Adivinha quem sou esta Noite (Adaptada)- Capítulo 35 - 2º temporada

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Vestida com um vestido prata glamoroso que me custou um braço e parte de outro, e com saltos do miocárdio, chego à celebração de braços dados com Arthur. Entre tantos cantores e famosos, estou como uma criança numa loja de doces, mas disfarço. Apesar de cada vez que vejo um dos meus ídolos, aperto com força o braço do meu pobre marido. Omar e Tifany vêm nos cumprimentar.
Vão de braços dados e minha cunhada está impressionante, com o modelo que veste, bonita e sexy. Tifany é uma deusa, não sei como o idiota do meu cunhado lhe é infiel. Depois de cumprimentá-los, estou surpresa ao ver também o meu sogro com Tony, que rapidamente dá-me um abraço.
— Epaaa, cunhada, você está linda!
— Você sim está lindo– respondo animada Anselmo pisca com cumplicidade e sussurra:
— Não abraça seu ogro favorito? Rindo, jogo-me direto em seus braços.
Cinco minutos mais tarde, rodeada pelos Arthur impressionantes, Tifany e eu nos misturamos com os convidados na festa. Os nervos me devoram e Arthur sorri ao me ver. Eu olho em volta curiosa, e não posso acreditar onde estou.
Músicos e cantores que adoro por metade da vida estão aqui!
Os Aguiar cumprimentam todos. Arthur, Tony, Omar e Anselmo apresentam-me a muitos participantes, e vejo que são pessoas de carne e osso como eu, e me surpreendo ao saber que ouviram falar de mim.
Omar sorri.
Arthur, não.
De repente, vejo no fundo da sala Marc Anthony, que, vendo-me, me pisca e se aproxima para nos cumprimentar. Como é doce!
Além de bom cantor, como pessoa é mais agradável.
Se antes me encantava, agora eu o adoro! Depois dele, vários outros artistas se aproximam e quando decidimos ir à nossa mesa para nos sentar, Arthur me olha e, aproximando-se, me diz ao ouvido:
 — Viu como se lembram de você?
Sim, isso me surpreendeu e me faz sentir importante. Em nossa mesa já estão sentados os Tios de Arthur. Nós nos cumprimentamos calorosamente e, em seguida, segurando minha mão, Anselmo me apresenta para os homens que querem me conhecer.
Eu sou a última Aguiar a se juntar à família e orgulhosamente me mostra. Quando nos sentamos, Arthur segura minha mão, beija as juntas dos dedos e pergunta:
— Está tudo bem?
 Eu digo que sim com a cabeça.
 Qualquer outro diria que não.
Na minha frente eu vejo Beyoncé mais bonita do que nunca e em outra mesa Madonna fala e ri com Bryan Adams. Isso para mim é o céu. Mas, quando eu quase morri, mas morrer de mortezinha de verdade, foi quando Arthur me leva para um cara moreno e, ao dar a volta, vejo que é meu adorado, querido, amado e insuperável Alejandro Sanz. Oh, Deus, que momento!
Alejandro é como sempre o havia imaginado. Cordial, atencioso e charmoso e depois de falar com ele por um tempo, nos separamos, e Arthur pega na minha cintura e sussurra divertido:
— Eu estou com ciúmes... Muitos ciúmes. Eu sorrio, beijo-o e sussurro, mesmo em minha nuvem:
— Obrigada, querido, obrigada por apresentar-me. O jantar começa. Encantada, eu converso com Anselmo e os demais, quando, de repente J. P. aproxima-se de nós e, olhando para Arthur, pergunta:
— Posso roubar sua mulher?
— Não. –ele responde sem rodeios. J. P. ri e, depois de bater as mãos com Arthur como grandes amigos diz:
— Acabei de saber que Alicia Keys não pode vir e eu tinha que cantar uma música com ela. E, bem, eu tenho falado com Omar e propus que eu e você cantemos a música que gravamos juntos.
Vai ser bom para você que eles te ouçam. O que você diz?
— Eu disse a ele que é uma excelente ideia –afirma Omar.
Com o canto do meu olho, eu vejo que Arthur olha para o irmão taciturno, apesar de dissimular. Não faz qualquer graça esta intrusão.
 Eu morrooooooooo!
