Peça-me o que quiser agora e sempre - 2º temp. - 60º e 61º Capítulo (Adaptada)

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Capítulo 60:

— Imagino. Deve ter sido terrível.

Seus olhos se enchem de lágrimas, e pego Sophia pelo braço. Ela sorri.

— Ela era o motor e o centro da família. Era cheia de energia, alegre e...

Vejo uma lágrima escorrer pelo seu rosto.

— Sophia...

— Você a teria adorado, Lu. Tenho certeza de que vocês teriam se dado muito bem.— Claro que sim.

Fumamos.

— Nunca esquecerei a cara de Arthur naquela noite. Ele não só viu Hannah morrer como também perdeu o pai e a namorada.

— Tudo no mesmo dia? — pergunto, curiosa.

Nunca falei muito sobre esse assunto com Arthur. Não consigo. Não quero obrigá-lo a lembrar.

— Sim. O pobre, quando não conseguiu falar com o pai pra contar o que tinha acontecido, foi na casa dele e o encontrou na cama com aquela imbecil. Foi terrível.

Terrível.

Me arrepio.

— Juro que pensei que Arthur nunca ia se recuperar, Lu. Muitas coisas ruins demais em tão poucas horas. Depois do enterro de Hannah, durante duas semanas não soubemos dele. Desapareceu. Ficamos muito preocupadas. Quando voltou, sua vida era um caos. Teve que enfrentar o pai e Rebeca. Foi terrível. E pra completar, Leo, o homem que vivia com minha irmã Hannah e Flyn, claro, outro imbecil!, nos disse que não queria tomar conta dele. Assim, de um dia pro outro, não o considerava mais seu filho. O menino sofreu muito. Foi então que Arthur retomou as rédeas de sua vida. Disse que ele se encarregaria de Flyn e, como você tem visto, é o que ele faz. Quanto ao Natal, sei que você tem razão, mas quem quebrou a tradição foi Arthur, levando Flyn ao Caribe no primeiro ano. No ano seguinte, disse à mamãe e a mim que preferia que não fizéssemos muita festa nessa noite, e assim foram correndo os anos. Por isso, mamãe e eu fazemos nossos próprios planos.

— Sério?

Estou surpresa.

Justo nesse momento, a porta da cozinha se abre e Flyn nos observa com olhar acusador. Instantes depois, se vai.

— Merda! — protesta Sophia. — Prepare-se.

— Como assim?

Sorri, apoiada no marco da porta de vidro.

— Vai nos dedurar pro Arthur. Estamos fumando.

Começo a rir. Dedurar? Por favor, somos adultas.

Mas antes que possa contar até dez, a porta se abre outra vez, e meu alemão, seguido pelo sobrinho, pergunta, enquanto se aproxima com um jeito intimidador:

— Estão fumando?

Sophia não responde, mas eu faço que sim com a cabeça. Como e por que mentir?

Sophia olha minha mão. Fecha a cara e me tira o cigarro. Isso me irrita e digo, num tom de voz nada calmo:

— Que seja a última vez que você faz isso.

A frieza dos olhos de Arthur me perfuram.

Dá para cortar o ar com uma faca.

Espanha versus Alemanha. Isto vai acabar mal.

Não compreendo a irritação de Arthur, mas entendo muito bem minha indignação.

Ninguém me trata assim. Então, sem pensar duas vezes, pego na mesinha o maço de cigarros, tiro um e acendo. Insolência? É comigo mesma!

Atônito, Arthur me olha enquanto Sophia e Flyn nos observam. Instantes depois, ele de novo me tira o cigarro das mãos e o joga na pia. Mas não, essa não. Não vou deixar barato. Pego outro cigarro e acendo. Arthur o pega de novo.

— Bom, querem acabar com todos os meus cigarros? — protesta Sophia e pega o maço.

— Tio, Lu fez uma coisa errada — insiste o menino.

Sua voz como de uma criança fantasma me encolhe o coração, e ao ver que nem Sophia nem Arthur dizem nada, eu o olho, irritada.

— E você, por que é dedo-duro?

— Fumar é errado — diz.

— Olhe, Flyn. Você é uma criança e deveria fechar essa boquinha. E...

Arthur me corta:

— Não se meta com o menino, Lu. Ele só fez o que tinha de fazer.

— Dedurar era o que tinha de fazer?

— Era — responde sem hesitar. E depois, voltando-se para Sophia, declara: — Acho o cúmulo que você fume e incentive Lu a fumar. Ela não fuma.
 

Capítulo 61:

Ah, não, essa não! Eu fumo quando me dá na telha, e incapaz de ficar calada, atraio o olhar de Arthur e, muito puta da vida, deixo claro:

— Está muito enganado, Arthur. Você não sabe se fumo ou não.

— Pois nunca vi você fumar em todo esse tempo — garante, mal-humorado.

— Se não me viu fumar é porque não fumo muito. Mas te garanto que em certos momentos gosto de fumar um cigarrinho. Este não é o primeiro de minha vida e com certeza não será o último, queira você ou não.

Ele me olha. Eu o olho. Ele me desafia. Eu o desafio.

— Tio, você disse que ninguém pode fumar, e ela e Sophia estavam fumando — insiste o pequeno monstrinho.

— Para com isso, Flyn! — protesto, diante da passividade de Sophia.

Com o olhar muito sério, meu menino, nada latino, explica:

— Lu, você não vai fumar mais. Eu não permito.

