"É Estranho. Mas é do nosso jeito" - 2ª Temporada - 21º Capítulo

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P.O.V.’s Narrador

Desta vez, os exames foram feitos dentro da lei. Foram feitos por médicos exemplares e responsáveis e dentro do prazo certo: 10 dias. Foram precisos dez dias para Lua, finalmente, poder provar que esteve este tempo todo dizendo a verdade. 
Lua foi recebeu uma chamada onde uma senhora muito simpática lhe disse que podia passar a partir das 15h da tarde, no hospital, para levantar os exames de paternidade. Eram 12h26, precisamente, quando Diogo passou na casa dela, para os dois irem até ao hospital levantarem os exames.

- Quando você tiver os exames na mão, o que vai fazer?
- Vou tomar uma decisão.
- Que decisão?
- Veremos. – Lua suspirou. Ela olhou para fora da janela no carro e voltou a suspirar – A minha vida está sem sentido. Eu quero dar um rumo a ela. Eu tenho um filho para criar, sozinha ainda por cima. Eu não quero ter que estar sempre a pedir coisas aos meus pais. Eu sei que a minha história os tem juntado, mas detesto ter de viver à custa deles.
- Mas você sabe que pode voltar para o programa assim que quiser.
- Eu sei. A produção me ofereceu um novo contrato mas… eu recusei.
- Você o quê? – Diogo, mesmo dirigindo, tirou os olhos da estrada por cinco segundos para poder olhar para Lua – Você recusou um contrato de trabalho?
- Sim. Eu quero recomeçar uma nova vida, fora daqui. 
- Não posso acreditar. Fora daqui? Longe disto tudo e… e de mim?
- Não tem nada a ver com você e você sabe perfeitamente disso. – Lua segurou a mão de Diogo sobre o volante – Eu te disse que o que nós tínhamos… não era sério. Eu quero voltar para o Brasil. 
- E eu?
- Você pode vir…
- Não, é claro que não posso. Eu tenho a minha família aqui, os meus amigos e o meu trabalho. Você é realmente importante para mim, mas eu não posso… você nunca me colocou à frente, na sua vida. Eu acho que se eu for para o Brasil, provavelmente vou levar um tapa bem forte novamente.
- No Brasil as coisas eram mais simples.
- Não. – Diogo discordou – Você vai para lá para fugir dos problemas. Você acha isso correto?
- Não. Mas é o melhor que eu tenho a fazer. - Lua garantiu.

Chegados ao hospital, Lua pediu que Diogo ficasse no carro com Lourenzo. Ela não queria levar o bebé para o hospital pois ele podia correr o risco de ficar com alguma bactéria ou algo do género.
Lua atravessou uns corredores e subiu de elevador até ao 9º andar do hospital. Entrou na sala 33, após bater à porta. Ela esperava encontrar o Dr. Pedro, mas viu um rosto diferente.

- Boa tarde… eu julgo que me equivoquei na sala…
- Você é a Lua Blanco? – Lua respondeu que sim – Entre. Eu estou substituindo o Pedro.
- Porquê? Aconteceu alguma coisa?
- O Dr. Pedro foi embora.
- Embora? Em alguma missão? 
- Não. Ele apresentou a sua carta de despedimento e foi embora. Não sabemos nem ao certo para onde foi. 
- Mas assim do nada? – Lua ficou chocada 
- Ficamos todos como você. Não sabemos se irá voltar ou não. Mas bom, vamos ao que interessa. – O Dr. sorriu para Lua e lhe apresentou o envelope – Vai querer abrir agora?
- Não. – Respondeu Lua – Eu vou levá-los assim mesmo.

Lua estava decidida. Não iria abrir nada até chegar ao pé de Arthur. Ele iria ver com os seus próprios olhos toda a verdade. Voltou ao carro com Diogo, onde lhe pediu que ele a levasse até ao hotel onde Arthur está a residir.

- Você tem a certeza do que está fazendo?
- Claro que sim. Eu não ia voltar atrás numa ocasião como esta. Já volto. – Ela abriu a porta do carro mas Diogo a segurou pelo braço.
- Esse resultado pode afectar as suas decisões e escolhas? – Lua fez uma cara de confusão e Diogo tentou ser mais explicito – Quando ele descobrir que é o pai de Lourenzo, você ainda volta com o Arthur? 
- A verdade é que… eu ainda amo esse filho da mãe e você sabe disso. 
- Você é tão… estranha.
- Estranha?
- Sim. Esse seu jeito de amar.
- Sempre foi estranho o nosso jeito de amar. – disse Lua e saiu do carro.

O número do quarto de Arthur já era do conhecimento dela. E o facto de Anna andar por lá, infelizmente, também era do conhecimento de Lua. Bateu à porta duas vezes e foi atendida por Arthur. Ele estava com uma roupa casual. 

