O retorno para o navio é difícil e, ainda mais quando antes de entrar
no porto, temos que nos separar para que ninguém nos veja juntos.
Eu sei que Arthur caminha a alguns metros atrás de mim e isso me deixa
nervosa. Sem vê-lo, sei que está olhando para mim e tenho que respirar e concentrar-me
para não cair. Meu celular vibra. Uma mensagem:
“Amei dormir com você.”
Rindo, eu respondo:
“E eu contigo, mas você ronca.”
Sorrio e imagino que ele também sorri, quando meu celular vibra
novamente.
“Ainda não chegamos ao navio e eu já sinto saudades.”
Que lindoooo! Teclei:
“Assim você me terá sempre que quiser.”
O celular vibra:
“Sempre?”
Eu rio e respondo:
“ Não duvide.”
Meu celular volta a tocar.
“Estou ansioso para voltar a desfrutar das seis fases. Especialmente a
da assassina. Hummm... Seu olhar era tão excitante...”.
Solto uma gargalhada.
“Sua fase assassina também é muito sexy. Adoro quando você morde seu
lábio
inferior.”
Meu celular vibrou novamente.
“Se me disser isso de novo, voltamos já para o hotel!”
Nosso jogo me diverte, me aquece, mas finalmente respondo:
“Agora você tem que trabalhar.”
Estou feliz por senti-lo tão perto, apesar dos metros que nos separam.
Foram as
melhores vinte e quatro horas da minha vida. Arthur é tudo, até mesmo
romântico!
O celular volta a vibrar.
“Meu pai sempre conta que conquistou minha mãe dizendo-lhe:
"Luisa, odeio te ver partir, mas amo ver como você vai." Segundo ele,
seu jeito de caminhar o encantava.”.
Solto uma gargalhada e me surpreendo por me contar coisas tão íntimas
de seus pais.
Quero olhar para trás, mas não devo. Contenho-me e escrevo:
“Meu pai conta que se apaixonou pela minha mãe quando ela lhe disse:
"Holandês branquelo, volte para o seu país". Segundo ele, neste dia
soube que ela era a mulher da sua vida.”.
Imagino Arthur sorrindo e então eu chego ao ancoradouro, onde encontro
com Coral, que, ao me ver, me agarra pelo braço e sussurra:
— E aí, namoradeira?
Incapaz de não olhar para trás, vejo Arthur a poucos metros de nós.
Passa ao meu lado, toca dissimuladamente minha cintura e sinto seu perfume. Eu
adoro. Me excita. Quando se afasta, eu respondo, olhando para minha amiga.
— Foi incrível!
Assim que estamos a bordo, cada um volta as suas obrigações e, durante
horas, não faço mais nada a não ser pensar nele. Única e exclusivamente nele.
Nessa tarde ensaio com a orquestra e peço-lhes para essa noite incluirmos uma
música e eles aceitam na hora. Quando acabamos o ensaio e saio para ir para a
minha cabine, ouço alguém me chamar.
Quando me viro, vejo Tony, e um pouco mais além, vários homens de
terno. Uau, carne nova! Rapidamente, me aproximo com um sorriso e ele pergunta:
— Como foi o seu dia de folga? E não minta para mim, porque ontem
perguntei por você e um de seus colegas me disse que tinha saído com sua amiga Coral.
Eu sorrio sem dizer nada sobre seu engano, respondo:
— Ótimo. Marselha é linda.
— O que você viu?
Bem... Bem... Bem, agora você me pegou!
Na verdade eu tinha visto um belo quarto e um homem maravilhoso, mas
não estou disposta a lhe contar o porquê eu não havia visitado a cidade, eu
digo:
— Um pouco de tudo. – E acrescento: O típico da cidade, mas para nomes
de ruas, monumentos e outras coisas, sou muito ruim.
Nós conversamos por um tempo até que de repente Tony diz:
— A propósito, meu irmão juntou-se a nós em Marselha. Venha, eu quero
te apresentar.
O gesto me decompõe.
Ainda me lembro das “belas” coisas que eu disse a esse homem pelo
telefone e ele a mim, mas não tenho escapatória e nos aproximamos do grupo de
homens de terno... Eu vejo um deles encostado na murada, olhando o mar. É alto
e moreno e está vestindo um terno escuro.
— Omar. – chama Tony.
Quando se vira, não se parece em nada com o que eu esperava. Pensava
que seria um homem de idade avançada e me deparo com um de pouco mais de
quarenta anos, muito, mas muito atraente. Diferentemente de Tony, que tem olhos
claros, ele tem olhos castanhos. Por alguns instantes, nos olhamos com
curiosidade, até que pergunta com voz rouca:
— Quem é esta dama encantadora?
Dama?