Meu rosto deve estar transtornado, pois todos ao meu redor sorriem, como parece-meque o meu coração vai parar a qualquer momento.
Nego com a cabeça.
 Não. Eu não posso fazê-lo.
Os tios de Arthur me animam. Tifany também. Anselmo me examina com o olhar e Arthur quase não respira. Eu não posso cantar essa canção assim porque sim. Não. Não. Não.
— Você vai gostar, Lua. Vamos lá! – Omar pressiona.
— Bichinho, não insista –Tifany diz, vendo a minha expressão.
— Não hesite, cunhada–Tony intervém
— Nós sabemos que você vai fazer bem. Vamos, cante! Anselmo nada diz e seu silêncio é muito significativo para mim.
— Não. Não é o momento –eu respondo. E olhando para J. P., que está esperando, acrescento
— Eu te agradeço, mas não. Não ensaiamos e... — Mas, pelo que você disse, Lua – interrompe Omar, sem importar-se com a expressão de Arthur
— Você leva toda a vida cantando com bandas e tem facilidade para moldar-se em qualquer situação sem ensaiar. Você o fará fabuloso. Além disso, J. P. Tem razão, vai ser bom para você que eles te ouçam.
Eu tremo.
Eu não sei o que fazer.
Finalmente, olho para o único homem que me importa lá, Arthur. Ele está sério, mas no final, pressionado por todos o olhando, dá-se por vencido e assegura, tentando sorrir:
— Querida, faça genial. J. P. pega a minha mão, me faz levantar e, me puxando diz:
— Venha, vamos falar com o meu grupo.–Ele olha para Arthur e acrescenta— Calma, irmão, em vinte minutos devolvo-a ti.
— Que seja dez –ouço dizer a ele quando ando com o rapper.
Incapaz de recusar deixo-o me orientar sobre isso, como eu vejo meu sogro e Arthur se olham. Sei o que pensam e fico angustiada.
Entramos numa pequena sala onde há vários rapazes da minha idade, vestidos mais que brega. J. P. fala com eles, concordam com a cabeça, e o rapper diz-me:
— Venha comigo um segundo.
— Ei, J. P. – eu digo — Você não tem porque fazer isso. Eu não sei se estarei a altura de...
— Mas, o que você diz!–interrompendo-me sorrindo
— Você vai fazer muito bem. Se você fez esse grande dia no estúdio, sem saber a música e o ritmo, como acha que vai se sair hoje? Além disso, bonita, tenho a intenção de ser o seu padrinho musical e Omar não dá ponto sem nó. Ele sabe que será um sucesso. Vamos... Seja positiva, olhinhos claros!
Foda-se com Omar. O casamento musical está feito. Depois de ensaiar algumas vezes a canção, volto para a mesa. J. P. avisará quando eu tiver que ir para o palco. Após a chegada, eu me sento no meu lugar entre Anselmo e Arthur, eu olho meu menino e murmuro:
— Eu acho que vou vomitar. Ele ri. Parece que o seu humor mudou e responde, dando-me um beijo na testa:
— Tudo bem, querida. Você vai fazer muito bem. Mas a partir daquele momento eu não posso comer. Olhando para comida me faz mal, apesar de eu ver o desagrado de Arthur e Anselmo desaparecer de certo modo isso me acalma.
No entanto, os meus nervos são maximizados por diferentes artistas subirem ao palco para cantar. Eu não posso desfrutar de nada. Sofro pensando que em poucos minutos eu também estarei ali e que todos aqui presentes vão me ver fazer o ridículo.
Por que deixei me convencer? Por quê? Quando vejo J.P. subir ao palco, urgentemente busco saídas de emergência.
Plano A: saio em disparada.
Plano B: escondo-me debaixo da mesa.
Plano C: tenho um ataque cardíaco.
Deus, eu estou tão nervosa que eu não consigo decidir pelo A, B ou C.
Eu não posso pensar. Mas, por que vou entrar nessa confusão?
 Arthur deve ler meus pensamentos quando o quer, pois aperta minha mão com força. Eu tremo como uma folha, enquanto o J. P. canta um de seus sucessos e seus dançarinos se movem através do palco, enchendo-o de luz, som e cor.
A sua segurança enquanto canta e dança me fascina, mas quando a música termina e me aponta, eu quero morrer.
