O Clube - Cap. 78

O Clube – Cap. 78

Não me lembro mais qual foi nosso começo. Sei que não começamos pelo começo. Já era amor antes de ser. -Clarice Lispector

Eles sempre faziam as pazes de novo, eles sempre ficavam bem no final de tudo...

POV NARRADOR

-Bom dia meu amor... -Arthur disse dando um leve beijo no rosto de Lua, que ainda estava de olhos fechados.

-Bom dia... -Ela disse. Ainda permanecia de olhos fechados.

-Acorda mulher! -Arthur balançou a garota.

-Paaaraaa Arthur! Eu estou tonta seu idiota. -Ela falou. Ela tinha a voz baixa. Mas dava para perceber que ela estava irritada.

-Desculpa então! -Ele falou e se levantou da cama. Foi para o banheiro, depois de alguns minutos ele saiu, Lua ainda estava deitada, ela ainda estava na mesma posição de minutos atrás, então, ele preferiu deixa-la sozinha, vestiu uma roupa e saiu do quarto.

-Bom dia Nanda. -Ele disse ao ver a moça na cozinha.

-Bom dia Arthur! -Ela respondeu. -Quer panquecas? Acabei de fazer.

-Quero sim. -Ele sorriu e se sentou. Nanda então foi pegar o café e as panquecas que tinha oferecido. -Cadê o povo daqui?

-Ainda estão dormindo... -Nanda respondeu.

-E Manuela ontem?

-Ah, ela ficou confusa, me fez perguntas e disse que queria ficar com você. Que queria o pai. Eu disse que vocês estavam conversando, era coisa de adultos. Ela choramingou um pouco, mas logo dormiu. -Nanda explicou.

-Obrigado por ter ficado com ela, e ter explicado essa situação. Mesmo que talvez ela não tenha entendido nada. -Arthur sorriu e Nanda esboçou um sorriso também.

-Foi nada, não precisa agradecer! -Ela parou ao lado dele e colocou a bandeja na mesa.

-Obrigado! -Ele sorriu.

-De nada Arthur!

-Bom dia Nanda! -Lua disse chegando à cozinha. Ela não sorria, mas também não estava com raiva, ela só não esboçava nenhuma reação diante dos sorrisos dados na hora que ela tinha chegado e ninguém tinha percebido. Podia ser coisa da cabeça dela. É podia ser...

-Bom dia Luh! Você quer panquecas ou outra coisa? -Nanda perguntou gentilmente.

-Obrigado Nanda, mas só o café já está bom pra mim. -Lua disse. Ela pensava que Arthur ia brigar por ela não está se alimentando direito, afinal, ela estava grávida. Ele tinha um excesso de preocupação assustador às vezes. Ela estava grávida de um mês como dizia o exame e as contas dela também. Mas ele nada disse. Nem a olhou.

-Tá bom, vou buscar seu café! -Nanda sorriu e logo depois trouxe a xícara de café, entregando a Lua e saiu da cozinha.

Arthur terminou de tomar seu café da manhã e levantou da mesa, foi até a pia e depois se dirigiu até a saída da cozinha, foi pra sala e se sentou no sofá, assistindo a um filme que Nanda também estava assistindo. O filme era um drama 'Sempre ao seu lado' Acho que todos já assistiram. Inclusive eles.

-Já assisti esse filme, é bem emocionante. -Arthur falou.

-Eu também já assisti... Sempre choro. -Ela riu.

-Haha'ha imagino. -Ele disse.

-Se quiser assistir outro, pode trocar de canal.

-Nááá, gosto de assistir... -Ele sorriu e voltou a olhar para a TV.

Lua foi para a sala minutos depois, sentou-se numa poltrona que ficava ao lado do sofá que Arthur estava e olhou para o garoto, mas parecia que para ele, Lua não estava ali. A garota deu um suspiro baixo, tão baixo que ela só ouviu, porque foi ela quem suspirou. Ela ficou ali na sala por mais uns 15min e se levantou, indo para o quarto. Lua não suportava esse clima entre ela e Arthur, ainda mais quando a culpa era dela mesma. Chegou ao quarto e deitou na cama, encarou o teto branco, como se ali, algo chamasse sua atenção. Mas era só para fugir dos problemas ou ao menos tentar se afastar deles, para que os mesmos não tomassem conta da garota. Alguns minutos se passaram, talvez, horas, Lua havia cochilado, ela não sabia ao certo, mas sentiu a presença de Arthur no quarto, ele então caminhou até a namorada.

POV LUA

-Você tá se sentindo bem? -Ele disse me encarando, talvez ele não estivesse tão preocupado, vai ver ele só queria saber mesmo.

