Capítulo 53:
A mulher de cabelos grisalhos e eu nos olhamos. Nós fazemos uma varredura
como só as mulheres sabem fazê-lo em busca de informações e vejo seus olhos
param em minha mão, onde tenho o anel que Arthur me deu. Sorri e me abraça
enquanto diz:
— Me alegra muito ver que meu menino já escolheu. Sou a Tata e espero
que goste de mim tanto quanto já gosto de você.
Sua afetividade, seu abraço e seu sotaque caribenho me encantam, no
que respondo sorridente:
— Obrigada, Tata.
— Qualquer coisa que você precise, não hesite em me pedir. – me
assinala — E quanto ao Ogro, fique calma. É difícil no começo, não será fácil,
mas não come ninguém. Ele gosta de dar medo.
Meu estômago cai.
Todos falam dele como o Ogro e eu já não sei o que pensar. É tão ruim?
Vou dizer algo, quando Arthur diz a mulher:
— Tata...
Tony, sorrindo por minha cara de espanto intervém:
— Tata, não a assuste.
A mulher revira os olhos e, me olhando, sussurra:
— Lembre, paciência e não se intimide. É como você ganhará o
mal-humorado.
Apenas acaba de dizer isso, quando ouço uma voz rouca que grita:
— Já era hora de chegarem. Informaram-me que o avião de vocês aterrissou
tem horas. Aonde vocês se meteram, garotos?
Ao levantar os olhos, no alto da escada vejo um homem sentado em uma
cadeira de rodas. Isso me surpreende. Arthur não tinha me dito. Sua pele é mais
escura do que a dele e tem o cabelo grosso e negro. Seus olhos, no entanto, são
claros. Olha-me sério e intimidador.
Minha mãe o que me espera com o mal-humorado...!
— Papai, o que faz na cadeira? – Lhe repreende Arthur.
— Bem, já chegou o doutor. – replica seu pai.
— Tata, – Arthur continua — quero a cadeira para já!
— De acordo, filho, de acordo – concorda a mulher sorrindo diante da
cara de desconforto do seu chefe.
Então, me puxando, Arthur me faz subir os degraus e, me colocando na
frente de seu pai, diz:
— Papai, eu apresento Lua Maria Blanco. Lua, meu pai, Anselmo Aguiar.
O olhar incisivo do homem se crava em meus olhos, com os nervos, eu
começo a rir.
Tento me conter, mas sou incapaz. Ele pergunta muito sério:
— Eu sou engraçado?
Nego com a cabeça. Minha mãe, que mau pressentimento. E tentando ser
correta, murmuro:
— Não, senhor. Mas quando fico nervosa eu rio.
Me olha alguns segundos e finalmente alfineta, ainda sério:
— Curioso o nervoso seu.
Vou abaixar para lhe dar dois beijos, mas ele me corta estendendo a
mão. Tento que não note minha deceção e lhe estendo a minha. Ao pega-la, repara
no anel que uso e sua cara se contrai. O olha por alguns segundos em que eu
acho que vai dizer algo a respeito, não precisamente agradável, mas depois de
me dar um apertão, me solta e pergunta:
Capítulo 54:
— Por que demoraram tanto?
— Mostramos um pouco da ilha para a Lua, papai. – responde Tony.
Enquanto conversam, vejo ao lado do homem um pug (raça de cachorro)
pequeno, compacto e cor de areia, de cara chatada e enrugada.
Que lindoooooooo!
Encantada, estendo a mão para tocá-lo e, se não a tiro, me arrancava.
Fico quieta olhando-o alucinada, quando ouço o pai de Arthur dizer:
— Cuidado com Pulgas, jovem, ele não gosta de estranhos.
Se olhares matassem, eu me cabaria de socar o chato do Pulgas e seu
dono. Bem os dois!
— Te fez alguma coisa, querida? – Arthur pergunta preocupado, pegando
minha mão.
— Não, calma. Não aconteceu nada.
Durante alguns instantes que para mim parecem eternos, seu pai e eu
nos olhamos nos desafiando até que o velho diz:
— A comida está esfriando. Vocês têm cinco minutos para se lavarem.
Vamos, Pulgas.
E sem dizer mais nada, faz a cadeira de rodas girar e desaparece no
interior da casa, seguido pelo cão.
Ofego e respiro fundo, quando ouço Tata exclamar:
— Maldito cão.
Sorrio e tentando amenizar o assunto, repito:
— Calma. Não aconteceu nada.
Arthur, que sinto que tem problemas com seu pai, me dá um beijo na
cabeça e
murmura:
— Não se preocupe. Tudo vai ficar bem.
Convencida de que o Ogro pretende desfrutar às minhas custas, sorrio e
respondo:
— Não dúvido!
— Tata, mostre o quarto para que ela se refresque. – ordena então à
mulher.
E, dito isso, ele sai com Tony. Ela e eu entramos na impressionante
casa. A primeira coisa que me chama a atenção é o silêncio. Um silêncio denso,
incômodo. Um silêncio que não gosto nada. Mas o lugar é impressionante.
Mármores no chão, luxo e elegância aonde olhe. Subimos uma majestosa escadaria
e, ao chegar ao patamar, vejo um corredor com várias portas. Tata abre uma e me
informa:
— Este é o seu quarto. O de Arthur é a segunda porta à direita. – Me
pisca um olho e sorrio. — Refresque-se e depois vá para a sala de jantar.
Esperamos-te.
Quando estou sozinha no quarto, olho ao redor. O quarto é lindo, mas
me incomoda não dormir com Arthur.
Sem tempo a perder, entro no banheiro, lavo meu rosto e as mãos e
decido me
apressar.
Não quero que o pai de Arthur me esmague.
