Web' Cap. Único: Ele Tentou Ser Meu Príncipe

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Ele Tentou Ser Meu Príncipe
Cap. Único

Autora: Jamille Sousa (Milly)
Classificação: Livre
Gênero: Drama


Sabe, ele podia estar aqui... Mas não, a vida não o deixou comigo. Eu seria capaz de dar a minha vida em troca da dele, só pra ter toda a certeza de que ele estaria vivo e feliz mesmo que pra isso eu teria que morrer. Porque já ouvir falar que quando se ama, não existem barreiras, mas agora tinha, ele não estava mais aqui... Bem, já comecei contando tudo de uma vez, vocês devem estar sem entender nada, bom, meu nome é Lua Blanco, tenho 25 anos, moro em Londres, em pouco tempo eu seria a Sra. Aguiar, sim, seria... Eu namorava o Arthur, Arthur Aguiar, o melhor namorado de todo o sempre. E pra isso eu não precisei namorar vários, nem dormi com vários outros garotos pra saber que ele é o melhor de todos. Mas ele não está mais aqui, acho que já falei isso, só que vocês não entendem ninguém nunca vai entender, até o dia em que alguém perder a pessoa que mais ama e sentir que está sem chão, que isso nunca aconteça com vocês, porque é a pior dor que alguém pode um dia vim a sentir. Vou contar um pouco da nossa história...

No Dia Que o Conheci.

Conheci Arthur num parque, aqueles que nos fins de semana ou nos dias de semanas as famílias se reúnem e passam o dia juntos, então, acreditem que ele me acertou uma bolada? Sim, aquele idiota nunca levou jeito com vôlei. Eu estava sentada lendo um livro, até que...

-AAAAAAII QUEM FOI O IDIOTA QUE NÃO TA ENXERGANDO QUE ME JOGOU ESSA BOLA? –Sim eu gritei mesmo e ele veio até mim com um olhar de dúvida, aquele olhar “será que eu vou?”. Tááá eu até tive vontade de ri dele.
-Er... Desculpa! Não tive a intenção. –Ele disse com um meio sorriso, Mel que estava ao meu lado soltou um riso abafado e virou o rosto. Tá, confesso, aproveitei para me diverti, afinal, não é todo dia que um garoto lindo acerta uma bolada em você.
-Só faltava essa... Você ter a intenção de me acertar uma bolada! –Joguei a bola pra ele.
-Er... Foi sem querer, desculpa mesmo! –Ele pediu novamente, era tão fofo ele falando, parecia uma criança se explicando pra mãe, depois de ter aprontado uma travessura qualquer, eu estava me segurando pra não ri, e dizer que era tudo brincadeira da minha parte.
-Você acha que um pedido de desculpas vai passar a dor da minha cabeça? –Falei erguendo uma das sobrancelhas.
-Na verdade...
-Chega Luh, er... Você aí, eu não sei seu nome. –Mel falou. –Ela tá brincando! –Ela riu e ele respirou, aliviado.
-Desculpa mesmo! –Ele disse de novo.
-Para de pedir desculpas! –Eu ri. –Lua Blanco. –Falei.
-Arthur Aguiar! –Ele falou e apertou a minha mão que segundos antes eu tinha estendido em sua direção.
-Mel. –Minha amiga falou sorrindo e ele sorriu pra ela também.
-Aqueles ali são: Chay, Micael e Lucas... –Ele apontou para três garotos que estavam parados observando a gente. Eles acenaram segundos depois e nós fizemos o mesmo. –Tchau... –Ele disse se despedido. Eu apenas balancei a cabeça, algo me dizia que eu ainda o encontraria mais vezes.

