Adivinha quem sou esta Noite (Adaptada)- Capítulo 23 - 2º temporada

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— Você está bem, querida? – me pergunta ele Concordo sem dizer nada.
Eu ainda estou assustada, e não somente pela operação. Acompanha-me até o carro. Uma vez ali, me mostra as receitas que lhe deu o Dr. Rodríguez e me explica o que terei que fazer até a próxima visita. Eu não digo nada do que ouvi. Não quero preocupá-lo.
Quando chegamos à casa, ele insiste que me deite na cama. Eu não resisto, porque estou esgotada.
Os nervos apenas me deixaram dormir na noite passada, mas agora eu não posso parar de dar voltas no que eu ouvi. É tão ruim ser cantora? Ou realmente ruim é casar-se com um renomado Dr.?
Rendida e com dor de cabeça, finalmente durmo. Horas depois, Arthur me acorda. Eu tenho que tomar os medicamentos e me coloca algumas gostas nos olhos.
Depois de me dar um beijo se vai e eu volto deitar no quarto escuro. Eu durmo. Não quero pensar. Assim passo dois dias. Arthur não vai trabalhar. Não se separa de mim e é um enfermeiro incrível. O melhor.
No terceiro dia me levanto da cama e ao sair para o lobby enlouqueço de tão bem que vejo. Feliz e contente, abraço meu menino e animada com minha nova perspectiva de vida, e murmuro no ouvido:
— Obrigada, Dr. Aguiar.
— Pelo o quê?
Sorrindo, olho em seus olhos e digo:
— Por me cuidar como a uma rainha e por me amar como me ama.
Os dias passam e minha vida volta ao normal. Vejo o mundo bem e até mesmo distingo os sinais de trânsito quando dirijo.
No dia dos namorados, Arthur me surpreende com um maravilhoso jantar para nós dois em casa. Ele havia encomendado a um conhecido restaurante e quando chego, depois de ter estado com Tifany e suas insuportáveis amigas, eu encontro tudo preparado e de fundo, música de Maxwell.
A noite promete!
Como o conheço e sei que é o homem mais romântico do mundo, tenho um presente para ele. Comprei uma camisa de listras azuis para combinar com uma gravata que ele ficará incrível. Mas seu presente me supera. Ele me comprou uma preciosa bolsa negra de noite Swarovsky que um dia vi em uma loja indo com ele e dentro há um cartão que diz:
Vale um fim de semana em Nova York.
Eu o encho de beijos. Como posso ter um marido tão maravilhoso?
Dois finais de semana mais tarde, vamos para Nova York, cidade que desfrutamos o máximo e onde prometemos regressar.
Em 4 de Março, acordo e vejo que meu amorzinho não havia ido trabalhar.
É o dia do meu aniversário e quer passá-lo comigo. Emocionada por ter ele um dia inteiro para mim, eu aproveito o máximo enquanto ele me enche de presentes e caprichos.
Minha família e a de Arthur ligam para me parabenizar e eu sorrio ao ver os presentes que meu marido tinha escondido e são vindos deles.
Depois de fazer amor com tranquilidade, nós vamos para a praia, onde passeamos e depois comemos em um bonito restaurante. À noite comemoramos com os amigos de Arthur, que já são meus amigos. Na festa vem também Omar e Tifany e minha cunhadinha me presenteia com uma linda pulseira de Cartier. Um pouco mais tarde aparece Martín Rodríguez, o oftalmologista que me operou e que sem dúvida ele simpatiza comigo.
Basta ver como me olha. Feliz com minha festa, danço, canto e eu realmente gosto. Em um dado momento, enquanto Arthur fala com uns amigos, eu me aproximo do oftalmologista e lhe digo:
— Posso falar com você sobre algo?
— Claro, Lua.– Martín assente.
— Mas você tem que prometer que não vai contar nada a Arthur.
Surpreso, olha para mim e responde:
— Você está me preocupando. O que acontece?
Aproximando-me um pouco mais, para que ninguém possa me ouvir, eu digo:
— No dia da minha operação, eu ouvi o que o Dr. Halley lhe disse sobre mim.
 Ele balança a cabeça. Sabe o que eu quero dizer e pergunto:
— O problema é que eu seja uma jovem ou cantora?
Martín sorri e nega com a cabeça.
— O problema é que Halley gostaria que Arthur estivesse vinte quatro horas por dia no hospital. Quanto a armar escândalo, é porque anos atrás ele se casou com uma atriz. Três anos mais tarde se separou e o hospital estava cheio de jornalistas incomodando dia e noite. Halley não conduziu bem, isso é tudo. Não há necessidade de procurar mais.
— É... Rodríguez, está flertando com a minha esposa? – pergunta Arthur, se aproximando.
Divertida, olho para o meu menino, que, depois de brindar com seu amigo com a cerveja que tem na mão, acrescenta:
— Desculpe, amigo, mas eu a vi antes.
Entre risadas e beijos me esqueço da conversa e volto a curtir a festa e dos presentes.
Mas conforme passam as horas, só anseio um que mede um metro e oitenta e sete, é moreno e se chama Arthur Aguiar. É meu melhor e maior presente.
Ao chegar à casa, Arthur digita no painel e desliga o alarme. Uma vez que deixo todos os pacotes sobre a mesa de jantar, me pega pela cintura e sussurra:
— Tenho um último presente para você.
Seu gesto provocador me faz sorrir, e rapidamente coloca um bigode de mentira, me olha e diz com sotaque francês:
— Adivinha quem sou essa noite.
Solto uma gargalhada. Que engraçado está com o bigode.
 Nós nos beijamos e seu olhar me diz que está quente, muito quente, e que nós vamos jogar. Instantes depois, pega minha mão e me beija com delicadeza dizendo com o mesmo sotaque francês:
— Prazer em conhecê-la, senhorita...

