Peça-me o que quiser agora e sempre - 2º temp. - 6º e 7º Capítulo (Adaptada)

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Capítulo 6:

Esse é um plano maravilhoso. Em outro momento teria parecido perfeito. Mas respondo:

— Não, obrigada. Não posso. Estou enrolada com minha família e além do mais, nesses dias, trabalho à noite e...

— Então trabalha à noite?

— Sim.

— Mas no quê?

— Sou garçonete num pub e...

— Como assim, Lua!? Garçonete?! Arthur não vai achar graça, não. Eu o conheço, não vai gostar nem um pouquinho.

— Que Arthur goste ou não já não é problema meu — esclareço sem querer entrar em detalhes. — Além disso, no sábado tenho uma corrida em Cádiz e...

— Tem uma corrida?

— Hum-hum.

— De quê?

— De motocross.

— Então você corre de motocross?

— Sim.

— Motocross! — grita, surpresa. — Lu, não posso perder essa. Você é minha heroína. Que coisas mais bacanas você faz! Se por acaso eu tiver uma filha, quero que ela seja como você quando crescer.

Ao perceber sua surpresa, rio e digo:

— É uma corrida beneficente, sabe, pra arrecadar fundos pra comprar brinquedos e distribuir pras crianças de famílias pobres.

— Ah, estaremos lá! Onde você disse que é?

— Em Puerto de Santa María.

— A que horas?

— Começa às onze da manhã. Mas olha, Frida... Não diga nada pro Arthur. Ele não gosta nem um pouco dessas corridas. Fica agoniado porque lembra do que aconteceu com a irmã.

— Não dizer ao Arthur? — zomba sem querer me ouvir. — É a primeira coisa que vou fazer quando estiver com ele... Se ele não quiser ir, que não vá, mas é claro que eu vou te ver.

— Eu não quero ver o Arthur, Frida. Estou muito chateada com ele.

— Para com isso, pelo amor de Deus! Agora vai ser mais idiota que ele?! Olha, se amanhã o mundo acaba como dizem os maias, e você nunca mais vê o Arthur... Já pensou?

O comentário me faz rir, embora reconheça que pensei nessa possibilidade.

— Frida, o mundo não vai acabar. E quanto ao Arthur, uma pessoa que desconfia de mim e que se enfurece comigo sem deixar que eu me explique não é o que quero na minha vida. Além disso, já estou cheia dele. É um babaca.

— Minha nossa! Realmente você é pior que ele. Vem cá, vocês são tão idiotas que não veem que foram feitos um pro outro? Bom, enfim... não quer deixar de lado esse teu orgulho desgraçado e dar a vocês a chance que merecem? Ele é um cabeça-dura? Com certeza! Você é uma cabeçuda? Com certeza! Mas, pelo amor de Deus, Lua, você tem que falar! Lembra que ia se mudar logo pra Alemanha? Já esqueceu? — E sem me dar tempo de dizer mais nada, afirma: — Bom, deixa comigo. Até sábado, Lu.

E, com uma estranha dor no estômago pelo que ouvi, me despeço.

Capítulo 7:


A sexta-feira passa — e o mundo não acaba! Os maias não acertaram.

No sábado, acordo muito cedo. Estou exausta por causa do meu trabalho de garçonete, mas é a vida. Olho pela janela.

Não está chovendo!

Beleza!

Saber que Arthur está a poucos quilômetros de mim e que há a possibilidade de nos vermos me deixa ansiosa demais. Não comento nada em casa. Não quero que isso mexa com eles e — quando chegam o Bichão e o Lucena com o reboque meu pai e José ajeitam aet moto nele — sorrio, feliz.

— Vamos, moreninha! — grita meu pai. — Já está tudo preparado.

Minha irmã, minha sobrinha e eu saímos de casa. Estou levando a bolsa com meu macacão de corrida. Ao chegar ao carro, me alegro ao ver Fernando chegando.

— Você vai? — pergunto.

Ele, engraçadinho, faz que sim.

— Me diga quando eu faltei a uma de tuas corridas?

Nos dividimos em dois carros. Meu pai, minha sobrinha, o Bichão e o Lucena vão num, e minha irmã, José, Fernando e eu, no outro.