*

Sabe, quatro meses depois, a gente estava namorando, sim, daquele dia, na mesma noite eu o encontrei num pub, eu não estava sozinha, assim como ele também não estava, eu estava com Mel e Sophia, minhas duas melhores amigas, e ele estava com Chay, Micael, Lucas e uma morena, ela fazia o estilo menina mimada. Ele veio até nós e todos nos cumprimentamos, e sim, eu estava errada, Ashiley não era mimada, ela era e é divertida e super, mega legal, ela era irmã de Arthur e namorada de Lucas. Conversamos e bebemos muito, cheguei a pensar que não acertaria o caminho de casa. Eu tinha apenas dezessete anos, a única mais novinha era a irmã de Arthur, ela tinha dezesseis anos. O Arthur era péssimo jogador quando o esporte se chamava vôlei, sim, todos eles eram péssimos em algo, Micael era absolutamente idiota e irritante contando piadas, era cada uma pior que a outra, que dava vontade de chorar, ao invés de rir, sério mesmo, mas era absolutamente bom jogando futebol. Chay era ao contrário, qualquer atividade que envolvesse corridas ele era péssimo, acho que ele nem sabe correr, mas cantava maravilhosamente bem. Lucas não cantava nem no chuveiro, era capaz de fazer puf e queimar, mas quando o assunto era vôlei ele mandava super bem.  Ashiley cantava tão bem que resolveu seguir carreira de modelo. Mel fazia um brigadeiro, que só ela sabe fazer, ela é a nossa cozinheira oficial.  Sophia era nossa estilista, por que né? Arthur era bom em tudo, exceto jogando vôlei, ele era ruim mesmo, não estou exagerando, mas era absurdamente ótimo como nadador, ele nadava maravilhosamente bem. Eu bem, eu só brilhava em tudo, tá bom? O dia que ele me pediu em namoro foi tipo: O melhor dia de toda a minha vida!

Pedido de Namoro.

-Luh? –Ele me chamou, nós estávamos na casa dele, Ashiley nos convidou para uma sessão de filmes, de todos os gêneros, nós íamos dormir lá naquela noite. A gente já ficava há quatro meses.
-Oi! –Respondi parando rapidamente e sorri.
-Er... Bem, eu quero te falar uma coisa, mas eu vou falar rápido eu acho... –Ele disse com um sorriso, que eu julguei ser de nervoso.
-O que você aprontou?
-Nada Luh!
-Menos mal. Agora fala...
-Vem aqui... –Ele disse me puxando para o quarto dele e logo fechou a porta, eu o olhei confusa. –Não precisa ter medo! –Ele deu um meio sorriso.
-Eu não estou com medo... –Falei, mas eu estava com medo.
-Vou começar não me interrompe. –Ele pediu. -Eu bem, decorei a fala... –Ele riu. –Mas eu esqueci. –Ele deu um sorriso sem graça frustrado. -Só fala para dizer a sua resposta, seja ela qual for... Tá bem? –Ele perguntou e eu assenti com a cabeça. –Er... Luh, eu, eu, queria, eu quero... –Ele parou. –Eu sei que não sou perfeito, nem tenho vocação para príncipe encantado, passo longe do modelo de namorado perfeito... –Oi? Foi isso mesmo que eu escutei? Ele disse namorado? Sim continue. Falei em pensamento. –E que por aí deve está cheios de outros garotos melhores que eu, talvez o seu príncipe encantado, aquele que toda garota sonha em um dia encontrar, talvez eu não mereça você, porque você é incrivelmente, incrível, a melhor garota, a melhor companhia que alguém pode ter, a melhor coisa que me aconteceu nesses quatro meses foi ter te conhecido. –Ele soltou um riso, pareceu pensar, e eu o olhei confusa outra vez. –Agradeço aquela bolada, e ao meu dom de jogar vôlei... –Ele riu, e eu soltei um riso também. –Se não fosse esse dom, e eu fosse tão bom quanto o Lucas jogando vôlei, eu nunca teria te acertado aquela bolada, eu nunca teria conhecido você. E eu não quero te perder, não quero passar mais um dia se quer sem te ver, sem você, sem vê o seu sorriso, sem senti o seu cheiro, sem tocar em você, sem pegar na sua mão e te girar, como eu sempre faço quando andamos na rua, e você ri aquela risada maravilhosa, que dá vontade da gente ri só de te vê sorrindo. –E eu sorri, já sentindo que as lagrimas estavam brigando para ver qual ia cair primeiro. –Não chora, não estou falando isso para você chorar. –Ele disse passando a mão pelo meu rosto. –Luh, er... Eu quero... Namorar com você, eu quero ao menos tentar ser seu príncipe encantado, mesmo que eu não consiga, eu quero tentar, porque eu não quero te perder, já faz uma semana que eu tento te falar tudo isso, só que eu não tinha coragem, tinha medo de parecer um idiota falando isso. –Eu passei a mão pelo rosto dele, eu já chorava. –Luh, você quer ser minha namorada? A única princesa por quem eu decidi tentar ser um príncipe? –Ele me perguntou.
-Você é lindo... –Eu tinha dificuldade em falar, por conta do choro. –Eu é que tenho a sorte de ter te encontrado, porque você sim é o melhor namorado do mundo. –Eu tentei sorri. –E eu aceito ser sua namorada! –Falei, e ele me abraçou, o abracei de volta ainda mais forte, aquele abraço era o melhor abraço do mundo, eu tinha tudo o que precisava, eu tinha Arthur na minha vida, e isso era o meu tudo, a minha vida... Que agora eu não tinha mais.

