Capítulo 145:
Quando
saímos, caminhamos de mãos dadas. O ar me purifica e lentamente sorrio. Ele não
fala. Está imponente com seu traje escuro e eu orgulhosa por minhas mãos
estarem entrelaçadas na sua. De repente, ao virar a esquina, olho surpresa pelo
que vejo em minha frente e digo:
- Não
me dia que iremos até ali.
Arthur
concorda e pergunta:
-
Essa é a ponte que você visitou durante meses, certo?
Concordo
pasma.
Diante
de mim, está a ponte Kabelsteg, com centenas de cadeados de amor, e não posso
crer no que estou pensando.
Cruzamos
a rua e, quando começamos a caminhar sobre as tábuas de madeira da ponte,
Arthur me abraça e sussurra:
-
Lembrei que me disse que gosta de passear por aqui e que viu muitos cadeados de
namorados, certo?
Concordo...
Como fossemos colocar o que penso, eu o beijo ali mesmo!
Ele
segue sério, porém, não me engana, tem lábios levantados de lado, e eu digo:
- De
verdade, vamos colocar um cadeado?
Surpreendendo-me
de novo, Arthur retira um vermelho e azul que estão gravados nossos nomes, e ,
mostrando-me, pergunta:
-
Onde quer que eu os coloque?
Levo
as mãos aos lábios. Emociono-me. Vem-me uma maldita contração. Sinto-me fatal.
Ele reconhece minha expressão e me pega.
-
Não....não...não, não chore agora, carinho.
Mas
as comportas de meus olhos se abrem e começo a chorar descontroladamente. As
pessoas que passam por nós nos olham e Arthur me leva até um banquinho, onde me
senta. Pega rapidamente um lenço do bolso e secando minhas lágrimas, murmura
com carinho:
- Ei
pequena, porque choras agora? Não gosta da ideia de colocar os nossos cadeados?
Eu
tento falar, mas só balbucio.
Arthur
me abraça. E me aperto a ele, quando me tranquilizo sussurro:
-
Perdoa-me Arthur, ... Perdoa-me.
- Por
que, carinho?
-
Pelo mal comportamento que ando tendo contigo ultimamente.
Ele
sorri. É um amor. E, com carinho, sussurra:
- Não
é sua culpa carinho. São os hormônios.
Isso
me faz voltar a chorar, entre soluços, como uma imbecil, respondo:
- Os
hormônios e eu... Eu tenho muita culpa. Estou tão irritada ultimamente por tudo
que ...
- Não
está nada, quieta. Está assustada. E eu te entendo. Tenho falado com sua
doutora e...
-
Tens falado com minha doutora?
Arthur
concorda e responde com cautela:
-
Necessitava falar com alguém ou ficaria louco também pequena. Tenho falado com
o Andrés e me disse que a Frida passou por tudo isso quando estava grávida de
Glen. Então pedi uma consulta com sua ginecologista. Atendeu-me esta manha e
comentou que, em algumas mulheres, durante a gravidez, o desejo sexual aumenta
mais que o normal. Explicou-me que, para suportar a gestação, teu organismo faz
uma grande quantidade de progesterona e estrógeno em sua corrente sanguínea e a
consequência disso é a enorme necessidade que tens de sexo.
- E
você só foi perguntar isso?
Arthur
sorri e responde:
-
Sim, apenas isso.
Concordo,
concordo e concordo.
Arthur
me beija. E eu o beijo.
Arthur
me abraça. E eu o abraço.
E
apaixonada e louca pelo meu alemão, mostro um lado da ponte e digo:
- Ali
é onde quero que coloque nosso cadeado.
Levantamo-nos
e, de mãos dadas, caminhamos até onde lhe disse. Abro o cadeado, lhe dou um
beijo, Arthur lhe da outro e nós o fechamos sobre a ponte. Depois, ele pegou
minha mão e, alegres, atiramos o chave no rio e nos beijamos.
Quando
deixamos a ponte pergunta:
-
Onde queres que te leve para comer?
Não
tenho muita fome. Meu corpo está agitado, mas para não fazer desfeita, digo com
um grande sorriso:
- Eu
morro por um brezn que o pai de Bjorn faz, molhado na salsicha.
