Treinando a Mamãe 2

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Capitulo 6

Amy entrou no quarto querendo disfarçar para si mesma que estava com ciumes do pai. Logo tirou a calça jeans que usava, colocando um short desfiado. Tirou a camiseta e colocou uma blusa larga de cor preta e cinza. Prendeu o cabelo em um coque alto e sentou-se diante do Notebook. Minutos depois, soou naquele quarto uma batida na porta que estaria aberta.
- Posso entrar?
- Entre pai. - Ela disse bastante chateada, virando-se para olhá-lo, ao girar a cadeira.
Arthur entrou no quarto, com um sorriso e um olhar faceiro no rosto. Logo sentou-se na beira da cama dela, que ficava muito próxima da mesa onde estava o notebook dela. Largou a mochila de Amy que teria trago da sala, encima da cama. E olhou para ela.
- O que houve?
- Nasa. - Desviou o olhar. Mas logo olhou nos olhos dele de novo. - Tudo.
- Tudo ou nada? - Sorriu
- Pai... - Lhe reprimiu, manhosa. - Você nem me abraçou direito. - Reclamou.
- Ratinha. - Ele riu. - Não seja infantil.
- Não sou ratinha. - Revirou os olhos. - Senti sua falta. - Cruzou os braços, e abaixou o olhar. - Mais do que eles.
- Quantos anos você tem? 18 ou 5?
- Estou falando sério.
Ele levantou-se com um sorriso sereno e então estendeu a mão. Dengosa ela segurou na mão dele e levantou também. Ele lhe deu um abraço forte.
- A princesa cresceu. - Suspendeu-a em seus braços. - Ta uma gatinha grande.
- Paaaai.... - Ela sorriu querendo disfarçar.
- O que te deixou chateada fora isso? - Rompeu o abraço, e beijou a testa dela. - Te conheço, tem algo a mais ai.
- Só estou com saudades de Barcelona. - Sentou-se novamente na cadeira e olhou para ele. - Da Selene, Ash, David.... - Arthur lhe interrompeu.
- Paul....
- Paul... - Sem se tocar, ela repetiu. - Pai! - Lhe encarou ao se dar conta do verde que Arthur tinha soltado.
- Amy, sei que sente falta do Paul, mas ele é um safado filha, coloca isso na sua cabeça.  - Disse sério. - Você passou todos esses anos me infernizando a vida, para voltar, voltar, volar... Casar com a Lu, e conhecer seus irmãos. E quando isso acontece, você simplesmente sente falta de Barcelona?
- Ah... - abaixou o olhar novamente. - É tudo diferente do que eu imaginei. Mas eu vou me adaptar.
- Claro que vai.
- Mas minha vida está uma merda. - Revirou os olhos.
- Não está. - Ele sorriu. - E lembrou-se. - Beijou o centro da cabela dela e tornou para o lugar que estava. -  Você tem 18 anos, e não 8. E eu te disse que as coisas eram complicadas e diferentes. Eu estou disposto a encaram tudo, porque amo a Lua, amo você e amo seus irmãos. Mas sei que será difícil. Tanto para nós, quanto para eles. Então.... Relaxa. - Suspirou fundo.
- Primeiro na África, depois irlanda e por ultimo agora, foi Havaí. - Arthur falou, sentado sob a mesa. Estavam almoçando... Tarde, mas estavam. Lua teria feito macarronada, e para acompanhar... Coca-cola. pelo menos, estava saborosa e todos aprovaram. - Dei aula para vários estudantes de biologia. - Disse empolgado.
- E você é professor por acaso, papai? - Théo perguntou, olhando-o.
- Não chega a ser isso, filho... Mas quase. - Riu.
- África de novo? - Amy limpou os lábios com guardanapo, olhando-o.
- Gosto da África. - Lua disse risonha ainda com comida na boca. Após engolir tudo, tornou a falar. - Se não fosse por ela, nem teríamos nos conhecido, né filha.
- Viva a Africa. - Amy ergueu  copo de coca-cola e sorriu.
- Tem cebola. - Thammy reclamou, olhando para o prato com um olhar reprovador. - Muita cebola.
- Cebola faz bem para os olhos. - Lua respondeu, voltando a comer.
- Não era formigas? - Théo franziu o cenho.
- O que? - Lua olhou para ele, mastigando devagar. Pegou o copo e tomou um gole do refrigerante.
- Você falou quando tinha uma formiguinha no café, que era bom para os olhos. - Ele explicou, e colocou uma porção de comida na boca, sem tirar o olhar dela.
-E?
- Para mim você já falou que café era bom para dormir. - Amy falou, debochada. Porém, disfarçando um sorriso.
