"É Estranho. Mas é do nosso jeito" - 2ª Temporada - 24º Capítulo

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P.O.V.'s Narrador

2 meses depois…

A casa estava alugada para os próximos seis meses. O contrato de trabalho tinha a mesma duração. Lua não podia cometer deslizes. Caso contrário não tinha como pagar a Babá para o Lourenzo nem a prestação do seu novo carro.
A vida segue, não é mesmo? Lua não é diferente das outras mulheres. Quantas e quantas mulheres criaram os filhos sozinhas e se deram bem? Quantas crianças cresceram sem pai e hoje são mais bem educados do que aqueles que têm os dois pais? Essa é a diferente.
Lourenzo estava batizado e feliz. Já se tinha adaptado bem ao ambiente do Brasil. Mal escutava a voz de Daniel, seu padrinho, mexia os braços e as pernas e andava com o olhar de um lado para o outro em busca daquele homem que conquistou o seu pequeno coração em tão pouco tempo.

Na Europa, Arthur acabara por descobrir a verdade. Anna acabou por emigrar mas antes deixou uma carta a Arthur.

“Provavelmente esta é uma das últimas vezes que nos vamos ver. Te entrego esta carta e espero que só abra quando eu virar as costas para sempre, assim como te pedi.
Não tenho coragem de te contar tudo isto. E não, não estou à espera que me desculpe por tudo o que eu te fiz.
Quero apenas que saiba que, o que eu fiz, foi por amor. Amor. Eu nunca senti nada por alguém como sinto agora por você. E isto não se trata apenas de uma frase feita, é mesmo a mais pura verdade.
Enquanto trabalhamos juntos em Londres, eu tive inveja da Lua. Ela tinha a vida perfeita, a casa perfeita, o trabalho perfeito e o namorado perfeito. Eu sou apaixonada pelo que faço e graças a deus não me falta nada da vida. Apenas um namorado como você.
Pensei que se eu arranje maneira de fazer você acreditar que o Lourenzo não era seu filho, era um passo de fazer com que você deixasse Lua de lado. Fui eu quem mandou falsificar os exames de paternidade. Eu pedi ao Dr. Pedro, o primo do Diogo, para fazer com que no laboratório houvesse um engano e paguei caro por isso. Você até acreditou, mas tudo daria certo se agora estivéssemos juntos.
Diogo sabia da falsificação do exame. Mas ele não teve a total culpa. Afinal, ele estava apaixonado pela Lua e eu só o usei porque… bom, se o Diogo ficasse com a Lua, eu ficaria com você. Foram vários planos bem pensados.
Agora que estamos separados, assim como você e Lua, eu me sinto culpada e incapacitada de olhar para a tua cara de novo. Sinto vergonha e nojo de mim mesma. Nojo da pessoa que me tornei. Eu não sou assim. Acredite. Eu só fiz isso por você.
Fazer amor com você foi uma das melhores coisas que me aconteceu na vida. Eu sei que para você aquilo era banal, mas para mim era mágico. É claro que já estive com outros homens, mas como você… nunca. Guardei esses momentos eternamente na minha memória.
Agora só peço que você seja feliz. Sim, por eu te amar, tudo o que eu mais quero é te ver feliz, com ou sem mim. Por isso vá até Lua. Vá para o Brasil ou seja para lá onde ela estiver. Se você a ama, vá.


Com amor, Anna”


No Brasil, Lua se preparava para mais um dia. Precisava de estar junto com a produção às 9h da manhã. Ela, felizmente, conseguiu arranjar trabalho na sua área, apesar de não ser ainda como apresentadora. Um passo de cada vez.

- Bom dia amor da minha vida. – Lua beijou a testa do filho e levantou-o do berço. Mimou-o um pouco antes de o levar para o banho.

Costumavam tomar banho juntos todas as manhãs; comer juntos; dormir juntos; rir juntos e chorar juntos. Dependendo da razão, quando Lourenzo chorava, Lua também chorava. Sentia pena do bebé por ele chorar mas ainda não saber a razão. Enfim, coisas de mãe.
O café da manhã foi tomado nas calmas. Até a campainha tocar.

- Não se mexe daqui, meu amor. – Lua deixo-o na cadeira apropriada para bebé e foi abrir a porta – Lúcia. Que bom que chegou. Daqui a pouco eu ia embora e estava preocupada.
- Me atrasei um pouco, desculpe. – Lúcia era Babá no tempo em que Lua trabalhava. Era uma pessoa de confiança.
- Não tem problema. Vou me despedir do Lourenzo e vou passar no café para falar com Bela. Ela me pediu.
- Com certeza.
- Adeus meu bebé. – Lua se despediu do filho, na cozinha, após ver que ele se sujou todo de papas – Quem vai tomar outro banho, quem é? É o amor da mãe! O amor da mãe! – Lua beijo-o e saiu de casa.