Em Puerto de Santa María, nos dirigimos ao lugar do evento. Está transbordando de gente, como todos os anos. Depois de entrar na fila para confirmar a inscrição e receber meu número, meu pai volta feliz.

— Você é o número 87, moreninha.

Sorrio e olho em volta em busca de Frida. Não a vejo. Gente demais.

Checo meu celular. Nenhuma mensagem.

Me encaminho com minha irmã para os vestiários improvisados que a organização montou para os participantes. Tiro meu jeans e boto meu macacão de couro, vermelho e branco. Minha irmã me coloca as proteções dos joelhos.

— Qualquer hora dessas, Lua, vai ter que dizer a papai que vai parar com isto — afirma. — Você não pode continuar dando saltos numa moto eternamente.

— E por que não, se eu gosto?

Raquel sorri e me dá um beijo.

— Tem razão, na verdade. No fundo admiro seu lado de guerreira machona.

— Acabou de me chamar de machona?

— Não, fofinha. Quero dizer que essa força que você tem, eu gostaria de ter também.

— Você tem, Raquel... — sorrio com carinho. — Ainda me lembro de quando você participava das corridas.

Minha irmã vira os olhos:

— Mas eu corri duas vezes. Não levo jeito pra isso, por mais que papai adore.

Realmente, ela tem razão. Mesmo que nós tenhamos sido criadas pelo mesmo pai e tenhamos compartilhado os mesmos hobbies, ela e eu somos diferentes em muitas coisas. E o motocross é uma delas. Vivi esse esporte, sempre. Ela sofreu, sempre.

Já de macacão, vou para onde me esperam meu pai e o que se pode chamar minha equipe. Minha sobrinha está feliz e dá pulos de entusiasmo ao me ver. Para ela sou sua super titia! Sorridente, tiro fotos com ela e com todos. Pela primeira vez em vários dias, meu sorriso é franco e conciliador. Estou fazendo uma coisa de que gosto, e dá para ver isso na minha cara.

Passa um homem vendendo bebidas e meu pai compra uma Coca-Cola. Contente, começo a tomá-la quando minha irmã exclama:

— Ihhhh, Lua!

— O quê?

— Acho que tem alguém te paquerando.

Olho-a com uma expressão sacana, e ela, aproximando-se comicamente, cochicha:

— O piloto 66, o da tua direita, não para de te olhar. Não quero dizer nada, mas o cara tá quase babando.

Curiosa, me viro e sorrio ao reconhecer David Guepardo. Ele me pisca o olho, e ambos nos cumprimentamos. Nós nos conhecemos há anos. É de uma cidadezinha perto de Jerez chamada Estrella del Marqués. Somos apaixonados por motocross e costumamos nos encontrar de vez em quando em algumas corridas. Falamos por um instante. David, como sempre, é todo charmoso comigo. Supersimpático. Pego o que ele me entrega, me despeço e volto para minha irmã.

— O que tem aí?

— Ô Raquel, deixe de se meter em tudo — censuro. Mas ao compreender que não vai mesmo me deixar em paz, respondo: — Seu número de telefone, satisfeita?

Primeiro minha irmã tapa a boca e depois solta:

— Aiii, fofa! Quero ser você na outra encarnação.

Desato a rir bem na hora em que ouço:

— Lua!

Me viro e topo com o maravilhoso sorriso de Frida, que corre para mim com os braços abertos. Eu a abraço com alegria e vejo que atrás dela vêm Andrés e Arthur.

11 comentários:

  1. Mds que perfect quero mais posta posta posta

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  2. maaaaaaaaisssssss,,aii que curiosidade

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  3. amooooo essa web, tomare que arthur provoque lua
    -allana <3

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  4. cada vez mais mim apaixono por essa web.
    super anciosa pra ver lua provocando arthur

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  5. parabéns as 2º temporada tá mais que perfeita

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  6. Só quero vê a reação deles.... Muito ansiosaaaaa!!!! Posta mais hoje!! Segunda temporada muito boa a!!

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  7. ARTHUR!!! Ebba ansiosa para ver a reação deles .

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  8. Curiosa estou pra ver a cara de LuAr ! MAISS PELO AMOR DE DEUS ! AAAAA

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