"É Estranho. Mas é do nosso jeito" - 2ª Temporada - 30º Capítulo

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Último capítulo


P.O.V.’s Narrador

Estacionaram o carro do lado de fora do condomínio para depois não receberem reclamações como na última vez. Tiraram o Lourenzo do carro com cuidado para não o acordar. 
Arthur trancou o carro, enquanto mantinha o Lourenzo ao colo dormindo, e com a mão livre alcançou a cintura da namorada. Ou noiva.

- Espero que o presente sirva na Melanie.
- Vai servir. – Arthur a encorajava – Se bem que eu não sei se o Daniel vai gostar daquele vestido tão curtinho.
- A menina tem meses ainda, não precisa de se preocupar.
- Você sabe como o Daniel é protetor. Todo o cuidado é pouco.
- Até parece que ela já vai sair à noite. – Lua gargalhou.
- Só se for de fralda e chupeta. – Arthur completou.

Desceram os degraus até ao apartamento e quando chegaram viram a porta encostada. Entraram e deram de caras com Daniel dormindo no sofá ao lado da sua filha. 
Cuidadosamente, Arthur colocou o Lourenzo no outro lado do sofá. Mas antes olhou para o pai e filha dormindo no maior clima. A mão de Daniel estava sobre o corpo de Melanie, para não deixar a menina cair no chão, e nela podíamos ver a aliança de casamento. 
Quem diria. O casal mais sem noção do colégio casar antes de Arthur e Lua. Arthur gargalhou. Daniel parecia um jovem sem nada na cabeça mas acabou ganhando maiores responsabilidades primeiro do que Arthur. E adivinhem? Daniel está se saindo muito bem, não só como pai mas também como marido. 

- Oi. – Lua entrou na cozinha e cumprimentou Bela, que colocava o jantar no forno – Como está?
- Muito bem, graças a deus. As minhas crianças estão dormindo, e quando isso acontece, parece que estou no céu. – Bela riu – E o meu afilhado mais lindo do mundo? E claro, o meu padrinho?
- O Lourenzo está dormindo e o Arthur está na sala.
- Vou cumprimentá-los.

[…]

O jantar já tinha acabado à mais de meia hora. Todos estavam fartos e muito descontraídos. Iam já na segunda garrafa de vinho, sem contar com a cerveja que os homens beberam antes.
Daniel e Arthur fumavam na rua enquanto as meninas estavam no quarto. Queriam dar uma pausa naquele vinho, caso contrário ninguém saia do apartamento hoje e no dia seguinte era dia de trabalho.
As crianças brincavam em cima da cama. Digo. Lourenzo tentava brincar com Melanie, mas esta ainda era demasiado pequena para brincar ao que quer que seja.

- Eu não acredito! – Bela riu e abraçou a amiga – Parabéns. Quero dizer… sim, muitos parabéns. Vocês queriam tanto. E o Arthur? Está radiante, não? Ele nem disse nada no jantar.
- Ele ainda não sabe, amiga…
- O quê? Mas ele ainda não percebeu?
- Não. A gente mal tem tido tempo…
- Ah claro. – Bela riu – Esse bebé apareceu por acaso do destino.
- Não, claro que não. Eu não sei como o contar. E aí vem o casamento e agora o bebé…
- Vocês só têm razões para comemorar. E o Lourenzo! Quando ele souber, vai amar. 
- Acha que eu devo contar hoje ao Arthur que estou grávida?

[…]

Assim que o casal predileto chegou em casa, trataram de trocar as roupas de Lourenzo e colocá-lo a dormir. Arthur estava com uma grande dor de cabeça e foi tomar um banho, enquanto Lua estava no quarto pensando em como contar a novidade para ele.
Lua descobriu que estava grávida à quase uma semana atrás. Sentia algo diferente. Mas um “diferente” que antes ela já tinha sentido, visto que ela já esteve grávida uma vez. 
Enjoos, atrasos, irritação, vontade de comer… associou um mais um e foi comprar o teste. 
Positivo. O teste deu positivo. 

