Peça-me o que quiser agora e sempre - 2º temp. - 66º e 67º Capítulo (Adaptada)

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Capítulo 66:

Porque, como diz meu pai, a vida é pra ser vivida!

Rimos. Quando Sophia vai me responder, ouvimos por trás da gente:

— Sophia, que bom ver você por aqui.

Viramos e nos deparamos com dois homens e uma mulher. Eles, muito simpáticos, aliás. Sophia sorri, se levanta e os abraça. Depois, olhando para mim, diz:

— Lua, estes são Anita, Reinaldo e Klaus. Eles trabalham comigo no hospital. E Anita tem uma maravilhosa e exclusiva loja de roupas.

Sentam com a gente. Esquecendo dos meus problemas, me concentro em conhecer esses rapazes, que rapidamente nos fazem rir. Reinaldo é cubano e adoro suas expressões, tão latinas.

Meu celular toca. É Arthur. Sem querer evitá-lo, atendo e, o mais séria que posso, falo:— Diga, Arthur.

— Onde você está?

Como não sei realmente onde estou, respondo:

— Estou com Sophia e uns amigos num bar.

— Que amigos? — pergunta Arthur com impaciência.

— Sei lá, Arthur. Uns caras aí.

Ouço que respira fundo. Isso de não controlar onde estou e principalmente com quem estou chateia Arthur, mas quero que me deixe curtir o momento.

— O que você quer?

— Volte pra casa.

— Não.

— Lu, não sei onde está nem com quem está — insiste, a voz tensa. — Estou preocupado com você. Por favor, me diga onde está e vou aí buscar você, pequena.

Silêncio — um silêncio sepulcral. Mas antes que ele me diga mais alguma coisa que me faça fraquejar, falo:

— Vou desligar. Quero curtir o belo Dia de Reis e acho que com essas pessoas aqui vou conseguir. Com certeza, espero que você também curta em companhia do teu sobrinho. Foram feitos um pro outro. Tchau.

Dito isso, desligo.

Nossa, o que acabo de fazer!

Desliguei na cara do Iceman!

Isto deve tê-lo irritado muito.

O celular toca mais uma vez. Arthur. Corto a ligação e, quando insiste, desligo o aparelho. Não me importo que fique furioso. Por mim, pode bater a cabeça na parede.

Entro na conversa e tento esquecer meu alemão.

Os amigos de Sophia são divertidíssimos, e do bar vamos para um restaurante.

Como sempre, tudo é muito bom. Ou, como sempre, minha fome é atroz. Na saída do restaurante, Reinaldo propõe ir a um lugar cubano, e vamos logo.

No Guantanamera, Reinaldo nos apresenta a muitos conterrâneos que vivem em Munique também. Minha nossa, a quantidade de cubanos que vivem aqui! Meia hora depois, já sou cubana com sotaque e tudo, e digo isso de ya tú sabes mi amol.

Sophia e eu nos encharcamos de mojitos. Que figura, Sophia! É o oposto do irmão em matéria de diversão. É mais espanhola que a tortilha de batatas, e me demonstra isso pelo seu jeito tão animado de ser. Ela é das minhas, e juntas formamos um belo time.

Anita também não fica atrás. Quando tocam Quimbara, da maravilhosa Celia Cruz, Reinaldo me convida para dançar, e aceito.

Quimbara quimbara quma quimbambá.

Quimbara quimbara quma quimbambá.

Ai, si quieres gozar, quieres bailar. Azúcar!

Quimbara quimbara quma quimbambá.

Quimbara quimbara quma quimbambá.

 

Minha nossa, que batida maravilhosa!

Reinaldo dança super bem, e eu me deixo levar. Requebro. Levanto os braços.

Passinho pra frente. Passinho pra trás. Dou piruetas. Mexo os braços e grito “azúcar”!

As horas passam, e meu humor melhora a cada instante! Viva Cuba!

Pelas 11 da noite, Sophia, mais pra lá do que pra cá com tudo que já bebemos, me olha e diz, me entregando seu celular:
— É Arthur. Tenho mil chamadas não atendidas. Quer falar com você.



Capítulo 67:

Suspiro e, diante do olhar dela, atendo.

— Diga, seu chatinho, o que você quer?

— Chatinho? Você me chamou de chatinho?

— Sim, mas, se quiser, posso te chamar de outra coisa — respondo com uma risadinha.

— Por que desligou o celular?

— Pra que você não me enchesse. Às vezes, você é pior que Carlos Alfonso Halcones de San Juan, quando tortura a pobre Esmeralda Mendoza.

— Você bebeu? — pergunta sem entender bem do que estou falando.

Sabendo que nesse momento tenho mais mojitos que sangue no corpo, exclamo com sotaque cubano:

— Você já sabe, mi amol!

— Lu! Está bêbada?

— Nãoooooooooo! — zombo. A fim de continuar com a gozação: — E então, Iceman, o que quer?

— Lu, quero que me diga onde está pra eu ir te buscar.

— Nem pensar, que já está me cortando o barato — respondo, divertida.

— Pelo amor de Deus! Você saiu de manhã e já são 11 da noite, e...

— Câmbio e desligo, seu metido.

Passo o celular para Sophia, que, depois de ouvir alguma coisa que o irmão diz, desliga. Me afastando do grupo, cochicha:

— Olha, meu irmão me deu duas opções. A primeira: que te leve de volta pra casa.

A segunda: se o irritar mais, quando voltarmos, o mundo virá abaixo.