Uau, olha só o que ele acaba de dizer!

Meu coração bate num ritmo que anuncia que isso não vai acabar bem.

— Chega, cara, não enche! Você não é meu pai nem eu tenho 10 anos.

— Lu... não me irrite!

Esse “não me irrite!” me faz sorrir.

Nesse instante meu sorriso avisa, como um grande cartaz luminoso: CUIDADO! Em tom de gozação, olho Arthur e respondo diante da cara de incredulidade da Sophia:

— Arthur, você já me irritou.

Então aparece a mãe de Arthur, que pergunta:

— Que está acontecendo, hein? — De repente vê o maço de cigarro nas mãos da filha e exclama: — Ai, Sophia, que bom! Me dê um cigarrinho, querida. Estou louca pra fumar.

— Mamãe! — protesta Arthur.

Mas Sónia ergue a sobrancelha e, olhando o filho, diz:

— Ora, filhinho, um pouco de nicotina vai me relaxar.

— Mamãe! — protesta Arthur de novo.

Um sorriso me escapa, quando Sónia explica:

— A insuportável da mulher de Vichenzo, meu filho, está me tirando do sério.

— Sónia, fumar é proibido! — recrimina Flyn.

Sophia e Sónia trocam um olhar. Por fim, Sophia, sem vontade de continuar ali na cozinha, pega a mãe pelo braço e sugere, enquanto puxa Flyn, que não quer ir com elas:—

Vamos beber alguma coisa. Precisamos.

Já a sós, Arthur e eu, estou disposta a encarar a batalha:

— Nunca mais fale comigo dessa maneira na frente das pessoas.

— Lu...

— Nunca me proíba nada de novo.

— Lu...

— Lu, Lu. Que Lu que nada! — explodo, furiosa. — Fez eu me sentir uma garotinha diante da tua irmã e do dedo-duro. Quem você pensa que é pra me falar assim? Não percebe que entra no jogo do Flyn pra que a gente brigue? Pelo amor de Deus, Arthur, teu sobrinho é um pequeno demônio. Se você não o deter, amanhã será uma pessoa insuportável.

— Não passe da conta, Lu.

— Não estou passando, Arthur. Pra quem tem só 9 anos, esse menino é um velho prematuro. Eu... eu é que, no fim...

Ele se aproxima de mim, pega meu rosto entre as mãos e diz:

— Escute, querida, eu não quero que você fume. É só isso.

— Tudo bem, Arthur, isso eu posso entender. Mas por que não me diz isso quando estamos sozinhos em nosso quarto? Ou é preciso deixar Flyn ver que briga comigo porque ele decidiu assim? Que merda, Arthur, sendo tão esperto como é, parece mentira que às vezes você seja tão trouxa.

Viro e olho pela porta de vidro, chateada, muito chateada. Durante uns segundos estou irritada com todo mundo, até que Arthur fica atrás de mim e me pega pela cintura e me abraça, pousando seu queixo no meu ombro.

— Sinto muito.

— Sinta por ter se comportado como um babaca!

Essa palavra faz Arthur rir.

— Adoro ser o teu babaca.

Tenho vontade de rir, mas me seguro.

— Sinto ter sido tão idiota e não ter me dado conta do que você disse. Tem razão, agi mal, me deixei levar pelo Flyn. Me perdoa?

Essas palavras e principalmente seu jeito de me abraçar me acalmam. Me dominam. Tudo bem, sou mesmo mole demais, mas é que amo tanto Arthur que sentir que precisa que o perdoe acaba com minha irritação e tudo o mais.

— Claro que perdoo. Mas repito: não me proíba mais nada, e muito menos na frente dos outros. Entendido?

Ele mexe o rosto em meu pescoço e então sou eu que viro e o beijo. Beijo com ardor, paixão, loucura. Arthur me levanta em seus braços e me prende contra o vidro da porta, enquanto as mãos procuram a barra do meu vestido. Quero que continue. Sim, quero que continue, mas, quando vou me desintegrar de prazer, me afasto uns milímetros e murmuro pertinho de sua boca:

— Querido, estamos na cozinha da sua mãe e ali do outro lado estão os convidados.

Acho que não é hora nem lugar pra continuar a fazer o que estamos pensando.

Arthur sorri. Me solta. Ajeito a barra do meu bonito vestido de festa e, enquanto nos dirigimos para a sala de mãos dadas, cochicha, me fazendo sorrir:

— Pra mim qualquer lugar é bom, se estou com você.

Voltamos de madrugada para casa. Chove, troveja. E apesar da vontade incessante de transar com Arthur, me contenho. Sei que o menino, aquele velhinho prematuro, dormirá com a gente. Diante disso, não posso fazer nada.

7 comentários:

  1. Garoto insuportável !!
    Posta ++++++++

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  2. Ahhhh pensei que Lua fosse da uma brinca daquelas em Flyn.. Adoreiiiiii posta maissss!!

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  3. Aff o Flyn e insuportável...Lua bem que podia dar uma moral nele kkk
    Continua

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  4. Q menininho mais chato .
    Amando posta mais bjsss.....

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  5. se fosse comigo esse flyn dormia no tapete kkkkk que bicho chato da porra kkk

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  6. Só acho que isso de flyn é pura carencia só acho que ele merecia passar uns dias sem Arthur só com a Lu mais

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