Don’t Wanna Be Torn – Miley Cyrus (Alguns trechos da música)

(And these walls I’m building now)
E estas paredes que estou construindo agora
(You used to bring them down)
Você costumava derrubá-las
(And the tears I’m crying out)
E as lagrimas que estou chorando
(You used to wipe away)
Você costumava enxugá-las
(...)

Arthur era o meu melhor presente, era, e eu não consigo parar de chorar, eu não consigo parar um segundo se quer de pensar nele, quando fecho os olhos e ele que eu vejo, eu o vejo sorrindo, ele sempre estava sorrindo, e isso era o que eu achava mais lindo nele.

(I though you said it was easy)
Eu pensei que você disse que era fácil
(Listening to your heart)
Ouvir seu coração
(I thought you said i’d be ok)
Eu pensei que você disse que eu ficaria ok
(So why am I breaking apart)
Então porque estou me quebrando?
(...)

Talvez eu esteja assim porque ele era a minha vida que se foi, e sem ele não tem graça viver, quem vai me abraçar? Se o único abraço que me protegia de tudo era o dele, se o único abraço que me confortava quando eu estava triste era o dele, se as simples palavras de: tudo vai ficar bem, eu estou aqui, eu nunca vou te abandonar. Me faziam acreditar que realmente tudo ia se resolver, pelo simples fato de ele está comigo. E de dizer que nunca ia me abandonar.

