Adivinha quem sou (Adaptada)- Capítulo 37

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Eu acaricio seu rosto com carinho, e ele, com um gesto amargo, murmura:

— Se você não se importa, eu prefiro não continuar falando sobre a minha família.

Eu me importo, eu quero saber sobre ele, mas não insisto. Em seu rosto persiste a dor de falar de sua mãe e, aproximando-se dele, o beijo. Eu quero que ele me sinta perto. Percebi que eu começo a ver como ele responde, e depois de vários beijos quentes e doces, sussurra:

— Eu amo sua pele delicada.

Concordo encantada. E eu olho para os nossos dois corpos se abraçando. Ele com seu moreno mulato de Puerto Rico, e eu com minha brancura holandesa.

— Eu gosto da sua, é muito macia.

— Você já esteve alguma vez antes com um homem como eu?

— Não. Você é o primeiro. – e, rindo acrescento – Mas a partir de agora, posso dizer que o mito que circula entre as mulheres sobre mulatos é verdade!

Nós dois rimos e, em seguida, ele pergunta:

— Quantos trios que você fez?

Sua pergunta me pegou de surpresa, especialmente porque ele não queria continuar falando disso. Eu respondo:

— Alguns. Eu não sou um especialista em trios. Eu visitei vários bares de troca com um amigo, mas...

— Qual amigo?

— Um italiano que conheço e...

— Qual italiano? É do barco?

Surpreendida por esse terceiro round, sorrio e explico:

— Não. Francesco vive em Portofino e...

— Transava com ele?

Não me deixa terminar as frases e a última pergunta me perturba. Quando eu vou responder, ele fala antes que eu possa abrir minha boca:

— Você me disse que não fez sexo anal. Como, então, você pode fazer sexo a três?

— Fazer sexo a três com dois homens não significa ter sexo anal – respondo – Há beijos, carícias, curiosidade, penetrações e jogos, muitos jogos. Normalmente nós temos passado bem, os três, sem chegar a este tipo de sexo.

Arthur concorda. Vejo pelo seu gesto que não lhe agrada o que ouve e pergunto:

— Vamos ver, qual é o teu problema?

— Merda. Você tem vinte e seis anos – exclama – Não posso me esquecer.

— E?

— Você tem que experimentar e, eu gostando ou não, você é muito jovem para mim.

Sua resposta me surpreendeu. Eu não entendo por que ele diz isso, e retruco:

— Você se divertiu nos trios?

— Sim.

— A idade influenciou você se divertir ou você atrair esse tipo de experiência?

Depois de pensar um momento, responde:

— Não.

— Então, onde você vê o problema?

Meu moreno finca seus olhos impactantes em mim, e com uma segurança que me excita e me deixa fora de órbita, revela:

— O problema é que eu nunca poderia compartilha-la com ninguém. Não você.

Espantada com o que ele disse, eu pergunto em voz baixa:

— Por que?

Em seus olhos eu vejo algo que eu não tinha visto até agora e, tomando o copo de vinho, diz após um gole:

— Porque o que é meu, é só meu.

Eu rio. Desde quando sou sua?

Vejo que minha risada o incomoda e, incapaz de escondê-la, esclareço:

— Eu não rio de você. É que quando eu fico nervosa eu rio sem querer.

— Mau momento para fazer isso, você não acha?

Concordo.

Este riso involuntário sempre me trouxe problemas. Na escola. Nos trabalhos. Com meus pais. Tentando relaxá-lo, murmuro, cercando-o:

— Eu sou humana, tenho milhões de falhas. E esta é uma...

— Também é caprichosa – diz ele.

— Sim, você disse.

— E muito ousada para ter apenas vinte e seis anos, você não acha?

Bufo e respondo:

— Eu sou adulta, Arthur, e...

— E quem é esse italiano?

Ao pensar em Francesco, eu sorrio e encolho os ombros, e respondo:

— Um amigo que me ajudou a ter cabeça e a entender o que é desfrutar do sexo, sozinha ou acompanhada.

— É alguém especial para você?

— Ele é meu amigo – eu insisto — e espero vê-lo quando atracarmos em Genova.

Arthur me olha fixamente, apertando o copo, responde, perdendo a paciência:

— Espero que não.