Rapidamente penso: Sou francesa! E respondo:
— Claire. Claire Lemoine.
Arthur me beija a mão e diz:
— Encantado, senhorita Lemoine. Eu me chamo Jean-Paul Dupont.
Eu rio muito. Meu marido nunca deixa de me surpreender. Então, ele se dirige ao bar e pergunta:
 — O que você gostaria de beber?
— Somente Whisky.
Boquiaberto por meu pedido ia dizer algo quando eu adiciono:
— Só um dedo.
Prepara as bebidas e depois vai para a prateleira onde tem sua coleção de música. Não pode negar que ele gosta e pouco depois, quando os primeiros toques soam pelos alto-falantes, olha para mim e pergunta:
— Você gosta de música, senhorita Lemoine?
 Eu concordo com a cabeça e respondo:
— Um pouco.
Meu moreno sorri e eu lhe devolvo o sorriso de volta. Quando jogamos ―Adivinha quem sou essa noite”, nunca coloca Maxwell.
A música deste é para quando somos Lua e Arthur.
— O que colocou? – pergunto.
Aproximando-se de mim com uma sensualidade que me seca a boca, diz:
 — The Pasadenas.
Um grupo inglês muito parecido com o som Motown dos anos sessenta. Misturam o funk com o rhythm& blues e o pop. Eram muito bons. E parando na minha frente, pergunta
— O que faz uma garota como você, sozinha nesse lugar?
Pego o copo que me entrega e depois de beber um gole que me parece um raio, eu respondo:
— Estou viajando e decidi tomar uma bebida.
— Sozinha? – insiste.
Louca para que me toque e me beije, me aproximo um pouco mais dele e murmuro:
— Sozinha não, estou com você.
Arthur sorri. Sabe que eu entrei no jogo e, depois de beber um gole de sua bebida, diz:
— Sabe, senhorita? Eu gosto de ver e admirar coisas bonitas.
— Sim, claro.
Meu amor assente e repete:
— Sim, claro.
Durante um tempo nos olhamos sem dizer nada. Ambos estamos desejosos de dar o seguinte passo.
— Senhorita Lemoine, quer dançar comigo?
— Claro, senhor Dupont. Mas me chame de Claire. É mais íntimo. 

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