Ele realmente nunca iria me deixar, ele era e continua sendo a melhor parte de mim, a melhor página do meu livro, o melhor capítulo da minha história de vida e isso ninguém ia conseguir apagar, ninguém nunca ia ou vai substituir o que eu sentia e ainda sinto por ele. Porque a gente só ama de verdade uma vez na vida, amores nunca vão e vem, eu acredito nisso, não tem como você amar pessoas igualmente, cada pessoa é única, e se isso acontecer, posso dizer que talvez seja mentira ou apenas você ainda não sabe diferenciar esse amor. Porque o amor que eu sinto pelos meus pais, tios, avós, primos, amigos, e bem diferente do amor que eu ainda sinto por... Arthur Aguiar. O menino que resolveu tentar virar príncipe só porque botou na cabeça que eu era uma princesa e que toda princesa merece ter um príncipe encantado. Mas se eu fosse tão boa namorada assim como ele tanto falava, eu tinha feito de tudo, para ele não vim, mas ele veio, se eu ao menos tivesse sonhado com esse... Incidente, eu teria terminado o namoro, mesmo que a dor fosse maior, mas eu iria ter a certeza de que ele estava vivo, mesmo que não estivesse comigo, ele ia continuar vivendo, ele ia ter uma vida, ele ia viver, ia está com os amigos, jogando vôlei mesmo que ele fosse péssimo fazendo isso, ele podia continuar tentando ser um príncipe... Mesmo que fosse de outra garota. Ele podia ir pra balada ou para um pub qualquer e dançar, ele dança bem, ele dançava bem... A minha dor é tão grande, que às vezes eu nem sinto meu coração, a dor chega a ser insuportável, me vem um nó na garganta só de pensar nele, nas coisas que fazíamos juntos, até dos momentos que ficávamos sem fazer absolutamente nada, só deitados e os únicos sons ouvidos eram de nossas respirações calmas e batidas de corações. E é desses momentos que eu mais sinto falta, porque nesses momentos ele era só meu, com um sorriso dele eu ganhava o dia, eu tinha que ligar pra ele todos os dias quando eu acordava, eu tinha que ouvir a voz dele e saber que ele estava bem, e agora? Pra quem eu vou ligar? Se eu sei que se ligar para aquele número que eu sei de có o qual não sai da minha cabeça, ninguém vai atender, e se alguém atender esse alguém não vai ser ele, não vai ser o meu Arthur, o meu príncipe, a versão moderna de um príncipe encantado. Ele tem... Ele tinha, eu ainda insisto em falar as coisas, como se ele ainda estivesse aqui, ele tinha o melhor cheiro do mundo, o perfume que agora eu precisava sentir, nem que fosse vindo no vento esse cheiro... Ainda não tive coragem de rever as nossas fotos, porque eu sei, que se eu fizer isso, eu irei piorar, Mel não me deixa sozinha nenhum instante, só ouço de longe que Ashiley está inconsolável, afinal ele era seu irmão, o único irmão. Faz um mês que tudo aconteceu, o pior mês da minha vida, da vida de todos nós. Só consigo pensar em: Ele podia está hoje aqui, ele podia está sorrindo, falando que me amava. Me lembro do primeiro: Eu Te Amo que ele falou pra mim, eu chorei, porque eu o amava tanto, e ouvir aquelas três palavrinhas era tudo que eu queria ouvir da boca dele, e repeti-las para ele também.

O Primeiro Eu Te Amo.

-Arthur, você está tão chato garoto! –Eu disse quando tentei trocar de canal e ele tirou o controle da TV da minha mão.
-Eu não sou chato! –Ele deu língua, a gente estava na casa dele, eu ia passar o dia lá, era sábado, típico programa de final de semana. Ficar na casa do namorado sem fazer nada.
-Ainda mais chato por não admiti que é chato! –Falei e ele riu.
-Aah, sua linda... Eu te amo! –Sim, ele disse que me ama, eu chorei, sim chorei por ouvi aquelas três palavrinhas.
-Arthur...
-Não chora sua boba, se soubesse que você ia chorar, nem tinha falado, eu só não aguentava mais guardar isso pra mim! –Ele sorriu sem jeito.
-Eu te amo, mas que a mim mesma! –Falei, o que não era mentira. O abracei e depois selamos nossos lábios num beijo calmo, nossas línguas bailavam em perfeita sincronia.

Skyscraper  – Demi Lovato (Alguns trechos da música)

(Skies are crying)
Os céus estão chorando
(I am watching)
Eu estou assistindo
(Catching teardrops in my hands)
Pegando as lagrimas em minhas mãos
(Only silence, has it ending)
Somente silencio, tem o seu fim
(Like we never had a chance)
Como se nunca tivessemos tido uma chance
(Do you have to make me feel like)
Você tem que me fazer sentir como se
(There’s nothing left of me?)
Não restasse nada de mim?
(...)

