Adivinha quem sou (Adaptada)- Capítulo 42

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Às cinco da manhã, eu continuo me revirando na cama. Eu não consigo dormir. Não consigo parar de pensar no Arthur e em tudo que descobri sobre ele.

Eu sinto fome e minha barriga começa a roncar. Sempre acontece quando eu estou acordada há essas horas. Eu tento ignorar, mas continua e continua... Então decido ir a cozinha procurar por algo, se eu não comer não conseguirei dormir.

Ponho um vestidinho de algodão e me dirijo a cozinha. Quando chego cumprimento o cozinheiro e o camareiro que estão de plantão, eles me contam

que a noite está tranquila, os dois estão meio sonolentos sentados em poltronas.

Eu me despeço deles e ando na direção em que sei que estão as sobremesas, abro a geladeira e vejo vários tipos de tortas.

Eu escolho a de nata, corto um pedaço, ponho num prato e saio. Está amanhecendo, mas a escuridão ainda reina ao meu redor. Eu estou sozinha e me apoio na grade da varanda para comer a torta. A primeira mordida tem gosto de glória. Definitivamente. Quando eu vou para colocar a segunda colherada na boca, noto que algumas mãos me agarram pela cintura e alguém diz no meu ouvido:

— No jogo de hoje somos dois estranhos. Não há amor, nem palavras carinhosas, você é uma mulher e eu sou um homem com desejo de sexo que te leva a um lugar e se diverte com você. O que você acha?

Arrepio-me. É Arthur.

Ele bebeu. Não está bêbado, mas sua respiração me faz pensar que talvez tenha bebido demais. Sem esperar resposta, me pega pela mão e me leva a uma porta. Eu não me solto e deixo que ele me guie, entramos em um quarto onde há varias máquinas que produzem um barulho ensurdecedor e cujas luzes verdes, amarelas e vermelhas iluminam ambiente. Vejo que Arthur fecha a porta por dentro e em seguida, vira-se apoiando na porta e pergunta:

— O jogo que eu te proponho te excita?

Hesito. Sua aparência é intimidante, me aproximo dele para que ele me escute apesar do ruído, busco uma explicação.

— O que você realmente quer jogar?

Ele sorri e sem se aproximar, percorre meu corpo com olhar de desejo.

— Você me propôs um dia jogar o jogo dos personagens, lembra-se?

Concordo com a cabeça e ele acrescenta enquanto se aproxima de mim:

— Esta noite você vai ser uma coelhinha assustada e eu um lobo faminto por ação. Eu quero sexo, poder, prazer e ação. Nada de coisas doces e açucaradas. Eu vou abrir as suas pernas e vou-te foder até partir você em duas e nós dois vamos nos satisfazer porque esse é o jogo.

Boquiaberta e excitada com o que ele propôs, eu vou falar quando ele tira o prato de torta da minha mão e me levanta me sentando sobre uma plataforma metálica e enquanto seu olhar passeia pelas minhas pernas pergunta:

— Está preparada?

Disposta a fazer isso, eu digo que sim com a cabeça e, em seguida, ele fala com uma voz dura:

— Vamos, coelhinha, me beija!

Sem saber o que fazer eu acaricio suas bochechas, pálpebras e o ouço suspirar, passo a mão pelo pescoço dele e delicadamente o trago até mim. Eu preciso disso, eu preciso do meu amor.

Arthur olha para mim, me come com o olhar e eu o beijo. Dou centenas de beijos carinhosos no seu rosto, enquanto o ruído das máquinas continua e acelera, eu o beijo com ternura, docemente, ele tem um corte nos lábios e eu não quero machucá-lo.

Durante vários minutos ele não se mexe. Sou eu que me ocupo de mimá-lo, beijá-lo, acariciá-lo, até que de repente, ele me segura pelo cabelo e me imobiliza e, encostando sua boca sobre a minha, murmura:

— Nós lobos beijamos assim.

Ele enfia a língua na minha boca de maneira brutal. Com seu lábio ferido, acredito que esteja doendo. Ameaço me retirar, mas ele não deixa.

Obriga-me a beijá-lo com a boca bem aberta, enquanto sua língua me invade e eu só consigo respirar. Quando ele enfim me solta, eu olho pra ele e vejo que sorri. Ele tira o meu vestido de algodão sem hesitar e o joga em um lado. Eu fico só de camiseta e shortinho.

