Adivinha quem sou (Adaptada)- Capítulo 38

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O retorno para o navio é difícil e, ainda mais quando antes de entrar no porto, temos que nos separar para que ninguém nos veja juntos.

Eu sei que Arthur caminha a alguns metros atrás de mim e isso me deixa nervosa. Sem vê-lo, sei que está olhando para mim e tenho que respirar e concentrar-me para não cair. Meu celular vibra. Uma mensagem:

“Amei dormir com você.”

Rindo, eu respondo:

“E eu contigo, mas você ronca.”

Sorrio e imagino que ele também sorri, quando meu celular vibra novamente.

“Ainda não chegamos ao navio e eu já sinto saudades.”

Que lindoooo! Teclei:

“Assim você me terá sempre que quiser.”

O celular vibra:

“Sempre?”

Eu rio e respondo:

“ Não duvide.”

Meu celular volta a tocar.

“Estou ansioso para voltar a desfrutar das seis fases. Especialmente a da assassina. Hummm... Seu olhar era tão excitante...”.

Solto uma gargalhada.

“Sua fase assassina também é muito sexy. Adoro quando você morde seu lábio

inferior.”

Meu celular vibrou novamente.

“Se me disser isso de novo, voltamos já para o hotel!”

Nosso jogo me diverte, me aquece, mas finalmente respondo:

“Agora você tem que trabalhar.”

Estou feliz por senti-lo tão perto, apesar dos metros que nos separam. Foram as

melhores vinte e quatro horas da minha vida. Arthur é tudo, até mesmo romântico!

O celular volta a vibrar.

“Meu pai sempre conta que conquistou minha mãe dizendo-lhe: "Luisa, odeio te ver partir, mas amo ver como você vai." Segundo ele, seu jeito de caminhar o encantava.”.

Solto uma gargalhada e me surpreendo por me contar coisas tão íntimas de seus pais.

Quero olhar para trás, mas não devo. Contenho-me e escrevo:

“Meu pai conta que se apaixonou pela minha mãe quando ela lhe disse: "Holandês branquelo, volte para o seu país". Segundo ele, neste dia soube que ela era a mulher da sua vida.”.

Imagino Arthur sorrindo e então eu chego ao ancoradouro, onde encontro com Coral, que, ao me ver, me agarra pelo braço e sussurra:

— E aí, namoradeira?

Incapaz de não olhar para trás, vejo Arthur a poucos metros de nós. Passa ao meu lado, toca dissimuladamente minha cintura e sinto seu perfume. Eu adoro. Me excita. Quando se afasta, eu respondo, olhando para minha amiga.

— Foi incrível!

Assim que estamos a bordo, cada um volta as suas obrigações e, durante horas, não faço mais nada a não ser pensar nele. Única e exclusivamente nele. Nessa tarde ensaio com a orquestra e peço-lhes para essa noite incluirmos uma música e eles aceitam na hora. Quando acabamos o ensaio e saio para ir para a minha cabine, ouço alguém me chamar.

Quando me viro, vejo Tony, e um pouco mais além, vários homens de terno. Uau, carne nova! Rapidamente, me aproximo com um sorriso e ele pergunta:

— Como foi o seu dia de folga? E não minta para mim, porque ontem perguntei por você e um de seus colegas me disse que tinha saído com sua amiga Coral.

Eu sorrio sem dizer nada sobre seu engano, respondo:

— Ótimo. Marselha é linda.

— O que você viu?

Bem... Bem... Bem, agora você me pegou!

Na verdade eu tinha visto um belo quarto e um homem maravilhoso, mas não estou disposta a lhe contar o porquê eu não havia visitado a cidade, eu digo:

— Um pouco de tudo. – E acrescento: O típico da cidade, mas para nomes de ruas, monumentos e outras coisas, sou muito ruim.

Nós conversamos por um tempo até que de repente Tony diz:

— A propósito, meu irmão juntou-se a nós em Marselha. Venha, eu quero te apresentar.

O gesto me decompõe.

Ainda me lembro das “belas” coisas que eu disse a esse homem pelo telefone e ele a mim, mas não tenho escapatória e nos aproximamos do grupo de homens de terno... Eu vejo um deles encostado na murada, olhando o mar. É alto e moreno e está vestindo um terno escuro.

— Omar. – chama Tony.

Quando se vira, não se parece em nada com o que eu esperava. Pensava que seria um homem de idade avançada e me deparo com um de pouco mais de quarenta anos, muito, mas muito atraente. Diferentemente de Tony, que tem olhos claros, ele tem olhos castanhos. Por alguns instantes, nos olhamos com curiosidade, até que pergunta com voz rouca:

— Quem é esta dama encantadora?

