Little Anie - Cap. 34

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Little Anie

Pov Arthur


Tirei a roupa para tomar banho, entrei no banheiro e liguei o chuveiro. Eu precisava realmente de um banho. Não demorei mais que meia hora. Quando sai, Anie estava no quarto, tinha ligado a TV e estava sentada na cama.

-Eei, mocinha, quem mandou ligar a TV hein? – Perguntei. Ela me olhou.
-Eu sei ligar... – Respondeu e voltou à atenção para o desenho que passava.
-Percebi que sabe. Perguntei quem mandou. – Falei novamente.
-Eu quis. – Respondeu simplesmente.
-Anie? Está na hora do almoço, desliga a TV e desce. Você já deveria está almoçando, você sabe como a sua mãe odeia que você passe da hora de comer. – Disse e me aproximei da cama.
-Não estou com fome. Quero ver o desenho. – Fez bico.
-Me obedece. Não quero brigar com você. – Falei sério. – Vou vestir uma roupa. E quando voltar, quero que esteja na sala. Tá me ouvindo? – Perguntei. Ela não disse nada. – Anie?
-Tô. – Respondeu irritada. Fui vestir uma roupa. E quando voltei, Anie ainda estava no quarto, agora ela estava deitada na cama, com o queixo apoiado nas mãos.
-Anie! – Alterei a voz e peguei o controle para desligar a TV. Odiava ter que brigar ou gritar com ela. – O que eu te disse hein? Não era pra você está lá na cozinha? Almoçando? Não foi o que eu mandei?
-Não quero comer. Já disse. – Ela respondeu e desceu da cama. Eu odiava fazê-la sentir medo quando eu alterava a voz.
-Você tem que comer. Vai ficar com fome?
-Não quero.
-Anie! Se sua mãe sonhar que eu deixei você não almoçar, ela vai me esculhambar até se cansar. –  Seus olhos estavam marejados. Não queria fazê-la chorar.
-Não tô com fome... – Falou pela última vez. Me aproximei dela, mas Anie se afastou.
-O que você tem? Tá sentindo alguma coisa? – Perguntei mais baixo. Anie negou com a cabeça. – Não vou brigar com você. – Eu disse.
-Você já gritou. – Retrucou baixo.
-Você me irritou. Sabe que tem que comer, nem que seja só um pouco.
-Eu não tenho culpa...
-E claro que não. Filha? Do que você tá falando? – Perguntei confuso e encarei Anie que me olhava querendo chorar. Ela correu saindo do quarto. – ANIE! – Gritei e fui atrás dela. – Anie, me fala alguma coisa! – Pedi indo até a cama onde agora ela estava deitada. Me ajoelhei no chão e em debrucei sobre a cama. Toquei no rosto de Anie, e ela chorava. – Anie, não chora. Você precisa ouvir quando eu falo. – Lhe disse calmamente. – Por que você falou aquilo? Daquele jeito? De que culpa você estava falando? – Perguntei baixinho. Anie não falou nada. – Fala comigo, filha.
-Não quero. Me deixa sozinha... – Pediu chorosa.
-Você tem que comer.
-Não quero. Não conta pra mamãe, promete?
-Prometo só se você comer alguma coisa depois. – Propus.
-Tá.
-Depois mando a Carol vim até aqui. – Disse lhe dando um beijo no rosto. – Não fique zangada comigo, eu amo você. – Falei saindo do quarto.

À tarde, 16h15 - Oi amor.

Pov Lua

Cheguei em casa umas 16h e pouco. Arthur estava sentado no sofá, e não havia nenhum rastro de bagunças feitas por Anie ali, e nem uma zuada das risadas ou falas dela. O que eu achei estranho. Até porque, a primeira coisa que eu ouvia quando abria aquela porta era o: 'Mããããããe!' Que ela amava gritar e um abraço super apertado nas minhas pernas, já que era até onde ela chegava. Mas nada disso aconteceu, e pelos minutos que demorei abrindo e fechando a porta, não ia mais acontecer. Anie não estava em casa? Perguntei para eu mesma. Fechei a porta e andei até onde Arthur estava. Ele estava com fones de ouvido, e por isso não havia notado que eu estava ali.

