Little Anie - Cap. 15

|

Little Anie
♪ O perigo nunca está por perto
Quando a Joanna está aqui

Pov Lua

Desci as escadas, fui até o sofá, peguei o controle e desliguei a TV. Subi novamente as escadas, e fui até o quarto de Anie, peguei o pijama dela e saí indo para o quarto. Fechei a porta.

-Vem, Anie. Deixa eu trocar a sua roupa. -Falei e ela saiu do abraço de Arthur. Sim, eles ainda estavam abraçados. Ela se sentou na cama. Tirei o vestido que ela vestia e coloquei a blusa do pijama, depois ela ficou em pé na cama e apoiou as mãozinhas em meu ombro. E eu vesti a calça do pijama. Ela logo se jogou para trás. -ANIE! -Gritei mais pelo susto de quase vê-la passar direto da cama para o chão. Mas Arthur foi rápido ao segura-la com as mãos pelo braço. Ele resmungou uma exclamação de dor, por ela ter caindo em cima dele com tudo.
-Anie! –Exclamou. -Por que você fez isso? -Ele perguntou quando a garotinha sentou na cama de pernas cruzadas e encarou ele com uma cara de culpa.
-Desculpa papai. -Ela pediu com uma voz chorosa. Raramente Arthur dava bronca nela. Quem fazia mais isso era eu. Vejam, a mim ela não dirigiu a palavra.
-Tudo bem, amor. -Ele sorriu sincero. É por isso que ela o ama, mais que a mim. Ele nunca consegue passar mais que cinco minutos chateado com ela. Depois da bronca, logo no segundo seguinte, ele a desculpa. Não importa o que ela tenha feito. Ele estendeu os braços e Anie se jogou abraçando o pai. Olhei a cena e resolvi me deitar.
-Boa noite... -Saiu num sussurro.
-Boa noite, Luh. -Só Arthur sussurrou de volta.

Arthur sabia das minhas paranoias em relação a isso. Era melhor eu dormir mesmo. Fechei os olhos com força, mas o sono não vinha. E eu era obrigada a escutar a conversa deles.

-Papai?
-Uhm...
-Canta uma música pra mim dormir? -Anie pediu. Ela quase nunca me pedia isso. Tá que eu era péssima cantando. Mas toda mãe gosta de cantar música de ninar para o filho... No meu caso, eu não tinha uma boa voz para cantar, e Anie era bem sincera. Tão sincera quanto eu. O gênio da mãe...
-Canto sim. Qual música? -Arthur perguntou.
-Little Joanna, papai... Eu gosto dessa. -Anie respondeu. Realmente ela gostava. Especialmente, de um trecho. E Arthur sabia qual era, provavelmente, era essa parte que ele iria cantar.
-Uhum... ok, mocinha... -Arthur disse antes de começar a cantar baixinho... - She will always be my sun kissed trampoline
She goes up and down in my heart
Turn into jelly beans
And I'm starting to believe that
Danger is never near
When Joanna is here

Ela sempre será meu trampolim beijado pelo sol
Ela vai pra cima e pra baixo no meu coração,
Transforma-se jujubas
E eu estou começando a acreditar que
O perigo nunca está por perto Quando a Joanna está aqui

Little Joanna's like a laser beam sky
Glowing maximus like a firefly
And that's why I'm a kissophobic
You say your dreams are made
Like lemonade
But when the shivers are salty
And sea forms the colour of space

Pequena Joanna é como um laser que corta o céu,
Brilhando ao máximo como um vaga-lume
E é por isso que eu sou 'beijofóbico'
Você disse que seus sonhos são feitos
Como limonada,
Mas quando os calafrios são salgados,
E o mar forma a cor do espaço

Esse era o trecho que Anie mais gostava...

Danger is never near
When Joanna is here

O perigo nunca está por perto
Quando a Joanna está aqui

Arthur cantarolou baixinho. Provavelmente, Anie já tinha adormecido. Senti Arthur se mexer na cama, ele pegou o lençol e me cobriu até a cintura. Passou um dos braços pela minha cintura e acariciou minha pele por baixo da blusa, num carinho inocente, provavelmente achando que eu estava dormindo. Coloquei a minha mão por cima da dele e me virei para olha-lo.

