Esse é um plano maravilhoso. Em outro momento teria
parecido perfeito. Mas respondo:
— Não, obrigada. Não posso. Estou enrolada com minha
família e além do mais, nesses dias, trabalho à noite e...
— Então trabalha à noite?
— Sim.
— Mas no quê?
— Sou garçonete num pub e...
— Como assim, Lua!? Garçonete?! Arthur não vai achar
graça, não. Eu o conheço, não vai gostar nem um pouquinho.
— Que Arthur goste ou não já não é problema meu —
esclareço sem querer entrar em detalhes. — Além disso, no sábado tenho uma
corrida em Cádiz e...
— Tem uma corrida?
— Hum-hum.
— De quê?
— De motocross.
— Então você corre de motocross?
— Sim.
— Motocross! — grita, surpresa. — Lu, não posso perder
essa. Você é minha heroína. Que coisas mais bacanas você faz! Se por acaso eu
tiver uma filha, quero que ela seja como você quando crescer.
Ao perceber sua surpresa, rio e digo:
— É uma corrida beneficente, sabe, pra arrecadar fundos
pra comprar brinquedos e distribuir pras crianças de famílias pobres.
— Ah, estaremos lá! Onde você disse que é?
— Em Puerto de Santa María.
— A que horas?
— Começa às onze da manhã. Mas olha, Frida... Não diga
nada pro Arthur. Ele não gosta nem um pouco dessas corridas. Fica agoniado
porque lembra do que aconteceu com a irmã.
— Não dizer ao Arthur? — zomba sem querer me ouvir. — É a
primeira coisa que vou fazer quando estiver com ele... Se ele não quiser ir,
que não vá, mas é claro que eu vou te ver.
— Eu não quero ver o Arthur, Frida. Estou muito chateada
com ele.
— Para com isso, pelo amor de Deus! Agora vai ser mais
idiota que ele?! Olha, se amanhã o mundo acaba como dizem os maias, e você
nunca mais vê o Arthur... Já pensou?
O comentário me faz rir, embora reconheça que pensei nessa
possibilidade.
— Frida, o mundo não vai acabar. E quanto ao Arthur, uma
pessoa que desconfia de mim e que se enfurece comigo sem deixar que eu me
explique não é o que quero na minha vida. Além disso, já estou cheia dele. É um
babaca.
— Minha nossa! Realmente você é pior que ele. Vem cá,
vocês são tão idiotas que não veem que foram feitos um pro outro? Bom, enfim...
não quer deixar de lado esse teu orgulho desgraçado e dar a vocês a chance que
merecem? Ele é um cabeça-dura? Com certeza! Você é uma cabeçuda? Com certeza!
Mas, pelo amor de Deus, Lua, você tem que falar! Lembra que ia se mudar logo
pra Alemanha? Já esqueceu? — E sem me dar tempo de dizer mais nada, afirma: —
Bom, deixa comigo. Até sábado, Lu.
E, com uma estranha dor no estômago pelo que ouvi, me despeço.
Capítulo 7:
A sexta-feira passa — e o mundo não acaba! Os maias não
acertaram.
No sábado, acordo muito cedo. Estou exausta por causa do
meu trabalho de garçonete, mas é a vida. Olho pela janela.
Não está chovendo!
Beleza!
Saber que Arthur está a poucos quilômetros de mim e que há
a possibilidade de nos vermos me deixa ansiosa demais. Não comento nada em
casa. Não quero que isso mexa com eles e — quando chegam o Bichão e o Lucena
com o reboque meu pai e José ajeitam aet moto nele — sorrio, feliz.
— Vamos, moreninha! — grita meu pai. — Já está tudo
preparado.
Minha irmã, minha sobrinha e eu saímos de casa. Estou
levando a bolsa com meu macacão de corrida. Ao chegar ao carro, me alegro ao
ver Fernando chegando.
— Você vai? — pergunto.
Ele, engraçadinho, faz que sim.
— Me diga quando eu faltei a uma de tuas corridas?
Nos dividimos em dois carros. Meu pai, minha sobrinha, o
Bichão e o Lucena vão num, e minha irmã, José, Fernando e eu, no outro.
Em Puerto de Santa María, nos dirigimos ao lugar do
evento. Está transbordando de gente, como todos os anos. Depois de entrar na fila
para confirmar a inscrição e receber meu número, meu pai volta feliz.