-Búúú... – Falei tirando um dos fones. Que idiota isso pareceu. Ri de mim mesma e deixei a bolsa no sofá ao lado, e sentei no colo de Arthur, ele passou os braços envolta da minha cintura. E depois beijou meu rosto. – Oi amor.
-Oi. – Respondeu.
-Arthur? O que aconteceu? Você tá... Sei lá. – Dei de ombros por não ter encontrado a palavra adequada para usar.
-Nada... Eu acho...
-Cadê a Anie? Por que ela não está aqui fazendo bagunça como sempre? Aconteceu alguma coisa? – Perguntei.
-Ela está zangada comigo... – Ele disse baixo. O olhei, podia se dizer que era raro Arthur brigar com a filha.
-Zangada? Vocês brigaram?
-Não. Só um pouco... Na verdade, eu gritei com ela. Anie não queria almoçar, e não me obedeceu. – Explicou.
-Uhm... E cadê ela?
-Está no quarto, e ah, eu tinha prometido não contar que ela... Não almoçou. – Ele hesitou antes de finalizar a frase.
-Ela não comeu nada? Arthur! Já são mais de quatro horas. – Falei.
-Ela não quis... e ainda disse que não tinha culpa. Não entendi, eu até perguntei culpa de quê, mas ela não respondeu. Até chorou e não tá falando comigo. Achei que ela estivesse se sentindo mal, ou alguma coisa assim...
-Culpa? Do que ela estava falando?
-Não sei... Queria saber... – Ele suspirou. – Odeio brigar com ela.
-Eu sei, mas às vezes, é preciso. Anie tem que ter limite. E você quase nunca faz isso. Por isso ela fica assim, e você também, quando faz o que tem que ser feito. – Falei. O que não era mentira. A maioria das broncas que Anie já recebeu na vida, foram todas de minha parte. Arthur quase nunca falava que ela estava errada, ou que não era para fazer tal coisa, porque não era correto, ou quando fazia, logo em seguida se arrependia, porque Anie ficava zangada com ele, então ele pedia desculpas, e ela voltava a fazer o que achava certo. Ele devia achar que se brigasse com ela, isso ia fazer com que ela gostasse, amasse menos ele. Bom, isso é o que eu acho.
-Mas mesmo assim, eu odeio fazer ela chorar...
-É manha dela, chorando ela acha que você vai sempre se sentir culpado e aceitar o que ela quer. – Falei e me levantei do colo dele. – Vou ver como ela está.
-Não vai brigar com ela né? Por não ter almoçado.
-Não. Não vou. Quero saber porque ela inventou isso. Sabe que tem que comer. Não precisa falar essas coisas. – Falei subindo as escadas.

*

-Filha? – Chamei ao entrar no quarto. Mamãe estava lá com ela. Lia uma história, é, devia ser isso mesmo. – Aah, oi mãe. – Falei me aproximando dela e lhe dando um beijo.
-Oi meu amor. Tudo bem?
-Acho que sim. – Falei. – Anie? Quero falar com você. – Avisei.
-Bom, vou deixar vocês conversarem a sós. – Ela nos disse. Assenti e ela saiu do quarto.
-Quero saber o porquê de você não querer almoçar, hein? Você sabe que tem que comer.
-Ele prometeu não falar. – Me disse baixo ainda com o rosto encostado no travesseiro.
-Ele. – Dei ênfase. – É seu pai. – Falei um pouco alto.
-Ele gritou comigo. – Retrucou. Fiquei olhando aquela miniatura de gente, e o quão ousada ela era, tanto pelo tamanho, quanto pela idade. Anie tinha só três anos.
-Você deve ter feito alguma coisa. Ou não?
-Não fiz. Só não queria comer. Não estava com fome. – Choramingou. Ela sempre fazia isso quando via que eu não estava de brincadeira.
-Você tem que comer. E sabe que se fosse eu no lugar dele teria sido pior, não sabe? – Perguntei.
-Sei... – Respondeu baixo.
-Seu pai disse que você falou que não tinha culpa. Anie? Do que você estava falando? Alguém culpou você de algo? Me fala. – Pedi.
-Não... Não era nada...
-E por que você falou?
-Porque eu quis.
-Anie!
-Ele não gosta de mim. – Falou do nada. Olhei para ela confusa.
-Isso não é verdade. Ele te ama. E você sabe. Ele vive te dizendo isso. Sempre. Sempre foi assim. Por que você está falando isso? Assim? – Perguntei tentando não alterar a voz.
-Ele quer ter outro filho, porque não gosta de mim. – Respondeu chorando. Onde ela tinha ouvido isso de filho? Nós nunca falamos desse assunto perto dela. A não ser naquele dia no shopping, isso era impossível. Ela não lembraria. Arthur só perguntou se ela queria um irmão. Não que ele queria um filho.
-Isso não é verdade, Anie! Seu pai não falou isso. – Disse. – Onde você ouviu?
-Eu sei...
-Onde? Alguém falou.
-Você, pra vovó... – Respondeu. Eu tinha comentado com a mamãe mesmo, mas não tinha notado que Anie estava por perto.
-Eu não disse que ele não gostava de você. Não vamos ter um filho Anie, já temos você. Quem falou foi eu, não ele. Você deveria está zangada comigo.
-Você disse que ele queria outro filho...
-E daí? Só por isso você acha que ele não gosta de você? Você acha que o meu pai e mamãe não gostam da sua tia Soph, só porque eu nasci?
-Não.
-Então, seu pai quer outro filho, porque é o sonho dele ter mais um filho. Não porque ele não ama você. Você deveria pedir desculpas a ele.
-Eu não fiz nada.
-Aah não? E essa cena toda? Ele nem sabe que eu disse isso à sua avó. – Comentei.
-Não quero saber... – Ela virou o rosto para me olhar. – Não gosto mais dele também. -Finalizou.
-Aah não? Então a culpa vai ser sua se ele arrumar outra criança pra amar. – Comentei me levantando da cama, Anie me olhou, mas não disse mais nada. Então eu saí do quarto e fechei a porta. Que merda eu tinha feito?