Arthur
concorda, sorri e juntos caminhamos para fora do parque.
Quando
chegamos ao restaurante, ao entrarmos, vemos Bjorn de terno, como Arthur,
falando com seu pai. Ao nos ver, nosso amigo sorri e pergunta:
-
Mas, o que fazem aqui?
-
Queremos comer – respondo.
- Ela
morre por comer um brezn do seu pai com molho de salsicha – explica Arthur.
- Os
três homens me olham. Finalmente, o pai de Bjorn diz:
- Vou
fazer agora mesmo para ti, preciosa. Vão até o salão, lá estarão mais tranquilos.
- Come
connosco? – pergunta Arthur ao seu amigo.
Bjorn
assente e, minutos mais tarde, desfruto dos maravilhosos brezn, enquanto
conversamos alegremente. Quando terminamos de comer, animamos
Bjorn
para que venha connosco fazer compras no centro comercial. Temos que comprar um
berço para a Medusa. Eu tinha deixado até o último momento para saber o sexo,
mas, aparentemente, visto agora é a hora de fazê-lo.
Quando
chegamos, nos metemos em uma loja enorme de coisas para bebês. E todo esse
tempo, Arthur e eu não tínhamos ido as compras nenhum dia e agora, estamos
dispostos a disfrutar: nós ficamos loucos. Compramos o berço. Bjorn nos
presenteia com um bercinho vermelho realmente bonito e nós estávamos todos ali
vendo. Damos o nosso endereço para que nos envie em casa.
Três
horas depois, Bjorn e Arthur não podem mais, mas eu desejo seguir comprando e
eu, vendo a pouca coragem deles, lhes proponho a irem tomar um café ou um
uísque num bar no centro comercial, enquanto eu vou a algumas lojas que quero
visitar.
Encantados,
eles aceitam a minha oferta e eu me viro assegurando a Arthur mil vezes que
levarei meu celular.
Quando
vou a uma loja onde eu comprei um aquecedor de biberões eu estou cansada e me
dá uma nova contração. Esta tem sido mais forte do que outras vezes. Eu paro,
respiro e quando isso acontece, eu continuo o meu caminho.
Entro
em várias lojas e as contrações se repetem. Passa-me os sete males, mas volto a
tranquilizar-me quando passam. Pego o celular para ligar para Arthur, mas no
final, volto a coloca-lo na jaqueta.
Estamos
em 11 de junho e o parto, é para o dia 29. Devo tranquilizar-me. Tudo está bem.
Não vou preocupa-lo.
Eu
vejo que no andar de cima é a loja da Disney. Sem pensar, corra para o
elevador. Eu não quero subir escadas. Uma menina sobe comigo. Eu olho para suas
calças camufladas. Eu gosto. Eu vou no andar três e ela quatro. As portas do
elevador se fecham, logo, quando está subindo as luzes acendem e o elevador
para.
A
menina e eu nos olhamos e franzimos a testa. Outra vez, volta a me dar
contrações. Esta tem sido mais forte que as outras duas e tão dolorosa que
solto as sacolas que tenho na mão e me agarro nas barras do elevador.
A
jovem, ao ver, me olha e pergunta:
-
Está bem?
Não
posso responder. Respiro... respiro... como me ensinaram nas casas de
pré-parto. Quando a dor cede, olho a jovem de cabelo escuro e curto, que me
olha por trás de seus óculos aviador, eu respondo:
-
Sim, fique tranquila. Estou bem.
Mas, segundo
dito isso, noto que por minhas pernas corre um liquido.
-
Deus! Estou mijando!
Tento
contê-lo. Mas, é incontrolável. As cataratas do Iguaçu saem do meu corpo. Meus
pés logo ficam rodeados de água, estou encharcada e murmuro em espanhol:
-
Foda-se...,foda-se... Me cago no mar! Não posso crer!
-
Você é espanhola? – pergunta a garota.
Eu
assento, mas não posso falar.
Acaba
de romper a bolsa.
Começo
a tocar todos os botões. O elevador não se move e fico histérica. A jovem tira
minhas mãos e diz:
-
Acalme-se. Não se preocupe por nada. Rapidamente paro.
