Vestida com
um vestido prata glamoroso que me custou um braço e parte de outro, e com
saltos do miocárdio, chego à celebração de braços dados com Arthur. Entre
tantos cantores e famosos, estou como uma criança numa loja de doces, mas
disfarço. Apesar de cada vez que vejo um dos meus ídolos, aperto com força o
braço do meu pobre marido. Omar e Tifany vêm nos cumprimentar.
Vão de
braços dados e minha cunhada está impressionante, com o modelo que veste,
bonita e sexy. Tifany é uma deusa, não sei como o idiota do meu cunhado lhe é
infiel. Depois de cumprimentá-los, estou surpresa ao ver também o meu sogro com
Tony, que rapidamente dá-me um abraço.
— Epaaa,
cunhada, você está linda!
— Você sim
está lindo– respondo animada Anselmo pisca com cumplicidade e sussurra:
— Não
abraça seu ogro favorito? Rindo, jogo-me direto em seus braços.
Cinco
minutos mais tarde, rodeada pelos Arthur impressionantes, Tifany e eu nos
misturamos com os convidados na festa. Os nervos me devoram e Arthur sorri ao
me ver. Eu olho em volta curiosa, e não posso acreditar onde estou.
Músicos e
cantores que adoro por metade da vida estão aqui!
Os Aguiar
cumprimentam todos. Arthur, Tony, Omar e Anselmo apresentam-me a muitos
participantes, e vejo que são pessoas de carne e osso como eu, e me surpreendo
ao saber que ouviram falar de mim.
Omar sorri.
Arthur,
não.
De repente,
vejo no fundo da sala Marc Anthony, que, vendo-me, me pisca e se aproxima para
nos cumprimentar. Como é doce!
Além de bom
cantor, como pessoa é mais agradável.
Se antes me
encantava, agora eu o adoro! Depois dele, vários outros artistas se aproximam e
quando decidimos ir à nossa mesa para nos sentar, Arthur me olha e,
aproximando-se, me diz ao ouvido:
— Viu como se lembram de você?
Sim, isso
me surpreendeu e me faz sentir importante. Em nossa mesa já estão sentados os
Tios de Arthur. Nós nos cumprimentamos calorosamente e, em seguida, segurando
minha mão, Anselmo me apresenta para os homens que querem me conhecer.
Eu sou a
última Aguiar a se juntar à família e orgulhosamente me mostra. Quando nos
sentamos, Arthur segura minha mão, beija as juntas dos dedos e pergunta:
— Está tudo
bem?
Eu digo que sim com a cabeça.
Qualquer outro diria que não.
Na minha
frente eu vejo Beyoncé mais bonita do que nunca e em outra mesa Madonna fala e
ri com Bryan Adams. Isso para mim é o céu. Mas, quando eu quase morri, mas
morrer de mortezinha de verdade, foi quando Arthur me leva para um cara moreno
e, ao dar a volta, vejo que é meu adorado, querido, amado e insuperável
Alejandro Sanz. Oh, Deus, que momento!
Alejandro é
como sempre o havia imaginado. Cordial, atencioso e charmoso e depois de falar
com ele por um tempo, nos separamos, e Arthur pega na minha cintura e sussurra
divertido:
— Eu estou
com ciúmes... Muitos ciúmes. Eu sorrio, beijo-o e sussurro, mesmo em minha
nuvem:
— Obrigada,
querido, obrigada por apresentar-me. O jantar começa. Encantada, eu converso
com Anselmo e os demais, quando, de repente J. P. aproxima-se de nós e, olhando
para Arthur, pergunta:
— Posso
roubar sua mulher?
— Não. –ele
responde sem rodeios. J. P. ri e, depois de bater as mãos com Arthur como
grandes amigos diz:
— Acabei de
saber que Alicia Keys não pode vir e eu tinha que cantar uma música com ela. E,
bem, eu tenho falado com Omar e propus que eu e você cantemos a música que
gravamos juntos.
Vai ser bom
para você que eles te ouçam. O que você diz?
— Eu disse
a ele que é uma excelente ideia –afirma Omar.
Com o canto
do meu olho, eu vejo que Arthur olha para o irmão taciturno, apesar de
dissimular. Não faz qualquer graça esta intrusão.
Eu morrooooooooo!
Meu rosto
deve estar transtornado, pois todos ao meu redor sorriem, como parece-meque o
meu coração vai parar a qualquer momento.