Socorrroooooo!
Um grande refletor ilumina nossa mesa, e quando J. P. diz meu nome, todo mundo aplaude. Porra... porra... porra!
 Arthur e todos da mesa também levantam e aplaudem, enquanto eu me sinto menininhaaaaaaaaaaaaaaaaa. Minúsculaaaaaa. Pequeninaaaaa, e eu não posso me levantar. Oh, Deus, se desmaio e faço o maior ridículo da minha vida.
As pernas não me sustentam e meu menino, que está mais pronto que ninguém no mundo, me segura a cintura com força, me puxa e me acompanha cavaleiramente até a escada que sobe ao palco. Uma vez lá, dá-me um beijo nos lábios e murmura:
— Não há remédio, então coma-os! Eu sei por que ele disse que não há remédio, e fico angustiada. Mas, ver que sorri e pisca para mim deixa-me um pouco mais tranquila.
Com as pernas bambas subo a escada, enquanto J. P.encaminha-se ao público com impetuosidade e me apresenta como mulher de seu amigo Arthur Aguiar e sua futura companheira musical.
Todo mundo lá me olhando com curiosidade e não tenho dúvida de que, depois de hoje à noite, não serei uma estranha para eles. J.P. explica como nos conhecemos no estúdio, como eu dei uma lição de positividade, e todos sorriem ao ouvir a história.
 Por vários minutos, discutimos o cenário sob os atentos olhos de todos os convidados. O rapper pergunta e sego o jogo, enquanto o público ri ao ver nossa facilidade e naturalidade.
Sinto que J. P. está me dando estes minutos para me acalmar, e consegue. Começo a me sentir mais segura e notei que o sangue já corre nas veias.
 — Vamos lá, Lua – digo-me— você pode! – Silêncio me invade e agora sei eu sou capaz de fazer.
Quando soa as primeiras notas da música e os dançarinos começam a se mover a nossa volta, eu faço o mesmo. Começo a dançar na minha bola. De repente, a voz incrível de J. P. começa a cantar.
Ele se move ao redor do palco, enquanto tento acalmar minha respiração. Disparo meu profissionalismo, fecho os olhos, deixo-me levar pela música, e quando tenho que dar a resposta, eu faço isso tão bem que até não acredito.
Ele canta e eu canto.
A união de nossas vozes e nossos dois estilos agradam as pessoas, e elas aplaudem enquanto atuamos livremente.
Vendo a boa aceitação, eu me deixo levar pela música, esqueço-me dos nervos, faço isso que tanto gosto, cantar. Aproveito como havia meses sem cantar e inclusive danço com J. P. Tento encontrar Arthur com o olhar, mas as lâmpadas são tão poderosas que não o vejo. Mas, sei que ele olha pra mim.
Eu sei. Sinto-o. A canção é sobre o amor. Um amor forte e corajoso separados por classe social.
O tempo parece incrivelmente pouco e de repente as pessoas aplaudem. Sorrio radiante enquanto o rapper agradece-me por ter cantado com ele. Mal posso falar da corrida do que eu tenho.
Vamos, nem quatro juntas e me fizeram pirar em meus tempos loucos! Na mão do meu colega da apresentação, desço as escadas e, na parte inferior, Arthur está me esperando com um sorriso radiante, beijando minha boca, murmura:
— Caprichosa, você é a melhor. Encho-me de orgulho. Ouvir isso do homem que roubou meu coração é maravilhoso. Quando chego à mesa, todos me aplaudem e meu sogro me diz no momento que me sento:
— Você foi fantástica, loura. Eu rio e ele acrescenta, olhando-me diretamente nos olhos:
— Agora se lembre, os pés no chão, Lua. Não se esqueça.
Concordo com a cabeça, enquanto a mão de Arthur aperta a minha e eu sei que não vou esquecer.
O resto da noite eu estou em transe. Mas até mesmo o meu Alejandro Sanz vem para me dar parabéns pela minha interpretação...
Como é forte!
 Todo mundo quer me conhecer e Arthur sorri para mim com orgulho. Embora seu rosto muda quando alguns jovens cantores falam comigo e me entregam seus cartões para eu entrar em contato com eles. Omar assiste e gosta.
