Little Anie - Cap. 16

|

Little Anie
If this is love, then love completes me
Se isso é amor, então o amor me completa

Pov Lua

-Agora sim. -Ele disse e voltou a me olhar. -Agora você tem que parar de chorar... -Ele sorriu de lado. -Vou te fazer dormir. -Ele disse. Me lembrei da primeira vez em que dormimos juntos. Só dormimos mesmo. Ele me disse isso. E no momento, eu estava chorando. Como agora. Mas não éramos mais só amigos. Agora éramos casados.
-Você me disse isso uma vez... -Comentei. Arthur me olhou confuso. Esclareci mais. -Na primeira vez que ficamos. -Arthur sorriu. Pareceu se lembrar.
-Aah... E funcionou. -Ele me deu um selinho. -Se eu não tivesse ficado. Nós não estaríamos casados agora. -Balancei a cabeça concordando.
-Provavelmente não. -Funguei e me aproximei dele. -Obrigado por ter ficado. -Falei. -Eu dormir bem. -Brinquei. Arthur me apertou mais contra ele. Eu era bipolar, meu humor era instável. Só Arthur me entendia e me aguentava.
-Quer dizer que você só tá agradecendo por isso? Porque eu fiz você dormir bem? -Imitou um tom irritado. Mas tinha um rastro de riso. Concordei prendendo o riso. Arthur apertou a ponta do meu nariz, e depois me deu um selinho. -Bom, então deixa eu ver se ainda sei fazer você dormir bem. -Comentou. E eu me alinhei em seu peito.
-Espero que saiba. -Sussurrei.
-Boa noite, amor...
-Boa noite, amor...
- If this is love then love is easy
It's the easiest thing to do
If this is love, then love completes me
Cause it feels like I've been missing you

Se isso é amor, então o amor é fácil
É a coisa mais fácil de fazer
Se isso é amor, então o amor me completa
Porque parece que eu estive sentindo sua falta

Arthur cantarolou um trecho de, Love Is Easy...

-Eu queria cantar pessoalmente para você. -Ele me disse baixinho e eu adormeci sentindo ele depositar um beijo em minha cabeça. -Dorme. -Foi a última palavra que escutei.

Me acordei ainda sonolenta. Não podia ser. Já tinha amanhecido? Parece que eu acabara de fechar os olhos. Podia sentir meu rosto inchado por conta das lágrimas da noite anterior. Parece que eu ainda sentia o caminho que ficara marcado pelas lágrimas. Mas não. Já tinha amanhecido. Abri os olhos lentamente, me acostumando com a claridade que entrava pela janela. E vi Anie me olhando. Sorri pra ela que sorriu de volta.

