Adivinha quem sou (Adaptada)- Capítulos 83

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Essa noite, quando chegamos ao restaurante onde ficamos com Omar e Tifany, nos sentimos muito felizes. Passamos uma tarde estupenda sozinhos, sem ninguém nos incomodando, fazendo o que mais gostamos amor de mil maneiras
diferentes.
Arthur é o meu vício, meu amor, minha perversão, minha vida. E o melhor de tudo isso é que eu sou também para ele.
Nunca pensei que uma felicidade como essa que estou vivendo com esse homem poderia ser possível, mas sim, a felicidade existe e Arthur é isso para mim.
Quando vemos Omar e Tifany nos aproximamos e sentamos juntos com eles.
Tifany sem dúvida está na sua área. Ela gosta desse luxo e, pela primeira vez, eu a vejo disfrutar sem reclamar.
Bebemos champagne e brindamos por um futuro juntos. Arthur me beija e eu recebo seu beijo com gosto. Está feliz. Vejo no seu rosto e estou segura que ele
também vê felicidade no meu.
A comida é maravilhosa e eu fico rindo quando Arthur pede para o garçom trazer uma garrafa de água. Ele nos serve e, levantando o copo, me pergunta:
— Brindamos?
Eu sorrio e digo:
— Dá azar.
Arthur sorri também. E, finalmente, esquecendo minhas superstições, brindamos com água. Nada pode sair mal. Tudo é mágico e, quando vamos voltar a nos beijar, ouvimos atrás de nós:
— Arthur, é você?
Ao ouvirmos a voz, nos voltamos e meu sorriso logo murcha. A reconheço em décimos de segundos, é Caty, sua ex. A pediatra.
— Caramba, que coincidência!
Exclama ela. Sem dúvida alguma penso eu, enquanto resmungo por ter brindado com água. Com a quantidade de lugares que deve ter em Los Angeles nós tínhamos que nos encontrar logo ali, justo na primeira noite.
Arthur, ao vê-la, tira o guardanapo que tem sobre as pernas, se levanta e a abraça encantado. O abraço dura mais do que o normal e eu tento entendê-lo. Foi sua namorada, compartilharam muitas coisas. Omar a cumprimenta também e depois Tifany. Quando cumprimentou todos da mesa, Caty me olha e Arthur me pegando pela mão nos apresenta:
— Caty, essa é Lua, minha prometida.
Sem perder o seu sorriso, a mulher de olhos negros como a noite me olha.
Olha-me de cima a baixo com a mesma cara de pau que eu e, quando se dá por satisfeita, se aproxima e me dá dois beijos e diz:
— Prazer em te conhecer.
— Eu também. – Respondo amável.
Logo depois nos apresenta ao seu acompanhante. Um homem mais jovem que ela e muito bonito, noto que se sente deslocado, mas sorri.
Sabe que Arthur e ela foram namorados?
Uma vez que já cumprimentamos todos, Arthur convida para que eles se sentem connosco. Caty aceita sem contar com seu acompanhante e os garçons colocam mais dois pratos e trazem duas cadeiras para eles. Tifany me olha. Sem dúvidas pensa o mesmo que eu, mas ambas ficamos caladas. Devo ser cortês.
Porém, quando voltarmos pra casa, vou dizer umas coisinhas sobre esse ato de reflexo para o meu Arthur.
Uma coisa é conhecer a sua ex, a famosa Caty, cumprimentar ou sorrir e outra é ter que jantar com ela. Que mal pressentimento!
Porém durante o jantar, mudo de opinião: Caty é encantadora e divertida. Falo e ela me conta que tem trinta e cinco anos e adora trabalhar na sua clínica pediátrica.
Eu comento que trabalhei durante um tempo em um berçário e isso lhe chama atenção. Falamos de crianças e fica claro que as duas gostam. Omar diz que sou cantora e isso a surpreende. Olha para Arthur, que sorri. Sem dúvida alguma, conhece sua regra número um contra estar com uma cantora e descobrir isso parece deixá-la irritada.
Durante a janta falamos de mil coisas e quando vê o anel que levo em meu dedo, reconhece-o e, com um agradável sorriso, diz:
— É lindo, não é? – e adiciona quando eu assinto — Fico contente que Arthur encontrou alguém para dá-lo. Com certeza ele te quer.
Sorrio e agradeço suas palavras e quando termina a janta, a ideia que tinha dela no princípio da noite já mudou completamente. Essa mulher não me olha como uma rival e nem faz nada inapropriado para que eu me sinta mal. Ao invés, seus olhos se amaciaram e parece feliz por nosso próximo passo.
Quando terminamos de comer, decidimos ir juntos tomar alguma coisa. Caty sugere o Cheers e me surpreendo quando seu acompanhante se despede. Sem dúvidas ele não estava gostando da companhia. De longe vejo que Caty fala com ele.
Tenta convencê-lo e finalmente consegue.
Cada par se dirige ao local do seu carro. Arthur está tão feliz que eu não falo nada. Falarei com ele em outro momento sobre esse assunto. Ao fim, Caty demonstrou ser uma mulher encantadora e civilizada.
Quando chegamos ao Cheers, meu menino se encontra com alguns colegas do hospital. Vários médicos cubanos nos cumprimentam e ficam felizes de saber que Arthur voltará a exercer em breve e que logo irá se casar. Todos brindam connosco sobre nosso próximo passo e ele, levantando-me em seus braços como um troféu, me faz rir.
Sua alegria é tanta que até dança comigo na pista uma bela dança e, apaixonados, nos beijamos enquanto meu Aguiar me diz as coisas mais românticas e belas que qualquer mulher queria escutar.
Passamos muito bem e me sinto totalmente integrada falando com seus amigos e com sua ex. São encantadores. Em um dado momento, as mulheres vão ao banheiro, enquanto passamos brilho nos lábios na frente do espelho, Caty diz, me olhando:
— É a chave do seu coração. Não é?
Assinto com um sorriso e toco a chave que levo no meu pescoço. Ela, com um sorriso condescende, murmura em tom baixo, para que só eu escute:
— Sim, algo que me fez gostar dele é o apaixonado que ele é para todos. Romântico, cavalheiro e ardente, esse é meu Arthur.
O comentário me deixa irritada e fico olhando para ela.
O que é isso de SEU Arthur?
Meu gesto irritado e desafiante deve ser muito eloquente, porque acrescenta com um sorriso que eu não gosto nada:

— É claro, mulher, agora é seu.

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