Aperta
o botão de alarme do elevador.
Eu
começo a tremer e ela, agarrando-me pelos ombros, diz para me distrair:
- Me
chamo Melanie Parker, mas pode me chamar de Mel.
-
Porque fala espanhol?
-
Nasci em Astúrias.
-
Australiana com esse nome?
A
jovem sorri, tira os óculos de aviador que tem, e, me olhando com seus olhos
azuis, declara:
- Meu
pai é americano e minha mãe australiana. Isso explica tudo.
Assento.
Mas não estou para conversas e, olhando-a, digo retirando meu celular de minha
jaqueta:
-
Tenho que chamar meu marido. Está no centro comercial. Segura de que me leve
daqui em seguida.
Enquanto
digito o telefone de Arthur, vejo que a jovem segue apertando o botão de alarme
e meus pés estão cada vez mais encharcados. Um toque e Arthur que cumprimenta.
-
Olá, carinho.
Controlando
a vontade de gritar de medo que tenho por estar assustada, digo enquanto coço o
pescoço:
- Arthur,
não se assusta, mas...
-O
que, não me assuste? – gritou. – Onde está? O que houve?
Fecho
os olhos. Eu o imagino descontrolado nesse instante. Coitado...coitado.
Vem-me
uma contração. Apoiada como estou na parede do elevador, me agacho até cair ao
chão. A jovem que está comigo, ao me ver, me tira o celular e diz:
- Sou
Mel. Estou com sua mulher no elevador no fundo do centro comercial. Está dando
a luz, sua bolsa estourou. Chame uma ambulância agora. – Arthur deve ter lhe
dito algo porque ela contestou: - Acalme-se... Fique tranquilo. Estou com ela e
tudo ficará bem.
Quando
desliga e me devolve o telefone, sorri e diz:
-
Pela voz do seu marido, creio que não demore a chegar.
Não
duvido. Eu o imagino correndo ao redor do shopping como um louco. Menos mal que
está com Björn e não só, mas compadeço de quem se atrever a lhe contrariar
nesse momento.
Uma
nova contração me faz encolher de dor. Mas por que isso acontece comigo nesse
momento? Entram-me as contrações da morte e eu não consigo respirar. Eu sufoco!
Mel
me observa sem perder a calma.
Estou
surpresa por sua postura quando estou fora de mim subindo pelas paredes. Mas
claro essa dor maldita tenho eu, e não ela.
Com a
voz controlada, me obriga a olhá-la e respirar. Quando consegue e a dor cede,
abre seu telefone, depois de falar com alguém, diz:
-
Pedi reforços. Se seu marido não chegar. Chegarão meus amigos.
Começa
a fazer calor ou sou eu que estou suando?
Pinica-me
o pescoço. Arranho-me toda.
-
Como se chama?
- Lua...
Lua Blanco.
A
jovem disposta a distrair-me, pergunta:
- De
que parte da Espanha é?
-
Nasci em Jerez, mas minha mãe era catalã, e meu pai de Jerez, e eu, morava em
Madri.
Não
consigo dizer mais nada. A dor voltou. Estou afobada. A jovem segura a minha
mão e diz:
-
Muito bem, Lua... olha pra mim novamente. Vamos respirar. Vamos, faça-o.
Acompanhada
por esta desconhecida que se chama Mel, começo a respirar e, quando a dor
passa, olho-a.
-
Obrigada...
Ela
sorri. Alguns minutos se passam e o elevador não se move. Me coço. Meu celular
toca. Suponho que seja Arthur, preocupado. Mel atende. O tranquiliza e quando
desliga, diz, agarrando minha mão:
-Está
machucando o seu pescoço.
Ouvimos
um barulho, mas o elevador não esta subindo e nem descendo. Mel, ao ver que
contraio a face, me abana com um papel que tira de sua mochila e pergunta:
- O
que você vai ter? Um menino ou uma menina?
- Eu
não sei. Medusa não nos deixou ver.
Sorrindo
e ao entender o nome explica:
- Eu
e minha filha, quando eu estava grávida, a chamava de Cookie. – ambas sorrimos
e acrescenta:
-
Seja qual for o sexo, será precioso.