Vê negócios para mim e sorri apreciando. Em várias ocasiões, diferentes cantores conhecidos me levam a dançar e eu concordo encantada, e meu amor me olha enquanto fala com seu pai e outros homens. Em um par de ocasiões, vejo várias mulheres mais lindas e espetaculares chegarem perto dele, mas eu noto que ele as dispensa de perto dele.
Esse é meu Aguiar!
A noite é jovem e divertida. Falo com Justin Timberlake e o cara é um fenômeno. Bailamos uma música e comprovo de primeira mão o quão bem ele dança. Apresentam-me também um grupo do momento chamado One Direction.
Sei quem são e pude ver que são a simpatia em pessoa. Sou três ou quatro anos mais velha do que eles, mas nós entendemos o mundo bem, enquanto nós dançamos e conversamos. Ao grupo se juntou J. P. e seus rappers e quando Arthur vem a mim, zombam dele carinhosamente.
Eles o chamam de "Vovô" pela nossa diferença de idade. Ele sorri com seu uísque na mão e não faz caso. Mas, eu o conheço pelo que o defendo como uma loba. Eu amo meu homem mais velho e ninguém nunca irá dizer nada que possa perturbá-lo diante de mim.
À noite, quando chegamos a casa, o humor de Arthur não é o melhor. Para o meu gosto, ele bebeu demais e sei que ele também sabe disso. Hoje, brigaremos sim ou sim.
Tenho certeza. Ele está com raiva, e muita. É a primeira vez que eu o sinto assim comigo e não sei o que fazer. Assim, quando entro vou direto à cozinha. Eu preciso de dois segundos para pensar. Além disso, tenho a boca seca e quero beber água.
Quando eu fecho a porta da geladeira, Arthur está na entrada da cozinha, removendo a gravata borboleta. Ele olha para mim com uma cara feia e pergunta:
— Você se divertiu? –Quando concordo cospe-me:
— Certamente você teria preferido ir com os de sua idade para continuar a farra, né?
— Não, Arthur, eu...
— Não minta para mim, porra! – protesta com raiva— Não havia mais para ver o bom momento que você teve com eles. Eu fico quieta, acredito que seja melhor. Mas, ele apontando um dedo, grita:
— A partir de agora, isso vai ser sempre assim, a menos que tu pares. Pense no que quer, Lua. Você sabe o que eu quero.
— Arthur, escuta, eu...
— Pela primeira vez – interrompe— senti nossa diferença de idade. Hoje me senti mal. Muito mal.
Vai. Eu já sabia sobre o vovô‖e o que ia acontecer comigo e digo:
 — Mas, querido, eu te amo e...
— Você tem que parar com isso, Lua... Você tem.
— O que posso fazer? Não posso cantar? Rejeitar a oferta que chegará da gravadora de Omar? – respondo— Por acaso serei a típica mulher que fica em casa fazendo tricô, enquanto o marido trabalha e trás o jornal pra casa? Oh, não... Eu não sou assim, você sabe Arthur. O sabe muito bem.
— Não estou pedindo isso. Pense, por favor.
— O que você me pede, então?
— Tempo. Sua resposta é tão avassaladora que eu não sei o que dizer, até que murmuro:
— Eu estou dando, Arthur. Estou te dando tempo desde que cheguei à Los Angeles, e não pode dizer-me que não é verdade. Hoje à noite não fiz nada para estar assim comigo também. Eu só cantei uma música e então eu tenho sido amigável com as pessoas que falavam comigo. Diga-me, o que deveria ter feito?
— Para começar, não ter me deixado sozinho.
— Mas Arthur, eu...
 — Cale a boca e pensa! Como você se sentiria se eu fizesse o mesmo no meu congresso? Quando foi comigo de viagem, assistiu comigo as palestras, nunca, nunca te deixei nem um segundo sozinha! Você não se lembra?
Ele está certo. Nessas viagens ou jantar está sempre me olhando.
Eu olho com medo. Ele nunca esteve tão bêbado e zangado.
Sem olhar pra mim, ele vai a grandes passos até a geladeira, abre o freezer, leva um par de cubos de gelo e, coloca-os em um copo depois de pegá-lo do armário, se volta deixando-me sozinha, enquanto eu grito as suas costas.
— Você não acha que já bebeu o suficiente!