Nego com a
cabeça.
Não. Eu não posso fazê-lo.
Os tios de Arthur
me animam. Tifany também. Anselmo me examina com o olhar e Arthur quase não
respira. Eu não posso cantar essa canção assim porque sim. Não. Não. Não.
— Você vai
gostar, Lua. Vamos lá! – Omar pressiona.
— Bichinho,
não insista –Tifany diz, vendo a minha expressão.
— Não
hesite, cunhada–Tony intervém
— Nós
sabemos que você vai fazer bem. Vamos, cante! Anselmo nada diz e seu silêncio é
muito significativo para mim.
— Não. Não
é o momento –eu respondo. E olhando para J. P., que está esperando, acrescento
— Eu te
agradeço, mas não. Não ensaiamos e... — Mas, pelo que você disse, Lua –
interrompe Omar, sem importar-se com a expressão de Arthur
— Você leva
toda a vida cantando com bandas e tem facilidade para moldar-se em qualquer
situação sem ensaiar. Você o fará fabuloso. Além disso, J. P. Tem razão, vai
ser bom para você que eles te ouçam.
Eu tremo.
Eu não sei
o que fazer.
Finalmente,
olho para o único homem que me importa lá, Arthur. Ele está sério, mas no
final, pressionado por todos o olhando, dá-se por vencido e assegura, tentando
sorrir:
— Querida,
faça genial. J. P. pega a minha mão, me faz levantar e, me puxando diz:
— Venha,
vamos falar com o meu grupo.–Ele olha para Arthur e acrescenta— Calma, irmão,
em vinte minutos devolvo-a ti.
— Que seja
dez –ouço dizer a ele quando ando com o rapper.
Incapaz de
recusar deixo-o me orientar sobre isso, como eu vejo meu sogro e Arthur se
olham. Sei o que pensam e fico angustiada.
Entramos
numa pequena sala onde há vários rapazes da minha idade, vestidos mais que
brega. J. P. fala com eles, concordam com a cabeça, e o rapper diz-me:
— Venha
comigo um segundo.
— Ei, J. P.
– eu digo — Você não tem porque fazer isso. Eu não sei se estarei a altura
de...
— Mas, o
que você diz!–interrompendo-me sorrindo
— Você vai
fazer muito bem. Se você fez esse grande dia no estúdio, sem saber a música e o
ritmo, como acha que vai se sair hoje? Além disso, bonita, tenho a intenção de
ser o seu padrinho musical e Omar não dá ponto sem nó. Ele sabe que será um
sucesso. Vamos... Seja positiva, olhinhos claros!
Foda-se com
Omar. O casamento musical está feito. Depois de ensaiar algumas vezes a canção,
volto para a mesa. J. P. avisará quando eu tiver que ir para o palco. Após a
chegada, eu me sento no meu lugar entre Anselmo e Arthur, eu olho meu menino e
murmuro:
— Eu acho
que vou vomitar. Ele ri. Parece que o seu humor mudou e responde, dando-me um
beijo na testa:
— Tudo bem,
querida. Você vai fazer muito bem. Mas a partir daquele momento eu não posso
comer. Olhando para comida me faz mal, apesar de eu ver o desagrado de Arthur e
Anselmo desaparecer de certo modo isso me acalma.
No entanto,
os meus nervos são maximizados por diferentes artistas subirem ao palco para
cantar. Eu não posso desfrutar de nada. Sofro pensando que em poucos minutos eu
também estarei ali e que todos aqui presentes vão me ver fazer o ridículo.
Por que
deixei me convencer? Por quê? Quando vejo J.P. subir ao palco, urgentemente
busco saídas de emergência.
Plano A:
saio em disparada.
Plano B:
escondo-me debaixo da mesa.
Plano C:
tenho um ataque cardíaco.
Deus, eu
estou tão nervosa que eu não consigo decidir pelo A, B ou C.
Eu não
posso pensar. Mas, por que vou entrar nessa confusão?
Arthur deve ler meus pensamentos quando o
quer, pois aperta minha mão com força. Eu tremo como uma folha, enquanto o J.
P. canta um de seus sucessos e seus dançarinos se movem através do palco,
enchendo-o de luz, som e cor.
A sua
segurança enquanto canta e dança me fascina, mas quando a música termina e me
aponta, eu quero morrer.
Socorrroooooo!