-Uhum... -Sussurrei.

-De verdade? -Ele insistiu.

-Sim Arthur! -Falei.

-Tudo bem então! Você não quer comer nada? Você nem almoçou, já são 15hrs. -Ele disse. Não foram minutos e sim horas passadas.

-Eu estou sem fome, obrigado! -Disse.

-Mas você tem que comer, você não tem que pensar só em você agora!

-Eu sei Arthur! Você quer me ensinar a viver? -Perguntei.

-Não. Eu só não quero que você passe mal, graças a sua teimosia. -Ele disse.

-Eu não vou passar mal. Eu sei me cuidar! Estou muito bem por sinal. -Falei o encarando.

-Até quando? -Ele perguntou.

-Era só isso?

-Não. Eu também vim saber por que você tá estranha desse jeito? -Ele me encarou.

-Eu não estou estranha...

-Claro que está Luh, eu vi seu jeito na hora do café.

-Normal, eu estava normal!

-Obvio que não. Eu te conheço muito bem, pra saber que você não estava normal.

-Se você me conhecesse muito bem, não estaria aqui agora me irritando com essas perguntas. Sai daqui! -Falei.

-O que você tem?

-NADA! N-A-D-A! NOTHING! N-O-T-H-I-N-G! (Nothing é nada em Inglês) ENTENDEU? –Gritei.

-Não precisa fazer um escândalo, não precisa gritar, eu não sou surdo! -Ele disse calmo, o que me irritava ainda mais.

-O que você quer? –Pergunte.

-Saber o que você tem! -Arthur respondeu.

-Eu não tenho nada Arthur!

-Quando vocês falam que não tem nada é porque tem tudo! -Ele disse. -O que eu fiz dessa vez?

-Você fez alguma coisa?

-Não sei. Me responde você. Eu fiz?

-Você estava muito feliz pro lado da Nanda e eu não gostei! -Disse com o rosto virado, eu não tinha coragem de encarar Arthur.

-Eu estava muito feliz?

-Sim muito. E eu não gostei pronto! Satisfeito? Agora sai daqui! -Falei.

-Eu não vou sair. Que ataque de ciúme desnecessário foi esse hein Lua? Que mal tem eu agradecer o que ela fez ontem pra Manu? Hein, me diz?

-Eu não quero saber. E isso não foi ciúmes, eu só não gostei e pronto!

-Você é insegura, isso você sempre foi, por mais que você morra negando, você é sim insegura em relação a nós e eu nem sei o porquê. Eu te dou motivos pra isso? -Ele me encarou esperando uma resposta.

-Você já me deixou uma vez, você pode deixar de novo. -Falei. Senti que podia chorar a qualquer momento. Mas eu não queria.

-Você tá falando isso por causa da Any, e isso já faz muito tempo. Nós nem tínhamos um compromisso sério, nós nem namorávamos ainda.

-Mas você me deixou. Não importa a situação. Você pode sim fazer isso de novo! Por isso que eu odeio ela. Por isso que eu não gosto quando uma garota chega perto de você é por isso! -Eu não conseguir mais segurar as lágrimas e chorei.

Vamos deixar para sofrer pelo que é realmente trágico, e não por aquilo que é apenas um incômodo. -Martha Medeiros

POV NARRADOR

-Você não pode se sentir assim, eu não vou fazer isso com você. Será que você não entende? -Ele perguntou.

-Não eu não entendo. Eu sempre acho que alguém vai tirar você de mim!

-Ninguém vai me tirar de você Luh, ninguém! -Ele chegou mais perto da garota e a abraçou. Sentindo de volta um abraço apertado, como se ele realmente fosse fugir. -Calma! Você tem que se acalmar. Isso não vai fazer bem pra você e nem para o bebê! -Ele disse beijando a garota.

-Desculpa! -Ela sussurrou baixinho.

-Não precisa se desculpar. Eu até gosto quando você sente ciúmes, só não ciúmes desse jeito. -Ele sorriu de lado, levando um soquinho de Lua. -Não vale me espancar! -Ele riu arrancando um riso da garota.

-É sério Arthur!

-Eu sei meu anjo, eu acredito!

-Eu tô vendo. Deve tá se segurando pra não rir... -Lua o encarou.

-Ri de que? É fofo! -Ele disse.

-Fofo não sei pra quem...

-Pra mim... -Ele disse deitando a garota na cama e deitou sobre ela.

-Arthuuuuuur!

-Luuuuh... -Ele riu e logo em seguida, beijou a garota.

Continua...

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