— Você é o número 87, moreninha.
Sorrio e olho em volta em busca de Frida. Não a vejo.
Gente demais.
Checo meu celular. Nenhuma mensagem.
Me encaminho com minha irmã para os vestiários
improvisados que a organização montou para os participantes. Tiro meu jeans e
boto meu macacão de couro, vermelho e branco. Minha irmã me coloca as proteções
dos joelhos.
— Qualquer hora dessas, Lua, vai ter que dizer a papai que
vai parar com isto — afirma. — Você não pode continuar dando saltos numa moto
eternamente.
— E por que não, se eu gosto?
Raquel sorri e me dá um beijo.
— Tem razão, na verdade. No fundo admiro seu lado de
guerreira machona.
— Acabou de me chamar de machona?
— Não, fofinha. Quero dizer que essa força que você tem,
eu gostaria de ter também.
— Você tem, Raquel... — sorrio com carinho. — Ainda me
lembro de quando você participava das corridas.
Minha irmã vira os olhos:
— Mas eu corri duas vezes. Não levo jeito pra isso, por
mais que papai adore.
Realmente, ela tem razão. Mesmo que nós tenhamos sido
criadas pelo mesmo pai e tenhamos compartilhado os mesmos hobbies, ela e eu
somos diferentes em muitas coisas. E o motocross é uma delas. Vivi esse
esporte, sempre. Ela sofreu, sempre.
Já de macacão, vou para onde me esperam meu pai e o que se
pode chamar minha equipe. Minha sobrinha está feliz e dá pulos de entusiasmo ao
me ver. Para ela sou sua super titia! Sorridente, tiro fotos com ela e com
todos. Pela primeira vez em vários dias, meu sorriso é franco e conciliador.
Estou fazendo uma coisa de que gosto, e dá para ver isso na minha cara.
Passa um homem vendendo bebidas e meu pai compra uma
Coca-Cola. Contente, começo a tomá-la quando minha irmã exclama:
— Ihhhh, Lua!
— O quê?
— Acho que tem alguém te paquerando.
Olho-a com uma expressão sacana, e ela, aproximando-se
comicamente, cochicha:
— O piloto 66, o da tua direita, não para de te olhar. Não
quero dizer nada, mas o cara tá quase babando.
Curiosa, me viro e sorrio ao reconhecer David Guepardo.
Ele me pisca o olho, e ambos nos cumprimentamos. Nós nos conhecemos há anos. É
de uma cidadezinha perto de Jerez chamada Estrella del Marqués. Somos
apaixonados por motocross e costumamos nos encontrar de vez em quando em
algumas corridas. Falamos por um instante. David, como sempre, é todo charmoso
comigo. Supersimpático. Pego o que ele me entrega, me despeço e volto para
minha irmã.
— O que tem aí?
— Ô Raquel, deixe de se meter em tudo — censuro. Mas ao
compreender que não vai mesmo me deixar em paz, respondo: — Seu número de
telefone, satisfeita?
Primeiro minha irmã tapa a boca e depois solta:
— Aiii, fofa! Quero ser você na outra encarnação.
Desato a rir bem na hora em que ouço:
— Lua!
Me viro e topo com o maravilhoso sorriso de Frida, que
corre para mim com os braços abertos. Eu a abraço com alegria e vejo que atrás
dela vêm Andrés e Arthur.
Mais, mais, mais, mais!
ResponderExcluirMds que perfect quero mais posta posta posta
ResponderExcluirmaaaaaaaaisssssss,,aii que curiosidade
ResponderExcluiramooooo essa web, tomare que arthur provoque lua
ResponderExcluir-allana <3
web mais que perfeita <3
ResponderExcluircada vez mais mim apaixono por essa web.
ResponderExcluirsuper anciosa pra ver lua provocando arthur
parabéns as 2º temporada tá mais que perfeita
ResponderExcluirSó quero vê a reação deles.... Muito ansiosaaaaa!!!! Posta mais hoje!! Segunda temporada muito boa a!!
ResponderExcluirMaiiis!
ResponderExcluirARTHUR!!! Ebba ansiosa para ver a reação deles .
ResponderExcluirCuriosa estou pra ver a cara de LuAr ! MAISS PELO AMOR DE DEUS ! AAAAA
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