Um grande
refletor ilumina nossa mesa, e quando J. P. diz meu nome, todo mundo aplaude.
Porra... porra... porra!
Arthur e todos da mesa também levantam e
aplaudem, enquanto eu me sinto menininhaaaaaaaaaaaaaaaaa. Minúsculaaaaaa.
Pequeninaaaaa, e eu não posso me levantar. Oh, Deus, se desmaio e faço o maior
ridículo da minha vida.
As pernas
não me sustentam e meu menino, que está mais pronto que ninguém no mundo, me
segura a cintura com força, me puxa e me acompanha cavaleiramente até a escada
que sobe ao palco. Uma vez lá, dá-me um beijo nos lábios e murmura:
— Não há
remédio, então coma-os! Eu sei por que ele disse que não há remédio, e fico
angustiada. Mas, ver que sorri e pisca para mim deixa-me um pouco mais
tranquila.
Com as
pernas bambas subo a escada, enquanto J. P.encaminha-se ao público com
impetuosidade e me apresenta como mulher de seu amigo Arthur Aguiar e sua futura
companheira musical.
Todo mundo
lá me olhando com curiosidade e não tenho dúvida de que, depois de hoje à
noite, não serei uma estranha para eles. J.P. explica como nos conhecemos no
estúdio, como eu dei uma lição de positividade, e todos sorriem ao ouvir a
história.
Por vários minutos, discutimos o cenário sob
os atentos olhos de todos os convidados. O rapper pergunta e sego o jogo,
enquanto o público ri ao ver nossa facilidade e naturalidade.
Sinto que
J. P. está me dando estes minutos para me acalmar, e consegue. Começo a me
sentir mais segura e notei que o sangue já corre nas veias.
— Vamos lá, Lua – digo-me— você pode! –
Silêncio me invade e agora sei eu sou capaz de fazer.
Quando soa
as primeiras notas da música e os dançarinos começam a se mover a nossa volta,
eu faço o mesmo. Começo a dançar na minha bola. De repente, a voz incrível de
J. P. começa a cantar.
Ele se move
ao redor do palco, enquanto tento acalmar minha respiração. Disparo meu
profissionalismo, fecho os olhos, deixo-me levar pela música, e quando tenho
que dar a resposta, eu faço isso tão bem que até não acredito.
Ele canta e
eu canto.
A união de
nossas vozes e nossos dois estilos agradam as pessoas, e elas aplaudem enquanto
atuamos livremente.
Vendo a boa
aceitação, eu me deixo levar pela música, esqueço-me dos nervos, faço isso que
tanto gosto, cantar. Aproveito como havia meses sem cantar e inclusive danço
com J. P. Tento encontrar Arthur com o olhar, mas as lâmpadas são tão poderosas
que não o vejo. Mas, sei que ele olha pra mim.
Eu sei.
Sinto-o. A canção é sobre o amor. Um amor forte e corajoso separados por classe
social.
O tempo
parece incrivelmente pouco e de repente as pessoas aplaudem. Sorrio radiante
enquanto o rapper agradece-me por ter cantado com ele. Mal posso falar da
corrida do que eu tenho.
Vamos, nem
quatro juntas e me fizeram pirar em meus tempos loucos! Na mão do meu colega da
apresentação, desço as escadas e, na parte inferior, Arthur está me esperando
com um sorriso radiante, beijando minha boca, murmura:
—
Caprichosa, você é a melhor. Encho-me de orgulho. Ouvir isso do homem que
roubou meu coração é maravilhoso. Quando chego à mesa, todos me aplaudem e meu
sogro me diz no momento que me sento:
— Você foi
fantástica, loura. Eu rio e ele acrescenta, olhando-me diretamente nos olhos:
— Agora se
lembre, os pés no chão, Lua. Não se esqueça.
Concordo
com a cabeça, enquanto a mão de Arthur aperta a minha e eu sei que não vou
esquecer.
O resto da
noite eu estou em transe. Mas até mesmo o meu Alejandro Sanz vem para me dar
parabéns pela minha interpretação...
Como é
forte!
Todo mundo quer me conhecer e Arthur sorri
para mim com orgulho. Embora seu rosto muda quando alguns jovens cantores falam
comigo e me entregam seus cartões para eu entrar em contato com eles. Omar
assiste e gosta.