Não responde, maldição. Eu sigo-o. Entra no seu escritório e eu logo atrás. Lá, depois de escolher uma garrafa, serve em seu copo. Ele sabe que eu estou lá. Ele deve ter me ouvido, mas não vira, chamando, pronta para esclarecer a mal-entendido.
— Arthur... Não dá ouvidos a mim. Ele é teimoso. — Arthur... Olhe para mim.
Isso não acontece. Não se move. Apenas bebe novamente e, em seguida, enche o copo com uísque. Irritada e não disposta a concordar com tal tratamento, eu tiro um sapato e miro jogando em suas costas. Desta vez, ele se vira e, olhando para mim, grita:
— Você está louca?
— Não, meu menino, não estou louca, mas se você é um fodido desagradável que não me responde quando o chamo, não te zangue se logo lhe atiro algo.
— Como você acha que eu me sinto ao ver a minha esposa dançando e se divertindo com todos menos comigo?
— Isso é uma mentira! – eu grito.
— Não, não é! – vocifera mais alto. Isto parece um festival de gritos, baixando a voz, acrescento:
— Claro que eu me divirto com você. Por que você não acha? Mas você não dança, você odeia dançar em público. Por acaso também não posso fazê-lo?
Nenhuma resposta. Bebe mais uísque e solta:
— Lua, eu tenho alguns anos a mais do que você, e sei o que alguns homens querem de você.
— Não fale besteira – protesto— Ninguém se insinuou e...
— Eu arranco-lhes a cabeça se o fazem! – grita, fora de si. Espantada com o rumo da conversa está tomando, bufo e digo:
— Eu vi conversando tranquilamente com seu pai e...
— Que remédio –ele me cortou— O que você faria?
— Arthur... Retira o paletó bruscamente, e o joga de qualquer jeito em cima de uma das poltronas e acrescenta:
— Falava com ele enquanto eu esperava por você. Ainda que não tenha dado conta. Que fui a esta fodida festa para te fazer feliz e que eu não gosto do mundo que ronda esse ambiente. Você realmente não percebeu isso?
Ele está certo. Sem dúvida, se tivesse sido ele não teria ido para esse evento, mas cansada do seu mau humor, eu digo:
— Ok, assumo. Mais uma vez eu fiz mal.
— Muito mal, Lua... Muito mal.
— Bem, não exagere. Não dramatize.
— Não dramatizo! É a verdade! –aumenta a voz novamente. Atordoada com o rumo que as coisas estão tomando, pergunto:
— Mas, o que você quer dizer com que eu deveria ter feito?
Arthur não responde. Somente me olha e, quando vê que eu tiro o outro sapato, murmura apontando com o dedo:
— Se você o fizer, vai se lamentar. Sem hesitar, atiro nele. Para resfria-lo!
Desta vez, ele para com o braço. Felizmente, porque estava indo direto para o rosto. Imagina se lhe tiro um olho...!
 Ouço-o amaldiçoar. Deixa o copo rudemente na mesa e caminha em minha direção. Não me mexo. Seja o que Deus quiser. E quando o tenho na minha frente, antes que ele me toque, digo:
— Pelo menos você veio. Com impulso animal, me põe em seus braços e me beija. É preciso sobre minha boca e quando sinto que eu vou desmaiar por falta de ar, se solta de mim e murmura:
— Se você entrar no turbilhão da música, nada mais será o mesmo. Mas disse-lhe no outro dia, não serei eu a te impedir. Quero que você cante, eu   quero que você aproveite o seu sonho, mas então não reclame se algo mudar entre nós.
— Mas o que vai mudar? –pergunto.
Arthur fecha os olhos, encosta sua testa na minha e sussurra:
— Você. Você vai mudar querida. E te perder tendo você ao meu lado, é o que mais irá me machucar
Como me perderá se me tem? Eu tento entender. Eu realmente tento, mas não consigo. Não vai me perder. Se há alguma coisa que meus pais me ensinaram é a importância de ser feliz com quem se ama, acima de todas as coisas. Eu digo que posso. Arthur ouviu, mas sua expressão não muda.
Cada palavra, o desespero cresce mais e mais e quando eu não aguento, murmuro:
— Abraça-me. Ele parece confuso e eu insisto:
— Eu disse que preciso de um abraço.