-
Assim espero.
Sinto
mais calor, a fobia me sufoca ainda mais, e ela continua falando:
- Eu
tenho uma filha e sei o que esta sofrendo. Só posso te dizer que tudo passa e
irá esquecer. Quando estiver com o seu bebê no colo se esquecerá de tudo isso
- Tem
certeza?
-
Certeza absoluta. Diz sorrindo.
- Que
idade tem a sua filha?
-
Quinze meses e se chama Samantha
Voltamos
a ouvir uns ruídos. O celular de Mel toca. Ela atende, fala e quando desliga,
me diz:
- Em
dois minutos te tiro daqui.
E
tinha razão. Instantes depois, as luzes do elevador se ascendem e voltamos a
subir. Mel rapidamente aperta o botão de parar, e o elevador pára, em seguida
aperta o botão do térreo e o elevador começa a descer. Quando as portas se
abrem, vejo quatro homens grandes vestidos igualmente como Mel. Ela pergunta a
eles:
-
Onde está a ambulância?
Quando
um deles tenta responder, Arthur o empurrando, aproxima-se de mim, pálido, e
pergunta:
-
Querida, está bem?
Assento,
mas é mentira, estou péssima! Olha para o meu pescoço e ao vê-lo avermelhado,
murmura:
-
Fique tranquila.... fique tranquila
Björn,
com o cenho preocupado em meio a todo esse caos, tenta se aproximar quando Mel
o impede e diz:
- Não
vá afobá-la agora.
-
Como disse? Vejo que ele pergunta boquiaberto.
-
Necessita de ar... Neném.
-
Tire-os do caminho... Neném – replica Björn com uma voz profunda e com as
chaves do carro na mão.
- Já
te disse que ela necessita de ar... James Bond
- E
eu já te disse para tirá-los do caminho – diz Björn, afastando-a.
As
pessoas se aglomeram ao nosso redor e nesse momento me vem uma nova contração.
Aperto a mão do meu amor e sussurro:
Âhhh,
Arthur...
A
jovem que está me acompanhando durante aquele último instante, empurra ele e Bjön,
pega a minha mão novamente, e ordena:
-
Olhe pra mim Lua. Respire.
Faço
isso e a dor passa. Sem soltar minha mão diz às outras pessoas que estão
vestidos como ela:
-
Hernández, Fraser, desocupe isso.
Sem
titubear, eles fazem o que Mel lhes pediu. Enquanto isso, observo a destreza em
dar ordens de Mel. Arthur, diz, tirando a franja do meu rosto:
-
Diga-me que estás bem, querida.
- Estou
péssima, Arthur..., creio que Medusa quer sair.
Björn
com o semblante preocupado chega mais perto de nós.
- Acabo
de falar com Sophia. Estão nos aguardando no hospital.
- Ai,
Meu Deus... Ai, meu Deus – sussurro horrorizada.
Não
há como voltar atrás. Estou em trabalho de parto!
Que
dor... que dorrrrrrrrrrr!!!!
Arthur
me dá um beijo e diz:
Fique
tranquila querida... Fique tranquila... Tudo vai dar certo.
O
caos está percetível. Todos nos observam e Mel pergunta:
-
Onde está a merda da Ambulância? – ninguém sabe e então ordena - Fraser, vá
para o carro. O quero na porta norte em dois minutos. – Em seguida olha para Arthur
e pergunta - :
-
Para qual hospital irão levá-la?
-
Para o Frauenklinik Munchen West – responde
A
jovem dá a volta, olha para os outros companheiros e grita:
-
Hernández, dê-me a rota e o tempo. Thomson, chame Bryan e o informe sobre a
situação. Diga que nos espere em uma hora aonde havíamos combinado. Eu chamarei
Neill.
Bjorn,
ao ver que estou melhor, se agacha e pergunta com gesto sério:
- De
onde saiu esta super mulher?
Começo
a rir. Não conheço Mel. Mas seu poder me encanta. Tão pronto fala inglês,
espanhol e alemão. Num momento fecha seu celular, diz algo a um de seus
companheiros, logo, olha Arthur e ordena:
-
Sigam-me. Eu doze minutos deixo vocês no hospital.
