Peça-me o que quiser agora e sempre - 2º temp. - 22º e 23º Capítulo (Adaptada)

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Capítulo 22:

— Lu...

— Diga, Arthur.

— Eu desejo... — confessa com voz rouca em minha orelha.

Me arrepio, os cabelos se eriçam, mas não respondo. Não posso.

Não uso sutiã e o zíper termina no final do meu bumbum. Sei que Arthur olha minha calcinha preta. Minha pele. Minha bunda. Eu sei. Eu o conheço.

Eu também o desejo. Estou louca para beijá-lo. Mas estou disposta a alcançar meu objetivo.

— E o que deseja? — digo, sem me virar.

Chega mais perto de mim. Permito que me abrace por trás, e suas palavras ressoam em minha orelha.

— Desejo você.

Minha nossa, estou doida! Pra não dizer excitada, terrivelmente excitada. Sem olhar para ele, apoio minha cabeça em seu peito, fecho os olhos e sussurro:

— Gostaria de me acariciar, me despir e transar comigo?

— Sim.

— Fazendo um sexo selvagem? — murmuro com um fiozinho de voz.

— Sim.

Expiro profundamente, senão sufoco. Noto sua ereção cada vez mais se apertando contra minha bunda. Me beija os ombros, e me delicio.

— Gostaria de me compartilhar com outro homem?

— Só se você quiser, querida.

Vou soltar vapor pelas orelhas a qualquer momento.

— Quero, sim. Olharia você nos olhos e saborearia tua boca enquanto outro me possui.

— Sim...

— Você facilitará tudo pra ele. Me abrirá pra ele e observará como ele mete em mim uma vez depois da outra, enquanto gemo e te olho nos olhos.

Noto como Arthur engole com dificuldade. Está quase tendo um troço. Eu acho que já tive um.

E quando Arthur põe os lábios ardentes na base de minha nuca e me beija, levo um susto, me afasto dele e, olhando-o bem, digo toda triste:

— Não, Arthur. Você está de castigo.

Com charminho, seguro o vestido para que não caia.

— Boa noite — me despeço.

Me tranco no quarto. Tremo. Fiz com ele o mesmo que ele fez comigo aquela vez no bar de troca de casais. Provocá-lo para nada.

Calor.

Desejo.

Tesão. Muito tesão...

Tiro o vestido e o deixo sobre uma cadeira. Vestida apenas com a calcinha preta, me sento aos pés da cama e olho a porta. Sei que ele vai vir. Seus olhos, sua voz, seus desejos e seus instintos mais primitivos dizem que me quer, que precisa de mim.

Instantes depois, ouço seus passos se aproximarem. Minha respiração se agita.

Quero que abra a porta.

Quero que entre.

Quero que me possua enquanto me olha nos olhos.

Sem deixar de olhar a porta, ouço seus movimentos. Está hesitante. Sei que está ali fora, avaliando o que fazer. Eu sou sua tentação. Acabo de provocá-lo, de excitá-lo, mas também sou a mulher que ele não deseja desapontar.

A maçaneta se move, oh, sim!, e meu corpo treme desejoso de ter o que apenas Arthur pode me proporcionar. Sexo selvagem. Mas, de repente, a maçaneta para; minha deceção me faz abrir a boca, e mais ainda ao ouvir seus passos se afastando.

Ele se foi?

Quando sou capaz de fechar a boca, sinto vontade de chorar. Sou uma imbecil. Uma bobalhona. Ele acaba de respeitar o que lhe pedi e, eu goste ou não, devo ficar contente.

Levo horas para dormir.

Não posso.

A excitação que Arthur me causa é demais para mim. Estamos sozinhos numa casa maravilhosa, desejando-nos como loucos, mas nenhum dos dois faz nada para remediar a situação.
 

Capítulo 23:

Pela manhã, quando me levanto, a primeira coisa que faço é ligar para meu pai. Deve estar preocupado.

Aviso que estou bem e me emociono ao ouvir sua voz de felicidade. Está transbordando de alegria por mim e por Arthur, e isso me faz sorrir. Me pergunta se gostei da casa que Arthur comprou para mim. Fico surpresa que meu pai saiba. Então ele me confessa que estava a par de tudo. Arthur lhe pediu que administrasse a obra e guardasse segredo. Ele adorou a missão.

Meu pai e Arthur se dão muito bem. Gosto disto, embora, ao mesmo tempo, me inquiete.

Depois de desligar, abro a porta e espio. Não vejo nada, mas ouço música. Me parece que é Stevie Wonder. Escovo os dentes, me penteio um pouco e boto uns jeans. Ao entrar na sala ampla, agora integrada à cozinha, vejo Arthur deitado no sofá, lendo um jornal. Sorri ao me ver. Como é atraente! Está bonitão com a camiseta cinza

e roxa dos Lakers e calças jeans.