Dama?

Uau... Que galante.

— Ela é Lua. – diz Tony. — E pelo que entendi, você não foi muito gentil com ela em Barcelona.

Me sufoco.

Lembro-me que o chamei de idiota, além de outras coisas piores. Eu não acho que ele tenha esquecido, mas contra todas as probabilidades, pega minha mão e beijando-a murmura:

— Sinto muito por ter sido desagradável com você naquele dia. Acho que me pegou de mau humor e...

— Está tudo bem. – eu interrompo sem dar muita importância. — Espero que você deixe-me fazer algo para mudar a má impressão que eu te dei.

Com a minha mão ainda entre as suas, eu não sei o que dizer, quando Tony explica:

— Lua canta na orquestra do navio e faz isso muito bem.

Omar assente, me encara com seus olhos castanhos, e, inclinando-se um pouco para ficar da minha altura, pergunta:

— Que tipo de música você canta?

— Um pouco de tudo. – respondo um pouco tímida. — Estar em uma orquestra exige que se adapte a todos os tipos de música. Ele sorri e, em seguida, Tito chama Tony, deixando-nos a sós. Por alguns segundos, nós permanecemos em silêncio, até que, finalmente, insiste:

— Sério, Lua, gostaria muito que você mudasse sua opinião sobre mim.

— Não se preocupe com isso. – insisto. — Entendo sua preocupação. Já te disse que também tenho irmãos e, por eles, às vezes, tenha que agir de uma forma que não é a que eu mais aprecio.

Omar sorri e eu sorrio de volta. Nós conversamos por alguns minutos. Nosso assunto alterna-se entre o navio e o mar. Sinto que me ouve, que presta atenção em mim e eu gosto disso. Mas quando olho para o relógio e vejo que horas são, digo rapidamente:

— Me desculpe, tenho que deixá-lo. Começo a trabalhar em uma hora e ainda não comi e nem me maquiei.

— Maquiagem? Você precisa de maquiagem?

Lisonjeda com seu elogio, eu respondo enquanto ando:

— Acredite ou não, eu melhoro muito depois de passar pela chapinha e maquiagem.

Vejo que ele sorri e eu corro para a minha cabine. Estou com pressa. Mas ao chegar vejo Arthur à porta. Sua expressão não é alegre. Pelo contrário, parece irritado e olhando para ambos os lados, diz:

— Abra e entre antes que alguém nos veja.

Uma vez na cabine, me jogo em seus braços disposta a beijá-lo, mas ele me afasta e pergunta:

— O que estava fazendo falando com esse cara?

Eu sei a quem se refere e respondo:

— Ele é irmão de Tony. Embarcou no navio em Marselha e...

— Fique longe dele, ok?

Sua voz... Seu gesto irritado e fúria me fazem dizer:

— Vamos ver, o que há de errado, querido?

Arthur quase não pode se mover. A cabine é tão pequena que ao mover-se, arrisca a bater em alguma coisa.

— Mantenha-se longe dele. – Repete.

— Pelo amor de Deus! – Eu protesto. — Você e eu começamos um relacionamento, mas não leve isso de que sou tua ao pé da letra, porque eu sou uma pessoa muito sociável e eu gosto de conversar com todo mundo, entendeu?

— O que?

— O que você ouviu, Arthur! Por favor, não vamos brincar com o que temos.

Meu moreno me olha. Seu olhar me diz alguma coisa, mas sou incapaz de decifrar o que é. Respira e toma um fôlego. Não diz nada e, finalmente, eu o abraço e sussurro:

— Eu gosto de você, você gosta de mim e nós estamos bem. Eu não preciso de

ninguém mais. Só você, ok?

Ele assente e percebo que seus ombros relaxam. Parece que lhe fica claro o que eu digo e beijando-me, diz:

— Abra a porta e veja se tem alguém. Eu tenho que voltar ao trabalho.

Faço o que ele pede e quando vejo que a barra está limpa, aviso e ele se vai depois de um beijo rápido. Eu sorrio, ainda que esteja preocupada com sua desconfiança.

7 comentários:

  1. Perfeito, posta mais +++++

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  2. ++++++++++++++++++ please

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  3. Tô cada vez mas xonada na web *-*

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  4. Faz uma maratona dessa web!!!!!!!!!! Por favor :-)

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  5. +++++ posta mas! Já estamos na espera :-)

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  6. Que o Arthur não seja muito ciumento nem grudento!
    Que a Lua fique cada vez mas gamada nesse carinha que citei a cima.
    E que ambos desfrutem mais do Amor, e de preferência a dois! S2 :-)
    #Deh

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