Adivinha quem sou esta Noite (Adaptada)- Capítulo 31 - 2º temporada

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— Certo, Lua... Eu me calo. E não diz mais nada. Droga. Eu sei que no fundo ele está certo.
Estou muito flexível com Arthur, em relação a minha carreira, mas também sei que esses últimos meses foram os mais felizes da minha vida. No entanto eu olho para meu cunhado e digo:
— Vou contar a Arthur, que esta música será com J.P Parker.
Tony sorri, e assente, depois bufa e zomba:
— Arthur não morde ninguém.
Espero que essa noite, eu seja capaz de contar. Vou contar que vi MC Kiran, e J.P. Parker me cumprimentou, e mais nada.
Essa é nossa noite de filmes de terror, ele vem tão feliz do trabalho por causa de uma cirurgia bem sucedida, quero vê-lo feliz e não um rosto triste.
Pedimos comida chinesa, e jantamos em meio a risadas, beijos e amassos. Quando terminamos pegamos os pratos, colocamos na lava louça. Arthurme olha, e sentando ao meu lado com uma pasta, diz:
— Muito bem, carinho, começamos nossa noite de filmes de terror.
— Bommm.
Abre a pasta e tira quatro filmes.
— Comprei, Expediente Warren, O ultimo Exorcista, Scream3 e Saw. Qual prefere?
— Bem... eles são assustadores. –respondo rindo.
— Você já viu?
— Não
— Nem eu. Não é o tipo de filme que eu vejo muito.
— Então vamos ver todos. –Respondo feliz.
— Todos? Assinto com a cabeça e murmuro:
— Você havia pensado em ver um, e logo depois um...
— Será uma noite de terror total! –Eu corto. Ao ver sua expressão e pergunto:
— Você é um marica?
— Não sou um marica.– Ele repete.
Dou uma bufada, e começo a cantarolar e dançar pela sala.
— Marica... Arthur é um maricaaaaa .
Entre risadas escolho Expediente Warren, pois foi um título que me chamou a atenção.
Antes de colocar, decidimos fazer pipocas. Arthur também serve algo para beber, e muito corajosamente obrigo a apagar as luzes da sala. Estes filmes são para ver no escuro.
Poucos minutos depois que começou o filme, me assusto, tampo os olhos e subo em Arthur. Eu definitivamente morro de medo, ele começa a rir ao ver minha reação.
Esse filme tem esse tipo de música que faz os cabelos ficarem em pé de tanto nervoso.
E ainda é um filme real. Em que momento eu pedi para apagar as luzes?!
Quando acaba o filme, estou sentada em seu colo, e sem acender as luzes pergunta:
— Você gostou, querida? Impressionada e com o coração a mil por hora, afirmo com a cabeça e Arthur diz:
— Qual você quer ver agora?
— Outro?
Com um grande sorriso, sussurra beijando meu pescoço.
— Não quer uma noite de terror?
Tem razão. Levo dias esmagando as fodidas noites de terror, e agora não posso dar para trás.
— Bom... Bom...O que vai ser agora?
Surpreso com minha calma, Arthur me olha, tenta se levantar, mas eu não deixo.
— Onde você vai?
— Preciso ir ao banheiro, querida.
— Agora?
 Ele me olha e pergunta:
— Você é uma marica?
 — Nãoooooooo.
— Tem medo de ficar sozinha na sala? –Ele bufa.
— Não diga besteiras. –Digo Levanto-me do seu colo, e libero para ele levantar.
Quando se levanta eu pergunto:
— Quer que acenda a luz?
— Não, deixe assim.–ele responde. — É mais emocionante.
Concordo, engulo a saliva e tento me tranquilizar. Arthur se vai, e eu me vejo sozinha na sala escura. Escuto ruídos e zumbidos da televisão.
Quando olho me lembro de Poltergeist. Ugh!
E começo a ter palpitação.
Ah minha mãe... Ah minha mãe. Penso no filme que acabamos de ver. Que medo! Se isso acontecer comigo na minha casa, tomar um choque e morrer. Que horror!
Percebo um movimento na minha direita, ao olhar não vejo nada. Engulo saliva. Outro movimento a minha esquerda novamente me alerta. Não vejo nada.
Morta de medo me levanto do sofá. Eu não entendo, minha pele fica toda arrepiada e meu coração vai a mil por hora. Olho para trás do sofá, e não vejo nada.
Estou só, e de repente as luzes acendem e apagam. Dou um salto, e me sento outra vez no sofá e agarro uma almofada para me tampar.
 Uma almofada pequena para me defender. Quando consigo parar de tremer igual poodle, estico meu pescoço por cima do apoio, chamo em voz alta.
— Ar... thur Ele não responde. A música fica tocando em minha cabeça, e eu fico com a sensação de ter alguém respirando em meu pescoço. E eu estremeço.
Não sei por que eu vejo filmes de terror, sempre acontece isso. Eu gosto e sorrio, quando os vejo, mas depois morro de medo.
— Arthur, responda.–foda-se, eu insisto.
Espero ele responder, mas nem um pio. Que demônios ele se meteu? Escuto um ruído que vem do fundo do corredor.
Minha mente começa a recriar cenas do filme que acabamos de ver.
Muito ruim... Muito ruim.
Meu coração parece que vai sair pela boca, minha respiração e os meus batimentos começam a sair com força.
Com o controle remoto na mão, como se fosse uma arma, caminho lentamente pelo corredor, com as costas encostada na parede.
Quero gritar.
Tenho medo.
Vai me dar algo, meu Deus!
Deveria sair de casa, mas não posso. Não sem Arthur. Então eu faço o mesmo, como todos os idiotas dos filmes de terror, subo as escadas, como se estivesse armada, com um controle remoto na mão.
Porque estou fazendo algo tão esperado?
Já no andar de cima, me dirijo ao banheiro, e volto a chamar:
— Ar...thur...

Nada, sigo sem resposta. Minha mente começa a fantasiar as coisas. Porque não responde? Será que foi assassinado? Por favor... não quero nem pensar nisso. 

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