Peça-me o que quiser agora e sempre - 2º temp. - 58º e 59º Capítulo (Adaptada)

|

Capítulo 58:


— Vamos levantar e nos vestir, pequena.

— Nos vestir?

— Sim, botar qualquer coisa, um pijama, sei lá.

— Por quê? — pergunto, querendo continuar brincando com ele.

Mas Arthur parece ter pressa.

— Vamos, pegue a calcinha na mesinha — exige.

Penso em protestar, mas desisto. Pego minha calcinha e um pijama. Mas não quero me vestir. Que coisa mais brochante!

Arthur, ao ver minha cara amarrada, me beija todo animado, guarda o lubrificante na mesinha e pega a joia anal. Depois, se levanta, e justamente aí, quando me pega pelo braço, a porta do quarto se abre pouco a pouco. Flyn, de pijama listrado e com cara de sono, nos olha boquiaberto. Me cubro com minha roupa do jeito que posso e resmungo:

— Ei, não sabe bater na porta?

O menino não sabe o que responder.

— Flyn, já voltamos — diz Arthur.

Na hora, entramos no banheiro. Olho para Arthur, à espera de uma explicação. Ele diz baixo:

— Desde pequeno tem medo de trovão, mas não diga que te contei. — Me beija. — Sabia que ia vir pra nossa cama quando ouvi o trovão. Sempre faz isso.

Agora quem o beija sou eu. Minha nossa, como amo e gosto dele! Quando abandono sua boca, com preguiça, pergunto:

— Vem sempre pra tua cama?

— Sempre — garante, brincalhão.

Sua expressão me faz rir. Que lindo que é o meu alemão!

Um novo trovão nos traz de volta à realidade. Arthur me solta, deixa a joia no balcão do banheiro e se lava. Depois, se seca, bota as cuecas e diz, antes de sair:

— Não demore, pequena.

Quando fico sozinha, pego a joiazinha e abro a torneira para lavá-la. Penso no Susto.

Pobrezinho. Toda esta chuva e ele na rua. Depois me lavo, boto o pijama e olho no espelho. Enquanto penteio minha cabeleira rebelde, sorrio.

Que viagem essa história em que estou me metendo!

Então, segundos depois, lembro que eu era igual a Flyn quando era pequena. Os trovões me davam medo, esses barulhos infernais me faziam pensar que demônios feios e de unhas longas percorriam os céus para levar as crianças. Foram muitas noites dormindo na cama dos meus pais, embora, no final, minha mãe tenha conseguido me tirar o medo, com paciência e alguma ajuda extra.

Quando saio do banheiro, Arthur está deitado na cama falando com Flyn. O menino me segue com o olhar; disfarçadamente, guardo a joia na gaveta da mesinha. Depois, quando me meto na cama, o baixinho pergunta ao tio:

— Ela tem que dormir com a gente?

Arthur faz um gesto afirmativo, e eu digo, me tapando com o edredom:

— Mas é claro. Eu tenho medo de temporais, principalmente dos trovões. Vocês gostam de cachorros, né?

— Não — respondem em uníssono.

Vou dizer alguma coisa, mas Flyn explica:

— São sujos, mordem, cheiram mal e têm pulgas.

Boquiaberta, respondo:

— Você se engana, Flyn. Os cachorros não costumam morder e com certeza não fedem nem têm pulgas se são bem cuidados.

— Nunca tivemos animais em casa — explica Arthur.

— Pois isso é muito ruim — cochicho, e vejo que Arthur sorri. — Ter animais em casa dá outra perspectiva da vida, em especial às crianças. Olha, sinceramente, acho que um animalzinho de estimação cairia muito bem a vocês dois.

— Nem pensar — se nega Arthur.

— O cachorro do Leo me mordeu e doeu — diz o menino.

— Um cachorro te mordeu?

O menino confirma, levanta a manga do pijama e me mostra a cicatriz no braço.

Guardo a informação e imagino o pavor que deve ter dos animais. Preciso acabar com isso.— Nem todos os cachorros mordem, Flyn — digo com carinho.

— Não quero um cachorro — insiste.

Sem dizer mais nada, me deito de lado para olhar Arthur nos olhos. Flyn está entre nós e rapidamente me dá as costas. Só faltava esta! Arthur me pede desculpa com o olhar, e eu lhe pisco um olho. Minutos depois, meu menino apaga a luz e, mesmo na escuridão, sei que sorri e me olha. Eu sei.

Capítulo 59:

Hoje é dia 5, véspera do Dia de Reis. A ceia será na casa da mãe de Arthur.

Durante estes dias meu alemão tem trabalhado em casa, nem fala em ir ao escritório. Gostaria de conhecer o lugar. Mas prefiro que seja ele a propor a visita.

Flyn continua sem me dar trégua. Tudo o que faço o incomoda, e isso faz com que eu e Arthur tenhamos alguns atritos. Reconheço, porém, que é sempre ele a dar o braço a torcer para que a discussão não desande. Sabe que o menino não está se comportando direito e tenta me entender.

Com Susto as coisas só melhoraram. Ele já não foge quando me vê. Viramos amigos: ele entendeu que sou de confiança e deixa que o acaricie. Está com uma tosse horrível que não me agrada, e fiz um cachecol para proteger o pescoço dele. Ficou muito fofo!