Num espaço de cinco minutos Lua preparou o quarto. Velas em vez de luzes. Uma lingerie diferente em vez de um pijama. Tudo muito simples. 
Ficou sentada no meio da cama e esperou o namorado chegar. Sentiu a porta do banheiro se fechar e se preparou. Arthur entrou no quarto com a toalha à volta da cintura enquanto secava o seu cabelo com outra. Parou logo à entrada da porta do quarto quando os seus olhos se posicionaram no corpo de Lua.  

- Uma surpresa pra mim? – Ele sorriu e jogou a segunda toalha no chão.
- Muito para além do que você imagina. – Lua se levantou. 

Andou até ele, ficando à sua frente de costas, pegou nas mãos dele e colocou sobre a sua cintura fina. Balançou um pouco e fez com que o “amiguinho” de Arthur reagisse. Os lábios do moreno percorreram o pescoço de Lua enquanto ela própria afastou os seus cabelos. 

- Arthur…
- Hum? – Ele respondeu sem parar de a beijar.
- O que acha disso? – Ela pegou nas mãos dele e subiu até à barriga dela.
- Maravilhoso.
- Arthur… não estou falando da lingerie.
- Então? – Ele pousou o queixo no ombro dela.
- Sente. – Ela pressionou as mãos dele na barriga dela. 

O coração dele parou por um segundo. Um não, vários segundos!
Queria descer à terra mas não estava conseguindo. Aquilo era verdade?

- Você… está…
- Estou. – Ela se virou finalmente para ele e baixou a cabeça.
- Isso é maravilhoso!
- Você gostou? – Ela perguntou com lágrimas nos olhos

As velas já tinham apagado e eles continuavam se amando freneticamente naquela cama. Na cama, no tapete, enfim… 
A toalha que Arthur tinha sobre a cintura foi tirada em menos de um segundo após a última pergunta de Lua. Arthur tratou de fazer o mesmo com a lingerie dela, apesar apreciar muito aquele tipo de roupa interior.
Beijos, lambidelas, chupões, gritos e gemidos. Parecia algo ensaiado, algo memorizado, mas era tudo feito com amor. 

- Você é a razão da minha vida. – Ele sussurrava. Ela se limitava a morder-lhe a orelha e a arranhar-lhe as costas.
- Amo você…
- Amo-mais.


Passados 12 meses…



Domingo, 14:17 da tarde. Piscina de casa.

- Mamãe, deixa eu pegar nela. Juro que não a deito no chão. – Lourenzo cruzou os braços e fez aquele bico perfeito que o pai o ensinou para pedir coisas à mãe.
- Enzo, a mamãe já disse que não. Você é muito pequeno. Quem sabe um dia, quando ela for maior e você também.
- Papai! – Lourenzo choramingou.
- Não, nem adianta fazer queixinhas ao papai. – Lua riu. 

No outro lado do jardim, Arthur preparava um churrasco para o almoço daquele domingo. Era verão, e a casa nova com piscina fazia com que não fosse necessário frequentar as praias cheias de pessoas e perigos para “fugir” um pouco ao calor.
Lourenzo estava frequentando as aulas de natação acerca de seis meses e tem se revelado um “atleta” de alta competição. Pulava na piscina, sem medos alguns, e puxava Arthur para fazer pequenas disputas de uma ponta à outra, na piscina.
     
- Esse meu filho é muito mimado.
- Sou não. – Ele cruzou os braços e se sentou sobre as pernas de Lua esticadas na grama. 

Leonor tinha quatro meses e tentava engatinhar. Tinha os olhos do irmão bem como o seu queixo. Desta vez ela saiu mais parecida com o pai do que com a mãe, o que no início causou “problemas” porque Lua dizia que Leonor era parecida com os dois. Ela se recusava a admitir que Leonor era a cara chapada do pai, afinal, foi Lua quem a carregou durante nove meses.