- E não é? - Lua franziu a sobrancelha. - Parem. - Revirou os olhos e suspirou fundo.
- Falou que café faz bem pro sangue. - Thammy disse, revirando os olhos e tirando as verduras que encontrava em seu almoço.
- E que fritura faz mal, mas vive comendo batata frita. - Théo entregou a mãe, e Arthur encarou Lua. Em seguida abriu um sorriso bobo.
- Mamãe. - Thammy olhou para ela, e franziu o cenho. - você já é velha para ser tão boba assim.
- Só tenho 33 anos. - Disse, sentida. - Não sou velha.
- Meu amor, eles estão te tirando. - Arthur disse, após limpar os lábios com guardanapo. Estava sentado ao lado de Lua, colocou o braço pelos ombros dela, e piscou para thammy e Théo que estava diante deles, do outro lado da mesa. Os gêmeos riram, e tornaram a comer.
O celular e Amy que estava encima da mesa, ao lado de seu prato, começou a vibrar. O semblante dela mudou, Limpou rapidamente os lábios, sem tirar o olhar da tela do celular, e levantou-se, pegando-o. Arthur e Lua se olharam e em seguida olharam para ela.
- Que foi, Amy?
- QUE INFERNO! - Ela gritou, olhando para o celular. Saiu da sala de jantar em passos rápidos, e logo começou a chorar antes mesmo de se direcionar ao corredor. Arthur iria se levantar, mas Lua fez ficar na cadeira e ela mesma levantou.
- O que foi? - Lua entrou no quarto, logo depois que Amy.
Ela estava chorando bastante, e logo quando entrou no quarto, jogou o celular contra a parede, fazendo-o quebrar-se antes mesmo de encontrar-se com o chão.
- Quebrou o celular, Amy. - Lua estava confusa, e repressora também. Caminhou no quarto, ficando de frente para Amy, que colocou as mãos no rosto, e permaneceu chorando. - Que foi, jubão? - Carinhosamente, Lua abraçou-a.
Chorando, Amy abraçou Lua que lhe levou para a cama. Ainda não conseguia falar nada. Lua sentou-se e fez ela deita-se com a cabeça em seu colo. E ali Amy chorou tudo que tinha para chorar, e quando sentiu que era o momento de falar, suspirou fundo ainda em soluços.
- Paul e Selene.... - Foi tudo que ela disse, para tornar a chorar de novo.
Lua semicerrou os olhos furiosa.
- É a milésima vez que você está chorando por causa desse cara, Amy Lee. - Reprimiu. - Se enxerga velho, se olha, você é linda.
- Tem noção? - Ergueu-se na cama, sentando-se e olhando para Lua. - Selene era a minha amiga.
- Que bela amiga fura-olho - Revirou os olhos. - parei... - Falou, quando viu o olhar encarador de Amy.
- Mãe, ela está gravida dele. - Disse engoliu a seco. Lua viu o sofrimento de Amy, pelos olhos molhados de lágrimas dela. E era como sentir na própria pele a dor da filha.
- Facebook?
- Twitter. - Respondeu, chorosa.
- Parabéns para ela, meu amor. - Lhe olhava no olhos. - Ser mãe jovem, não é fácil e quem vai sofrer é ela.
- O que você pode falar disso? - Enxugou as lágrimas. - Você engravidou aos 15 para 16 e não criou sua filha, então não foi nada difícil para você.
- Desconto?
- Realidade.
- Só estou tentando te ajudar. - Ficou sentida. - Na real? Só estou tentando te ajudar, Amy. Mas está muito complicado lhe dar contigo. Não sei o que posso fazer pra ter ver bem, nada te agrada, raramente você sorri. - Segurou os braços dela e lhe sacudiu breve. - Acorda, aquele filho da puta não te merece. O que você chora hoje ele sorri lá no quinto dos infernos e nem lembra que você existe.
- Muito obrigada. - Desviou o olhar e tornou a chorar, silenciosamente.
Lua ergueu o olhar dela, segurando em seu queixo.
- O que está havendo com você? Desapega caramba. - Disse firme. - Mulher não deve chorar por homem nenhum, quando esse homem não é certo. Cade a menina moleca que chegou aqui de surpresa, fez um auê na minha vida e conseguiu definitivamente nos transformar em uma família? Quem é você e o que fez com a jubão?
- Ah mãe. - Engoliu o choro, mas sua voz estava tremula. - Você não me conhece.
                           
                                                                                                        Continua................

Gente estava sem net por isso não postei nada....

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