Peça-me o que quiser agora e sempre - 2º temp. - 52º e 53º Capítulo (Adaptada)

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Capítulo 52:


— Lua querida, como boa muniquense que sou, tenho o orgulho de dizer que você está na Hofbräuhaus, a cervejaria mais antiga do mundo.

Olho ao redor, entusiasmada. O lugar é maravilhoso. Com tradição. Observo os tetos abobadados recobertos de pinturas curiosas e os bancos longos e grandes de madeira onde as pessoas se divertem bebendo e comendo.

— Venha, Lu. Vamos tomar alguma coisa — insiste Sophia, me pegando pelo braço.

Dez minutos depois, estamos sentadas num dos bancos de madeira junto com outras pessoas. Durante uma hora falamos e falamos enquanto curto uma cerveja Spatenbräu sensacional.

A fome aperta. Decidimos comer antes de prosseguir com nossas compras. Deixo que Sophia escolha, e ela pede leberkäs — um embutido quente —, almôndega de carne picada com bacon e uma rosquinha crocante salgada em forma de oito que pode ser mergulhada no molho. Tudo delicioso!

— E aí, o que acha de Munique?

Como um pedaço da rosquinha e respondo:

— Pelo que vi até agora, majestosa. Acho que é uma cidade grandiosa.

Sophia sorri.

— Sabia que nós, de Munique, somos conhecidos como os mediterrâneos da Europa?

— Não.

Rimos.

— Veio pra ficar com Arthur?

Nossa, sem enrolação, direto ao ponto, como gosto. Disposta a ser sincera, digo:

— Sim. Somos como o fogo e o gelo, mas nos amamos e desejamos tentar.

Sophia aplaude, feliz. As pessoas ao nosso lado olham com estranheza. Mas sem se importar com os olhares, ela cochicha:

— Ai, que bom, Lu! Espero que meu irmãozinho aprenda que a vida é algo mais que trabalho e seriedade. Acho que você vai abrir os olhos dele em muitos sentidos, mas sinto dizer que isso vai te trazer mais de um problema. Eu conheço Arthur muito bem.

— Problema?

— Ahã!

— Pois eu não quero problemas. — Ao dizer isso, lembro da canção de David de María e inevitavelmente sorrio. — Por que acha que vou ter problemas com Arthur?

Sophia passa o guardanapo nos lábios e responde.

— Arthur nunca viveu com ninguém, exceto nestes últimos anos com Flyn. Ele se tornou independente muito cedo, e se há uma coisa que não suporta é que se metam em sua vida e em suas decisões. Ah, eu adoraria ver a cara dele quando você chegar com a árvore vermelha de Natal e as fitas coloridas que comprou. — Rimos. —

Conheço esse cabeça-dura muito bem e tenho certeza de que você vai discutir com ele.

Aliás, quanto à educação de Flyn, é péssima. Arthur super protege o garoto. Só falta colocar numa caixa de vidro.

Rio.

— Não ria. Você mesma vai comprovar. E olha bem o que estou te dizendo: meu irmão não aprovará o presente que você comprou pro Flyn.

Vejo a sacola que Sophia está apontando e, surpresa, pergunto:

— Como? Não aprovará o skate?

— Não.

— Por quê? — pergunto, pensando em como me divirto com minha sobrinha e seu skate.

— Arthur só verá os perigos. Você vai ver.

— Mas comprei capacete, joelheiras e cotoveleiras! Se cair, não vai se machucar.

— Tanto faz, Lua. Arthur só verá perigo nesse presente e o proibirá.

Meia hora depois, saímos da cervejaria e nos dirigimos à rua Maximilianstrasse, considerada o trecho de ouro de Munique. Entramos na loja da D & G, e Sophia vai direto ver uns jeans. Enquanto ela está no provador, compro rapidamente uma camiseta que vi que tinha gostado. Visitamos uma infinidade de lojas exclusivas, cada uma mais cara que a outra, e, quando entramos na Armani, decido comprar uma camisa branca com listrinhas azuis para Arthur. Ele vai ficar lindíssimo.

Acabadas as compras, voltamos à praça da prefeitura para pegar minha bela árvore de Natal. Sophia ri. Eu também, embora já comece a ter dúvidas se fiz bem em comprar.

Capítulo 53:


Um temporal toma o céu de Munique, e decidimos pôr um fim ao dia de compras.

Quando, às seis da tarde, Sophia me deixa em casa, Arthur não está. Simona me diz que ele foi para o escritório, mas que não demora a chegar. Rapidamente subo as compras para o quarto e as escondo no fundo do armário. Não quero que Arthur veja. Mas antes de mudar de roupa, olho pela janela. Chove forte. Me lembro de ter visto o cachorro abandonado perto das latas de lixo.

