia.

Dois Capítulos para a alegria de todos \o/.

Os capítulos vão ser atualizados de acordo com os comentários. Próximo post. com mais de 10 comentários.

12 comentários:

  1. Perfeitoo cada vez mais, to curiosa, amando essa web. Lyandra

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  2. Que cabeça dura, a felicidade está perto dele! Mais?

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  3. Que lindo o avô da Lua, Arthur do amor não se foge.
    Louca pra saber o que há na familia na Lua que segredo esconde

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  4. Maaaaais plaamoor , gnnt , q webs maravilhosas sao essas que surgiram, to encantadissima com todas , todas as escritoras ou repostadoras (kkkk) estao de parabéns !!

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  5. Que capítulo perfeito. Parabéns pela criatividade querida. Alasca♊

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  6. Sou leitora nova, estou amando continua pfv sua web é perfeita

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