Mas ele se foi... Se foi tão rápido, ele tinha apenas 25 anos, tudo aconteceu tão rápido, antes de eu contar tudo, vou falar mais um pouco sobre o Arthur, o namorado perfeito, aquele que toda garota sonha em ter e que só eu tinha. Embora, ele falasse que não era perfeito, ele era perfeito só por falar que não era. Lembro-me que quando saiamos, ele tinha a mania de pegar na minha mão e me girar, era incrível, as pessoas nos olhavam sorrindo, a gente era feliz, muito, muito feliz mesmo. Ele amava me abraçar do nada e eu amava ser abraçada por ele do nada. Eu sinto cada vez mais a falta dele, chega a ser insuportável, a falta e a dor que é enorme. Chego a pensar que essa dor nunca vai passar. Sabe por quê? Porque ele nunca vai voltar... Mesmo eu pedindo isso todos os dias. Eu sei que ele não volta mais, eu sou obrigada a acreditar nisso.

Eu iria. Eu iria em qualquer lugar do mundo para estar com ele de novo. –Fallen

Eu ainda preciso dele, será que ele não entende? Por que ele me deixou? Agora eu estou sozinha, não tenho mais o amor dele, porque ele não está mais aqui, e eu continuo... Eu iria para qualquer lugar com Arthur, assim, como eu sei que ele ia para qualquer lugar ao meu encontro. Mas eu não devia ter o deixado ir, não naquele dia... Maldita hora que foi chover! Todo mundo fala que já estava escrito, que isso tinha que acontecer. Por que não estava escrito errado? Por que tinha que acontecer logo com ele? Ainda me faço essas perguntas todos os dias. Nós já estávamos juntos há oito anos, íamos casar... Por incrível que pareça, Faltavam só três dias... Três dias para a gente se casar, estávamos noivos há dois anos, não tínhamos pressa, se eu soubesse que isso ia acontecer, eu teria sim tido pressa, porque eu precisava dele, como ainda preciso.

Eu não tenho medo de morrer... Eu tenho medo de não estar com você. –Nicholas Sparks

Ele sempre me disse que não tinha medo de nada que viesse a acontecer com ele, ele só não queria ficar sem mim, que se fosse pra ele morrer, que ele fosse primeiro que eu, porque ele não suportaria a dor de viver sem mim e hoje eu sei que dor é essa. Eu a sinto todos os dias, um vazio insuportável, você só sente a necessidade de chorar, chorar e chorar.

Você pode amar muito alguém, mas você nunca pode amar uma pessoa tanto quanto pode sentir a falta dela. –John Green

A gora sim, eu sei o significado da palavra falta, sentir a falta de alguém... Sabe, porque se ele estivesse vivo, eu iria está feliz, mesmo que ele não estivesse comigo, mas ele não está vivo. O destino brinca, ele gosta de brincar com tudo e com todos.
É difícil você descrever uma coisa que te faz sofrer todos os dias, por mais que você saiba cada detalhe de tudo. Na hora de descrever, seu sofrimento só aumenta e você só pensa em escrever (tristeza, tristeza e tristeza) é difícil, sempre é.
Choro por eu precisava de um abraço apertado, de sentir uma respiração de manhã próxima da minha, tenho saudades de acordar com um bom dia meu anjo, sinto falta do cheiro, dos beijos, dos conselhos, dos: eu te avisei Luh, você é teimosa, ooh mulher marreta, deixa de ser chata Lua, Luh, essa roupa está boa? Pega meu celular, esqueci a chave do carro, não briga comigo, eu não tive culpa, desculpa o atraso, você está linda, você está cheirosa, não demora Luh, essa roupa está curta, você já trocou de roupa umas dez vezes e a primeira já estava ótima, eu não tenho ciúmes, só excesso de cuidado, pequena, linda... Eu te amo! Isso faz falta.

Porque em cada pedaço de mim, sempre haverá um pedaço de você. –Nicholas Sparks

Mas ainda tinha um último presente, o presente eterno, aquele inesperado, aquele presente que você precisava. Aquela vida que iria te fazer querer viver cada dia mais, porque era um pedaço dele, porque era um presente dele só pra você.