-Bom dia, mamãe. -Ela me disse. Levei uma das mãos até seus cabelos, e depois acariciei seu rosto.
-Bom dia, amor. -Falei e me aproximei lhe dando um beijo no rosto. Anie também me deu um beijo no rosto. Arthur dormia ao lado dela. Eu nem percebi, ou ao menos sentir ele se levantando ontem à noite.
-Você sorri dormindo. -Ela me disse. Sorri ainda mais. Eu não sabia disso.
-Eu? -Perguntei.
-Sim. Você estava sorrindo. Você estava sonhando, mamãe? -Ela perguntou curiosa.
-Não sei meu amor. Eu não costumo lembrar dos meus sonhos. Ou se ao menos, eu sonho. -Expliquei.
-Papai disse que você deve estar sonhando toda vez que sorri dormindo. -Ela disse. Arthur falou isso? Ele nunca disse que eu sorria dormindo? Ele não dorme enquanto eu durmo?
-Quando?
-Naquele dia... -Ela esticou o braço fazendo menção. -Que eu estava aqui. E você acordou, mamãe.
-Aah... -Lembrei. Os dois me olhavam e Arthur colocou o dedo indicador sobre os lábios. Avisando Anie para não falar nada. Tentei saber o que eles escondiam. Mas nenhum dos dois me disse nada. A tal, cumplicidade. Então eu desisti. E acabei achando que era algo que os dois tinham aprontado. Aah, então era isso. Mas isso? Olhei para Anie novamente. -Eu não sabia disso. -Falei.
-Papai disse. -Ela falou e se virou olhando para ele que ainda dormia. -Vamos acordar ele? -Perguntou me convidando. Um sorriso sapeca e um olhar travesso logo surgiram. Concordei.
-Acorda. -Falei.
-Vou pular em cima dele. -Ela avisou. Talvez esperando que eu falasse que não. Ri e Anie o olhou de novo. -Posso mamãe?
-Pode. Só não caia da cama. -Pedi.
-Tá mamãe. -Anie se levantou e ficou de joelhos na cama.
-Cuidado filha. -Pedi mais uma vez. Anie me olhou dando um sorriso sapeca. Me virei de bruços, me apoiando com os cotovelos. E esperei para ver a cena. Ane voltou a atenção para o pai. Se levantou tomando um pouco de impulso e se jogou com tudo em cima de Arthur. Só ouvi uma risada dela ao cair em cima dele. E não pude deixar de rir. Arthur a segurou pela cintura. E meio sonolento resmungou alguma coisa.
-Ooouth! Anie. -Ele disse ainda de olhos fechados.
-Bom dia, papai. -A voz dela era tão carregada de amor. Que era impossível ficar irritado com o que ela tinha feito minutos antes. Arthur abriu os olhos e encarou a menina.
-Bom dia, amor. -Ele respondeu do mesmo jeito que eu. E beijou a bochecha da filha. -É impossível ficar irritado com você. -Comentou. -Você sabia? -Anie balançou a cabeça negando. Arthur então voltou o olhar para mim. -Sua mãe que deu a ideia né? -Ele perguntou me acusando.
-Eu? Eu não fiz nada. -Me defendi. Mas eu não parava de rir. Anie negou outra vez.
-Não, papai. Fui eu. A mamãe não. -Ela disse. Arthur riu.
-Uhm... Sei. -Ele fingiu não acreditar. E sorriu para mim. Anie voltou a se deitar no nosso meio, e Arthur se aproximou de mim, para me beijar. -Bom dia! -Ele disse antes de colar os lábios nos meus.
-Bom dia. -Falei ao finalizar o beijo.
-Melhorou? -Ele me perguntou. Com uma das mãos, ele segurava o meu queixo. Com a outra ele se apoiava na cama. Assenti. -Que bom! -Ele sorriu e me deu um rápido selinho.
-Papai?
-Oi, filha. -Arthur voltou agora a sua atenção para Anie.
-A gente vai sair né? Você prometeu. -Ela cobrou.
-Sim meu anjo. Nós vamos. -Anie ficou animada. E eu resolvi me levantar.
-Filha?
-Oi, mamãe.
-Vamos tomar café? -Convidei. Arthur me cutucou. -O que foi?
-Não vai me convidar? -Questionou. Revirei os olhos.
-Vamos tomar café, Arthur?
-Vamos! -Ele respondeu e Anie riu.
-Vamos mamãe. -Ela ficou em pé na cama, e eu a carreguei. Anie entrelaçou as perninhas em minha cintura e nós saímos do quarto. Arthur saiu logo atrás de nós.
-Acho que Carol e Carla, já foram. -Comentei. Era domingo. Dia da folga delas. Mas provavelmente Carla tinha deixado um café da manhã pronto para nós. Só faltava eu botar à mesa.
-Quero suco, mamãe. -Anie pediu assim que eu a coloquei sentada na cadeira.
-Vai querer café, Luh? -Arthur me perguntou.

Olhei para ele com uma sobrancelha erguida. Eu não tomava café, e ele sabia disso. Não respondi e Arthur fez uma cara cínica. Só ele que tomava. E a propósito, ele próprio preparava o café. Ele sempre disse que ninguém, além dele e de dona, Laura. Sabiam fazer o café do jeito que ele gostava. Portanto, ele que faça bom proveito.

Abri a geladeira e tirei a jarra de suco de lá. Suco de maracujá, o preferido de Anie, e meu também. Ela não gostava de café, assim como eu. Peguei o bolo de chocolate que estava sobre a bancada e coloquei na mesa. Tirei uma fatia de bolo para Anie, e coloquei suco em seu copo. Me sentei à mesa. E comecei a tomar o meu café da manhã. Logo, Arthur se juntou a nós, com a sua xícara de café.

-Será que Carla comprou pão?
-Uhm... -Me virei olhando para o balcão. -Acho que não. -Respondi. -Não quer bolo? -Arthur negou. Era bolo de chocolate, o bolo preferido dele. -Por que? É bolo de chocolate, você gostava.
-Eu gosto. Só não quero. Tô enjoado... Com dor de cabeça. -Ele disse e fez uma careta ao terminar de falar.
-Uhm... Depois eu vou pegar um remédio para você. -Falei preocupada. Arthur assentiu.
-Acho que é o cansaço da viagem. -Ele comentou. Concordei. E assim nós tomamos o nosso café.


Continua...


Se leu, comente! Não custa nada.

7 comentários: