Peça-me o que quiser agora e sempre - 2º temp. - 26º e 27º Capítulo (Adaptada)

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Capítulo 26:

Sobre a mesa está um laptop de 20 polegadas e, numa mesa auxiliar, uma impressora e vários outros acessórios. À direita da mesa, há uma lareira acesa e, à esquerda, um armário envidraçado com várias pistolas.

— São suas mesmo? — pergunto depois de me aproximar do armário.

— São.

Observo as pistolas com um calafrio.

— Nunca gostei de armas. — E, antes que diga qualquer coisa, continuo: — Sabe usá-las?

Como sempre, me olha... me olha e por fim, diz:

— Um pouco. Pratico tiro olímpico.

Sem deixar que eu pergunte mais nada, me pega de novo pela mão, e saímos do escritório. Entramos num segundo aposento, onde há um monte de brinquedos e uma escrivaninha. Me explica que é a sala de jogos e estudos de Flyn. Está tudo impecavelmente arrumado. Não há nada fora de lugar, e isso me surpreende. Se minha sobrinha ou eu mesma dispuséssemos de uma sala de jogos, seria um verdadeiro caos.

Não digo nada do que penso, e saímos da sala para entrar em outra. Esta se encontra parcialmente vazia, com uma esteira de corrida e caixas, muitas caixas.

— É para você. Para as suas coisas — diz de repente.

— Para mim?

Arthur faz um gesto confirmando:

— Aqui poderá ter seu próprio espaço, algo que sei que gosta e que quer. — Vou dizer algo, quando ele acrescenta: — Como viu, Flyn tem seu espaço e eu tenho o meu. É justo que você também tenha um.

Diante disso, não sei o que responder. Estou tão petrificada que prefiro me calar a dizer alguma coisa de que, sei, logo vou me arrepender. Arthur me dá um beijo na testa e murmura:

— Venha. Vamos ver o resto da casa.

Chocada com toda essa amplidão e luxo, subo pela impressionante escada de carvalho do vestíbulo. Arthur me diz que este andar tem sete suítes.

Impressionante também o quarto de Arthur. Enorme! É em tons azulados e tem, no centro, uma cama gigante, o que faz meu coração e a tensão dispararem ao mesmo tempo. O banheiro é outra maravilha: jacuzzi, ducha de hidromassagem. Luxo e mais luxo.

Ao voltar ao quarto, reparo na luminária que há numa das mesas de cabeceira e sorrio. É o abajur que compramos em El Rastro, com a marca de batom dos meus lábios. Não combina de jeito nenhum com este aposento. Informal demais. Sem olhar para Arthur, sei que está me observando e fico nervosa. Com dissimulação, olho para o outro lado do quarto e vejo minha bagagem. Isso me deixa agitada demais, mas disfarço como posso.

Saímos do quarto de Arthur e entramos no de Flyn. Aviões e carros perfeitamente guardados. Este garoto é tão organizado assim? Outra vez isso me surpreende. O quarto é bonito, mas impessoal. Não me parece que uma criança viva aqui.

Saímos, e Arthur me mostra os cinco quartos restantes. São grandes e bonitos, mas sem vida. Nota-se que ninguém os usa. Vistos os quartos, ele me pega de novo pela mão e me puxa escada abaixo. Entramos na incrível cozinha cor de aço e madeira com uma bancada central. Abre uma geladeira, tira uma Coca-Cola geladinha para mim e uma cerveja para ele.

— Espero que tenha gostado da casa.

— É sensacional, Arthur.

Sorri e toma um gole da cerveja.

— É tão grande que... Ufa! — digo, olhando ao redor e tocando a testa. — Poxa, que casa você tem. Se meu pai a vê, vai ter um troço. Mas, se minha casa é menor que um dos banheiros daqui... — Arthur sorri. — Por que nunca me falou nada?

Encolhe os ombros, dando uma olhada em volta.

— Sei lá. Você nunca me perguntou pela minha casa.

Sorrio. Pareço uma idiota, mas é impossível não sorrir. Gosto de Arthur. Gosto da casa. Gosto de estar aqui com ele. Gosto de tudo, de absolutamente tudo o que tenha a ver com ele. E, antes que me retire, sinto suas mãos em minha cintura me levantando até a bancada. Mete-se entre minhas pernas e pergunta em tom meloso, perto de meus lábios:

— Já me tirou do castigo?

Essa pergunta e sua repentina proximidade me pegam tão de surpresa, que mais uma vez não sei o que dizer. Por um lado, devo ser a mulher durona que sei que sou e fazê-lo pagar os dias horríveis que me fez passar; mas, por outro, preciso tanto dele, que sou capaz de lhe perdoar absolutamente tudo pelo resto de sua vida e lhe gritar que me coma aqui mesmo.

Durante o que parece uma eternidade, nos olhamos.

Nos excitamos.

Capítulo 27:

Nos beijamos com o olhar.

E, como é natural em mim, começo a delirar. Então, perdoo Arthur? Ou não o perdoo?

Mas, cansado de esperar, ele pousa sua boca tentadora sobre a minha. Sinto seus lábios arderem nos meus, quando diz:

— Me beije...