Acho graça e respondo, só querendo continuar me divertindo:

— Então que o mundo venha abaixo, mi amol!

Sophia dá uma risadinha. Sem mais, nós vamos dançar Bemba Colorá, enquanto gritamos:

— “Azúcar”!

Voltamos de madrugada, um tantinho bem bêbadas. Quando Sophia para diante da grade preta, pergunto baixinho:

— Quer entrar? Com certeza o Smurf Ranzinza tem alguma coisa a dizer.

— Nem pensar — ri Sophia. — Vou fazer as malas agora mesmo e fugir do país. Se Arthur me pega, vai me escalpelar.

— Que eu não saiba, senão o mato! — exclamo rindo.

Mal desço do carro, a grade preta se abre e surge Arthur com uma cara daquelas horrorosas. Em grandes passadas, se dirige ao carro e, debruçando-se na janela para ver sua irmã, sussurra:

— Já venho falar com você, irmãzinha.

Sophia concorda e, sem mais, arranca e vai embora. Nós ficamos no meio da rua, sozinhos, cara a cara. Arthur me agarra pelo braço, me apressando.

— Vamos pra casa.

De repente, um grunhido corta o silêncio da rua, e antes que aconteça algo que possamos lamentar, me solto de Arthur e digo com tranquilidade:

— Calma, Susto. Está tudo bem.

O animal se aproxima de mim e anda à minha volta. Arthur pergunta:

— Conhece esse vira-lata?

— Sim, é Susto.

— Susto? Você o chama de Susto?

— Pois é. Ele não é mesmo muito simpático?

Sem acreditar no que vê, Arthur fecha a cara.

— O que ele tem no pescoço?

— Fiz um cachecol pra ele. O coitado está resfriado— esclareço, animada.

O cachorro pousa sua cabeça ossuda em minha perna. Faço um carinho nele.

— Não toque nele. Vai te morder! — grita Arthur, zangado.

Começo a rir. Tenho certeza de que Arthur o morderia antes dele.

— Não toque nesse bicho sujo, Lu, pelo amor de Deus!

Um ruidozinho sai da garganta do animal. Achando graça, me abaixo.

— Não dê bola pro que esse aí diz, Susto. Ok? E agora vamos, vá dormir. Tá tudo bem.

O cachorro, depois de dar uma última olhada a um Arthur deslocado, se afasta e entra na casinha desmantelada. Arthur, sem dizer mais nada, começa a andar, e pergunto:

— Posso levar Susto pra casa?

— Não, nem pensar.

Eu sabia. Mas insisto:

— Pobrezinho, Arthur. Não vê o frio que está fazendo?

— Esse bicho não vai entrar na minha casa.

Estou por aqui com sua casa.

— Anda, mi amol. Pleaseee!

Não responde. Por fim, decido segui-lo. Outra hora insisto de novo. Enquanto caminho atrás de Arthur, deslizo meu olhar por seu traseiro e suas pernas fortes.

Uau! Essa bunda firme e essas pernas fortes me fazem sorrir. Sem poder me conter, zás!, lhe dou um tapa.

Arthur para, me olha com uma raiva daquelas, não diz nada e continua andando.

Sorrio. Não me dá medo. Não me assusta, eu estou a fim de fazer graça. Me abaixo, pego um punhado de neve e atiro bem no meio do belo traseiro dele. Arthur para. Xinga algo em alemão e continua andando.

Aiii, que falta de senso de humor!

Pego outro punhado de neve e, desta vez, atiro na cabeça dele. Pega bem na nuca, e caio na risada. Arthur se vira, fixa seus olhos frios em mim e diz:

— Lu, está me enchendo mais do que pode imaginar.

Deus, meu Deus, que sexy! Olha como me deixa!

Continua seu caminho, e eu o sigo. Não posso afastar meus olhos dele e nem me importo com o frio todo. Sorrio ao imaginar tudo o que faria com ele nesse exato instante. Quando entramos na casa, ele vai para o escritório sem me dizer nada. Está muito chateado. Um calorzinho maravilhoso toma todo o meu corpo. Agora sim me dou conta do frio que faz lá fora. Pobre Susto. Quando tiro o casaco, decido ir para o escritório também. Desejo Arthur. Mas, antes de entrar, tiro as botas ensopadas e os jeans. Estico a camiseta, que vai até metade das minhas coxas, e abro a porta.

Quando entro, Arthur está sentado a sua mesa diante do computador. Não me olha.

12 comentários:

  1. Lua tem que atiçar muito o Arthur!! Mais

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  2. Só a Luinha mesmo pra fazer isso, ela devia irritar ele mais ainda pra descontar a raiva que ela sentiu.... Posta maiiiiis...

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  3. Aiiii !! Quero ver ela quase matar o Arthur !!
    Kkkkk
    Posta ++++++++
    Ameeii *-*

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  4. Aí q tudo está web estar. Por q vc não posta mais de um cap. Por dia por favorzinho ...

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  5. O arthur bem q mereceu isso .
    Pq de sexta vc nao posta 3ou 4capitulos juntos pra recompensar os de sabado e domingo ja q vc nao tem como postar de fim de semana

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    1. Concordo com o anonimo, vs deveria postar uns 3 a 4 capitulos dia de sexta para compensar final de semana! Pleaaaaase :) !

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    2. Tbm concordo, ótima ideia !!

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    3. Essa idéia é excelente , pq ficamos com muita saudades nos fins de semana...
      Tenta posta mais cap. Na sexta por favorzinho. O:-)

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  6. Muito engraçado. Posta mais.

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