Arthur não diz nada, só me observa embriagado pelo momento, até que segura minha camiseta e rasga ela com um forte puxão antes de se lançar em meus peitos. Me morde, me chupa e, quando me queixo da sua ansiedade, me olha e, agarrando meu shortinho e também o rasga com precisão e, com um

gesto de grosseria que me provoca e me deixa de sangue quente, murmura:

— Assim que eu vou te rasgar por dentro quando te for foder, coelhinha.

Aqui você pode gritar o quanto quiser. Ninguém vai te ouvir exceto eu, que morro por escutar você.

Eu fico sentada com a camiseta e os short destroçados. Nossos olhares se encontram e, com o seu desafiante, pergunta, se aproximando de mim novamente:

— Continuamos jogando?

Assinto sem hesitar e Arthur exige:

— Tira minha roupa.

Desço do balcão que sentei e faço o que ele me pede. Para mim é um prazer peça a peça vai caindo ao lado do meu vestido. Tento beijá-lo, mas ele não deixa. Me proíbe e quando está nu e vê minha cara de prazer, diz, me dando um tapa seco no traseiro:

— A coelhinha tem que estar assustada com o que vê. Intimidada com as intenções do lobo, Isso faz parte do jogo de hoje. – Digo que sim com a cabeça e tiro o sorriso da cara, então ele ordena: — Deita.

Faço que ele me pede. A plataforma de metal está fria e Arthur sabe, mas eu não desobedeço. Ele tira o resto da minha camiseta e short sem maiores esforços e, uma vez que estou nua, aproxima seu pênis da minha cara e murmura em voz baixa:

— Não resista.

Nossos olhos se encontram e eu sei que isso é o que ele quer.

Resistência. Aperto os lábios. Arthur aproxima seu pênis da minha boca, mas eu não o aceito. Ele me da um puxão de cabelo. Isso me excita mais ainda quando, depois de forçar um pouco, seu pênis acaba entrando na minha boca, exige:

— Chupa!

Eu faço. Fecho os olhos e aproveito o nosso jogo selvagem.

Arthur me inclina, me faz colocar uma perna no seu ombro e sem delicadeza, introduz dois dedos em mim. Eu suspiro enquanto noto o quanto estou úmida. Não sorri. Só me olha e começa a me masturbar ao mesmo tempo que move as cadeiras para introduzir mais o seu pênis na minha boca.

Eu chupo ansiosa. Seus olhos me fazem ver o quanto ele está com tesão. O

quanto ele gosta desse jogo rude.

Enlouquecida, ponho uma das mãos em seu traseiro. É duro, firme.

Desfrutando o que esta fazendo entre as minhas pernas, empurro sua bunda para que seu pênis entre e saia da minha boca uma e outra vez. Sua pele é suave e seu sabor é gostoso, estou ficando louca com a nossa festa. Ele é rude. Eu, suave. Mas eu gosto do jogo que ele propôs e não quero parar.

Com ternura, mordo a ponta do pênis para logo colocá-lo inteiro na boca e apertá-lo com os lábios enquanto ele me masturba e exige que eu não pare.

Que continue.

Com a mão livre segura minha cabeça, apertando ela contra seu pênis, e sinto que chega à garganta. Mas aguento, tolero essas investidas, enquanto ele me pede com a voz áspera que eu não me mexa.

Quando enfim tira seu pênis da minha boca, quero mais. Arthur está duro, muito duro e gritando para que eu escute:

— Agora, coelhinha, me mostre com doçura a sua intimidade, me seduza.

Sei ao que ele se refere com “Me seduza”. Quero sorrir, mas não posso.

Meu papel de coelhinha assustada tem que continuar, mas a coelhinha acordou. Vejo a torta que eu tinha antes nas mãos e, com o dedo, pego um pouco de nata. Esfrego um pouco no meu mamilo direito e depois no esquerdo.

 

 

Logo pego mais nata, levo minha mão até entre as pernas e me masturbo com ela. Masturbo-me para ele, para mim, para os dois, enquanto, ofegando, vejo sua excitação. Arthur me olha, toca o pênis, abre mais minhas coxas e ordena:

— Continua... Não para!

Sua atitude é intimidante, severa, inflexível, mas me excita. Continuo me tocando, me masturbando, enquanto mordo os lábios até que não aguento mais e sussurro:

— Sou sua.

Arthur retira minha mão do meio das minhas pernas e encosta sua boca com grosseria na minha umidade. É o que eu quero. O que sem falar eu exijo e entrego. Chupa-me sem mimos e sem delicadeza. Morde meu clitóris. Devora me com violência e me faz chegar ao sétimo céu, enquanto aperta meus seios, me provocando uma mistura de dor e prazer. Não quero que pare. Quero que continue, enquanto me inclino na mesa improvisada me apoiando na coroa e nos calcanhares.