— Bom dia. Quer café? — pergunta com bom humor.

— Sim, com leite.

Em silêncio, ele se levanta e vai até o balcão na cozinha. Pega uma xícara branca e vermelha e serve o café. Enquanto isso, observo suas mãos, essas mãos fortes que adoro, que me deixam louca de prazer quando me tocam.

— Quer torradas, frios, omelete, biscoitos ou provar meu plum-cake, que é um bolo de frutas alemão?

— Nada.

— Nada?

— Estou de regime.

Ele me olha, surpreso. Desde que nos conhecemos nunca lhe disse que estivesse de regime. Essa tortura não combina comigo.

— Você não precisa de regime nenhum — afirma enquanto deixa o café com leite na minha frente. — Coma.

Não respondo. Apenas o olho, o olho e o olho, e bebo café. Quando termino, Arthur, que não tirou os olhos de mim, diz:

— Dormiu bem?

— Sim. — Não penso revelar que não preguei o olho pensando nele. — E você?

Arthur curva o cantinho dos lábios e murmura:

— Sinceramente, não consegui pregar o olho pensando em você.

Que liiiiiindo que ele falou isso!

Mas essa olhadinha dele fez meu coração disparar. Me provoca. Por isso, para me afastar da tentação — sou capaz de arrancar a camiseta dos Lakers a mordidas —, vou olhar pela janela. Chove. Dois segundos depois, percebo que Arthur está atrás de mim, embora não me toque.

— O que gostaria de fazer hoje?

Uauuuuu! Sei muito bem o que gostaria de fazer: sexo! Mas não, não penso lhe dizer nada, de modo que encolho os ombros.

— O que você quiser.

— Mmm... O que eu quiser? — sussurra perto da minha orelha.

Minha mãe do céu, por favor! O Iceman quer a mesma coisa que eu. Sexo!

Escutar sua voz e imaginar o que está pensando me deixam arrepiada. Sem que possa evitá-lo, me viro para olhá-lo, e ele continua, debochado:

— Se é o que eu quiser, já pode tirar a roupa, pequena.

— Arthur...

Ele acha graça, sorri e se afasta de mim, depois de me tentar como um verdadeiro demônio.

— Quer ir a Zahara pra ver Frida e Andrés? — pergunta quando está

suficientemente longe.

Essa me parece uma excelente ideia e aceito animada.

Meia hora depois, vamos para Zahara de los Atunes no carro dele. Chove. Faz frio.

Arthur bota uma música, Convéceme! Por que esta canção de novo? Que droga, penso enquanto olho pela janela, ainda calada. Sigo assim.

— Não vai cantar?

Mentalmente sim, mas não pretendo admitir.

— Não estou com vontade.

Silêncio, até que Arthur o rompe de novo.

— Sabe? Uma vez uma linda mulher, a quem eu adoro, comentou que sua mãe tinha dito que cantar era a única coisa que espanta os males e…

— Alguém precisa que eu espante algum mal?

Leva um susto de tão surpreso.

— Não! Que é isso?

— Então cante você, se quiser; eu não estou a fim.

Arthur morde o lábio. Por fim diz, com resignação:

— Tudo bem, pequena, vou ficar quieto.

A tensão no ambiente é palpável, e nenhum de nós abre a boca durante todo o trajeto. Quando chegamos, Frida e Andrés me abraçam entusiasmados, em especial

Frida, que logo que pode me afasta dos homens e cochicha:

— Enfim, enfim! Me alegra muito ver que estão juntos de novo!

— Não cante vitória tão cedo, pois mantenho Arthur em quarentena.

— Quarentena?

Sorrio ironicamente.

— Botei Arthur de castigo: sem sexo nem carícias.

— Como?

Depois de olhar Arthur e contemplar seu semblante carrancudo, murmuro:

— Ele me castiga quando faço alguma coisa errada, e a partir de agora decidi que vou fazer o mesmo. Portanto, eu o castigo sem sexo.

— Mas isso vale só com você ou com todas as mulheres?

Isto me deixa em estado de alerta.

Não especifiquei, mas tenho certeza de que ele me entendeu que é com todas.

TODAS! Frida ri, ao ver minha cara.

— Olha, e quando ele te castigou, como foi que fez?

Penso em seus castigos e fico vermelha como um tomate. Frida continua rindo.

— Não precisa me contar, não. Já entendi o lance.

O descaramento dela me faz sorrir.

— Tudo bem, te conto porque não sinto vergonha de falar de sexo com você. A primeira vez que me castigou, me levou a um clube de swing e, depois de me deixar louquinha e me fazer abrir as pernas pra uns dois homens, me obrigou a voltar pro hotel sem que ninguém, nem mesmo ele, me tocasse. Na vez seguinte me entregou a uma mulher e…

— Santo Deuuuussss! Adoro os castigos de Arthur, mas acho que o teu é excessivamente cruel.

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