- Não
precisa – responde Bjorn. – Eu os levo.
- Em
doze minutos? – pergunta ela.
Levantando-se
com irritação, nosso amigo a olha, alisa seu terno escuro, e tocando em sua
gravata, rosna:
- Em
oito, mulher gato...
Arthur
e eu nos olhamos. Começo a rir. Estou em um duelo de titãs. Então, a jovem
sorri e sem se intimidar, pela presença de um tipaço como Bjorn, passa seu
olhar azulado por seu corpo com irritação e diz – enquanto coloca seus óculos
aviador:
- Não
me faça rir, James Bond.
Depois,
olha para Arthur e eu, e , explica:
- Tem
três opções. A primeira sou eu. A segunda é James Bond, e a terceira, esperar
que chegue a ambulância. Vocês decidem.
-
Escolho a primeira – digo com firmeza.
Bjorn,
surpreendido, protesta e ela, sorrindo, diz olhando para Arthur:
Siga-me.
Arthur
me olha e eu assento. Sei que a mais de 40 minutos até o hospital, mas
estranhamente creio que se Mel disse que em doze chegamos, assim será. Arthur
me pega nos braços e corre pelo centro comercial. Quando saímos, um deslumbrante
Hummer preto nos espera. Nós entramos e, quando Björn vai entrar também, a
jovem o para e diz:
- É
melhor você ir com o seu Aston Martin.
Sem
mais, fecha a porta e o Hummer sai a toda velocidade. Mel nos olha.
- São
16:15 horas e às 16:27 horas estaremos lá.
A dor
volta. É intensa, mas posso suportar. Arthur e Mel me fazem respirar e eu
agradeço esta atenção, enquanto observo como o carro está indo em alta
velocidade e não reduz nem uma vez.
Quando
para, escuto o motorista dizer:
-
Chegamos.
Arthur
aperta a mão dele e com um grande sorriso, murmura:
-
Obrigado, amigo.
Quando
eu saio do carro, Sophia nos espera na porta do hospital e, ao sentar-me na
cadeira de rodas, diz a uma enfermeira:
-
Avisa a maternidade que a senhora Aguiar chegou. – Logo me olha. – Vamos
campeã, que esta resposta nós vamos comemorar no Guantanamera.
- Sophia,
não incomoda. - Protesta Arthur e eu dou uma risada. Mel se aproxima de mim.
- São
16:27 horas. Eu prometi que lhe trazia em doze minutos e cumpri. - Eu sorrio e
ela acrescenta: - Encantada em conhecê-la Lua. Espero que tudo corra bem.
Eu
pego a mão dela e sem soltar digo:
-
Obrigada por tudo Mel.
Com
um sorriso inocente, respondeu:
-Sim
amanhã tenho tempo, eu passarei para conhecer a Medusa, Ok?
-Teremos
o maior prazer - responde Arthur, muito agradecido.
-
Você vai trazer a Samantha? - eu pergunto.
Mel
sorri e assente. Momentos depois, ela fica na Hummer e desaparece. Entramos no
hospital e me levam diretamente para a ala da maternidade, para um bonito
quarto.
Chega
a minha ginecologista e me diz para não me preocupar com o avanço da Medusa.
Tudo está bem. Em seguida, ela enfia a mão e me faz um dano que vejo até
estrelas. Lembro-me de toda a minha família. Arthur me agarra e sofre. Quando ela
tira a mão de entre minhas pernas, diz, ao remover a luva de látex:
-Você
está de quatro centímetros. E ao ver minha tatuagem, diz:
-Tatuagem
sexy que carrega, Lua.
Assento.
Tudo dói e não tenho vontade de sorrir. Arthur preocupado, pergunta:
-
Está tudo bem, doutora?
Ela
olha para ele e diz que sim.
-Tudo
vai como tem que ir. Em seguida me toca a perna e me dá um tapinha tranquilizador
e acrescenta: - Relaxe agora e tenta descansar, vejo você em pouco tempo.