Desço a escadaria que acabo de subir e, e ao chegar na porta da sala,
ouço a voz do homem dizendo:
— Você tinha que dar-lhe o anel de sua mãe?
— Sim, papai. - Ouço Arthur responder.
— Anselmo, – intervém Tata — o anel é do menino e ele pode dar a quem
ele quiser.
— Mas era de sua mãe. – insiste o mal-humorado.
Apoio-me na parede, assustada. Está claro que isso será difícil. E não
posso fugir daqui, não tenho para onde ir!
— Mamãe me deu esse anel como a Tony e Omar deu-lhes outros. – ouço Arthur
dizer
– Ela sempre disse que só deveríamos entregar a mulher que
acreditássemos que teria nosso coração. E Lua tem o meu. Portanto, o carregará
como mamãe teria gostado.
Estremeço ao ouvi-lo dizer isso. É um amor!
— Olhe seu irmão Omar. – continua a voz do pai — Cada divórcio tem nos
custado uma dinheirama. As mulheres com quem tem se casado tem sido todas umas
aprovei...
— O que faz ou deixe de fazer Omar com sua vida ou suas mulheres não
me incumbe.
– Arthur o corta — Eu só me importo com a minha futura esposa. Com
nada mais.
Olé meu garotão!
Sua resposta me dá forças e tomo ar para entrar na sala. Seja o que
Deus quiser.
Entro com passos seguros e vejo que Tony não está. Só Arthur, seu pai e
Tata. Ao me ver, meu moreno, se aproxima de mim, pega a minha mão e, depois me
beija, me olha como se me dissesse para não me enervar.
— Nós nos casamos em 14 de fevereiro em Los Angeles. Lua será a
próxima Sra. Aguiar.
Tata aplaude e, feliz, nos abraça e felicita. Mas eu não posso afastar
o olhar do homem que nos observa de sua cadeira de rodas. E finalmente digo:
— Senhor, asseguro-lhe que estou apaixonada por seu filho e...
— Veremos quanto tempo dura esse suposto amor. – me corta ele.
— Papai... – murmura Arthur, raivoso.
— Anselmo, por favor. – intervém também Tata.
Mas ele, cego e sem se importar com o que penso, continua, olhando seu
filho:
— Loira e cantora. Você a conheceu no navio onde você estava, claro. O
que faz pensar que ela é a mulher da sua vida e não uma que se aproveita da sua
posição para ter sucesso na música?
— O que?! – Sussurro espantada.
— Calma, querida, – me pede Arthur e, olhando seu pai, grunhe — Nem todo
mundo é tão desconfiado como você. Às vezes você tem que se deixar levar pelas
perceções e sentimentos. Por que...
— Não comece a falar de sentimentos como sua mãe.
Arthur bufa e eu não dou crédito. Finalmente, responde:
— Ela se deixou levar por sentimentos e por isso se casou três vezes
com você. Deveria entender do que falo, você não acha, papai?
Sem um pingo de piedade, eu o vejo pegar uma pasta de cima de uma mesa
e, jogando-a sobre a mesa da sala de jantar, diz:
— Aqui, descubra quem é essa garota. Espero que aqui você encontre
seus
“sentimentos”.
Atonita, olho a pasta que diz "Lua Maria Blanco”. Solto um grito
de indignação. Cravo meus olhos em Arthur, mas ele me pede silêncio. Olha para
o pai e diz com voz calma:
— É sério que tem investigado Lua?
O homem assente e o rosnado do cão me faz olha-lo.
É repulsivo o fodido animal...!
Apoiando-se na mesa, o ogro se levanta da cadeira de rodas e, com uma
expressão que assustaria até mesmo o diabo, grunhe:
— Você duvida? – Arthur amaldiçoa e seu pai continua: — Por Deus, tem
26 anos e você 37. Você a conheceu a menos de três meses. Onde está a cabeça,
filho? Casar com ela? Você enlouqueceu?
Nesse momento recordo isso de que a idade só importa em vinho e
queijo, mas não me parece ser o momento de dizer o que penso, assim me calo
enquanto o homem grita:
— Sua família tem um negócio de que vivem todos, embora, pelo que
tenho visto não vai mal. Ela canta em hotéis e...
— Papai, basta! – lhe corta Arthur, cego.
Pulgas late e vejo que Tata lhe dá um pontapé.
Por todos os Santos! Se me furam, não sangro! Que situação o Ogro e
seu mascote.
Grande hospitalidade!
Uma menina loira e cantora de banda é a mulher que quer para você?
Será que posso saber no que está pensando? Eu pensei que você era diferente de
seus irmãos, e que buscava outra coisa, como a Dra. Caty Thomson, de Los
Angeles. Caty é o tipo de mulher que você precisa para te dar estabilidade e
filhos. E inúmeras vezes demonstrou que ama você, sempre ao seu lado e
esperando. Esta não é nada mais do que uma cantora que mal conhece. Pelo amor
de Deus, filho, já não teve o bastante com uma mãe cantora?
Pedaço de dardo envenenado que acaba de me atirar o velho ao mencionar
essa Caty.
Postei dois, porque o 53 é muito pequeno
Esse pai do Arthur aff! Mais
ResponderExcluirAlselmo é um ogro humano ambulante !!!
ResponderExcluirafffffffffffffffffffffffffs !!!
ResponderExcluirUm saco msm esse pai do Arthur
kkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirtá até engraçado essa situação em que a lua está!
Cara, o ogro vasculhou a vida da lua kkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirMencionou a CATY !!!!!!!!!!!!! rsrsrsr
ResponderExcluirAcho o Tony um amor <3
ResponderExcluirJurava que a TATA era uma qualquer que o Arthur tinha pegado
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Muito bem Arthur!
ResponderExcluirDefenda o seu amor msm!!!!