Susto é uma graça. Tem uma cara de bonzinho que me derrete, e cada vez que saio para refazer sua casinha e levar comida — sem que Arthur perceba — o pobre me agradece do jeito que sabe: rabo abanando, lambidas e piruetas.

À noite, quando chegamos à casa de Sónia, Sophia nos recebe com um sorriso maravilhoso.

— Que bom, vocês chegaram!

Arthur fecha a cara. Não gosta desse tipo de festinhas que a mãe organiza, mas sabe que não deve faltar. Não por ele, mas por Flyn.

Arthur me apresenta às pessoas que estão na sala como sua namorada. Vejo orgulho em seu olhar e em como me segura, possessivo.

Minutos depois, começa a falar com vários homens sobre negócios e decido procurar Sophia. Mas quando vou me afastando, um cara me cumprimenta.

— Oi. Sou Jurgen. Você é Lua, né? Sou primo de Arthur. — E cochichando: — O que faz motocross.

Minha cara se ilumina. Empolgada, começamos a conversar. Menciona vários lugares para praticar o esporte, e prometo aparecer. Me incentiva a usar a moto de Hannah. Sónia comentou com ele que pratico motocross, o que o entusiasmou. Com o canto do olho vejo que Arthur me observa e, pela cara, deve imaginar sobre o que estamos falando. Em dois segundos, já está do meu lado.

— Jurgen, há quanto tempo! — diz Arthur, enquanto me agarra pela cintura de novo.

O primo sorri.

— Não será porque você não costuma dar as caras?

— Estive muito ocupado.

Jurgen não volta a mencionar o lance do motocross, e quase de imediato eles mergulham numa conversa muito chata. Outra vez decido procurar Sophia. Está na cozinha, fumando.

Me oferece um cigarro. Não costumo fumar, mas, com ela, sempre tenho vontade e aceito.

Assim, todas glamorosas para a festa, fumamos e conversamos.

— Como vai com Flyn?

— Nossa! Me declarou guerra — zombo, fazendo piada.

Sophia cochicha, aproximando-se de mim:

— Se te serve de consolo, declarou guerra a todas nós, mulheres.

— Mas por quê?

Ela sorri.

— Segundo o psicólogo, é por ter perdido a mãe. Flyn pensa que nós, mulheres, somos pessoas que estamos só de passagem na sua vida. Por isso tenta não demonstrar afeto. Com mamãe e comigo se comporta do mesmo jeito. Nunca é carinhoso e, se pode, nos rejeita. Mas, enfim, já nos acostumamos com isso. A única pessoa que ele ama acima de todas é Arthur. Sente um amor especial por ele. Às vezes, para meu gosto, doentio.

Nos calamos por uns segundos, até que já não me seguro mais:

— Sophia, gostaria de comentar uma coisa sobre isso, mas talvez te chateie. Não sou ninguém pra dar opinião num assunto desses, mas é que, se não falo, vou explodir!

— Continue — responde, sorrindo. — Prometo que não fico chateada.

Antes dou uma tragada no cigarro e solto a fumaça:

— Acho que o menino é agarrado demais a Arthur porque é o único que nunca o abandona. E antes que me diga qualquer coisa, já sei que você e sua mãe não o abandonaram, mas Arthur talvez seja o único que briga com ele e tenta fazer com que raciocine e, nas datas importantes, como por exemplo no Natal, não vai embora. Flyn é uma criança, e as crianças só querem carinho. E se para ele, por causa do que aconteceu com a mãe, é difícil gostar de uma mulher, são vocês que têm que fazer todo o possível pra que ele se dê conta de que a mãe dele partiu, mas que vocês continuam aqui. Que não vão abandoná-lo.

— Lua, te garanto que eu e mamãe fizemos de tudo.

— Não tenho dúvida, Sophia. Mas talvez devessem mudar de tática. Não sei... Se uma coisa não funciona, podiam tentar algo diferente.

O silêncio que se forma me deixa arrepiada.

— A morte de Hannah partiu o coração de todos nós — diz finalmente Sophia.


Oi oi, sei que estou devendo um capítulo por isso mais tarde posto outro ;)

7 comentários:

  1. Vixeee que climaa.... Será que Flyn vai aprontar com Lua?!? Aehhhh dois capítulos quero maissss ameiiii!!!!!

    ResponderExcluir
  2. O Flyn tem que se apegar da Lua ❤️ Maiiis

    ResponderExcluir
  3. Esse Flyn realmente já me irritou, é muito !
    Posta +++++++
    Ameeii *-*

    ResponderExcluir
  4. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  5. Ebaaaaaaa!!! Tem mas 1 hojeeee =DD

    ResponderExcluir
  6. Tô vendo a hora esse Flyn atrapalhar de vez com o relacionamento de LuAr...

    Tomara que ele vire um "garoto normal" logoo kkkkkkk rsrrss hahahah

    ResponderExcluir
  7. "Oi oi, sei que estou devendo um capítulo por isso mais tarde posto outro ;)"

    OH NOTICIA ÓTIMAAAAAAAAAAAAA !!!!!!!!!

    ResponderExcluir