Sem pensar duas vezes, vou ao quarto de hóspedes e pego um cobertor. Depois comprarei outro. Desço à cozinha, pego um pouco de refogado de carne na geladeira, ponho num recipiente plástico e esquento no microondas. Depois, toda feliz, saio de casa e ando entre as árvores até o portão, que abro. Me aproximo das latas de lixo.

— Susto... — Eu batizei o cachorro com esse nome. — Susto, onde você está?

A cabeça fina de um galgo caramelo e branco aparece atrás das latas. Treme. Está assustado e, pelo jeito, com fome e muito, muito frio. O animal, receoso, não se aproxima, e deixo a comida no chão enquanto o chamo para comer.

— Vem, Susto, coma. Está delicioso.

Mas o cachorro se esconde e, antes que eu o possa tocar, foge apavorado. Isso me entristece. Pobrezinho. Que medo tem dos humanos. Mas sei que ele vai voltar. Já são muitas as vezes que o vi perto das latas de lixo, e, disposta a fazer algo por ele, com umas madeiras e umas caixas, levanto uma espécie de casinha num lado. No centro da caixa, meto o cobertor que trouxe e a comida. Depois vou embora. Espero que o cachorro volte logo e coma.

Em casa, subo de novo para meu quarto, troco de roupa e vou para a sala com a caixa da árvore de Natal. Flyn está jogando PlayStation. Me sento a seu lado e deixo a enorme e colorida caixa diante de minhas pernas. Com certeza isso chamará a atenção dele.

Durante mais de vinte minutos eu o observo jogar sem dizer uma só palavra, enquanto a desgraçada da música estrondosa do videogame me arrebenta os tímpanos. Por fim, fraquejo e pergunto aos gritos:

— Que tal me ajudar a armar a árvore de Natal?

Flyn finalmente me olha. Para a música. Oh, que paz! Depois observa a caixa.

— A árvore está aí? — pergunta, surpreso.

— Sim. É desmontável. Que tal? — abro a caixa, puxando um pedaço.

Faz uma cara sem expressão.

— Não gosto — afirma rapidamente.

Sorrio ou lhe dou uns cascudos? Decido sorrir.

— Pensei em criar nossa própria árvore de Natal. E pra sermos originais e ter uma coisa que ninguém tem, podemos decorar com desejos que leremos quando desmontarmos a árvore. Cada um de nós escreverá cinco desejos. Que acha?

Flyn pestaneja. Consegui atrair sua atenção e, mostrando a ele um caderno, duas esferográficas e uma fita colorida, acrescento:

— Montamos a árvore e depois escreveremos os desejos em pedaços pequenos de papel. Aí os enrolamos e os atamos com as fitas coloridas. Não é uma boa ideia?

O pequeno olha o caderno. Depois me encara com seus olhões escuros.

— É uma ideia horrível. Além do mais, as árvores de Natal são verdes, não vermelhas.

Me contraio toda. Que falta de imaginação! Se esse baixinho diz isso, o que dirá seu tio? Ele volta ao jogo, a música nas alturas de novo. Mas disposta a montar a árvore e me divertir com isso, me levanto e, com segurança, grito para que me ouça:

— Vou botá-la aqui, perto da janela — digo, enquanto observo que continua chovendo. Espero que Susto tenha voltado e esteja comendo na sua casinha. — O que acha?

Flyn não responde. Nem me olha. Assim, decido pôr mãos à obra.

Mas a música estridente me mata e opto por contorná-la da melhor forma possível.

Ligo o iPod que carrego no bolso de meus jeans, ponho os fones e, segundos depois, cantarolo:

Euphoria

An everlasting piece of art

A beating love within my heart.

We’re going up-up-up-up-up-up-up

 

Animada com minha musiquinha, me sento no assoalho, tiro a árvore da caixa, esparramo-a ao meu redor e olho as instruções. Sou a rainha da bricolagem, daí que em dez minutos a árvore já está montada. Ficou muito bacana. Vermelha, vermelha brilhante. Olho Flyn. Continua jogando diante da televisão.

5 comentários:

  1. Posta mais esse ficou d +
    espero q o arthur não brigue muito com a luinha bjsss...

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  2. Esse Flyn é muito chato, credo
    Posta ++++++++

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  3. Esse flyn deus que me livre que japones chato kkk mais amando

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  4. Lua tão legal com ele e esse ser só distrata ela tou com raiva desse piralho kkkk Arthur vai achar é graça nessa arvore só acho kkkk

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