— Não, Lua... Agora eu não quero dar-lhe.
— Não?!
 — Não.
— Eu preciso de você! –grito furiosa— Beije-me, Abraça-me, Faça-me amor!
Mas Arthur não se move.
Não me dá atenção. Ele não quer me beijar ou abraçar-me, nem brincar comigo, e quando eu não posso mais de indignação, começo a gritar como uma louca. Ele, sem hesitar, me tira do escritório e fecha a porta. Que idiota...!
Subo as escadas furiosa. Muito irritada. Lágrimas e raiva escurecem minha razão e quando chego ao quarto tiro o bonito vestido e o jogo na cama. Abro o armário para pegar um pijama, mas eu paro. Odeio a porra dessa casa. Desde que cheguei a Los Angeles, eu não fiz nada, além de estar dependente de Arthur.
Vivo em um lugar que eu odeio, ele não me dá boas vibrações, e com esta discussão ridícula cheguei ao limite de minha frustração. Miro os jeans. Sem hesitar um segundo, eu os visto.
Não estou para pijama. Mas quando me visto, eu me sinto terrível. Nunca quis que Arthur ficasse mal. Maldição.
Não quero estar irritada com ele e, disposta a corrigir isso, abro uma gaveta e tiro minha camiseta das reconciliações, esta que diz "Troco um sorriso por um beijo", e sorrio.
 Certamente, quando ele a ver não resistirá. Eu a visto, coloco umas sandálias e desço para a sala. Preciso falar com Arthur. A porta do escritório continua fechada. Eu paro frente a ela e ouço a música. Neste caso, música clássica. Ele gosta deste tipo de música? Eu sorrio, agarro a maçaneta da porta e tentando abrir, eu percebo que a porta está trancada por dentro.
Como se atreve?! Isso me irrita, me irrita e me irrita e grito:
— Arthur, abra a porta!
Não responde e eu, esquecendo que visto a camiseta das reconciliações, volto a gritar:
— Abra a porra da porta, se você não quer que eu a coloque no chão!
 Em resposta, aumenta a música. É um estúpido...! Isso me ferve o sangue e amaldiçôo.
Grito todos os palavrões que vêm à mente, mas ele permanece sem abrir. Por um tempo eu continuo tentando e quando me dou por vencida olho ao meu redor.
Tudo o que há aqui é estranho para mim. Eu não me identifico com nada. Se, talvez com fotos do casamento, elas estão no quadro digital. Abatida, conecto o quadro e por vários minutos vejo as fotos do nosso casamento. Nelas nos vemos felizes, sorridentes, e agora eu também sorrio ao vê-las.
Fascina-me ver Arthur tão feliz. As fotos passam de uma a outra, até que eu não posso vê-las mais e decido sentar-me na poltrona de veludo preto da sala de estar sem saber o que fazer..

 O tempo passa e não obtive qualquer resposta de Arthur, chateada como nunca em minha vida, abro um móvel, agarro uma jaqueta de couro branco, minha bolsa e saio de casa. Um pouco de ar fresco irá me fazer bem.

6 comentários:

  1. :O o que esse Arthur quer? Tudo que faz a Lua feliz, ele contesta, tudo é culpa dela. Porque não manda fazer uma bolha de vidro e tranca ela logo? Mais que caramba ;( deixa a mulher ser feliz, deixa de ser egoísta e pensar só em você. Agora ele vai se preocupar só porque ela saiu ;(

    Tava com saudades dessa web amore, Postaaa maiiiss

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  2. Arthur ta errado se fosse Lu deixava o doido oxiiiiiiiii somi Lu kkk

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  3. ta td bem?? vc não postou na semana passada e nem hoje e vc não explicou o motivo .... uma pena pq amo ler essa web quando eu acordo..... posta logo por favor, amo essa web!!!!!! o Arthur tem que perceber o que ta fazendo e apoiar a Lua assim ela pode querer ir embora!!

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  4. lindos mesmo bringados kkk amando pena que vc não posta co a mesa frequencia de antes beijos

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  5. Vcs tem que entender uma coisa o arthur passou a vida dele inteira vendo a mãe e o pai dele se separando e voltando por causa da música ele só não quer que isso aconteça com ele e com a lua.

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