Little Anie - Cap. 17

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Little Anie
And I'd give up forever to touch you
E eu desistiria da eternidade para tocá-la
[...]
You're the closest to heaven that I'll ever be
Você é o mais perto do céu que eu vou chegar

Pov Arthur

Era umas três horas da tarde. Acordei me sentindo um pouco melhor. A dor de cabeça tinha passado razoavelmente. Me espreguicei e levantei da cama minutos depois. Um barulho de uma música infantil vinha lá de baixo. Fui até o banheiro e depois saí do quarto. Cheguei ao topo da escada e vi Anie e Luh. Anie estava sentada no chão com várias bonecas. Lua estava sentada no sofá com o notebook em cima de uma almofada, ela estava de costa para a escada. O som estava ligado. Mas não estava tão alto. Desci as escadas e me aproximei de Anie, e a surpreendi com um beijo na bochecha.

-Papai! -Ela exclamou e eu me abaixei mais um pouco e ela me deu um beijo. -Vamos brincar? -Me convidou. Fiz uma careta e ela riu.
-Outra hora, filha. -Lhe disse e caminhei até onde Lua estava. Anie voltou a brincar sem se importar. -Hoje é domingo. Você não precisa trabalhar. -Comentei e fiz menção de fechar o notebook. Se eu fizesse isso, Lua me mataria.
-Nem ouse, Aguiar! -Exclamou segurando minha mão. -São só alguns e-mails. -Ela completou. -Tá melhor?
-Um pouco. -Sorri e Lua assentiu e voltou a sua atenção para o que estava fazendo antes de eu chegar. Percebi, quer dizer. Constatei um fato: Eu ignorando com sucesso!

Me joguei no sofá. Colocando uma das pernas ao lado da minha linda esposa. Lua me olhou com uma das sobrancelhas erguida. Achando provavelmente, que eu estava com a ideia de atrapalha-la em seu trabalho. Mas não, eu não ia fazer isso. Até que eu estava comportado. Como eu não fiz nada. Ela vou a olhar para o notebook.

-Posso desligar esse som? -Perguntei para Anie. Mas ela não me escutou. -Anie? -Chamei. -Filha? Anieeeeeeeeeee... -Falei razoavelmente alto. Ela me olhou. Até que enfim!
-Oi papai.
-Posso desligar esse som? Pelo amor de Deus, diz que sim. -Pedi quase implorando. Aquela musiquinha era uma tortura alegre, mas chata demais.
-Porque papai? -Anie me perguntou. Eu jamais, em hipótese alguma poderia falar que a tal música era chata.
-Porque eu quero vê TV, amor. -Respondi.
-Então pode, papai... -Ela disse e voltou a brincar.

Quase bati palmas. Peguei o controle e liguei a TV. Estava passando jogo. Não que eu fosse um torcedor fanático de um time qualquer aí, mas eu gostava de assistir. E no momento, não tinha nada de interessante para eu fazer. O tempo passou. E nada tinha mudado. As duas continuavam fazendo o que estavam fazendo antes. O jogo tinha acabado, e o time da casa tinha vencido por 3X1. Quer dizer, agora Lua estava com uma das mãos no meu joelho direito. Eu já estava deitado no sofá a essa altura. Devia ser umas 16h15.

