Meus pais estão impressionados com o que aconteceu. Ainda não
conseguem acreditar que eu vou me casar. Eu também não!
Quando a minha avó Ankie descobrir quem é a mãe de Arthur, se
assustará. E embora a princípio diga para eu não abandonar os meus sonhos por
um homem, como ela fez por meu avô, conforme os dias passam suas mensagens
mudam e me encorajam a lutar pelo meu amor, e ser feliz com ele. O que tiver
que ser, será.
Minha avó Nira é outra história. Ela sempre quis que me casasse, agora
lamenta, pois se me caso com Arthur, estarei muito longe dela. Quando soube que
Los Angeles fica na América, se entristeceu e chorou, mas Arthur tranquilizou-a
dizendo-lhe que sempre que desejar ver a sua neta, ela irá. E agora ela tem
mais um neto. Minha avó, definitivamente caiu rendida a seus pés.
Os gêmeos contemplam Arthur entusiasticamente. Desde o primeiro minuto
eles
simpatizaram com ele, Garret especialmente, quando Arthur lhe disse
uma frase de seu amado Yoda.
Argen, meu Argen, sorri feliz. Ele diz que, incontestavelmente, somos
feitos um para o outro. Que ele é uma ótima pessoa e que finalmente conheci
alguém que combina comigo.
Eu me limito a ser apenas feliz.
Como a vida é bela!
Dias depois Tony e Tito vão à Los Angeles, mas prometem não dizer nada
ao pai de Arthur, e deixar que seja este que lhe dê a notícia do casamento. Eu
entendo. Se fosse ao contrário, também gostaria de contar aos meus pais.
Antes de irem, Tony e Tito repetem mil vezes que não são gays. Eu
deixo pra lá, eles não.
Eles também me confessaram que acompanharam o Arthur, só para ver se
era verdade que ele me pediria em casamento. De acordo com eles, Arthur, era o
anti casamento da família, mas ao me conhecer ele mudou.
Que máximo!
Ligo para Coral para dar-lhe a notícia, ela quase tem um ataque
cardíaco. Primeiro me assusta, me chama de estúpida, louca, etc, etc, mas
quando eu lhe conto tudo o que aconteceu, minha amiga se descontrola e chora
emocionada. Mostra sua veia sentimental de sempre, e pede que eu seja muito
feliz, que ame Arthur e que me deixe ser amada por meu grande amor.
Depois de uma semana na qual me aconteceu a coisa mais romântica que
eu nunca pensei que me aconteceria na vida, Arthur já é mais um da minha
família. Todos o aceitaram com prazer e o tratam com muito carinho.
Ele fica na minha casa, e dorme comigo no meu quarto. Vê-lo o tão
entrosado com minha família, é uma das coisas mais bonitas que já me aconteceu
e eu não consigo parar de rir quado nos acompanha a um dos concertos da vó
Ankie e sua banda. No início, sua expressão, como todos que veem minhas avós
pela primeira vez, é de ceticismo. Mas então, quando entram ação, a surpresa é
total.
Nestes dias, meu amor e eu conversamos muito. Dedicamo-nos a nos
conhecermos.
Ele fala de sua mãe e, em geral, dos Aguiar. Todos, com exceção dele,
que se formou em medicina, e seu pai, que é um advogado, trabalham com música.
Como já sei, sua mãe era cantora, seus tios, incluindo Tito, músicos. Tony é
compositor e Omar produtor musical. Eu já sabia. A Internet serve para o bem e
para o mal, e eu descobri quando procurava informações sobre ele.
Mas estou inquieta. Entrar para sua família me deixa nervosa. Muito
nervosa. Eu sei que com eles tenho a oportunidade de uma carreira musical e
pensar nisso me dá medo. Na verdade não falo disso, nem mesmo com Arthur. É uma
questão que ele, de sua parte, se omite, e, por enquanto, decido respeitá-lo.
Eu estou com ele porque eu o amo, não para conseguir nenhuma vantagem
profissional.
Arthur me mima dia e noite. Faz todos os meus desejos e tenta se
integrar totalmente no meu mundo. Já conheceu Luis, Arturo e o pequeno Marco. O
dia em que eu digo a Luis que ele é o homem do barco que eu achava que era gay,
meu amigo ri muito. Ele diz que Arthur exala heterossexualidade em abundância.