- E depois vamos onde?
- Passear
- E depois?
- Quem sabe comer um pouco. – Respondia Arthur
- E depois?
- Vamos para casa.
- E vamos fazer o quê?
- Tomar banho e dormir.
- Mas e depois?
- Depois, você acorda para ir para a escola.
- E a Leonor?
- A Leonor fica com a mamãe em casa porque a mãe está de férias.
- Eu também queria ficar com elas. Elas precisam de alguém para se sentirem seguras. – Lourenzo dizia tudo aquilo com a máxima tranquilidade.
- Meu peste! – Arthur jogou ele na água – Você mal sabe dizer batata duas vezes. – Arthur riu e pulou na piscina novamente.

Aquela família vivia assim. A partir do momento em que se juntaram, e após o nascimento de Leonor, não houve um único dia em que discutissem. Apenas umas birras de Lourenzo.

E como combinado, a família foi passear depois do almoço. Foram ao parque, tomaram sorvete e ainda assistiram a uma peça de teatro sobre palhaços. Lourenzo conseguiu ainda colorir o rosto, já Leonor só chorava com medo daquelas criaturas fantasiadas.
O casal predileto aproveitou o facto das crianças estarem em boas mãos, assistindo à peça de teatro, para namorar um pouco por baixo de uma árvore, tal como nos velhos tempos.

- Parecemos um daqueles jovens casais idiotas
- Idiotas? – Lua deu um tapa no braço de Arthur
- Sim. – Arthur riu 
- No mínimo estranhos.
- Estranhos, mas do nosso jeito?
- Sim.
- Daquele jeito? – Arthur beijou o pescoço dela – Deste jeito? – Ela intensificou os beijos
- Para! – Lua ria – Assim vamos passar de estranhos a idiotas.
- Mas felizes.
- Mais do que felizes. – Lua se compôs – Eu nunca pensei que a minha vida ia mudar tanto. Sabe quando estávamos em Itália? Julguei que aquilo fosse o nosso fim. Mas depois você voltou para o Brasil, lutou por mim e me conquistou novamente.
- Você me ama, confessa.
- Te amo muito. Nunca deixei de te amar, apesar de você merecer muito eu deixar de gostar de você. 
- E depois tivemos o Lourenzo, casamos e agora temos a Leonor. Somos o casal mais feliz de sempre.
- De sempre e para sempre.
- Confesso que também tive muito medo de perder. Quando eu larguei tudo em Itália, foi uma espécie de tudo ou nada. Ou eu te conquistava ou eu perdia mesmo tudo. Eu sei que é cliché, mas se eu tivesse apenas você nos meus braços, eu já me sentia o homem mais feliz desse mundo.
- Bobo! – Lua segurou o rosto de Arthur com as duas mãos e beijou. – Agora vamos. – Ela se levantou – O último a chegar aos meninos é um ovo podre.

Estranhos? Sim. Mas do jeito deles.

Notas finais:
Eu nem sei o que eu posso dizer desta web. Ao início foi algo pensando e planejado, mas à medida que o tempo foi passado eu comecei a perder tempo por causa das minhas responsabilidades fora do blog (escola/estudos e vida pessoal) e a web foi ganhando um rumo diferente e desorganizado.
Eu tentava sempre cumprir as minhas promessas, mas sempre acontecia algo pelo caminho.

Enfim, o importante é que ela terminou e eu estou de férias. Espero que o verão de cá me traga mais energia e imaginação para continuar a escrever, porque sei que vocês gostam.

Peço que voltem ao blog, não o abandonem e digam aos vossos amigos ou amigas para voltarem e continuarem a ler. Vou dar um novo rumo ao blog. Vamos ver no que vai dar.

Espero que tenham gostado e comentem alguma coisa aqui em baixo, ok?

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