-Não vai terminar com esses e-mails nunca não? Eu hein, hoje é domingo. -Reclamei. Lua me olhou.
-Você tá muito reclamão e mal humorado. Tá parecendo um velho! -Ela me disse.
-Eu tô carente. Passei uns dias longe e você nem liga pra mim quando eu chego. Tá bom? Ou quer mais? -Perguntei. Lua cerrou os olhos e fechou o notebook, colocando o mesmo no chão, antes de deitar lentamente sobre mim no sofá.
-Carente? -Perguntou. Concordei. -Quanto drama, Arthur. Você não acha que tá velho demais para fazer isso, não? -Perguntou cinicamente. Odiava quando ela me chamava de velho. Isso fazia eu pensar que eu realmente estava ficando velho.
-Não sou velho. Tô muito novo ainda, só pra lembrar você. Tô em forma. -Finalizei. Lua me encarou.
-Isso não livra você de envelhecer a cada ano. Deixa de bobagem. -Ela riu e aproximou os lábios dos meus.
-Então você também está ficando velha. Temos a mesma idade. E você é mais chata que eu. -Ressaltei.
-Nunca disse ao contrário. -Ela respondeu e eu desci minhas mãos até a cintura dela. Lua me beijou. -Carente, né? -Perguntou após o beijo. Assenti e ela riu.
-O que eu falei de tão engraçado hein?
-Nada. -Ela respondeu e deitou a cabeça em meu peito. Comecei a passar as mãos pelos cabelos dela.
-Espero que hoje, Anie não invente de querer dormir com a gente. -Comentei. -Por mais que eu ame a minha filha. Eu preciso dormir hoje a sós com você. -Finalizei. Lua riu baixo.
-Você não precisa. Você quer, é diferente. -Ela disse.
-Não. Eu preciso e quero!
-E você não quer dormir. -Ela ressaltou. Ri.
-Modo de dizer, e você entendeu.
-Pai?
-Uhm...
-Que horas a gente vai hoje? A gente vai né? -Anie perguntou. Caraca, eu tinha esquecido do que eu havia prometido a ela. E eu não estou com nenhum pingo de vontade de sair de casa. Lua me encarou.
-Eu não lembrava disso... -Sussurrei para que só Lua escutasse. Ela ergueu umas das sobrancelhas esperando outra resposta minha.
-Papai! -Anie me chamou impaciente. Eu e Lua, olhamos para ela.
-Depois filha... Depois. -Falei.
-Depois que horas? -Crianças fazem muitas perguntas.
-Vamos tomar banho, Anie? -Lua perguntou.
-Quero saber mamãe!
-Depois, agora, filha. Vamos logo! -Lua levantou e pegou Anie pela mão. E eu coloquei o braço sobre os olhos. Lua devia ter me ajudado nessa. Minutos depois eu levantei e fui para o quarto, e tirei a roupa para tomar um banho.

*

-Arthur!
-Oi, amor... -Falei saindo do banheiro, com apenas uma toalha enrolada na cintura.
-Anie já está pronta. -Ela avisou.
-Você não vai? -Perguntei.
-Eu pensei em... -A interrompi.
-Lua! Não. Não. Nada disso. Você vai. É domingo, a gente vai sair com a Anie. -Falei.
-Eu não tô afim...
-E eu muito menos! Aaah vaaaamooos! -Falei puxando ela para que ela fosse para o banheiro. -É sério, Luh.
-Amor. Lua. Luh. Você muda muito rápido. -Ela riu e eu a olhei confuso. -Sou, amor. Quando eu ainda não irritei você. Sou, Lua. Quando eu já irritei você. Sou, Luh. Quando você quer alguma coisa. -Explicou e eu dei uma gargalhada e me aproximei dela.
-Luh, por favor, vamos? -Pedi ao aproximar meus lábios do lóbulo da orelha dela.
-Você é insuportavelmente chato. -Ela me disse.
-Essa palavra é grande. -Comentei.
-Fica pequena se comparada com a sua chatice. Vou tomar banho. -Falou e eu lhe dei um beijo rápido e fui vestir uma roupa.

Chegamos ao Shopping umas 17h45. Estava movimento. E Anie resolveu querer assistir filme. Como bons pais que somos. Aceitamos o desafio de passar quase 2hrs assistindo a um filme de animação. Confesso, até que foi legal. Mas dei graças à Deus, quando o filme acabou. Anie não precisava saber disso. Ela estava tão feliz. Até Lua riu.

-Papai?
-Oi meu amor. -Nós estávamos andando pelo Shopping. Anie segurava uma de minhas mãos, e a outra, era Lua quem estava segurando.
-Quero sorvete. -Ela pediu piscando os olhos. Ri.
-Vamos tomar sorvete, então! -Respondi e caminhamos até onde vendia sorvete.
-De morango com chocolate. -Avisou.
-Ok, mãe! -Disse e Anie riu indo se sentar com Luh em um banco ali perto. E depois de uns minutos eu me juntei a elas e entreguei o sorvete de Anie. Eu tinha comprado um de creme para mim.
-Posso ir brincar com eles? -Anie perguntou apontando para um grupo de crianças, que se divertiam em vários brinquedos ali.
-Depois que acabar o sorvete, você pode. -Lua respondeu. -Se não, você vai acabar se sujando toda. -Avisou e Anie concordou.
-Quer? -Perguntei oferecendo o sorvete.
-Não, obrigado.

Dei de ombros, e terminei de tomar o sorvete. Dez minutos depois, Anie já estava brincando com as outras crianças. Eu e Lua conversávamos sobre um assunto qualquer. Meu celular tocou. Era o empresário da banda. Eu tinha que atender. Saí para atender em outro lugar, porque onde estávamos o barulho era alto suficiente para que eu não entendesse nada.

-Já volto. -Falei e lhe dei um selinho rápido. Lua assentiu.


Continua...


Se leu, comente! Não custa nada.
Miiiiiiiil desculpas pela demora.
Se tiver mais de 7 comentários nesse cap. amanhã a noite eu posto mais um cap.
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