Eu digo que no barco minha vista e meu radar estavam atrofiados.
Aparentemente, nada do que Arthur descobre sobre mim o desaponta. Ao
contrário, meus amigos lhe parecem interessantes e jovens, e isso me faz rir.
Às noites me acompanha ao meu trabalho no hotel. Ele assiste ao show sem perder
nenhum detalhe dos meus movimentos e, depois, tomamos alguma coisa e fazemos
amor na praia ou onde der, com verdadeira paixão. Desejamo-nos.
Quando descobre meu lado surfista, algo que ele também pratica, fica
boquiaberto.
Ele não esperava por isso. Encantada, eu o levo para a praia das
Palmeras, ao Callao, ao Conquistador, Almaciga... E surfamos juntos, e
apresento-lhe mais amigos. Inclusive o levo ao Siam Park, onde curtimos
assistindo os que surfam em ondas artificiais.
Nestes dias, fica claro que a cozinha não é minha área. Arthur se
diverte ao descobrir.
Cozinha muito melhor do que eu. Mas, graças à minha avó Nira e minha
mãe, ele prova o choco, as batatas amassadas, as batatas com molho picante, o
rancho canário, coelho no gaspacho e intermináveis pratos que ele gosta e come
com prazer.
Eu o mostro Tenerife. Caminhamos ao longo das praias, pelos bairros,
tais como Salud, Los Gladiolos ou Miramar e nos beijamos em quase todos os
cantos. A atração que sentimos um pelo outro é descontrolada e amamos.
Nós conversamos sobre o casamento. Arthur está ansioso para eu definir
uma data, mas prefiro esperar. Eu o amo... Eu o adoro..., mas com algo assim,
acredito que a pressa não é boa.
Pergunto por Omar e fico contente em saber que tudo mudou, e que já
voltaram a ser os irmãos Aguiar unidos de sempre.
Certa manhã em que estamos na praia, depois de surfarmos e cravarmos
nossas
pranchas na areia nos sentamos e ele me diz:
— Eu acho que já está na hora de ir para Porto Rico conhecer meu pai.
O que você acha?
— Bem, – respondo um pouco intimidada – mas, o que pareceu para seu
pai nossos planos?
Arthur sorri amargamente e responde:
— Eu não vou mentir. Como um bom advogado e ogro oficial, – isso me
faz rir — ele não será fácil, mas acho que quando te conhecer irá te adorar.
Bom, apesar de que o fato de você ser cantora como minha mãe, vai nos dar mais
dor de cabeça.
— Por que?
— Porque o trabalho de minha mãe foi a causa de seus dois divórcios e
seus três casamentos.
— Não me diga!
— Ambos eram muito apaixonados. – explica-me.
Surpresa com essa revelação, eu o vejo sorrir com tristeza e me
beijando, propõe:
— Podemos passar algumas semanas com o meu pai, como eu estou passando
com sua família e, em seguida, ir para Los Angeles. Eu quero a nossa vida se
normalize e assim posso retornar ao trabalho antes do Natal e...
— Espera... Espera... Espera...
Arthur olha para mim. Sua expressão endurece e diz:
— Lua, eu vim te buscar. Se fosse por mim, amanhã nos casaríamos. Não
quero me separar de você, e minha intenção é que não nos afastemos.
Isso me perturba. Eu pensei que ele iria voltar para Los Angeles e
depois de um
tempo... Mas não. Eu vejo que estes não são seus planos. Eu o olho
perplexa. Isso significa deixar tudo e não ver minha família por um tempo. Arthur,
me olha, intuindo o que eu penso e diz:
— Vamos voltar sempre que puder, eu prometo.
Ao olhar para ele, meu coração dói. O que devo fazer?
Se ele se for, e eu não o tiver ao meu lado, sei que sofrerei, que
ficarei mal. Se eu for, e não ver minha família, também ficarei mal. Fecho os
olhos. Deixo o sol bater no meu rosto e meu coração dá a resposta. Quando abro
os olhos, já está claro o que devo fazer.
Posta maiss
ResponderExcluirMaaais!
ResponderExcluirVc vai me matar de curiosidade!! Maiis!!
ResponderExcluirai curiosa kk vai tem bora Lua oxe...
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