Mmmmm... Que prazer!

Afundo os dedos no seu cabelo escuro, o aperto com ânsia contra mim e me rendo a sua boca. Sua quente e molhada língua traça círculos lentos e rápidos ao redor do meu clitóris já inchado e quando eu tremo e fico ofegante, a afunda dentro do meu sexo.

Derreto-me. Acho que vou explodir em mil pedaços se ele continuar fazendo isso. Não para. Meus suspiros se transformam em gritos e me reviro sobre a plataforma enquanto ele continua seu maravilhoso e devastador ataque e me imobiliza para que eu não feche as pernas.

Me tem a sua mercê, para o que queira e, sufocada pela sensação, grito e respiro entrecortado.

Quando ele abandona meu sexo, procura de novo a minha boca, onde sua língua encontra a minha, e ao se encontrarem se entrelaçam apaixonadas, o escuto gemer, enquanto noto o sabor do sexo na minha boca e seu tremor sobre mim me deixa louca. Acho que ele vai alcançar o clímax, mas não, ele resiste, e quando os tremores passam noto que recuperou o controle do seu corpo, me olhando nos olhos murmura:

— Isso vai ser muito intenso.

Estou a ponto de gritar de alegria, mas não o faço.

Tento não sorrir. A coelhinha tem que estar assustada e, inconscientemente, fecho as pernas para seguir com o jogo e negar acesso a ele.

Arthur sorri ao perceber. Que ladrão!

Mostra a língua e sem introduzi-la na minha boca, passeia com ela lentamente pelos meus lábios. Estou ardendo. Seus dedos apertam minha cintura e, aproximando-se do meu ouvido murmura:

— No se preocupe, coelhinha, eu vou te foder como você gosta. Se abra para mim ou eu vou ter que te forçar e te ouvir gritar.

O que ele diz me excita. Que ele me force sabendo que é um jogo me põe a cem, mas decido ser condescendente e me abrir para ele. E quando acho que vai dizer algo mais, me penetra com um demolidor movimento de cadeira, ele ruge e eu grito surpresa. A penetração é tão forte e profunda que o ar abandona meus pulmões.

O ruído das máquinas abafa nossos sons. Ali ninguém nos ouviria. Meu grito o excita. Eu vejo no seu olhar e sei que ele quer que eu grite mais.

Me olha e, quando vê que eu recupero o ar, me arrasta mais até seu pênis e me apertar com violência. Eu cravo minhas unhas nas suas costas com desespero.

Sua loucura me excita. Os dois queremos mais profundidade.

Grito de novo de prazer, enquanto ele suspira e inclina a cabeça procurando minha boca. Seu corpo relaxa e o meu e prepara para uma nova investida. Esta chega e eu grito... Arthur sai de mim e volta a entrar com força.

Suspiro... Ele abandona meu corpo e, antes que volte a entrar, grito exigindo mais.

Uma ânsia feroz se apodera de nós e, como dois animais nos entregamos ao deleite de nossos corpos sem pensar em absolutamente nada que não seja dar-nos prazer como autênticos selvagens.

Grito. Ele ruge. Não podemos e nem queremos evitar e desabafamos fazendo.

Como regra geral, eu nunca me permito gritar assim. Eu não gosto que ninguém me escute, mas aqui eu posso fazê-lo. Aqui eu posso liberar essa adrenalina que o sexo duro com o meu amor me provoca e eu não hesito em disfrutar dessa liberdade como ele faz.

Olho seus preciosos olhos e vejo que tem as pupilas dilatadas. Suponho que as minhas estejam igual e volto a gritar ao recebê-lo em meu interior.

A mistura de dor e prazer é indescritível. Nunca havia sentido algo assim. Nunca tinha feito amor com essa entrega, nunca quero deixar de fazer assim.

Um novo impulso atinge o fundo do meu ser. Seu gemido bronco pelo esforço me arrepia, mais ainda quando murmura se apertando contra mim:

— O jogo é pra aproveitar, coelhinha, está aproveitando?

Não respondo. Não consigo.

Um grunhido forte sai da sua garganta e Arthur acelera suas investidas.

Enlouqueço. Não sei se posso mais. Logo, um delicioso choque de prazer nos percorre e trememos. O desafio do seu olhar deve ser como o meu. Excita-nos ver. E tenho certeza que ele, assim como eu, não quer que acabe.

Dou-lhe um tapa, e logo outro e mais outro, enquanto gemo e abro a boca em busca de ar. Ele ruge enlouquecido. Queima. Enlouquecidos, nos apertamos um contra o outro.

