"É Estranho. Mas é do nosso jeito" - 2ª Temporada - 22º Capítulo

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P.O.V.’s Narrador

“Eu estou indo para o Brasil. – Lua suspirou e foi embora.”.

A verdade é que nem ela sabia que ia para o Brasil. Aquela frase foi dita da boca para fora, naquele momento. Sim, ela tinha ponderado ir para o Brasil pois lá era bem mais feliz do que aqui. Mas ainda não tinha a total certeza.
Ela quis se fazer de forte. Quis que Arthur entendesse que ela também sabia se virar sozinha e conseguia seguir com a vida dela, sem ele por perto. Mas será que ela conseguia mesmo? 
Lua se recusou a assinar o contrato com o canal em que apresentava. Pronto. Agora não pode voltar atrás. Agora só resta mesmo a volta para o Brasil. Será complicado. Nos primeiros meses, ela terá de andar à procura de trabalho; depois terá de encontrar uma casa bem barata para arrendar (pois Lua se recusa a ficar a viver às custas da mãe) e encontrar uma Babá confiável para cuidar de Lourenzo; Depois terá de comprar um carro para se deslocar de casa para o trabalho e, bom, por final, terá de conseguir com que Lourenzo se adapte bem ao ambiente do Brasil. 

- Não estou realmente acreditando nisso. – Disse Diego ao ver a amiga arrumar as últimas coisas na mala – Burro sou eu que me ofereci para te levar ao aeroporto. Eu deveria te sequestrar no meu apartamento sem pedir resgate. Como vou eu sobreviver sem você? Você vai me fazer falta. Eu sei, talvez soe meio Gay, mas… além de você ser aquela pessoa que eu amo, você era minha amiga. Com quem vou almoçar? Com quem vou sair numa sexta à noite? Quem eu vou chatear?
- Chega de drama Diego. Você sabe que isto é o melhor para mim. Mas sim, também irei sentir a sua falta.
- Você me ama.
- Bobo. – Lua riu. 

As malas estavam prontas. Ela ia deixar apenas umas peças não tão precisas no seu armário pois nem tudo cabia na mala. O pai de Lua estava confuso com tudo isso. Foi ele quem se ofereceu para ajudar o jovem casal a formar uma vida aqui e agora vê que tudo foi um erro. Pelo menos é o que parece. Porque quando se fala em Arthur, Lua nem quer saber. 
Lua falava com Lourenzo sobre o Brasil. Falou de como foi feliz. Lhe explicou alguns hábitos e costumes. Contou sobre as suas brincadeiras em pequenas e alegrias no colégio. Prometeu o levar até lá, inclusive. E claro, falou dos seus grandes amigos: Bela e Daniel. Lourenzo não entendia nada. Se limitava a dar gargalhadas quando Lua beijava os pés dele ou a puxar o cabelo da mesma quando conseguia. 

O momento da despedida.

O pai de Lua não cabia em si, de tantas lágrimas e choro naquele momento. Ele se recusava a viver sem o chorinho de Lourenzo durante a noite ou sem as resmunguices de Lua quando algo não estivesse do jeito dela. 

- Vou sentir tanto a vossa falta. 
- E eu a sua pai. – Eles estavam abraçados – Eu sei que você fez de tudo por mim e eu estou muito grata por isso. Não deu certo, mas quem sabe para uma próxima. 
- Aconteça o que acontecer, você sempre será a minha filha.
- Claro que sim. Além do mais, lá no Brasil, terei a casa aberta para o receber quando você quiser e aposto até que a mãe ia ficar muito feliz. Pense com carinho em nós.
- Eu vou pensar, prometo. Eu tenho a certeza que vou sentir a vossa falta um minuto após a vossa saída desta casa. Estou pensamento seriamente em vender tudo o que tenho aqui e voltar para o Brasil.
- Não se precipite. 
- Família em primeiro lugar.
- A nossa nunca se deveria ter separado.
- Pois… foi o nosso grande erro. 
- Antes… eu gostaria de ir ver pela última vez o meu apê… 
- Claro.
- Eu fico com o Lourenzo. – Se ofereceu Diego, após Marcos falar.

