Peça-me o que quiser agora e sempre - 2º temp - 2º e 3º Capítulo (Adaptada)

|


2º Capítulo
— Lua — protesta minha irmã —, nem pensar!
— Fica quieta, Raquel.
Mas minha irmã começa seu sermão e já não há quem a pare. Depois de discutir com ela, olho Fernando de novo, que não abriu a boca.
— Pode me conseguir o que te pedi ou não?
— Pra que quer isso? — me responde.
Não estou com vontade de contar o que aconteceu.
— Fernando, não é para nada de mal — explico. — Enfim, se você puder me ajudar, eu te agradeço.
Durante uns segundos, ele me olha sério, enquanto ao meu lado Raquel continua me metendo pau. Por fim ele concorda e se afasta. Vejo que fala pelo celular. Isso me deixa nervosa. Dez minutos depois, vem com um papel e diz:
— Sobre Rebeca só posso te dizer que está na Alemanha; ela não tem uma residência fixa. E o endereço da outra está aqui. Aliás, tuas amigas se movem num ambiente de alto nível e estão nos mesmos jogos que Arthur Aguiar.
— Que jogos são esses? — pergunta Raquel.
Fernando e eu nos olhamos. Vou cortar sua língua se der mais um pio!
Nós nos entendemos bem: sabe que se pensar em responder a minha irmã, se verá comigo. Ele me leva a sério. É um amigo excelente. Finalmente, Fernando se resigna e diz:
— Nenhuma besteira com elas, certo, Lua?
Minha irmãzinha faz que não com a cabeça, ofegante. Eu, emocionada, pego o papel e beijo Fernando no rosto.
— Obrigada. Muito, mas muito obrigada.
Essa noite, quando fico sozinha no meu quarto, a raiva toma conta de mim. Saber que no dia seguinte, com um pouco de sorte, vou estar cara a cara com Marisa me deixa nervosa. Essa bruxa desgraçada vai saber quem eu sou.
Acordo às sete da manhã. Chove.
Minha irmã já está de pé e, mal vê que me preparo para viajar, gruda em mim como um carrapato e não para de fazer perguntas.
Tento escapar dela.
Vou a Huelva fazer uma visitinha a Marisa de la Rosa. Mas Raquel... é muito Raquel!
Por fim, ao perceber que não posso me livrar dela, concordo que me acompanhe.
Mesmo que durante o trajeto eu me arrependa e sinta uns impulsos assassinos de jogá-la na sarjeta. É tão chata e repetitiva que tira qualquer um do sério.
Ela não sabe o que realmente aconteceu comigo e com Arthur, e não para de delirar com suas suposições. Se soubesse a verdade, ficaria de queixo caído. Uma mentalidade como a de minha irmã não entenderia minhas brincadeiras com Arthur.
Pensaria que somos depravados, ou coisas ainda piores.
No dia em que tudo aconteceu, quando contei a Raquel, amenizei um pouco a realidade. Contei que essas mulheres tinham armado pra cima da gente e por isso havíamos discutido e terminado. Não pude lhe dizer outra coisa.
Quando chegamos a Huelva, estranhamente não estou nervosa.
Basta o nervosismo da minha irmãzinha.
Ao chegar à rua indicada no papel, estaciono. Observo ao redor e vejo que Marisa vive muito, mas muito bem. É um bairro de luxo.
— Ainda não sei o que fazemos aqui, fofinha — protesta minha irmã, saindo do carro.
— Fique aqui, Raquel.
Mas, me ignorando, fecha decidida a porta e responde:
— Nem pensar, benzinho. Aonde você for, eu vou.
Bufo, resmungo.
— Ei, espera aí: por acaso eu preciso de guarda-costas?
Ela se põe ao meu lado.
— Precisa, sim. Não confio em você. Tem a língua solta e pode exagerar na grosseria.
— Foda-se!
— Tá vendo? Já disse “foda-se!” — repete ela.
Ignoro. Ando em direção à bonita portaria. Toco o interfone e, quando uma voz de mulher responde, digo na bucha:
— Carteiro.
A porta se abre, e minha irmã, os olhos deste tamanho, me olha.
— Ai, ai, ai, Lua! Acho que você vai fazer uma besteira. Calma, querida, por favor. Calma, que te conheço, tá certo?
Rio e murmuro, enquanto esperamos o elevador:
— Quem fez besteira foi ela quando me subestimou.
3º Capítulo
— Ai, ai, ai, fofinha!