Quando
ela sai, eu olho para o Arthur e meu queixo treme. Ele ao ver diz rapidamente:
-Não,
não, não, não chore, campeã.
Ele
me abraça e sentindo que a dor retorna, eu protesto:
-Isso
dói como o inferno.
Eu
pego a mão de Arthur e aperto com a mesma intensidade que eu sinto que o meu
intestino se retorce por dentro e, embora eu saiba que o machuquei, ele não
protesta. Ele aguenta mais do que eu. Quando a dor passa, eu o olho e murmuro:
-Eu
não posso, Arthur ... Eu não posso suportar a dor.
-É
preciso, querida.
-É
uma merda. Diz a eles que me apliquem uma epidural agora! Que me tirem a
Medusa, faça alguma coisa!
-Relaxe,
Lu.
- Não
me da ganho! - grito fora de mim. - Se você tivesse essas dores, eu moveria
céus e terra para que as tirassem.
Conforme
digo isso, percebo que estou sendo cruel.
Arthur
não merece isso. E, agarrando-o pela mão, faço que chegue mais perto e
sussurrou entre lágrimas:
-Desculpe
..., desculpe, querido. Ninguém neste mundo cuida de mim melhor do que você.
Ele
não leva nada em conta e diz:
-Calma,
pequena ...
Mas o
meu momento angelical e tranquila dura pouco. A dor começa e, torço-lhe o
braço, sibilando:
-
Deus ... Deus ... Que isto me começa a doer outra vez!
Arthur
chama a enfermeira e pede a epidural. A mulher me vê histérica, mas diz que ela
não pode usá-lo até que a médica lhe diga. Eu me cago toda. Absolutamente toda.
Claro que, em espanhol, para que não me entendam. A dor está cada vez mais
intensa e eu não posso suportar.
Eu
sou uma má enferma ...
Eu
sou uma desbocada ...
Eu
sou a pior ...
Arthur
tenta me distrair com mil carinhos. Faz-me respirar como nos fora ensinado nas
aulas de pré-parto, mas eu não posso. A dor me faz contrair, eu não sei se eu
respiro, se eu berro, ou se me cago nos parentes de todo o hospital.
Suo ...
Tremo
...
Sinto
que vem uma outra contração ...
Eu
pego a mão de Arthur, que me incentiva a voltar a respirar.
Respiro
... respiro ... respiro.
Novamente
a dor pára. Mas, esta cada vez mais intensa e devastadora.
-Foda-se
o marrrrrrrrrrrrrr - suspiro.
Arthur
me entrega uma toalha com água fria para o rosto e diz:
-Fixe
o olhar em um ponto e respire, carinho.
Eu
faço e a dor cessa.
Mas
quando a contração vai começar de novo eu antecipo que ele vai dizer pela
enésima vez sobre fixar o olhar ... Agarro-o com força pelo gravata e puxo o
seu rosto perto do meu, dizendo fora de mim:
Ahhh posta mais
ResponderExcluirEithaaa que Medusa e Lua vão acabar com Arthur ..kkkkkkkkkkk
ResponderExcluirAmooo esssaaaa Webb postaaa maisssss!!!!
KKKKKKKKKKKK , Lua ta doidona kk, tadinho do Arthur, kk ta chegandooooooooooooooooooooooooooooo aee
ResponderExcluirMaaaaais plmds
Ai gente chegou a hora vem meduza *___*
ResponderExcluirKkkkkkkk Lua completamente desesperada Medusa ta chegandoooo!!! posta mais um hoje, pooor favooor!!!!
ResponderExcluirby: Naat
Lua Maluquinha do juizo meduza ta fechando pra nascer kkkk vaai puxar a Lua mais ansiosa vem meduza *___*
ResponderExcluirAaaa vai nascer que lindo
ResponderExcluirGente Meduza ta fechando pra vim ao mundo kkkk meu Deus coitada da Lua aiiiiiiiiiiiii ve um menino kkkk amando!
ResponderExcluirmeu só podia ser filho da Lua mesmo kkkk ta fechando a alemanha pra nascer kkk
ResponderExcluirAi esse Arthur Junior fechou pra nascer aiiiiiii quero mais!
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