Uau... Que galante.
— Ela é Lua. – diz Tony. — E pelo que entendi, você não foi muito
gentil com ela em Barcelona.
Me sufoco.
Lembro-me que o chamei de idiota, além de outras coisas piores. Eu não
acho que ele tenha esquecido, mas contra todas as probabilidades, pega minha mão
e beijando-a murmura:
— Sinto muito por ter sido desagradável com você naquele dia. Acho que
me pegou de mau humor e...
— Está tudo bem. – eu interrompo sem dar muita importância. — Espero
que você deixe-me fazer algo para mudar a má impressão que eu te dei.
Com a minha mão ainda entre as suas, eu não sei o que dizer, quando
Tony explica:
— Lua canta na orquestra do navio e faz isso muito bem.
Omar assente, me encara com seus olhos castanhos, e, inclinando-se um
pouco para ficar da minha altura, pergunta:
— Que tipo de música você canta?
— Um pouco de tudo. – respondo um pouco tímida. — Estar em uma
orquestra exige que se adapte a todos os tipos de música. Ele sorri e, em
seguida, Tito chama Tony, deixando-nos a sós. Por alguns segundos, nós
permanecemos em silêncio, até que, finalmente, insiste:
— Sério, Lua, gostaria muito que você mudasse sua opinião sobre mim.
— Não se preocupe com isso. – insisto. — Entendo sua preocupação. Já
te disse que também tenho irmãos e, por eles, às vezes, tenha que agir de uma
forma que não é a que eu mais aprecio.
Omar sorri e eu sorrio de volta. Nós conversamos por alguns minutos.
Nosso assunto alterna-se entre o navio e o mar. Sinto que me ouve, que presta
atenção em mim e eu gosto disso. Mas quando olho para o relógio e vejo que
horas são, digo rapidamente:
— Me desculpe, tenho que deixá-lo. Começo a trabalhar em uma hora e
ainda não comi e nem me maquiei.
— Maquiagem? Você precisa de maquiagem?
Lisonjeda com seu elogio, eu respondo enquanto ando:
— Acredite ou não, eu melhoro muito depois de passar pela chapinha e
maquiagem.
Vejo que ele sorri e eu corro para a minha cabine. Estou com pressa.
Mas ao chegar vejo Arthur à porta. Sua expressão não é alegre. Pelo contrário,
parece irritado e olhando para ambos os lados, diz:
— Abra e entre antes que alguém nos veja.
Uma vez na cabine, me jogo em seus braços disposta a beijá-lo, mas ele
me afasta e pergunta:
— O que estava fazendo falando com esse cara?
Eu sei a quem se refere e respondo:
— Ele é irmão de Tony. Embarcou no navio em Marselha e...
— Fique longe dele, ok?
Sua voz... Seu gesto irritado e fúria me fazem dizer:
— Vamos ver, o que há de errado, querido?
Arthur quase não pode se mover. A cabine é tão pequena que ao
mover-se, arrisca a bater em alguma coisa.
— Mantenha-se longe dele. – Repete.
— Pelo amor de Deus! – Eu protesto. — Você e eu começamos um
relacionamento, mas não leve isso de que sou tua ao pé da letra, porque eu sou
uma pessoa muito sociável e eu gosto de conversar com todo mundo, entendeu?
— O que?
— O que você ouviu, Arthur! Por favor, não vamos brincar com o que
temos.
Meu moreno me olha. Seu olhar me diz alguma coisa, mas sou incapaz de
decifrar o que é. Respira e toma um fôlego. Não diz nada e, finalmente, eu o
abraço e sussurro:
— Eu gosto de você, você gosta de mim e nós estamos bem. Eu não
preciso de
ninguém mais. Só você, ok?
Ele assente e percebo que seus ombros relaxam. Parece que lhe fica claro
o que eu digo e beijando-me, diz:
— Abra a porta e veja se tem alguém. Eu tenho que voltar ao trabalho.
Faço o que ele pede e quando vejo que a barra está limpa, aviso e ele
se vai depois de um beijo rápido. Eu sorrio, ainda que esteja preocupada com
sua desconfiança.
Perfeito, posta mais +++++
ResponderExcluirMuito bom, maiiis
ResponderExcluir++++++++++++++++++ please
ResponderExcluirTô cada vez mas xonada na web *-*
ResponderExcluirFaz uma maratona dessa web!!!!!!!!!! Por favor :-)
ResponderExcluir+++++ posta mas! Já estamos na espera :-)
ResponderExcluirQue o Arthur não seja muito ciumento nem grudento!
ResponderExcluirQue a Lua fique cada vez mas gamada nesse carinha que citei a cima.
E que ambos desfrutem mais do Amor, e de preferência a dois! S2 :-)
#Deh