-Achei que estava dormindo. -Comentou.
-Não consigo...
-Tá tudo bem? -Perguntou. Sorri de lado e Arthur passou os dedos lentamente pelo contorno do meu rosto. -Me fala. -Pediu.
-Tô bem...
-Bem mal. -Disse. -Eu sei que não está bem... É por causa disso? -Perguntou e apontou para na direção de Anie que estava abraçada a ele e dormia tranquilamente. A cena não deixava de ser linda.
-Ela parece amar mais você... -Comentei vagamente. Minha voz era baixa. Arthur franziu as sobrancelhas. Não era a primeira vez que eu falava isso. Não era a primeira conversa sobre isso. Não era a primeira bronca sobre isso. E não seria a última, eu tinha certeza.
-Já vai começar? -Perguntou. -Deixa de bobagem. -Me repreendeu. -Ela ama a nós dois. Somos os pais dela, Luh. -Finalizou.
-Ela precisa mais de você... -Continuei. Mesmo sabendo que esse assunto o irritaria. Mesmo sabendo que depois da bronca de Arthur, vinha a pena dele. Pena que ele sentiria de mim.
-Repare o que você está dizendo. Olha a besteira. Por Deus, não fale mais isso. Ela te ama. -Ele disse exasperado. Minha respiração começou a ficar acelerada.
-Ela nunca precisa de mim... E sempre você, você, você... Você quando ela chora. Você quando ela sorrir. Você quando ela está sentindo dor. Você quando ela quer brincar. Você quando ela quer assistir filme ou desenho. Você quando ela sente medo. -Eu já sentia as lágrimas escorrendo. Mas o choro era silencioso. Arthur tinha o olhar fixo no meu. Ele não dizia nada. Eu só estava falando a verdade. Sua mão agora estava em minha cintura, e eu podia sentir ele fazendo um carinho no local. -Você quando ela acorda no meio da noite. Você quando ela quer que alguém conte uma história para ela dormir. Você quando ela quer que alguém cante uma música. Eu sei que não canto bem... Eu sei que canto mal pra caramba. Aah... -Suspirei tentando recuperar a voz. -Eu... Sou uma péssima... Mãe, Arthur. -Finalizei. Deixando finalmente de tentar controlar as lágrimas. Arthur levantou cuidadosamente da cama, para não acordar Anie. E andou até o outro lado da cama, onde eu estava. E se sentou ao meu lado, se inclinou para me abraçar. Ele não disse nada. Não tinha o que dizer. Retribui o abraço. E ele me deu um beijo suave na testa. Depois afastou o rosto do meu e me encarou.
-Quando você vai parar de pensar isso? -Ele me perguntou baixo. Eu não disse nada e ele continuou. -Anie te ama, Luh. Ela sempre vai te amar. Você é a mãe dela. E ela é igual a você, teimosa, falante, ciumenta, carinhosa, um amor... -Ele disse passando uma das mãos pelos meus cabelos, a outra estava em minha cintura.
-Eu não queria que ela fosse igual a mim, não desse jeito. Todo mundo reclama que eu sou explosiva demais. Que eu reclamo demais, que eu sou ciumenta e chata demais. -Sussurrei. Minha voz saia tremula por causa do choro. -Eu não quero que ninguém se lembre da minha filha assim. -Completei.

Arthur suspirou. Passou os dedos delicadamente contornando os meus lábios e eu fechei os olhos, já imaginando o que ele iria fazer. E fez. Levantou o meu queixo lentamente e roçou os lábios nos meus, e mordeu levemente o meu lábio inferior. Puxei seus cabelos e Arthur me puxou para mais perto. Como se fosse possível, eu estava praticamente colada nele. Não podíamos nos mexer muito ou acabaríamos acordando, Anie. Ele então me beijou, um beijo calmo. Diferente do que eu estava esperando.

Uma de suas mãos estava por baixo de minha camiseta, Arthur subia e descia, sempre apertando minha cintura quando sua mão estava no local. Com a outra mão, ele segurava a minha cabeça, ou melhor, bagunçava os meus cabelos. Uma de minhas mãos estava acima da minha cabeça, e a outra estava na cintura de Arthur. Ele me puxava cada vez mais para perto dele, eu já estava praticamente em cima dele. Levei uma das mãos até os cabelos dele e puxei sua cabeça para trás, tentando encerrar o beijo, que daqui a pouco, não seria mais só um beijo. Arthur se afastou. Eu estava sem ar.

-Nunca mais diz uma coisa dessas. Eu amo você desse jeito. Amo Anie do jeito que ela é. Com o seu gênio, ou não. Ela sempre vai ter ou fazer algo, que lembra ou vai lembrar você, Luh... -Ele me disse. Arthur segurava o meu rosto. Para que eu o encarasse. -E para de dizer que ela ama mais a mim, do que a você. Lua? Isso não é verdade. Ela ama a nós dois. Por favor, amor. Não pensa mais nisso. -Ele passou o polegar pelo meu rosto, na tentativa de enxugar as lágrimas. Em vão. Eu não disse nada. Apenas me aproximei dele e o abracei. Ele me abraçou de volta e depositou um beijo em meu pescoço. -Promete, Luh? -Perguntou. -Nós te amamos! -Finalizou. Ao perceber que eu não fiz menção de falar nada. Ele me chamou. -Luh?
-Hum... -Resmunguei.
-Promete? -Repetiu a pergunta.
-Aham... -Sussurrei.
-Luh, quero ouvir!
-Prometo, amor! -Respondi.

Continua...


Se leu comente! Não custa nada.
Descupa não ter postado ontem. Mas é que não deu mesmo.

7 comentários: