Adivinha quem sou (Adaptada)- Capítulo 46

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Os dias passam. Arthur está se tornando uma lembrança. Uma lembrança maravilhosa do passado em que me jogo sozinha e com ela me excito.
Passeio pela praia com os cães da família e, por horas, me jogo na areia para olhar o horizonte, perdendo-me nele.
No meu celular tenho uma foto de Arthur que baixei na internet. Está lindíssimo, sorrindo. Na época em que estivemos juntos, nunca tiramos uma foto de nós dois, não sei por quê.
Já fazem três semanas sem vê-lo e sem saber nada dele, e apesar de sentir muito sua falta, noto que começo a ressurgir a partir de minhas cinzas e entender que tudo aquilo foi um sonho. Um bonito e por sua vez maligno sonho.
Uma manhã, depois de surfar com meu irmão, fico chocada ao ver que Argen está no quiosque com Patrícia, a garota que ele gosta tanto, e, deixando-me totalmente surpresa, se aproxima dela e lhe dá um beijo na boca. Uau meu irmão!
Ele parece perceber o meu olhar e vira para mim e sorri. Decido não interromper e fico sentada na areia junto com nossas pranchas, a espera de quê volte com as cervejas geladas.
Sem poder parar de sorrir depois de vê-lo todo meloso, ponho os fones de ouvido e decido escutar música enquanto espero.
Pelo menos ele triunfa no amor, o que me enche de alegria.
O mar está mais agressivo do que o normal e me encanta olha-lo. Eu deito na praia. O sol aquece e eu preciso que sua energia me recarregue. Por mais de uma hora, eu desfruto da brisa do mar e da música.
— Vamos, Lua... – Diz Argen, de repente.
Ao ouvi-lo, tiro os fones de ouvido e, olhando pra ele, pergunto:
— E a cerveja?
— A tomaremos em casa.
Me levanto e assinto, mas incapaz de não dizer nada, solto:
— O amor é uma merda, Argen. Tenha isso em mente e não esqueça.
Meu irmão entende o que estou dizendo e, pegando meu rosto em suas mãos,
responde:
— Não, Lua. O amor é a coisa mais maravilhosa do mundo. Não seja negativa e
pense que mais vale ter amado e ter sido amada, do que nunca ter conhecido esse sentimento.
Eu sorrio. Essa é outra maneira de olhar.
Talvez tenha razão, não deveria ser tão negativa. E, depois de um beijo no rosto, sorrio e digo:
— Ok, Argen, e agora, o que tem para me contar?
Ele sorri de volta e sem dizer nada, mas, vendo que Patrícia vai embora em seu carro, insisto:
— Você finalmente decidiu dizer algo?
Enquanto caminhamos juntos para o nosso carro, ele responde:
— Eu teria dito antes, mas como você não estava bem por causa desse cara...
Eu paro e, abrindo os olhos, murmuro:
— Você e ela...? É sério?
Meu irmão assente e eu me jogo em seus braços. Sinto-me feliz por ele. A garota de seus sonhos e Argen estão finalmente juntos. Ele ri e eu pergunto:
— Como pôde me esconder isso?
— Você não estava pronta para ouvir sobre casos amorosos, irmãzinha.
Ele está certo. Mas voltando a rir, encorajo-o:
— Diga-me tudo agora mesmo.
No caminho de volta, Argen me conta sua bonita história. Por fim Patrícia, essa deusa que para ele é essa menina, pediu para sair com ele. Olé para ela!
Eles se encontraram no hospital, quando Patrícia foi visitar um amigo, que passou a ser o endócrino do meu irmão.
Estou muito feliz. Argen merece ser feliz e Patrícia, com sua coragem em tomar a inciativa, ganhou o meu respeito e meu coração.
Essa noite, como todas as noites, a orquestra e eu desfrutamos cantando e tocando para os hóspedes do Hotel, que dançam encantados com nossa música. Incluo músicas novas e a noite que escolho You'll never find, de Michael Bublé, enquanto com os olhos fechados imagino Arthur ao meu lado, e as pessoas enlouquecem. Sem dúvida, eu sou feita para cantar canções românticas.
Três noites depois, em plena apresentação, me surpreendo ao ver meu pai na platéia.
Sorrio. Encanta-me vê-lo ali e pisco para ele. Ele, feliz, atira-me um beijo que eu recolho e levo para o coração.
