Adivinha quem sou esta Noite (Adaptada)- Capítulo 2 - 2º temporada

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 Ela olha para Arthur e a vejo chorar, gemer, suplicar. Meu rapaz, ofuscado, abre a porta do carro com tanta fúria que quase a arranca e a tira gritando como um louco. Eu observo a cena enquanto as pessoas se aglomeram ao redor. Caty chora e Arthur grita e amaldiçoa como um louco.
 O homem que eu vi acompanhar Caty antes se aproxima deles com gesto perturbado ao imaginar o que ocorreu.
— Omar, –  Sussurro dolorida— Vá e acalme Arthur, por favor.
Ele, depois de assentir, se aproxima de seu irmão com cara de bravo e tenta mediar, mas Arthur está alterado. Muito alterado.
Finalmente, Omar e outro homem conseguem separá-lo de Caty e acalma os dois. Eu não consigo parar de olhá-la. Está a menos de cinco metros de mim e a vejo me dizer entre lágrimas:
— Sinto muito... Sinto muito.
— Você não tem vergonha! Quase mata você e agora vem com lamentações. – Sussurra Tifany ao meu lado para ver onde olho.
Definitivamente esta mulher não tem vergonha. Por outro lado, não sei como aceitar esse pedido de desculpas, se será sincero ou fingido.
O que aconteceu me tem espantada. Uma coisa é que esteja apaixonada pelo Arthur e outra muito diferente é chegar ao limite que chegou. Sem dúvida alguma não está bem da cabeça.
Porra, quase me matou!
— Calma, meninas.– Eu ouvi dizer Omar, aproximando-se de sua esposa e eu. — Ambulâncias já estão chegando.
— Eu quebrei duas unhas querido.
— Amanhã você coloca nova, meu céu.–Respondeu sorrindo.
 O som estridente de várias ambulâncias e carros de polícia enche tudo. Rapidamente isolam o local e retiram os curiosos, enquanto alguns médicos nos tratam, Tifany e eu. Imobilizaram-me o braço e pescoço.
 Como se eu fosse uma pluma, me levantam e me colocam em uma maca e vejo que me levam a uma ambulância. Olho Tifany que está na mesma situação. Coitada. Da maca, viro a cabeça e volto a olhar para Caty. Continua chorando, enquanto seu acompanhante nega com a cabeça e olha para o chão.
Omar muito atarefado, corre da maca onde está sua mulher para a minha. Quando me colocam na ambulância, ouço Arthur dizer:
— Eu vou com ela. Os dois homens e a mulher da ambulância se olham e esta diz sorrindo:
— Você sabe que não vamos dizer que não, doutor Aguiar, mas aqui nós temos que trabalhar.
Ele, incomodado, fecha os olhos por um momento e então explica o que fez para me atender, mas disposto a não interferir, finalmente assente e as portas se fecham. Poucos segundos depois, ouço fecharem a porta na minha frente e também, soando sua sirene aguda, a ambulância começa a andar.
Quero estar com Arthur. Tenho vontade de chorar, mas devo ser forte, não uma moleca caprichosa e convencida que chora porque não tem seu namorado próximo.
A mulher e um dos homens começam a me atender e ela me pergunta em Inglês:
— Você se lembra do seu nome?
Ainda atordoada, entendo, mas eu respondo em espanhol.
 — Meu nome é... Meu nome é Lua Blanco.
 A mulher balança a cabeça, pega uma seringa cheia de um líquido claro e o injeta na veia, segundos antes, sorri e diz também em espanhol:
— Fácil, Lua. Em breve estaremos no hospital Ronald Reagan.
— E Arthur? Onde está?
Começando a sentir tonturas quando ouço ele dizer:
— Estou aqui, querida.

Como posso, movo minha cabeça e olho para cima. Para uma janelinha posso ver Arthur sentado na parte da frente da ambulância e sorrio.

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