Nenhum afogado pode saber qual gota de água que fez a sua respiração parar. –Nicholas Sparks

Eu não saberia explicar como tudo aconteceu, porque eu não estava lá. Mas Lucas, Chay, e Arthur estavam e só ele não voltou, só ele que ficou... Eu, Sophia, Mel, Ashiley e Micael, já havíamos chegado a casa de praia da família do Mika no dia anterior, só que os meninos não puderam vi junto com a gente porque eles tinham trabalho e ficou combinado que no outro dia eles iriam, eu até pedi para ficar, mas Arthur disse que era melhor eu ir com os outros, eu iria aproveitar mais. A gente iria se casar, só faltavam três dias, como eu já falei antes. Nós iriamos fazer as famosas ‘Despedidas de Solteiros’ nessa casa de praia, ou em um local próximo a ela, ainda não sabíamos exatamente, não era a primeira vez que iriamos a Brighton. Não era a primeira vez que eu e Arthur viajaríamos separados. Mas, nesse dia, a chuva resolveu cair e estragar os nossos planos, do dia, da semana e do futuro, um futuro sem ele.

Quando a morte conta uma história, você tem que parar para ouvi-la. –A Menina Que Roubava Livros

-Mas Arthur, eu não queria ir sem você! –Falei e ele me olhou com aquele típico olhar fofo que só ele possuía.
-Mas meu anjo, amanhã eu irei para lá, e o primeiro bom dia vai ser meu. Eu prometo! –Ele sorriu.
-Arthur, eu quero ir só amanhã! –Insistir.
-Se você for hoje, você vai aproveitar mais, e eu nem vou tá lá pra implicar com o seu biquíni. –Ele continuou rindo e eu bufei.
-Eu estou falando sério Arthur! –Disse.
-Eu também amor, amanhã eu e os meninos já vamos estar lá.
-Se você quer assim, Ok! –Falei e ele veio até mim, me abraçando.
-Quero. A gente já vai se casar, e você vai ter que me aguentar para o resto da vida e sem reclamar! –Ele apertou a ponta do meu nariz e riu, ele sempre fazia isso.
-Fazer o que né? –Fiz cara de tedio e ele gargalhou.
-Te amo!
-Te amo!

Ele lhe dera as mais belas páginas de sua vida. -A Menina Que Roubava Livros

Esse foi o meu último momento ao lado dele, foi a última vez que eu senti o melhor abraço do mundo. E depois disso eu viajei, a viagem foi demorada, o transito estava caótico. E eu só pensava em Arthur. Na mesma noite, quando nós já estávamos em Brighton, ele me ligou, era umas 22h30min eu já estava deitada, só não conseguia dormi, eu sentia falta dele, e uma sensação estranha também, um medo absurdo eu só não sabia de que.

Ligação ON

-Oi amor... –Falei e eu sabia que ele tinha um sorriso bobo no rosto, porque uma vez ele me disse. Que toda vez que eu ligava, ele sempre ficava com um sorriso bobo no rosto.
-Oi, aposto que você não consegue dormi porque está sentindo minha falta, acertei? –Ele brincou.
-Como você sabe?
-Porque é assim que eu estou aqui... Sentindo a sua falta e a solução foi te ligar, para ouvir a tua voz. –Ele disse.
-E resolveu? –Perguntei.
-Razoavelmente... Era melhor se você estivesse aqui.
-Eu também queria que você estivesse aqui...
-Amanhã eu vou está!
-Espero que amanhã chegue logo!
-Via chegar... E como foi a viagem?
-Foi tranquila e ao mesmo tempo cansativa, o transito estava lento.
-Uhm, espero que amanhã não esteja assim... A gente quer sair cedo daqui, chegar aí ao menos umas 7h30min. Os meninos estão aqui.
-Tá... Você está cansado? –Perguntei.
-Um pouco e você?
-Também, acho que já vou desligar, você vai acordar cedo também. –Falei.
-Aham, amanhã eu vejo você. Te amo, Luh!
-Te amo Arthur!
-Dorme bem!
-Se cuida! –Foi a minha última frase dita pra ele, antes dele desligar o telefone.