Isso toca minha moral. Quem é ele para dizer isso?

— Quanto a Francesco, eu acho...

— Eu não me importo sobre nada dele, Lua. Só me prometa que você não vai vê-lo.

Indignada respondo:

— Você me perguntou sobre ele e...

— Eu disse que não queria saber nada de Portofino.

Irritada por sua atitude, soco a cama, e silvo furiosa:

— Pode, por favor, deixar-me terminar uma frase? Merda! Que mania de me interromper ou aqui somente você pode falar?

Minha reação o surpreende e ficamos quietos. Como diria minha avó: “Acaba de passar um anjo!”.

Arthur sai da cama e caminha até a janela. Está irritado. Eu também. Os sentimentos fervendo dentro de mim me sufocam, mas não vou ficar com raiva. Eu me recuso.

O tempo que passamos aqui eu quero aproveitar. Então eu pego minha camisa, visto, me levanto e aproximo-me dele. Dou-lhe um tapinha nas costas para olhar para mim e quando o faz, eu digo:

— Acabo de vestir a camiseta das reconciliações.

Seu olhar muda e sorri. Eu também, e finalmente nos beijamos. Quando separa seus lábios maravilhosos dos meus, murmura com cautela:

— Desculpe-me.

Estou muito feliz e respondo:

— Está desculpado, mas esteja ciente que eu não gostei desta atitude machista, você me dá a entender que é muito possessivo.

Arthur concorda. Ele não nega, pelo contrário, sussurra:

— Minha mulher é só minha. Você não vai ter a menor dúvida.

Eu sou sua mulher?!

Volto a rir e ele, irritado, se dirige para o banheiro.

Porra... Porra... Com a minha risada.

Eu o sigo. Está a escovar os dentes. Agarro sua cintura por trás e me apoio nele, enquanto o olho pelo espelho. Este homem é fascinante até escovando os dentes e, uma vez que termina, pergunto:

— Você diz isso por quê me considera sua?

— Sim. – responde sem hesitar um segundo.

Sai do banheiro, e eu fico sozinha como um cogumelo.

Mas... Mas... O que é isso de que sou sua?

Disposta a continuar falando sobre isso, eu o sigo para o quarto, enquanto ele coloca uma música, de costas a mim, eu pergunto:

— E desde quando sou sua?

Virando-se para olhar-me, responde, deixando-me sem palavras:

— Em meus olhos, você era minha a partir do momento que eu vi você na Starbucks com sua amiga. Na minha mente, você é minha desde que você trabalhou na cozinha e eu vi você sorrir. Na minha cabeça, você é minha desde que eu provei o creme que você tinha em sua boca naquele dia em que você caiu. Em meu coração, você é minha, pois, como uma leoa, fez amor comigo na loja. E, na minha vida, você é minha, desde hoje, tenho você para mim e me dei conta de que você é minha mulher.

Pisco. Bufo e respiro fundo.

Deus, como é doce!

Não poderia ajudá-lo, passa pela minha cabeça todas essas comédias românticas que eu já vi na minha vida com Coral e eu ri. Viva o amor! Aqueles homens que aparecem nelas existem e eu tenho diante de mim o mais bonito e sexy.

Ele espera pela minha resposta e, como sempre, eu vou e rio. Sou uma idiota!

Arthur coloca os olhos em branco, se desespera. Eu não tenho a sua veia romântica, me jogo em seu pescoço, me penduro nele e digo:

— Você é meu, minha variedade de beijos de chocolate, morango ou qualquer sabor que você goste, é e será sempre para você.

Meu Deus, que brega eu disse! Para me matar.

Mas eu vejo que ele gosta, porque sorri, e eu acrescento:

— Eu nunca fui romântica, Arthur. Mas eu quero que você saiba que eu me tornei

apaixonada por você no primeiro momento que eu vi você. Estou com medo do que você me faz sentir, porque eu nunca acreditei no amor, mas não posso negar que eu gosto de ouvir como você diz coisas boas e eu não quero parar de sentir o que você faz comigo.

Sim... Sem dúvida este foi melhor do que a variedade brega de beijos.

Olhamos-nos...

Tremo...