Don’t know her name era a música que passava na rádio dos Emblem3. A caminho do café, Lua tentava imaginar o tema de conversa com Bela. Provavelmente uma discussão com Daniel, visto que a grávida agora quer tudo do jeito dela e o pobre Daniel é que apanha com as culpas de tudo o que está “errado”, na cabeça da grávida. Uma discussão ou então alguma dúvida da gestação. Sim, provavelmente a segunda opção estaria mais correta.
Estacionou o carro e entrou no café. Bela estava com um rosto sério e já tinha dois sucos à espera na mesa para serem tomados pelas duas. As duas se cumprimentaram e Bela foi direta ao assunto.

- Foi o Daniel que disse para eu te dizer. Por mim eu não te diria nada, porque por mim você não deveria saber de nada.
- Eu não estou entendendo é nada!
- O Arthur vai voltar! – Bela disparou
- O Arthur? O que ele vem fazer para cá? – Lua movimentou o seu braço e quase derrubou o seu suco.
- Ele vem atrás de você. Ele é um filho da mãe. Ele que nem apareça à minha frente, que eu sou capaz de o matar!
- Você não se pode irritar assim. Além do mais, ele não te fez nada para você estar assim.
- Agora você o defende?
- Apesar de tudo o que ele me fez, ele é pai do meu filho.
- Sim, tá certo, mas ele era ainda pai do seu filho quando te traiu, mas será que ele se lembrou disso?
- Sendo assim, eu também o traí. Eu estive com o Diogo.
- Mas não da maneira que ele esteve com a vagabunda.
- Se ele vier, que venha falar comigo. A porta da minha casa está aberta.

[…]

Era um domingo normal, o último daquele primeiro mês de inverno, e Lua estava em casa vendo um filme, com Lourenzo nos seus braços, até a campainha tocar. Ela estava com o coração aos saltos. Ela sabia perfeitamente quem era. Daniel tinha a avisado que Arthur chegaria naquela semana e ela até estranhou a razão de ele ainda não ter aparecido lá.
Antes de abrir a porta, ela respirou fundo e endireitou o seu pijama.

- Você não acha que é tarde?
- Desculpa. – Era ele.
- São 20:23 da noite e não horas para pedir desculpa.
- Mas eu ainda tenho um monte para te pedir. E queria mesmo conversar.
- Entra. – Ela deu permissão. Ele entrou e a primeira coisa com que se deparou foi com Lourenzo dormindo no sofá. Ele tinha o braço direito levantando e a cabeça por cima. Dormia com a ponta da língua à mostra. Tinha as pernas cruzadas. Parecia um anjo.

Arthur se aproximou da criança e ficou de joelhos no chão, com os cotovelos na ponta do sofá. Ele tinha o rosto a centímetros do rosto de Lourenzo. Arthur conseguia sentir a respiração da criança. Levou o seu dedo à mão do bebé e, repentinamente, ele apertou, mesmo dormindo. Arthur se arrepiou. Era praticamente uma das primeiras vezes que ele tinha contacto com o filho. Quando Lourenzo pegou no dedo de Arthur, o pai logo reparou na pulseira de ouro que ele tinha na mãozinha. Sentiu um aperto no coração por não ter presenciado o batizado do filho.

- Quando foi o batizado?
- Faz hoje precisamente três semanas. Temos fotos, se quiser.
- Sim, por favor.
- Vou buscar. Um segundo. – Arthur assentiu e Lua foi buscar o álbum de fotos do batizado do pequeno Lourenzo. No instante em que ela voltou, Arthur estava com Lourenzo no colo, ainda dormindo. – Cuidado para não o acordar.
- Eu tenho. – Arthur se mostrou atento.
- E do que quer falar? – Lua pousou o álbum ao lado de Arthur
- De nós e da razão que me trouxe até aqui.
- Pode começar. – Lua se sentou em frente a ele e cruzou as pernas e os braços.

Notas finais:
- Eles devem voltar?

9 comentários:

  1. Como assim "eles devem voltar?" se eles não voltarem vou ir conhecer Portugal!e vc vai ter que tomar cuidado na rua!!!!.....
    brincadeira, se eu fizesses algo eu não ia sobreviver sem suas webs!!!
    eles tem que voltar!!!! mas não depois dessa conversa o Arthur tem que fazer uma surpresa pra ela e pedir ela em casamento de novo!!!! AMOO essa web!!!!!

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  2. Não.... Arthur tem q sofrer mas... Tem q se humilhar por lua!!

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  3. LÓGICO que devem voltar...Arthur já quebrou a cara com a Anne e percebeu quem ela realmente era então pra que ficar nesse rola rola? Volta logo

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  4. Com certeza eles devem voltar, mas o Arthur tem que fazer uma linda declaração..... Postaaa maiiis...

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  5. Mais é lógico que eles devem voltar

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  6. Se ele pedir desculpas direito e ser fofo é obvio q eles devem voltar!

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  7. acho q ta sendo muito facil pra ele ,pq querendo ou nao ele q nao acreditou nela disse q o filho nao era dele ele que errou acho q devem voltar sim ,mas nao tao facil como ta sendo

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  8. um finaaal feliz pfpfpf

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