— Veja bem — sussurro, mal-humorada —, a partir deste momento, quero você de boca fechada. Este é um assunto entre mim e essa mulher. Entendido?
O elevador chega. Entramos. No quinto andar, procuro a porta D e toco a campanhia. Instantes depois, uma mulher de uniforme nos atende.
— O que deseja? — pergunta a jovem.
— Bom dia! — respondo com o melhor dos meus sorrisos. — Gostaria de ver a senhora Marisa de la Rosa. Ela está em casa?
— Da parte de quem?
— Diga que sou Vanesa Arjona, de Cádiz.
A moça desaparece
— Vanesa Arjona? — cochicha minha irmã. — Que negócio é esse de Vanesa?
Rapidamente, com um gesto seco, ordeno que se cale.
Dois segundos mais tarde, Marisa aparece diante de nós, lindíssima com um conjunto branco-gelo. Ao me ver, sua cara de susto diz tudo. E antes que ela possa fazer ou dizer qualquer coisa, impeço que ela feche a porta, enquanto disparo:
— Olá, sua vadia!
— Fofiiiiiinnnhhhhaaa! — protesta minha irmã.
Marisa treme toda. Olho minha irmã para que fique em silêncio.
— Só quero que saiba que sei onde você mora — sussurro. — Que tal? — Marisa está pálida, mas continuo implacável: — Seu jogo sujo complicou minha vida, mas, pode crer, se eu quiser, posso ser muito pior que você ou suas amigas.
— Eu... eu não sabia que...
— Feche o bico, Marisa! — rosno entre dentes. — Tanto faz o que você me disser. Você é uma desgraçada de uma bruxa: me manipulou de uma maneira vergonhosa. E quanto à tua amiguinha Betta, como tenho certeza que mantêm contato, diga pra ela que o dia em que cruzar comigo vai saber com quem se meteu.
Marisa treme. Olha para o interior da casa, e sei que teme o que eu possa dizer.
— Por favor — suplica —, meus sogros estão aí e...
— Seus sogros? Sensacional! Me apresente pra eles. Será um prazer conhecê-los e contar umas coisas sobre a santinha da sua nora.
Descontrolada, Marisa nega com a cabeça. Está com medo. Sinto pena dela. Ela é uma bruxa, sim, mas eu não sou. Por fim resolvo dar por terminada minha visita.
— Se você se meter a besta comigo de novo, sua bela e confortável vida com seus sogros e seu famoso maridinho vai se acabar. Porque eu mesma vou me encarregar de que seja assim, entendeu?
Concorda, branca como cera. Não me esperava aqui e menos ainda desaforada assim. Quando já disse tudo o que tinha para dizer e me viro para ir embora, minha irmã vem e pergunta:
— É esta a piranha que você procurava?
Faço um gesto afirmativo. Raquel, como sempre, me surpreende:
— Se você se meter de novo com minha irmã ou o namorado dela, te juro pelo que há de mais sagrado que quem volta aqui com a faca de presunto do meu pai sou eu e te arranco os olhos, sua mocreia de merda!
Marisa, depois da cascata de palavras de minha querida Raquel, bate a porta na nossa cara. Ainda de boca aberta, olho minha irmã e murmuro em tom alegre, a caminho do elevador:
— Ainda bem que a grossa e desbocada da família sou eu. Tá rindo do quê? Não te disse pra ficar caladinha?
— Olha, fofinha, quando se metem com minha família ou a prejudicam, eu viro bicho e armo o maior barraco.
Rindo, voltamos para o carro e regressamos a Jerez.
Quando chegamos, meu pai e meu cunhado nos perguntam sobre nossa viagem.
Nós duas nos olhamos e rimos. Não dizemos nada. Essa viagem foi uma coisa nossa, só nossa.


8 comentários:

  1. Ameiiii.... Momento lua e Raquel!!!, duas loucasss!!! Posta maisss

    ResponderExcluir
  2. Amando..... Jessica como q vc vai fazer cm a web por causa da nova regra do blog?

    ResponderExcluir
  3. Você não vai postar a outra web hoje?

    ResponderExcluir
  4. Kkkk top, quando ela e o Arthur vão voltar? Posta mais. Posta mais tbm de Adivinha quem sou...

    ResponderExcluir
  5. Só eu acho que a Raquel é bem chata ?
    Sem ofensas :)
    Posta ++++++++
    Ameeii *-*

    ResponderExcluir
  6. Raquel foi a melhor! Faca de presunto kkk
    Mais?

    ResponderExcluir