Não me mexo.

Não o beijo.

Estou tão paralisada pelo desejo que mal posso respirar.

— Me beije, pequena — insiste.

Ao ver que não faço nada, pousa suas mãos em minha cabeça e faz o que me deixa louca: lambe meu lábio superior, depois o inferior, terminando o momento com uma mordidinha deliciosa. Sua respiração se acelera. A minha parece uma locomotiva. E então ele não espera mais: me beija. Sua boca me possui de tal maneira, que já estou disposta a fazer absolutamente tudo o que ele me pedir.

Enquanto me beija, sinto como uma de suas mãos desce de minha cabeça para o pescoço e em seguida chega às minhas costas. Seus dedos se afundam em minha carne, e Arthur me puxa para ele até que sinto sobre mim sua doce, tentadora e deliciosa ereção.

Deus do céu! Ainda bem que estou de jeans; se não fosse assim, Arthur já teria me arrancado a calcinha, ou melhor dito, eu mesma a teria arrancado. Inconscientemente, fecho os olhos e jogo a cabeça para trás. Ele, ao ver meu prazer e minha respiração alterada, primeiro me morde o queixo e, descendo sua língua por meu pescoço, murmura:

— Vamos pro quarto, querida. Preciso te despir e te possuir como há dias estou desejando. Quero abrir tuas pernas e, depois de te saborear, mergulhar em você uma vez depois da outra até que teus gemidos acalmem a ânsia viva que sinto por você.

Ouvir isso me deixa tonta. “Ânsia viva!”

Instantaneamente, me sinto bêbada dele e, como sempre, quero mais. Mas não, não devo. Estou determinada a lutar contra meu desejo e minha excitação e, com as forças que ainda me restam, me jogo para trás, me afastando e, sabendo o que virá depois, consigo falar:

— Não. Você não está perdoado.

— Lu, eu te desejo.

— Não, não deve.

— Lu, querida — protesta.

— Me diga qual é meu quarto e...

Sem acabar a frase, vejo sua frustração quando se separa de mim. Seu corpo todo está completamente tenso. Fecha os olhos e se apoia na bancada. Os nós de seus dedos estão brancos, e sem me olhar, Arthur afinal sussurra:

— Tudo bem, vamos continuar com seu jogo. Me siga.

Desta vez, sem me dar a mão, começa a andar até a escada. Eu o sigo. Olho suas costas, suas pernas fortes e seu bumbum. Arthur é uma tentação, pura tentação! Ai ai ai ai, sei muito bem ao que eu disse não.

Ao chegar ao primeiro andar, caminha decidido para seu quarto, abre a porta, pega minha bagagem e sai de novo para o corredor.

— Em que quarto quer dormir?

— Em... um que esteja livre — consigo responder.

Arthur, furioso e decidido, caminha até o fundo do corredor e abre uma porta, a mais distante de seu quarto. Ambos entramos. Ele deixa minha bagagem ao lado da cama e, depois de me dizer “boa-noite” sem me olhar nem me beijar, fecha a porta e se vai.

Durante uns segundos, fico como uma imbecil, contemplando a porta enquanto meu peito sobe e desce, tamanha a excitação do momento. O que fui fazer? Por acaso virei uma louca varrida? Mas incapaz de fazer ou dizer mais nada, tiro a roupa, boto um pijama e me deito na bela cama. Não quero pensar, de modo que conecto meu iPod e cantarolo: “Convença-me a ser feliz, convença-me.”

Por fim apago a luz. Será melhor que durma.

Mas meu subconsciente me trai.

Sonho. E no meu sonho, molhado e excitante, Arthur me beija enquanto abre minhas pernas e permite que outro me penetre. Levanto os quadris em busca de mais profundidade, e o homem, de quem não vejo o rosto, acelera o ritmo, até que não se aguenta mais e goza. Ofegante, suplico por mais. O desconhecido se afasta, e Arthur, meu Iceman, cheio de tesão, sexy e charmoso, toma seu lugar.

Me toca as coxas... Oh, sim!

Me abre as pernas... Sim!

Fixa seu olhar impressionante em mim para que eu também o olhe e diz, num tom sensual: “Peça-me o que quiser.” E, antes que eu possa responder, meu amor, meu homem, meu Iceman, de uma só vez me penetra, certeiro e ardente, e me faz gritar de prazer. Arthur!

Ele e somente ele me dá o que verdadeiramente preciso.

Ele e somente ele sabe do que eu gosto.

 

Uma... duas... três... vinte vezes entra em mim disposto a me deixar louca. Grito, arquejo, arranho suas costas, enquanto o homem que amo me come até me levar ao mais doce, maravilhoso e devastador dos orgasmos.
Acordo sobressaltada. Estou sozinha na cama, suando, com uma lembrança vívida do sonho. Não sei até quando vou poder continuar com o terrível castigo, mas o que sei, sem dúvida nenhuma, é que preciso de Arthur e morro de vontade de estar em seus braços.


Desculpem a demora este fim de semana foi muito puxado.
Eu não tenho tempo de fazer uma maratona, mas eu prometo assim que conseguir eu faço

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