Estamos em uma pequena sala de máquinas sobre algo parecido com uma mesa de aço, mas isso não nos importa. Só nos importa nosso quente, erótico e excitante jogo.

Nos falta ar. Suspiramos. Arthur repousa suas mãos nos meus ombros e depois de uma última investida estremeço enquanto um orgasmo devastador percorre nossos corpos e sinto como ejacula dentro de mim, nesse momento estou consciente de que não usamos preservativo. Minha vagina estremece, suga-o e ambos ofegamos em busca de ar.

Pela primeira vez eu senti o roçar da sua pele íntima contra a minha e foi espetacular.

Estou exausta. Ele sem ar.

Nossos fluídos nos encharcam, correm pelo nosso corpo, mas não nos movemos. Não podemos depois do que aconteceu.

Pouco a pouco, nossa respiração se acalma, enquanto continuamos acoplados um ao outro. Até que Arthur me olha e, aproximando sua boca da minha, me beija com doçura e devoção e comenta:

— Você disse que tomava pílula, certo?

Confirmo. Não quero pensar nisso agora. Só quero saborear esse beijo lento e entregue.

Tudo que ocorreu foi doentio.

Tudo que ocorreu foi puro jogo.

Tudo que ocorreu foi pura fantasia.

Arthur separa seus lábios dos meus. Com cuidado de não me machucar, se levanta, e quando seu corpo libera o meu, expiro uma grande quantidade de ar. Me da a mão e me levanto com cuidado, mas ele não me solta. Quando vê que eu me sustento em pé, me abraça e sussurra no meu ouvido:

— Eu me importo muito com você, Lua. Muito.

— Eu também me importo e me preocupo com você.

Arthur balança a cabeça e se afasta de mim. Tira a chave que leva pendurada no pescoço, pendura em mim e, com uma perigosa e sedutora olhada, sussurra:

— Te amo!

Ai, Deus...! Ele acaba de dizer que me ama!

Apesar da minha cara de alucinação, acrescenta:

— Em um natal, quando éramos pequenos, minha mãe nos deu de presente uma chave para cada irmão. Segundo ela, era a chave do nosso coração. Nos fez prometer que entregaríamos a mulher que entrasse com força neles. E essa mulher pra mim é você, Lua. – Conclui. Ai, ele me deu... Me deu!

Mas, como ele pode ser tão romântico?

Como um robô, toco a chave que agora está no meu pescoço e que representa tanto para ele.

Santo Deus, Ele acabou de me entregar o acesso ao seu coração!

Emocionada, olho para ele e não sei o que dizer. Por trás do seu aspecto de durão, Arthur é o homem mais romântico, terno e protetor que eu conheci em toda minha vida e com ele eu estou desfrutando de algo que eu nunca pensei que poderia acontecer comigo.

Ele espera que eu diga algo. Seus olhos castanhos me pedem que eu diga. Apoio a testa no seu peito com o coração acelerado e toco a chave que ele acaba de me dar de presente. Fecho os olhos e, quando os abro, me afasto, olho pra ele e afirmo com convicção:

— Te amo! Amo-te tanto que não sei mais o que dizer.

Deus! Eu disse! Acabo de reconhecer que o amo!

Minha nossa! Estou totalmente perdida.

Arthur sorri. Acaricia minha bochecha e me da um beijo doce. Quando se separa de mim, meu coração vai a mil pelo que confessamos e ele sussurra:

— Adoro quando você me diz coisas carinhosas. – Eu sorrio – Te devo muitas explicações pela minha família. Amanhã, quando atracarmos no porto de Génova, prometo que respondo a tudo o que quiser me perguntar. Tudo bem, amor? – Olho pra ele apaixonada e respondo:

— Tudo bem, carinho!

Sei que ele gostou que eu também chamei ele de carinho. Beijamo-nos.

Devoramo-nos mutuamente a boca com amor e, quando me separo dele murmuro com mimo:

— Quero que saiba que o que acaba de acontecer antes desse maravilhoso “Te amo” me encantou.

Sua expressão me deixa saber que ele também gostou e cochicha:

— Acho que eu e você nos completamos muito bem, coelhinha.

Olhamo-nos com diversão e logo começamos a nos vestir. Recolho os restos da minha roupa rasgada, ponho o vestido e saímos da sala de máquinas. Arthur segura a minha mão em um gesto protetor. Deixo que ele faça. Eu gosto da sensação.

Dirigimo-nos até o minha cabine, onde, depois de fechar a porta, voltamos a fazer amor, novamente com paixão.


A partir de agora não posto aos fins de semana :(

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