Quando acabamos de cantar Mamma Mia, do grupo Abba, eu me aproximo dos meus colegas e peço-lhes para alterar a próxima música. Quero dedicar para o meu pai a canção de Rosa que tanto gosta; quando soam as primeiras notas, eu o vejo sorrir e começo a cantar.
Nesse momento minha mãe se aproxima dele e isso me surpreende ainda mais. Será que eles fecharam a loja para virem me ver?
Mamãe me cumprimenta com a mão e sorri. Eu pisco para ela e os olho, feliz de tê-los aqui. Desde que voltei, toda a minha família, incluindo os gêmeos, estão atentos às minhas necessidades. Todos parecem perceber que eu tenho o coração ferido e cuidam de mim como se eu fosse uma porcelana da china.
Eles são ótimos!
Meus pais dançam abraçados na pista, enquanto eu canto:
“Sigue besándome las veces que me besas
y dame mil caricias locas de esas
que borran lo que ayer viviste tú...”.
Sem poder evitar, ao fechar meus olhos penso em meu amor desesperado. Ainda me lembro da noite que ele me pegou cantando essa música na plataforma e sentou-se para ouvir-me.
“Nunca yo averigüé las veces que te diste
ni cuántos tiempos bellos repartiste.
Hoy me amas y te amo, se acabó...”
Realmente, acabou. Mas suas lembranças também me fazem sorrir e desfruto disso enquanto canto.
E nesse momento, me dou conta de que Argen tem razão: o amor é algo bonito e só tenho que olhar meus pais para me dar conta disso.
Quando a performance termina, as pessoas aplaudem.
Meus pais se aproximam do palco e sorriem. Eu, incapaz de não fazê-lo, me abaixo e dou-lhes um beijo. E nesse momento, mamãe me diz ao ouvido:
— Nós amamos você, querida.
Eu sei que me amam. Não precisam me dizer. Mas me emociono ao ouvir e tento
reprimir a vontade de chorar.
Procuro esconder o que as palavras e o olhar de meu pai me faz sentir e tento sorrir apesar da minha tristeza, até que, de repente, olhando para um lado da sala, o sorriso congela quando meus olhos encontram os de alguém que não esperava: Tito.
O que faz aqui o tio de Arthur?
Percebendo que eu o vi, ele pisca para mim e, inconscientemente, toco a chave que eu tenho ao redor do pescoço.
Soam as primeiras notas da canção seguinte e tento me concentrar no que tenho que fazer. Meu parceiro começa a cantar e, como posso, respondo, mas custo a concentrar-me no que tenho que fazer.
Pelo amor de Deus, Tito está aqui!
Meus pais voltam para o mesmo lugar onde estavam quando chegaram. Não se
aproximam de Tito. Felizmente não devem saber quem é. Isso me tranquiliza, mas ao mesmo tempo me sinto inquieta.
Ao ver que falho nos passos de dança, meu parceiro me olha de forma estranha. O que eu tenho?
Tento dissimular olhando para outro lado para não voltar a ver Tito, e em seguida vejo Tony, com meu irmão Argen e Patrícia.
O que? Eu vou ter algo!
A partir desse momento, eu ajo presa em um caos emocional. Nem mesmo sei o que canto!
Sobrevivo canção após canção, o que não é pouco. Canto como posso e quando vejo que meus pais se juntam com Tony, Patrícia e Argen e em seguida todos se sentam junto com Tito, meu coração quase sai do peito.
Mas o que aconteceu que eu perdi?

10 comentários:

  1. Ahhh mdssssss super curiosaaa... Posta outro hj necessitoo!!!

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  2. AHHHHHHHH EU SURTANDO AQUIIIIII +++++++

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  3. +++++++++++++++++++ logo PLEASE!!!

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  4. EU TÔ TENSAAAA
    NERVOSAAAA
    ANSIOSAAAAAAA
    CURIOSAAAAAA

    ++++++++++++++++++++++++++++++ NECESSITO!! rs

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  5. Esse final tá com um gostinho de QUERO MAIS kk
    muito bom!

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  6. as vezes eu me pergunto.....
    será que a menina que escreve essa web, ela ler os comentários?????!

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  7. ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
    ++++++++++++++++++++++++++++++++
    ++++++++++++++++++ kkkkkkkkkkkkkkkkkk
    tá vendo, essa é minha necessidade

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