Ligação OF

A menina não o produzia com frequência, mas, quando ele surgia, seu sorriso era faminto. –A Menina Que Roubava Livros

E depois disso, a primeira notícia que nós recebemos foi de um... Acidente, maldito acidente. Era perto das 7hrs eu já havia acordado, assim como Soph, Mika, Mel e Ashiley, estávamos tomando café, eu já tinha tentado ligar para o Arthur, mas só dava na caixa de mensagem. Assim, como nos outros celulares. A chuva que caia era forte, o céu estava fechado e escuro, trovões e relâmpagos davam som e cor ao céu. Então, Keth teve a ideia de ligar o rádio e estava no noticiário local.

*Agora a pouco, acaba de acontecer um acidente na estrada que dá aceso a Brighton, com vítima fatal, ainda não se sabe exatamente como tudo aconteceu. Eram jovens, pareciam vim a passeio, testemunhas afirma que eles não vinham em alta velocidade, mas a pista estava lisa, e a chuva pode ter causado esse terrível acidente. Os policiais e a equipe médica já estão aqui no local, às vítimas estão bastante feridas. E como já disse, teve uma morte. Ainda não sabemos os nomes dos feridos. Os policiais estão tentando encontrar documentos dos passageiros. O carro envolvido no acidente é um Audi, na cor preta, com detalhes prateados, eram três jovens, essa informação acabou de chegar. Eles devem ter entre 22 e 28 anos. Depois voltamos com mais notícias.*

Nós ficamos um bom tempo nos encarando, parecia que nós já sabíamos quem eram os três jovens envolvidos no acidente. E aquela frase: E como já disse, teve uma morte. Parecia ganhar cada vez mais espaço dentro da minha cabeça. Isso não podia estar acontecendo, isso não podia acontecer.
-Vocês não estão pensando o mesmo que eu, né? –Ashiley perguntou, ela parecia ter um choro preso na garganta.
-Acho que sim... –Falei e logo peguei o celular e tentei ligar para Arthur outra vez, chamou umas 4 vezes, até alguém atender e esse alguém não era ele e um barulho de sirene e de pessoas falando era insuportável, eu não precisava ouvir mais nada, eu não precisava ter uma confirmação do que eu já previa escutar daquela voz.

-Alô? –A voz era grossa e firme.
-Alô, quem está falando? –Eu estava me segurando o bastante para não desabar em lagrimas.
-O policial David, com quem eu falo? –Ele se identificou.
-Lua... O que está acontecendo?
-Bom, eu estou aqui próximo a Brighton e bem, pelo nome no contato você deve ser namorada de um dos jovens que aqui estão. Eu não sei como dar essa notícia a você, mas moça, eles sofreram um acidente e temos uma vítima fatal, os outros dois garotos estão sendo levados ao hospital, eles estão desacordados.
Essas foram as palavras do David, e meu choro ganhou o local. Micael pegou o celular da minha mão e Mel veio até mim, ela também já estava chorando. Minutos depois o motorista da casa de Micael nos levou até o hospital e Ashiley já tinha avisado seus pais, assim como também tinha avisado os pais de Chay e de Lucas. Nós não sabíamos como iriamos encontrar as coisas quando chegássemos ao hospital. Eu já pensava no pior, eu só não queria acreditar. Nós ainda não sabíamos quem tinha morrido, eu só rezava para que todos eles estivessem errados sobre essa morte. Eu só queria que fosse um engano.
Mas não era um engano, e quem estava morto era Arthur... E ali, a minha vida tinha acabado de terminar também.

Você morre no meio da vida, no meio de uma frase. –A Culpa é das Estrelas

Hoje faz um mês que ele se foi, já faz um mês de saudade e dor. Eu também sei que essa dor só vai aumentar, as pessoas falam que um dia passa, mas eu sei que esse tal dia vai demorar a chegar e se é que ele vai chegar realmente.

Ei menina, tenha calma, a vida leva, assim como pode deixar um presente também.