- Novamente você.
- Desta vez com algo que é do seu interesse. – Lua entrou no quarto e deu de caras com Anna. Esta ficou surpreendida.
- O que você quer? – Arthur fechou a porta do quarto e foi de encontro com Lua.
- É para você. – Ela entregou o envelope a Arthur. Anna se levantou da cama e ficou intrigada 
- Não me diga que é uma tentativa ridícula de provar que Arthur é, afinal, pai do bastardo.
- Olha lá como você fala do meu filho! – Lua se aproximou, agressivamente, de Anna. – Aí estão os resultados do exame que eu mandei fazer.
- O Arthur fez os exames e viu os resultados.
- Esses resultados foram manipulados!
- Impossível! – Anna respondeu – Foram feitos pelo Pedro, que inclusive é primo do seu namoradinho.
- O Diogo não é meu namorado. Abra, Arthur!
- Não! – Anna disse.
- Porquê não? – Lua encarou Anna – Está com medo que ele veja os verdadeiros resultados?

Anna ficou calada e se viu num beco sem saída. 
Arthur tinha o coração em suas mãos. Começou a soar frio e as suas mãos se tornaram trémulas. Respirou bem fundo, fechando os olhos, e quando os abriu, rasgou imediatamente o envelope pela marca rasurada. Olhou para Lua e sentiu um aperto no peito. Tirou o papel de dentro do envelope e leu calmamente.

- Chega dessa palhaçada! – Gritou Anna tentando tirar o papel das mãos do Arthur
- Quieta! – Arthur gritou e impediu que ela chegasse ao papel. Arthur leu tudo calmamente mas se irritou com tanto bla bla bla de médico e passou ao resultado final: 

Probabilidade de paternidade: positivo.

Arthur soltou lágrimas pelos olhos, assim como Lua que não aguentou tal emoção. Anna também chorava mas era por ver todo o seu trabalho, de falsificar os exames, ir por água abaixo.

- Eu te disse… eu te disse tantas vezes que este filho era seu. Eu sei, eu sei. A início, eu não te disse porque eu sentia que você necessitava da minha real comprovação para acreditar em mim. Você precisa sempre de uma prova, não é? A minha palavra nunca chega. – Lua suspirou – Eu queria tanto que você acreditasse mais em mim. Pare de se influenciar pelos outros. Abra os olhos. 
- Desculpa…
- Não. Não, é tarde de mais. Eu te disse. Eu te disse que se você fizesse os exames, eu não te perdoaria. Mas você, mais uma vez, não me ouviu. Preferiu ir na conversa desta vagabunda.
- Olha como fala comigo! – Anna gritou
- Saí da minha casa. Saí! – Foi a vez de Arthur gritar com Anna. 

Arthur, de verdade, nunca gostou realmente de Anna. Ela sempre foi um passatempo em suas mãos. Eram colegas, nada mais. Ele sempre percebeu o interesse que ela tinha por Arthur. Sim, podia ser amor. Mas não era um amor correspondido.
Arthur empurrou Anna para fora do quarto junto com todas as suas coisas. Mas Anna continuou a gritar pelos corredores, então Arthur teve de pedir aos seguranças para tirarem ela dali o mais rápido possível e para proibirem a entrada dela naquele hotel.
Enquanto isso Lua ficou no quarto do Arthur. Ela chorava sem fim. A que ponto a relação dos dois tinha chegado. É horrível quando aquele que amamos não acredita na nossa palavra. É horrível quando uma terceira pessoa se intromete na relação. 

- Nós precisamos de falar. – Arthur chegou no quarto e correu até Lua.
- Não temos nada para falar. – Lua tentou se recompor – Você não acreditou em mim. Me magoou muito nestes meses todos. Nunca esteve do meu lado.
- Me desculpa. Eu sou um idiota. Um cara chapado, um perfeito filho da puta, mas eu te amo.
- Não. Não me venha com esses “eu te amo”. Eu não acredito. Se me amasse, não faria isso. Eu sim, eu te amo. Acho que esse é o meu erro. O meu erro é te amar tanto. – Lua foi para a porta do quarto – É tão estranho. É estranho ainda te amar mesmo depois de você me ter feito tanto mal. É estranho, mas este sempre foi o nosso jeito. O nosso estranho jeito de amar.
- Não me deixa. – Arthur pediu
- Eu vou te deixar. A ti e a este país.
- O que quer dizer com isso?
- Eu estou indo para o Brasil. – Lua suspirou e foi embora. 

Notas finais:
Acho que depois de tanto sofrimento, o casal merece uns capítulos de paz, certo? 
Últimos capítulos se aproximam.


5 comentários:

  1. Passa o teu twitter se vc tiver
    Ta perfeita essa web posta mais hj por favor

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  2. Essa web tá muito boa,parabéns pelo seu talento !!!!
    Posta mais !!!

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  3. pois é ta ficando chato tanta briga queremos amor

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