Vê negócios
para mim e sorri apreciando. Em várias ocasiões, diferentes cantores conhecidos
me levam a dançar e eu concordo encantada, e meu amor me olha enquanto fala com
seu pai e outros homens. Em um par de ocasiões, vejo várias mulheres mais
lindas e espetaculares chegarem perto dele, mas eu noto que ele as dispensa de
perto dele.
Esse é meu Aguiar!
A noite é
jovem e divertida. Falo com Justin Timberlake e o cara é um fenômeno. Bailamos
uma música e comprovo de primeira mão o quão bem ele dança. Apresentam-me
também um grupo do momento chamado One Direction.
Sei quem
são e pude ver que são a simpatia em pessoa. Sou três ou quatro anos mais velha
do que eles, mas nós entendemos o mundo bem, enquanto nós dançamos e
conversamos. Ao grupo se juntou J. P. e seus rappers e quando Arthur vem a mim,
zombam dele carinhosamente.
Eles o
chamam de "Vovô" pela nossa diferença de idade. Ele sorri com seu
uísque na mão e não faz caso. Mas, eu o conheço pelo que o defendo como uma
loba. Eu amo meu homem mais velho e ninguém nunca irá dizer nada que possa
perturbá-lo diante de mim.
À noite, quando
chegamos a casa, o humor de Arthur não é o melhor. Para o meu gosto, ele bebeu
demais e sei que ele também sabe disso. Hoje, brigaremos sim ou sim.
Tenho
certeza. Ele está com raiva, e muita. É a primeira vez que eu o sinto assim
comigo e não sei o que fazer. Assim, quando entro vou direto à cozinha. Eu
preciso de dois segundos para pensar. Além disso, tenho a boca seca e quero
beber água.
Quando eu
fecho a porta da geladeira, Arthur está na entrada da cozinha, removendo a
gravata borboleta. Ele olha para mim com uma cara feia e pergunta:
— Você se
divertiu? –Quando concordo cospe-me:
—
Certamente você teria preferido ir com os de sua idade para continuar a farra,
né?
— Não, Arthur,
eu...
— Não minta
para mim, porra! – protesta com raiva— Não havia mais para ver o bom momento
que você teve com eles. Eu fico quieta, acredito que seja melhor. Mas, ele
apontando um dedo, grita:
— A partir
de agora, isso vai ser sempre assim, a menos que tu pares. Pense no que quer, Lua.
Você sabe o que eu quero.
— Arthur,
escuta, eu...
— Pela
primeira vez – interrompe— senti nossa diferença de idade. Hoje me senti mal.
Muito mal.
Vai. Eu já
sabia sobre o vovô‖e o que ia acontecer comigo e digo:
— Mas, querido, eu te amo e...
— Você tem
que parar com isso, Lua... Você tem.
— O que
posso fazer? Não posso cantar? Rejeitar a oferta que chegará da gravadora de
Omar? – respondo— Por acaso serei a típica mulher que fica em casa fazendo
tricô, enquanto o marido trabalha e trás o jornal pra casa? Oh, não... Eu não
sou assim, você sabe Arthur. O sabe muito bem.
— Não estou
pedindo isso. Pense, por favor.
— O que
você me pede, então?
— Tempo.
Sua resposta é tão avassaladora que eu não sei o que dizer, até que murmuro:
— Eu estou
dando, Arthur. Estou te dando tempo desde que cheguei à Los Angeles, e não pode
dizer-me que não é verdade. Hoje à noite não fiz nada para estar assim comigo
também. Eu só cantei uma música e então eu tenho sido amigável com as pessoas
que falavam comigo. Diga-me, o que deveria ter feito?
— Para
começar, não ter me deixado sozinho.
— Mas Arthur,
eu...
— Cale a boca e pensa! Como você se sentiria
se eu fizesse o mesmo no meu congresso? Quando foi comigo de viagem, assistiu
comigo as palestras, nunca, nunca te deixei nem um segundo sozinha! Você não se
lembra?
Ele está
certo. Nessas viagens ou jantar está sempre me olhando.
Eu olho com
medo. Ele nunca esteve tão bêbado e zangado.
Sem olhar
pra mim, ele vai a grandes passos até a geladeira, abre o freezer, leva um par
de cubos de gelo e, coloca-os em um copo depois de pegá-lo do armário, se volta
deixando-me sozinha, enquanto eu grito as suas costas.
— Você não
acha que já bebeu o suficiente!