Estou com medo do que eu disse. Eu nunca disse e nem aceitei um relacionamento assim, mas perco o medo quando meu moreno sorri e trás sua boca na minha.

Ele me beija com delírio, com paixão, com loucura, como só ele sabe fazer. Morde meus lábios com prazer, me deixando louca, e, sem deixar minha boca, sussurra:

— Caprichosa.

Assento. Pela primeira vez na minha vida eu concordo que sou caprichosa e que eu estou apaixonada. E desejosa de meu maior capricho, eu roço meu nariz com o dele, e mimosa sussurro:

— E agora eu quero que você faça amor comigo, me beije com sua boca maravilhosa, diga-me coisas belas, românticas e sensíveis, e que me faça disfrutar das seis fases do orgasmo.

— As seis fases de orgasmo?

Eu digo sim com a cabeça, beijou-o e respondo:

— Agora mesmo eu explico quais são.

Não é preciso dizer mais.

Ambos estamos nus, e apoiando-me na parede, ele segura com uma de suas mãos o meu traseiro, enquanto com a outra guia a ponta de seu pênis ereto ao centro de meu úmido desejo e canta:

— Vou fazer amor como você pede. Eu vou te beijar até deixá-la sem fôlego, e direi-lhe todas essas coisas tão bonitas e românticas que me provoca, mas não afaste teus olhos dos meus. Quero ver como suas pupilas se dilatam, por e para mim, durante essas seis fases do orgasmo.

Uauuuuu! Sim é para comer.

Se há algo que me apaixonei nele, é essa sensualidade que coloca em tudo que faz ou diz.

Arthur começa a dizer coisas incríveis que nunca ninguém me disse e eu o olho. Eu gosto. Olhamos-nos nos olhos e, definitivamente, vejo que suas pupilas dilataram e imagino que as minhas também devem ter dilatado.

Quando sua dura e gostosa ereção está toda em meu interior, ele retrocede e,

abrindo-me mais, me pergunta com voz grave:

— Eu quero mais profundo, posso?

Assento. Claro que ele pode... Mas quando ele vai, dou um gemido. Ele para e

pergunta:

— Doeu?

Aceno de volta, mas quando vai recuar, eu o paro e peço:

— Continue.

— Eu não quero machucar você, querida.

— Não vai me machucar. – ofegante em voz baixa. — É uma dor prazerosa. Uma dor gostosa. Siga. Não pare, eu sou sua. Sua coelhinha. Sua caprichosa. Não me deixe assim.

Minhas palavras reconhecendo a sua posse o enlouquecem. Eu vejo isso em seus olhos.

Cuidadosamente Arthur move os quadris para frente reintroduzindo lentamente e meu corpo aberto para recebê-lo. Como ele continua me dizendo coisas maravilhosas. O que é um prazer!

— Não se mova nem um milímetro – sussuro com a voz entrecortada.

Oh, Deus. Estou na fase seis, à assassina! Se se move, eu o mato.

Arthur assente e, brevemente, o interior de minha vagina treme. Ela suga. Ele leva a penetração ao extremo de um jeito que nunca havia experimentado antes e, uma vez que o faz, sou eu quem se move exigindo que ele o faça também.

Vendo que a minha atitude mudou, meu morenaço se move. No começo ele vai com cautela, mas depois de alguns segundos, mais forte. Estou presa contra a parede e ofegante em êxtase para receber o seu ataque seco e perturbador. Ele faz amor como eu pedi, com seu olhar. Eu me rendo a ele como seus olhos me pedem que me entregue. E quando o vejo morder o lábio inferior, fechar os olhos e jogar a cabeça para trás, eu acho que vou morrer de sabor e prazer.

Sem descanso, ele me possui e eu o possuo.

Nos pertencemos.

Nós apreciamos a nossa loucura, até chegar ao orgasmo em uníssono e ficamos

exaustos, mas felizes nos braços um do outro.

— Solta-me se quiser. Peso e...

— Não quero te deixar ir. Você é minha.

Com um sorriso cativante, em seus braços, ele vai comigo para o chuveiro. Nós ficamos
debaixo dele, e enquanto a água cai em nossos corpos e nós rimos, penso que nunca ninguém havia me feito tão feliz.


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