Ela não sabia, ela nem imaginava, mas ela ia sorrir de novo, ela ia querer viver outra vez. Mesmo que sem ele, mas ia ser por ele também, porque ele era o responsável, ele fazia parte do melhor presente que ela podia ganhar e olha que ela pensava que nunca iria ganhar, não dele... Não de Arthur!

Ele não iria deixa-la sozinha, ele tinha prometido cuidar dela para sempre...

-Não vai me dizer que Ashiley vai ser titia? –Sophia falou apreensiva, num misto de brincadeira também e Ashiley sorriu.
-Não sei, eu nunca estive gravida antes! –Falei.
-Que descoberta! –Sophia falou com cara de tedio e eu deixei escapar um riso, nós estávamos no meu apartamento, Soph desde sempre tentou me fazer sorri, ela nunca desistia de mim, nem quando a minha ignorância passava de todos os limites, ela sempre estava lá, eu olhava para o lado e sabia que iria encontrá-la. Ela não é uma amiga, ela é a irmã que eu nunca tive.
-Será Luh? –Agora foi a vez de Ashiley me perguntar.
-Eu não sei...
-Faz um exame. Agora eu fiquei mega curiosa. –Soph falou.
-Quando que você não foi? –Brinquei.
-É sério Lua! Até porque eu vou ser a madrinha.
-Nada disso, é eu que vou!
-Vai nada Ashiley, você já vai ser a tia! –Sophia falou.
-Vocês são duas loucas. –Falei.
-Por favor, por favor, por favor?! –Sophia disse.
Era uma chance para viver, era a alegria, o riso, a felicidade do presente e futuro, e as lembranças boas do passado, o passado que ela fazia questão de lembrar. Porque foi o melhor, foram os melhores momentos da vida dela. Ela não precisou fazer exame para confirmar o que ela já sabia, ela tinha certeza que ele se fazia presente alí, e que tinha lhe dado um presente, e essa criança ia ser a criança mais amada do mundo e ela ia fazer questão de dizer o quanto o pai dela era incrível.

Lua nunca iria esquecer do quanto o Arthur é inesquecível...

Fim.


N/A: Fiz alguém chorar? Eu chorei! Bom, faz um tempo que eu escrevi essa Fic de Capitulo Único. E resolvi posta-la aqui. Porque como muitos aqui estão vendo e sabendo, tem gente falando que o blog está meio parado, enfim... E eu sou sem palavras pra ela, porque eu amei escrever. E é tão bom você ver o resultado depois, a fic pronta e linda, tudo aquilo que você queria. Bom, eu quero comentários, eu quero saber o que vocês acharam, vocês podem pensar que isso não é importante, mas é muito importante saber a opinião de quem leu, então comentem, pode ser?  Beijoooos da Milly.

Quem sabe, dependendo do retorno, eu volte a postar mais cap's únicos. Isso vai depender do que vocês irão achar da história, então, comente!

6 comentários:

  1. Perfeitooooo... Chorei litros.. Ameiii posta mais cap únicos!!! Emocionante!!!

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  2. Nossa, ao mesmo tempo que é linda é meio triste, não chorei mas derramei algumas lágrimas, vc devia fazer umas mais felizes no final com os dois vivos. Parabéns vc escreve perfeitamente bem

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  3. Cacara que lindo chorei do inicil ao fim... muito lindo parabéns...

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  4. Perfeitooo
    Choreeii muitooo,ficou muito lindoo
    Posta Mais Capítulos Únicos

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  5. Eu não chorei, eu desabei em lágrimas! Meu Deus, que web PERFEITA!!! To chorando e escrevendo isso kk :"( É tão triste e ao mesmo tempo tão lindo o amor deles, ai amei!

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  6. Talvez seja meio tarde, talvez você nem entre mais aqui, mais só queria dizer o quanto sua fic é linda, você partiu meu coração em mil pedacinhos com um só capítulo, e olha que me achava muito forte kk, quando a luh me indicou achei que não ia chorar mais agora estou em plantos, parabéns por essa fic linda, virei fã quero le outras kkk ❤��

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