Não
responde, maldição. Eu sigo-o. Entra no seu escritório e eu logo atrás. Lá,
depois de escolher uma garrafa, serve em seu copo. Ele sabe que eu estou lá.
Ele deve ter me ouvido, mas não vira, chamando, pronta para esclarecer a
mal-entendido.
— Arthur...
Não dá ouvidos a mim. Ele é teimoso. — Arthur... Olhe para mim.
Isso não
acontece. Não se move. Apenas bebe novamente e, em seguida, enche o copo com
uísque. Irritada e não disposta a concordar com tal tratamento, eu tiro um
sapato e miro jogando em suas costas. Desta vez, ele se vira e, olhando para
mim, grita:
— Você está
louca?
— Não, meu
menino, não estou louca, mas se você é um fodido desagradável que não me
responde quando o chamo, não te zangue se logo lhe atiro algo.
— Como você
acha que eu me sinto ao ver a minha esposa dançando e se divertindo com todos
menos comigo?
— Isso é
uma mentira! – eu grito.
— Não, não
é! – vocifera mais alto. Isto parece um festival de gritos, baixando a voz,
acrescento:
— Claro que
eu me divirto com você. Por que você não acha? Mas você não dança, você odeia
dançar em público. Por acaso também não posso fazê-lo?
Nenhuma
resposta. Bebe mais uísque e solta:
— Lua, eu
tenho alguns anos a mais do que você, e sei o que alguns homens querem de você.
— Não fale
besteira – protesto— Ninguém se insinuou e...
— Eu
arranco-lhes a cabeça se o fazem! – grita, fora de si. Espantada com o rumo da
conversa está tomando, bufo e digo:
— Eu vi
conversando tranquilamente com seu pai e...
— Que
remédio –ele me cortou— O que você faria?
— Arthur...
Retira o paletó bruscamente, e o joga de qualquer jeito em cima de uma das
poltronas e acrescenta:
— Falava
com ele enquanto eu esperava por você. Ainda que não tenha dado conta. Que fui
a esta fodida festa para te fazer feliz e que eu não gosto do mundo que ronda
esse ambiente. Você realmente não percebeu isso?
Ele está
certo. Sem dúvida, se tivesse sido ele não teria ido para esse evento, mas
cansada do seu mau humor, eu digo:
— Ok,
assumo. Mais uma vez eu fiz mal.
— Muito
mal, Lua... Muito mal.
— Bem, não
exagere. Não dramatize.
— Não
dramatizo! É a verdade! –aumenta a voz novamente. Atordoada com o rumo que as
coisas estão tomando, pergunto:
— Mas, o
que você quer dizer com que eu deveria ter feito?
Arthur não
responde. Somente me olha e, quando vê que eu tiro o outro sapato, murmura
apontando com o dedo:
— Se você o
fizer, vai se lamentar. Sem hesitar, atiro nele. Para resfria-lo!
Desta vez,
ele para com o braço. Felizmente, porque estava indo direto para o rosto.
Imagina se lhe tiro um olho...!
Ouço-o amaldiçoar. Deixa o copo rudemente na
mesa e caminha em minha direção. Não me mexo. Seja o que Deus quiser. E quando
o tenho na minha frente, antes que ele me toque, digo:
— Pelo
menos você veio. Com impulso animal, me põe em seus braços e me beija. É
preciso sobre minha boca e quando sinto que eu vou desmaiar por falta de ar, se
solta de mim e murmura:
— Se você
entrar no turbilhão da música, nada mais será o mesmo. Mas disse-lhe no outro
dia, não serei eu a te impedir. Quero que você cante, eu quero que você aproveite o seu sonho, mas
então não reclame se algo mudar entre nós.
— Mas o que
vai mudar? –pergunto.
Arthur
fecha os olhos, encosta sua testa na minha e sussurra:
— Você.
Você vai mudar querida. E te perder tendo você ao meu lado, é o que mais irá me
machucar
Como me
perderá se me tem? Eu tento entender. Eu realmente tento, mas não consigo. Não
vai me perder. Se há alguma coisa que meus pais me ensinaram é a importância de
ser feliz com quem se ama, acima de todas as coisas. Eu digo que posso. Arthur
ouviu, mas sua expressão não muda.
Cada
palavra, o desespero cresce mais e mais e quando eu não aguento, murmuro:
—
Abraça-me. Ele parece confuso e eu insisto:
— Eu disse
que preciso de um abraço.