Continua...


Se leu, comente! Não custa nada.

22 comentários:

  1. Meu Deus a Anie tem nem tamanho merecia unhas palmadas isso sim :/ menina respondona

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  2. Na boa mimada não se amostra kkkk Anie mereceu ser castigada que feio se comportar asim se não cortar enquanto é pequeno vai passar vergonha la na frente. amando ansiosa por mais!

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  3. Lua ta serta Anie sem limites assim não dar thur :/

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  4. Minha nossa :O Anie com 3 anos agindo como adolescente kkk isso que eu chamode precosse. Os pais devem saber se portar como tal porque se não a moral vai pelo ralo...
    Quero só ver se vier um irmã ela vai jugir de casa kkk
    Ansiosa a cada dia pra saber o que esta por vir ;)

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  5. Ela é assim porque sempre foi mimada por ele! Posta mais ! Vc poderia fazer uma maratona dessa web né !

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    1. Lydiane, eu não tenho cap's prontos suficiente para fazer uma maratonista. Não agora. Sorry. Bjs!

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  6. Ela só argio assim porque ele deu manha a ela ;) mais a Lua ta certissima tem que cortar em quanto é tempo se não depois vai ver...... o que é bom pra toce kkk amando a web ansiosa por mais e curiosa pelo que ha de vir por ai kkk um baby? seria legal kkk

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  7. Bem complicado lhe dar com a Anie pois no fundo ele é o Maior culpado pra compensar a ausencia termina fazendo todos os gostos dela ai complica né kkk Criança tem que ter limites e horario pra tudo 3 anos não é 18 então te que botar moral pra cima dela kkk Pai geralmente é froxo pra menina kkkk aando ansiosa por mais curiosa pro desenrolar da história e um bebezinho seria nada mal Lua mais Louquinha um pouquinho kkk beijos e vc ta arrasando!

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  8. Vixii a coisa ficou feia, a web tá ótima

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  9. Cadê os capítulos??? To com saudades da web! Continua ... By: Sue

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  10. Cadê, cadê os capitulos querida autora?? :' porque não ta mas postando 'Q ta con te ceno' assim eu surto, maaas como sou super otimita prefiro pensar que está sem postar, pra ter capítulos suficientes para uma MARATONAAAA, u.u pq tem que ser otimista nessa vida né amiga!! MARATONA pffff

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    1. Ooow amore, desculpa pela demora. Segunda eu atualizo, e quem sabe, com sorte eu poste até 3 Cap's ;-) Tem que ser otimista né verdade? Um beijo!

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    2. Óbvio que desculpo, vou ter mas capítuloS(Três, Deus faz a Jamille postar três, por favor), sim temos que ser otimista e ver o outro lado da história!

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  11. Moça já é segunda cadê?!

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    1. Haha, eu sei que já é segunda, querida. Já vou atualizar. Não esqueci. Só tive tempo agora.

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    2. Desculpa se pareci 'grossa' não foi a intenção, é só ansiedade mesmo :'

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    3. Não foi grossa não. Eu entendo. Tudo certo. Inclusive, já postei o cap. 35. Vê lá. Bjs...

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