Lua saiu da casa do pai e foi até ao seu apartamento de elevador. Era uma das últimas vezes que ia passar por aquele lugar. O elevador chegou ao lugar pretendido e ela saiu. Suspirou ao chegar em frente à porta do seu apartamento. Ao entrar, pensou o quão feliz ela podia ter sido se não fosse aquele acidente. Sem aquele acidente, ela poderia ter impedido o Arthur de fazer os exames. Poderia ter dado a ele a total garantia de como aquele filho era dele. Mas nem tudo corre como queremos.
O apartamento tinha os móveis e as decorações. Faltava vida, amor e alegrias. Lua, Arthur e Lourenzo poderiam ser tão felizes ali se não fosse Arthur e a sua mania. Mas bom, passado é passado. Agora estava feito.
Lua andou pelos cómodos e em todos tinha uma história presente na cabeça, boa ou má. No quarto, as noites de amor. Na cozinha, as brincadeiras ao cozinhar. Na sala, as noites em que Arthur a ia pegar ao sofá por ter adormecido a ver um filme. Na cozinha, o pedido de casamento que Arthur a fez – Pedido esse que foi recusado. Enfim, estas e tantas outras histórias. Lua passou as mãos pelos móveis e disse “até breve”.
Se dirigiu à porta com lágrimas nos olhos. Ela não queria aquele fim mas a vida a obrigava a isso. Alguém abriu a porta. 

- Você? O que faz aqui? – Tentou esconder as lágrimas 
- Estou tentando te impedir de fazer uma asneira. – Dito isso, ele segurou os seus braços e tomou conta dos lábios dela. 

Fazia tempo que não se beijavam daquela maneira. A sede dos lábios dele foi maior do que a real vontade de o beijar. Digamos, vontade de beijar sempre há, mas é determinada pessoa e não qualquer uma. Ela bem tentou lutar contra aquele beijo, mas a saudade foi maior. Acabou por se entregar aos braços dele. 
As mãos dele correram com desespero às costas dela, descendo e apertando toda aquela trilha uma vez percorrida. Lua passou as mãos pelo peitoral dele, notou ele um pouco mais definido, e procurou com desespero os botões da sua camisa que nem ao certo sabia a cor. 
Fecharam a porta com os pés. Lua pulou para o colo dele e puxou os cabelos do rapaz. Ele beijava e chupava o pescoço dela com desespero. Procurou a mesa da cozinha e a deitou lá. Tirou à força a blusa que ela trazia vestida e beijou os seios dela. O próximo passo foi tirar o soutien dela. 
Lua parou. Por um segundo, teve um momento de lucidez e parou para pensar se aquilo era o correto. Era correto “enganar” o seu pai daquele jeito? Afinal, ele estava lá com o Lourenzo à espera para todos a irem pôr ao aeroporto. Seria correto agora ficar ali no apartamento aos beijos com aquele rapaz?

- O que foi?
- Isso não é certo.
- Mas você quer.
- Não interessa o que eu quero – Lua se irritou
- Interessa sim!
- Foda-se! – Gritou Lua. 

Ela se levantou e inverteu as posições. Agora ele estava deitado na mesa da cozinha, sem camisa e a caminho de ficar sem as calças. Os ténis estavam já tirados tamanho era a pressa de se amarem. Ela subiu para cima dele e balançou a cintura dela sobre a dele. O contacto ainda não era total pois ambos ainda tinham, pelo menos, a roupa interior vestida. Ele pegou na cintura dela e pressionou ainda mais contra a sua. Lua começou a beijá-lo. Ora o beijava ora mordia a orelha dele. Ele ficava maluco. Ela sabia todos os seus pontos fracos. Ora era a orelha ora era o pescoço. Num impulso, ele pegou nela ao colo e a levou para o quarto. Esbarraram em vários móveis e paredes até chegarem ao local exacto para se amarem. Antes mesmo de se deitarem, retiraram o resto das roupas. Ele tirou a calcinha dela com os dentes. Ela, por sua vez, se voluntariou para colocar a camisinha no membro dele.
Na primeira investida, Lua cravou as unhas nos ombros dele. Ela tinha uma perna de cada lado do corpo dele enquanto ele segurava a cabeceira da cama para continuar a amá-la. Muitas outras foram permitidas, até os dois se cansarem e caírem um de cada lado da cama. Lua não podia esconder, ela tinha gostado e não tinha sido pouco. Ele também tinha amado mas estava triste por esta ter sido a última vez.

- Quero que saiba que, esteja onde você estiver, eu sempre te vou amar. – Ele disse.

Notas finais:
- Quem é o misterioso "ele"?

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