— Não, Lua...
Agora eu não quero dar-lhe.
— Não?!
— Não.
— Eu
preciso de você! –grito furiosa— Beije-me, Abraça-me, Faça-me amor!
Mas Arthur
não se move.
Não me dá
atenção. Ele não quer me beijar ou abraçar-me, nem brincar comigo, e quando eu
não posso mais de indignação, começo a gritar como uma louca. Ele, sem hesitar,
me tira do escritório e fecha a porta. Que idiota...!
Subo as
escadas furiosa. Muito irritada. Lágrimas e raiva escurecem minha razão e
quando chego ao quarto tiro o bonito vestido e o jogo na cama. Abro o armário
para pegar um pijama, mas eu paro. Odeio a porra dessa casa. Desde que cheguei
a Los Angeles, eu não fiz nada, além de estar dependente de Arthur.
Vivo em um
lugar que eu odeio, ele não me dá boas vibrações, e com esta discussão ridícula
cheguei ao limite de minha frustração. Miro os jeans. Sem hesitar um segundo,
eu os visto.
Não estou
para pijama. Mas quando me visto, eu me sinto terrível. Nunca quis que Arthur
ficasse mal. Maldição.
Não quero
estar irritada com ele e, disposta a corrigir isso, abro uma gaveta e tiro
minha camiseta das reconciliações, esta que diz "Troco um sorriso por um
beijo", e sorrio.
Certamente, quando ele a ver não resistirá. Eu
a visto, coloco umas sandálias e desço para a sala. Preciso falar com Arthur. A
porta do escritório continua fechada. Eu paro frente a ela e ouço a música.
Neste caso, música clássica. Ele gosta deste tipo de música? Eu sorrio, agarro
a maçaneta da porta e tentando abrir, eu percebo que a porta está trancada por
dentro.
Como se
atreve?! Isso me irrita, me irrita e me irrita e grito:
— Arthur,
abra a porta!
Não
responde e eu, esquecendo que visto a camiseta das reconciliações, volto a
gritar:
— Abra a
porra da porta, se você não quer que eu a coloque no chão!
Em resposta, aumenta a música. É um
estúpido...! Isso me ferve o sangue e amaldiçôo.
Grito todos
os palavrões que vêm à mente, mas ele permanece sem abrir. Por um tempo eu
continuo tentando e quando me dou por vencida olho ao meu redor.
Tudo o que
há aqui é estranho para mim. Eu não me identifico com nada. Se, talvez com
fotos do casamento, elas estão no quadro digital. Abatida, conecto o quadro e
por vários minutos vejo as fotos do nosso casamento. Nelas nos vemos felizes,
sorridentes, e agora eu também sorrio ao vê-las.
Fascina-me
ver Arthur tão feliz. As fotos passam de uma a outra, até que eu não posso
vê-las mais e decido sentar-me na poltrona de veludo preto da sala de estar sem
saber o que fazer..
O tempo passa e não obtive qualquer resposta
de Arthur, chateada como nunca em minha vida, abro um móvel, agarro uma jaqueta
de couro branco, minha bolsa e saio de casa. Um pouco de ar fresco irá me fazer
bem.
:O o que esse Arthur quer? Tudo que faz a Lua feliz, ele contesta, tudo é culpa dela. Porque não manda fazer uma bolha de vidro e tranca ela logo? Mais que caramba ;( deixa a mulher ser feliz, deixa de ser egoísta e pensar só em você. Agora ele vai se preocupar só porque ela saiu ;(
ResponderExcluirTava com saudades dessa web amore, Postaaa maiiiss
Posta maiss
ResponderExcluirArthur ta errado se fosse Lu deixava o doido oxiiiiiiiii somi Lu kkk
ResponderExcluirta td bem?? vc não postou na semana passada e nem hoje e vc não explicou o motivo .... uma pena pq amo ler essa web quando eu acordo..... posta logo por favor, amo essa web!!!!!! o Arthur tem que perceber o que ta fazendo e apoiar a Lua assim ela pode querer ir embora!!
ResponderExcluirlindos mesmo bringados kkk amando pena que vc não posta co a mesa frequencia de antes beijos
ResponderExcluirVcs tem que entender uma coisa o arthur passou a vida dele inteira vendo a mãe e o pai dele se separando e voltando por causa da música ele só não quer que isso aconteça com ele e com a lua.
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